PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID): UMA AVALIAÇÃO DA ESCOLA SOBRE SUAS CONTRIBUIÇÕES



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Transcrição:

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID): UMA AVALIAÇÃO DA ESCOLA SOBRE SUAS CONTRIBUIÇÕES Silva.A.A.S. Acadêmica do curso de Pedagogia (UVA), Bolsista do PIBID. Resumo: O trabalho tem como objetivo apresentar resultados de uma avaliação sobre o desempenho do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), cujo objetivo é preparar alunos dos cursos de licenciaturas na docência. Oito bolsistas do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, Ceará, vinculados ao referido Programa, desenvolveram diversas atividades de leitura e escrita nas salas do Segundo ao Quarto ano do Ensino Fundamental da Escola de E.I e E.F. Simão Barbosa, localizada no sitio São Francisco, distrito de Meruoca-CE, durante a vigência (2010-2012) do subprojeto do curso de Pedagogia, aprovado pelo Edital 02/2009 CAPES/DEB. Nesse sentido, no intuito de avaliar este subprojeto, foi realizada uma pesquisa envolvendo entrevistas com o núcleo gestor da escola e com uma professora e uma roda de conversas com os alunos. Os sujeitos da pesquisa destacaram que as ações dos bolsistas foram muito importantes para a escola, levando a perceber a importância da participação do aluno universitário na escola, que contribui tanto para a sua formação quanto para a formação de professores em exercício e para a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Formação. Escola. Língua escrita 1. Introdução A crescente desvalorização da profissão docente tem preocupado diversos países em todo o mundo. Numa visão a nível mundial, estudos tem mostrado que na França existe um grande mal estar devido à complexidade da formação profissional e do grande desprestígio da licenciatura. Em Portugal, também se tem notado que a escola está deixando de ser o único centro de saber e de ascensão de certas classes sociais e a queda pela procura da profissão tem promovido a baixa seletividade desses profissionais para atuarem em sala de aula. Na Argentina estudos corroboram com a ideia da degradação da formação docente, uma vez que a baixa procura pela profissão também tem atraído alunos com perfil de classe socioeconômica menos favorecida comprometendo ainda mais a qualidade do ensino. Não obstante, percebe-se que a 1

realidade da educação no Brasil não se encontra muito distante dos demais países do resto do globo. Entretanto, inúmeras estratégias têm sido desenvolvidas por diversos países no intuito de valorizar a profissão docente, tais como melhores condições salariais e incentivos na carreira docente para atrair professores. Cabe destacar, nesse contexto, para o investimento na formação inicial nos cursos da licenciatura, a criação de Programas de Iniciação à Docência. Em se tratando de nosso país, o Ministério da Educação em ação conjunta com a Secretaria de Educação Superior da Fundação Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES, e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE, revolveu apoiar o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID, que tem como objetivo fundamental valorizar a docência nas universidades de todo país e, sobretudo incentivar os estudantes das licenciaturas para atuação no ensino básico. Atendendo aos requisitos do Edital 02/2009 CAPES/DEB, o curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, submeteu o subprojeto intitulado Aquisição e desenvolvimento da Leitura e da Escrita numa perspectiva interdisciplinar e multicultural no contexto de escolas públicas da região norte do estado do Ceará e teve sua aprovação com a participação de vinte bolsistas do curso. Durante o período de dois anos (2010-2012), os bolsistas atuaram em três escolas localizadas nas cidades de Massapê, Meruoca e Moraújo, zona norte do Estado do Ceará, sendo que oito atuaram na escola do município de Meruoca, alvo deste estudo. Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa realizada durante o mês de março deste ano na escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Simão Barbosa, localizada no município de Meruoca, cujo objetivo foi conhecer as possíveis contribuições do PIBID para a escola. A pesquisa foi elaborada pelos alunos-bolsistas que atuaram na escola Simão Barbosa. Os sujeitos deste estudo foram a Diretora da escola, uma professora e alunos das salas do Segundo ano do Ensino Fundamental. Tanto a Diretora quanto a professora foram entrevistadas mediante o uso de um roteiro com perguntas abertas. Com os alunos, realizamos uma roda de conversas na qual eles tiveram a oportunidade de ficarem livres para falar sobre o trabalho dos alunos-bolsistas. 2. Aportes teóricos 2

