Aplicação de Simulação Computacional na Avaliação e Otimização de Motores Elétricos de Indução Visando a Conservação de Energia



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Transcrição:

Aplicação de Simulação Computacional na Avaliação e Otimização de Motores Elétricos de Indução Visando a Conservação de Energia Mário Cesar E. S. Ramos Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo São Paulo, SP 05508-010, Brasil Hédio Tatizawa Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo São Paulo, SP 05508-010, Brasil Geraldo Francisco Burani Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo São Paulo, SP 05508-010, Brasil Mário C. G. Ramos Universidade de Mogi das Cruzes Mogi das Cruzes, SP 08790-000, Brasil RESUMO Este trabalho demonstra a importância da simulação computacional na determinação do potencial de conservação de energia elétrica em sistemas motrizes na indústria, por meio da substituição de motores elétricos antigos, por motores de alto rendimento. O software de simulação possui um banco de dados com parâmetros elétricos e mecânicos de 2.640 motores de vários fabricantes, posibilitando também o cadastro de novos motores. Este, é capaz de verificar as condições de operação do motor elétrico originalmente instalado, bem como determinar a provável economia obtida pela utilização de motores de alto rendimento. O investimento para a substituição dos 382 motores elétricos foi realizado por meio de Programa de Eficiência Energética de Agência Reguladora Nacional. A metodologia adotada para a quantificação das economias está em conformidade com o Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance, amplamente utilizado nos Estados Unidos, tonando-se atualmente um modelo industrial em vários países, assegurando a padronização de projetos, garantindo a confiabilidade e ampliando a capacidade de financiamento. Os estudos de caso resultaram em uma economia anual de 3,1 GWh, correspondente a 4,52% da energia anteriormente utilizada. Palavras Chave: Simulação Computacional, Conservação de Energia Elétrica, Sistemas Motrizes, Medição e Verificação de Performance, Substituição de Motores Elétricos. 1. INTRODUÇÃO Através de diversas maneiras, a energia elétrica está presente em nosso meio. Com seu desenvolvimento, a partir do século passado, novos padrões de conforto e bem estar foram criados, tornando o homem altamente dependente deste insumo, devido aos benefícios proporcionados, independente de sua localização ou nível social. Porém, a produção de energia elétrica exige investimentos financeiros efetuados anos antes do seu retorno, sendo este valor compensado, através da receita proveniente da venda da energia produzida, considerando que a opção entre as formas de geração de energia elétrica está relacionada à existência de fontes primárias renováveis ou não, sendo esta escolha influenciada por condições econômicas, ecológicas e tecnológicas do local onde se pretende implantar a usina de geração. Possuindo hoje uma capacidade instalada de mais de 90 GW, o Brasil precisa não somente investir em geração e transmissão, mas também em programas de conservação de energia elétrica, contribuindo para o crescimento econômico, preservação do meio ambiente e conforto para a população. Através da reforma do setor elétrico, com a criação da Agência Nacional de Energia Elétrica e a privatização das distribuidoras de energia, novos incentivos foram dados à programas de conservação, através de um item contratual, onde 1 % da Receita Operacional Líquida da concessionária ou permissionária de energia elétrica, deve ser aplicado em Programas de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética [1]. Aplicar recursos em programas de eficiência energética, devese ao fato desta opção ser mais vantajosa do que a produção de energia nova. Investir em tecnologia eficiente também demanda gastos de capital, porém o retorno do investimento é mais rápido do que se produzir energia. Isto se dá, devido ao fato de quem produz a energia elétrica é uma empresa ou concessionária e quem realiza eficiência energética é o consumidor, onde ambos possuem prioridades de investimentos diferentes e exigem tempos de retorno diferentes. Muitos países industrializados preferem introduzir novas tecnologias, leis e políticas de preços, incentivando o uso eficiente de energia elétrica, tendo como resultado, um menor crescimento da demanda total de energia [2]. Observa-se também, na maioria das indústrias, grande desperdício de energia, devido à utilização de equipamentos e processos deficientes do ponto de vista energético, que sobreviveram a um mercado internacionalmente fechado, mas que necessitam urgentemente de estudos voltados a substituições, modificações e atualizações, de forma a reduzirem seus custos internos e sobreviverem num cenário comercial extremamente competitivo. 2. MOTOR ELÉTRICO O motor elétrico é um conversor eletromecânico baseado em princípios eletromagnéticos capaz de transformar energia elétrica em energia mecânica de utilização.

Desde seu surgimento, o motor elétrico vem sofrendo inúmeras melhorias, evoluindo tecnologicamente através dos anos, devido à modificações em seu projeto, construção e fabricação. A Figura 1 apresenta a evolução dos motores elétricos. Nesta, pode-se notar a redução de massa que o motor elétrico vem sofrendo ao longo dos anos. Isto se dá, devido ao desenvolvimento de novos isolantes elétricos, materiais com melhores propriedades magnéticas e sistemas de ventilação mais eficientes [3]. Figura 1. Evolução dos motores elétricos. O motor de indução com rotor em gaiola é o mais empregado atualmente nas indústrias. Seu rotor é formado por um conjunto de barras interligadas através de anéis condutores, tendo como característica, operação em velocidade praticamente constante, variando ligeiramente, de acordo com a carga aplicada ao eixo. Sendo o motor elétrico um conversor de energia baseado em princípios eletromagnéticos, é impossível que esta conversão seja perfeita, devido a uma série de perdas que ocorrem no interior da máquina. Essas perdas são apresentadas na Figura 2 [3]. Figura 2. Principais perdas em um motor elétrico de indução. As perdas no ferro ocorrem devido ao fato da tensão aplicada ser do tipo alternada, sendo que as correntes que circulam no enrolamento do estator, produzem um campo magnético variável no núcleo ferromagnético, ocasionando dois tipos de perdas: perdas Foucault e perdas por Histerese. As perdas Foucault ocorrem devido às correntes induzidas no interior do material magnético, produzindo perdas na forma de calor. As perdas por Histerese resultam da orientação alternada do campo magnético sobre o pacote de lâminas de aço-silício. As perdas por Foucault e Histerese ocorrem tanto no estator como no rotor. As perdas mecânicas nos motores de indução estão relacionadas com o atrito nos rolamentos e com o arraste aerodinâmico provocado pelo ventilador e pela geometria irregular do rotor [4]. As perdas suplementares podem ser divididas em duas parcelas: perdas suplementares nos enrolamentos e no núcleo de ferro. Nos enrolamentos, as perdas ocorrem principalmente devido ao efeito pelicular, e podem aumentar conforme o alojamento feito pelos condutores nas ranhuras. No núcleo de ferro, as perdas suplementares ocorrem principalmente devido a região de entreferro, onde as ranhuras do rotor e do estator, produzem campos magnéticos de alta freqüência, produzindo perdas adicionais. As perdas Joule nos enrolamentos do estator e do rotor resultam da passagem da corrente elétrica. Variam com o quadrado da corrente eficaz, sendo responsáveis por aproximadamente 60 % das perdas totais. A vida útil de um motor elétrico está relacionada ao aquecimento das bobinas dos enrolamentos, e se ultrapassar os limites estabelecidos pelas normas, poderá acelerar o envelhecimento do isolamento, em função de não mais suportar a tensão nominal, ficando o motor sujeito a um curto-circuito [3][4]. 3. MOTOR ALTO RENDIMENTO O motor de alto rendimento se caracteriza por ser um equipamento conversor de energia que possui certas melhorias em relação ao motor padrão, principalmente nos pontos onde se concentram a maioria das perdas [5]. Esses motores, lançados no mercado interno pelos maiores fabricantes nacionais de motores elétricos são em média, 35 a 50 % mais caros que os da linha padrão, fato este que deve ser considerado no estudo de viabilidade para a substituição de tecnologias [6]. Estudos mostram que, quando comparado ao motor padrão, o motor de alto rendimento pode apresentar um rendimento superior, da ordem de 2 a 6 %, sendo este aumento devido a menor quantidade de perdas para a mesma potência mecânica [7]. Para a obtenção de uma maior eficiência, o projeto do motor de alto rendimento deve considerar: Aumento na quantidade de cobre dos enrolamentos do estator, tendo como objetivo, a redução das perdas Joule. Superdimensionamento das barras do rotor, diminuindo desta forma as perdas Joule. De forma a contribuir com a dissipação térmica e melhorar a ventilação, as barras do rotor são prolongadas de forma adequada. Diminuição da densidade de fluxo magnético, através do aumento do volume do material magnético. Utilização de chapas magnéticas de boa qualidade para a redução das perdas no ferro e diminuição da corrente de magnetização. Emprego de rolamentos adequados. Otimização do projeto do ventilador, para a diminuição das perdas por atrito. Menor região de entreferro, reduzindo as perdas suplementares. Melhoria no isolamento. Melhoria no tratamento térmico [8]. Como vantagens, pode-se citar o maior tempo de vida útil, melhor performance em operações com regimes intermitentes, maior reserva de potência e menores custos com manutenção [5]. A decisão em se escolher motores mais caros com custos de operação mais baixos e motores mais baratos com maior consumo de energia pode ser baseado em um critério financeiro de retorno do capital. Esse critério, considera como principal parâmetro, o número de horas por ano de funcionamento do motor. Porém, deve-se salientar que não existe vantagem em adquirir um motor de alto rendimento e acoplá-lo a um equipamento ineficiente ou trabalhar sobredimensionado, provocando maiores gastos com energia, tendência esta muito comum, propositalmente ou por desconhecimento, sob a alegação de se

manter uma potência reserva que poderia aumentar a confiabilidade do acionamento [8]. Porém, o sobredimensionamento do motor de indução causa variações no fator de potência e no rendimento, devido à variação em seu carregamento, como mostra a Figura 3 [9]. Figura 3. Variações típicas na eficiência e no fator de potência dos motores de indução. Dentre os vários motivos de um sobredimensionamento, podese citar o desconhecimento das características da própria carga, desconhecimento de métodos para determinação de suas características, expectativa de aumento do carregamento, desconhecimento de motores com fator de serviço, substituições de motores danificados por outros de potências maiores, devido à inexistência de motores de mesma potência, e pela redução do nível de produção. Figura 5. Lista de motores elétricos. Dimensionamento Pode-se obter as condições de operação do motor elétrico através da opção "Dimensionar por", que pode ser feita utilizando-se os parâmetros de entrada intensidade de corrente, potência ativa e escorregamento. Por meio da comparação de um desses dados com os valores fornecidos pelos fabricantes, o software faz uma análise e apresenta as condições de operação do motor elétrico, através do valor da potência mecânica de saída e o carregamento. A Figura 6 apresenta as condições de operação de um motor de 100 cv na opção de dimensionamento por potência de entrada [13]. 4. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL O software de simulação utilizado neste trabalho possui um banco de dados em access com o cadastro de 2.640 motores de diversos fabricantes nacionais, nas potências de 0,25 a 250 cv. Este software, criado pelo Centro de Pesquisas em Energia Elétrica da Eletrobrás, tem por objetivo viabilizar a economia de energia elétrica em motores de indução trifásicos. O BD Motor tem sido utilizado em larga escala por especialistas na área motriz, apresentando resultados satisfatórios, em termos de desvios percentuais entre valores previstos e reais. Para cada motor, o software apresenta os seguintes parâmetros, conforme Figura 4 [13]. Figura 6. Condições de operação de um motor de 100 cv para dimensionamento por potência de entrada. A Figura 7 apresenta as condições de operação de um motor de 100 cv na opção de dimensionamento por intensidade de corrente [13]. Figura 7. Condições de operação de um motor de 100 cv para dimensionamento por intensidade de corrente. Figura 4. Parâmetros apresentados pelo programa computacional para cada unidade selecionada. Seleção dos Motores Os motores elétricos podem ser selecionados por fabricante, rotação síncrona, tipo (padrão ou alto rendimento), potência, grau de proteção ou pela combinação destes. O programa permite a análise de um motor por vez ou a comparação de dois motores, como por exemplo, um motor em uso e um novo, ou um motor que necessita de reparos e um novo. A Figura 5 apresenta a lista de alguns motores disponíveis para análise [13]. A Figura 8. apresenta as condições de operação de um motor de 100 cv na opção de dimensionamento por escorregamento. Figura 8. Condições de operação de um motor de 100 cv para dimensionamento por escorregamento.

Critérios de Análise O programa computacional utiliza os seguintes critérios para análise das condições de operação do motor: Carregamento < 40%: Motor sobredimensionado. Neste caso, o usuário pode optar pela seleção de um motor mais adequado a carga, que esteja disponível no banco de dados. Carregamento entre 50 e 75 %: A substituição deve ser analisada criteriosamente pelo usuário. Neste caso, o software recomenda o dimensionamento por potência de entrada (menor desvio percentual), caso tenham sido realizadas as medições por intensidade de corrente ou escorregamento. Carregamento entre 75 e 100 %: O programa considera o motor bem dimensionado. Carregamento entre 100 e 125 %: O software considera o motor subdimensionado. Neste caso, o usuário deve verificar se este possui fator de serviço, analisando a necessidade ou não de substituição. Carregamento entre 125 e 150 %: O BD Motor considera o motor subdimensionado e o usuário deve selecionar um motor de maior potência. Análise Econômica Para a realização da análise econômica, o software solicita ao usuário o preenchimento dos seguintes dados (condição válida somente quando há seleção de dois motores): a) Carregamento: opções de 50, 75, 100 %. b) Funcionamento: números de horas estimado de operação do motor por ano. c) Carga centrífuga: opção de seleção de análise considerando cargas centrífugas (ventiladores, bombas e compressores centrífugos). Isto, devido ao fato do consumo de energia elétrica ser influenciado pela rotação. d) Tarifa de consumo ativo [R$/kWh]: o usuário deve fornecer o valor médio das tarifas de consumo de energia elétrica disponibilizadas pela concessionária ou através das Resoluções Homologatórias da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Como resultados, o software apresenta os valores de consumo anual de energia elétrica [kwh], tempo de retorno do investimento [meses] e o custo anual de energia economizada [R$]. A Figura 9 apresenta os resultados fornecidos pelo programa computacional para comparação entre dois motores de 100 cv, dos tipos padrão e alto rendimento. Figura 9. Análise econômica entre motores de 100 cv, padrão e alto rendimento. 5. METODOLOGIA A metodologia adotada para a substituição de motores elétricos de indução com rotor de gaiola incluiu um estudo inicial, através da medição das grandezas elétricas, utilizando-se analisadores de potência e qualidade de energia monofásicos. Com estes equipamentos, obteve-se valores de grandezas como tensão, intensidade de corrente elétrica, potência ativa, fator de potência e harmônicos. Todas as cargas medidas eram equilibradas, de modo que multiplicou-se o valor da potência ativa encontrada por três, obtendo-se o equivalente trifásico. Os analisadores também calculam a potência trifásica, quando necessário. Para acionamentos com carga constante, mediu-se o valor da potência ativa e para acionamentos com carga variável, utilizou-se o valor médio da potência ativa, durante um ciclo de funcionamento. Em seguida, através da utilização do Programa Computacional, verificaram-se as condições de operação do motor, tendo como dado de entrada, a potência ativa medida, e de saída, a potência mecânica exigida pela máquina e o respectivo carregamento. Carregamentos superiores a 75 % são considerados bem dimensionados pelo Programa de Simulação. Portanto, neste caso, selecionou-se um motor de mesma potência, porém alto rendimento. Para motores com carregamento abaixo deste valor, utilizou-se o estudo de redimensionamento motriz, para verificar se o mesmo teria conjugado suficiente para acionar a máquina até sua velocidade de funcionamento, num tempo inferior ao de rotor bloqueado. Por meio do Programa Computacional, foi possível selecionar, para o mesmo acionamento mecânico, motores com menores potências nominais, tendo como resultado, menor potência elétrica necessária e elevado carregamento. Após a substituição dos motores, novas medições foram efetuadas para a comparação com os valores inicialmente previstos. Para os casos de redimensionamento motriz (30 % do total), foram utilizadas as seguintes etapas para se obter o tempo de aceleração [10]. Motor originalmente instalado: - Cálculo do conjugado nominal. - Verificação do conjugado exigido pela carga. - Cálculo do conjugado médio acelerador. - Cálculo do momento de inércia total. - Cálculo do momento de inércia da máquina. Motor proposto: - Cálculo do conjugado nominal. - Cálculo do conjugado médio acelerador. - Cálculo do momento de inércia total. - Cálculo do tempo de aceleração. O tempo de aceleração deve ser menor do que o tempo de rotor bloqueado, para que a carga seja acelerada, sem causar danos ao motor. 6. ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi realizado através da aplicação de recursos financeiros provenientes da Receita Operacional Líquida de concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica, de acordo com a Lei 9.991, de 24 de julho de 2000 [1]. Os 17.000 cv substituídos, proporcionaram uma economia anual de 3,1 GWh, correspondendo a 4,52 % da energia anteriormente utilizada, além da redução significativa dos custos de manutenção em função da redução do tempo de parada de máquinas devido à defeitos nos motores elétricos. Além disso, a motivação dos funcionários dos setores de produção e manutenção aumentou, por perceberem a preocupação da empresa em investir na atualização tecnológica. A seguir, serão apresentados dois estudos, o primeiro através da substituição de motores de mesma potência, e o segundo, utilizando o redimensionamento motriz.

meses Estudo 1: motores de mesma potência nominal Este procedimento foi aplicado em acionamentos onde o carregamento do motor do tipo padrão encontrava-se acima de 75 %. Neste caso, o custo da substituição refere-se apenas à aquisição do motor de alto rendimento, uma vez que não houve necessidade de adaptação pela utilização de carcaças normalizadas. O Estudo 1 apresenta dois acionamentos idênticos com motores de potência nominal de 100 cv, dos tipos padrão e alto rendimento. Esses motores, de 4 pólos e tensão trifásica de 380 V, operam 8.000 horas/ano acionando bombas centrífugas de uma torre de resfriamento d'água. Através de medição no motor padrão, determinou-se o valor da potência ativa de 64 kw e fator de potência de 0,85. Em seguida, com o programa computacional, obteve-se o valor de 80 % para o carregamento desse acionamento. Caso o acionamento fosse efetuado por um motor de alto rendimento, o programa apresentou um valor de potência igual a 62,5 kw. Efetuando medições no motor de alto rendimento, obteve-se o valor de 61,1 kw, com fator de potência de 0,8. O desvio percentual entre os valores previsto e real para este caso, foi de 2 %, demonstrando a validade do programa computacional utilizado nos estudos de eficiência energética em sistemas motrizes. Para as demais simulações, o desvio percentual entre os valores previsto e real variou de 2 a 7 %, valores satisfatórios, quando comparados aos desvios percentuais fornecidos pelos fabricantes, de 2 % para o analisador de potência e qualidade de energia e 10% para o programa de simulação. Com os valores medidos, as horas de operação e o valor médio das tarifas de energia elétrica, determinou-se o valor de 18 meses para o retorno do investimento, segundo a equação (1) [11]: ( EA) log ( EA) i( PR) TRI (1) log(1 i) Onde: TRI = tempo de retorno do investimento (anos). EA = economia anual de energia elétrica, referente à redução de consumo e potência (R$). PR = preço dos motores (R$). i = taxa anual de juros (%). Estudo 2: redimensionamento motriz Este procedimento foi aplicado nos acionamentos onde o carregamento do motor tipo padrão encontrava-se abaixo de 75 %. Neste caso, o custo da substituição incluiu, além do motor de alto rendimento, as modificações necessárias para a sua adaptação à máquina, em função das diferenças de dimensões entre os mesmos. Esse estudo foi realizado em um exaustor de gases de uma caldeira a lenha utilizada na geração de vapor, que opera 8.000 horas/ano. O motor original instalado, de potência nominal de 200 cv, era do tipo padrão, 6 pólos, trifásico, 380 V. Através de medição no motor padrão, determinou-se o valor da potência ativa de 62,5 kw e fator de potência de 0,66. Em seguida, com o programa de simulação, obteve-se o valor de 37 % para o carregamento deste acionamento. Caso o acionamento fosse efetuado por um motor de 200 cv, alto rendimento, o programa de simulação apresentou um valor de potência igual a 59,5 kw. Instalando-se o motor de alto rendimento de 200 cv, obteve-se, através de medições, o valor de 58 kw para a potência ativa e 0,54 para o fator de potência. O Tempo de Retorno do Investimento para esta substituição foi de 31 meses. Caso o acionamento fosse efetuado por um motor de 100 cv, alto rendimento, o programa de simulação apresentou um valor de potência igual a 59 kw. Instalando-se o motor de 100 cv, alto rendimento, obteve-se, através de medições, o valor de 55,8 kw para a potência ativa e 0,8 para o fator de potência. O Tempo de Retorno do Investimento para esta substituição foi de 12 meses. Finalmente, realizou-se um estudo para verificar se um motor de 75 cv, alto rendimento, teria conjugado suficiente para acelerar esta carga desde o repouso até sua velocidade de funcionamento, num tempo inferior ao de rotor bloqueado. O motor de 75 cv, alto rendimento, acionou a carga em 6 segundos, valor este satisfatório, se comparado com o tempo de rotor bloqueado fornecido no catálogo do fabricante, de 18 segundos. Desta forma, instalando-se o motor de 75 cv, alto rendimento, obteve-se o valor de 55,5 kw para a potência ativa e 0,86 para o fator de potência. O Tempo de Retorno do Investimento para esta substituição foi de 8 meses. A Figura 10 apresenta os resultados obtidos, onde se pode observar a vantagem do redimensionamento motriz em função do rápido retorno do investimento. 35 30 25 20 15 10 5 0 31 12 200 100 75 potência [cv] Figura 10. Comparação entre os tempos de retorno do investimento para diferentes potências nominais. 7. RESULTADOS A substituição dos motores resultou não somente na redução do consumo de energia elétrica, como também na redução da demanda contratada. Para o regime tarifário classe A4, modalidade azul, considerouse a alteração conforme a época do ano e a hora do dia em que a energia foi utilizada. Através dos valores medidos antes e após as substituições dos motores, constatou-se uma economia anual de 3,1 GWh. No capital investido para a substituição dos motores, foram considerados os valores do motor e do frete, totalizando R$ 1.387.825,00. A Tabela 1 apresenta, por unidade fabril, os valores da redução de demanda e economia de energia obtidos. Tabela 1 - Redução de demanda e economia de energia elétrica. 8

A Tabela 2 apresenta a análise econômica para a implementação de motores de alto rendimento. Tabela 2 - Análise Econômica [2] REIS, L.B. Geração de Energia Elétrica. A geração de energia elétrica e o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Zapt, 2000. p. 19-23. [3] FERNANDEZ-BERNAL, F.; GARCIA-CERRADA, A.; FAURE, R. Perdidas en motores eléctricos a inducción. Model-based loss minimization for DC and AC vector-controlled motors including core saturation. IEEE Transactions on Industry Application. 2000. [4] GYSELINCK et al. Calculation of no load losses in an induction motor using aninverse vector Preisach model and an Eddy currente loss model. IEEE Transactions on Publication. Japan, 2000. ISSN: 0018-9464. 8. CONCLUSÕES A implementação de motores de alto rendimento utilizando-se de programa computacional apresentou as seguintes vantagens: O valor da economia proporcionada com a substituição vem a confirmar os valores previstos pelo programa de simulação, podendo, desta forma, ser utilizado com bastante precisão em estudos de eficiência energética em sistemas motrizes. O redimensionamento motriz, para casos de baixo carregamento, proporciona um rápido retorno do investimento, mesmo considerando o custo de adaptação do motor à máquina. O fator de potência do motor melhora e evita-se gastos desnecessários de correção, através da instalação de capacitores. Considerando o tempo de vida útil do motor de indução, aproximadamente de 15 anos, o rápido retorno do investimento tornou o projeto bastante atraente em termos de recuperação do capital aplicado [12]. Como vantagens adicionais, observou-se uma redução significativa nos custos de manutenção em função da redução do tempo de parada de máquinas devido a defeitos nos motores elétricos. Além disso, a motivação dos funcionários dos setores de produção e manutenção aumentou, por perceberem a preocupação da empresa em investir na atualização tecnológica. O valor da economia proporcionada com as substituições confirmou os valores previstos pelo programa de simulação, podendo desta forma, ser utilizado com bastante precisão em estudos de eficiencia energética em sistemas motrizes. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BRASIL. Lei n. 9.991. Dispõe sobre a realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica, e dá outras providências. 2000 In: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Eficiência Energética. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br> Acesso em: 14 ago. 2004. [5] RAMOS, M.C.G., PENTEADO, A.A.P. Methodology for the Resizing the Spinning Machine Motors at Textile Industry: a Case Study. In: CONFERÊNCIA DE APLICAÇÕES INDUSTRIAIS, 5., 2002, Salvador. Anais... Salvador: 2002. p. 1-4. [6] SOARES, G.A., HERSZTERG, I., TABOSA, R. Os Motores de Indução de Alto Rendimento dentro de uma Visão de Gerenciamento pelo lado da Demanda. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, 14., 1997, Belém. Anais... Belém: 1997. p. 1-7. [7] MOREIRA, J.F., SOARES, G.A., TABOSA, R.P., SHINDA, R.. Guia Operacional de Motores Elétricos. Rio de Janeiro, RJ, 1998. p. 92-101. [8] KREUTZFELD, S. Motores de Alto Rendimento:uma economia viável? Revista Eletricidade Moderna, São Paulo, p. 30-37, out. 1988. [9] TUPIASSÚ, A.F., BRANCO, T.M.M. Computation of Mechanical Load Torque for Induction Motor Energetic Optimization. In: CONFERÊNCIA DE APLICAÇÕES INDUSTRIAIS, 5., 2002, Salvador. Anais... Salvador: 2002. p. 1-6. [10] LOBOSCO, O.S., DIAS, L.P.C. Seleção e aplicação de motores elétricos. São Paulo: McGraw-Hill, 1988. p. 42-43. [11] RAMOS, M.C.G. A conservação, considerando aspectos relacionados à qualidade de energia elétrica na indústria têxtil: estudo de caso. 2002. 148p. Dissertação de Mestrado - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. [12] SANTOS, V.A., SOARES, G.A., PERRONE, F.P.D., MOREIRA, M.A.G., PONTES, R.O. Programa nacional de eficiência na indústria: direcionando o foco para sistemas motrizes. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, 17., 2003, Uberlândia. Anais Uberlândia: 2003. p. 1-6.