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) foi criado em 2007 pelo Ministério de Educação (MEC) e implementado pela Fundação Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com a finalidade de valorizar o magistério e apoiar estudantes de licenciatura plena das instituições federais e estaduais de educação superior. O referido Programa possui o propósito de induzir e fomentar a formação inicial e continuada de profissionais do magistério (Lei nº 11.502, de 11 de julho de 2007), às diretrizes do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação ( Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007), aos princípios estabelecidos na Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica ( Decreto 6.755, de 29 de janeiro de 2009 e Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, no seu artigo 31), que diz respeito à concessão de bolsas de Iniciação à Docência, para alunos de Cursos de Licenciatura Plena e para Coordenadores e Supervisores responsáveis institucionalmente pelo programa e demais despesas a ele vinculadas O PIBID é uma ação conjunta da Secretaria de Educação Básica Presencial do MEC e da CAPES que tem também como objetivos, entre outros, a formação de professores para a educação básica, contribuindo para a elevação da qualidade da escola pública; a valorização do magistério; a inserção dos licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica, proporcionando aos futuros professores participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar. Vale salientar que tal programa vem ganhando destaque e já em pouco tempo de atuação estudos tem apontado para melhorias significativas no ensino publico no Brasil, uma vez que são inúmeros os relatos apontados nas diversas áreas do conhecimento comprovando tal melhoria. O PIBID tem demonstrado também, a sua importância na formação dos estudantes das licenciaturas na medida em que vem reduzindo o fosso existente entre a formação teórica e pratica na área de educação. No inicio da graduação, os alunos entram em contato com a sala de aula, além do mais, tal iniciativa tem colaborado substancialmente com a permanência desses alunos nos cursos de licenciatura e de sua qualificação, no sentido de aprimorar o desenvolvimento da pesquisa nas suas respectivas áreas de atuação. 2.1 A formação prática de futuros professores na escola básica 3

Na escola temos a oportunidade de ficar mais próximos dos alunos e essa afetividade é muito interessante, pois passa confiança tanto para você desenvolver o seu trabalho quanto para eles aprenderem. Nessa situação observamos a questão do comportamento das crianças, eles passam a respeitar, nós bolsistas, não por ter medo, mais sim pelo amor, pelo afeto que é conquistado. Temos que analisar também a vida das crianças fora da escola, pois estamos atuando em escola publica onde existem inúmeras realidades, nesse caso devemos analisar essas realidades para poder trabalhar com a metodologia adequada para cada aluno; para tentar transformar esse futuro que está comprometido. 3. Metodologia A pesquisa foi realizada durante o mês de março buscando avaliar o trabalho dos oito alunos-bolsistas do PIBID na escola de E.I e E.F. Simão Barbosa. Levando em consideração o ponto de vista das pessoas mais beneficiadas pelo programa, selecionamos para sujeitos da pesquisa a Diretora da escola, as professoras das salas do Segundo, Terceiro e Quarto ano do Ensino Fundamental e os alunos beneficiados. As entrevistas com a Direção e as professoras foram realizadas na própria escola em momentos diferentes. O roteiro utilizado para entrevistar a Diretora continha cinco perguntas abertas que abordaram a visão desta sobre o trabalho dos bolsistas e as possíveis contribuições para a aprendizagem das crianças. Foram entrevistadas três professoras das salas alvo do PIBID: uma do Segundo ano, graduada em Pedagogia; uma do Terceiro, graduada em Pedagogia com 35 anos de experiência de ensino e outra do Quarto ano, também graduada em Pedagogia com 25 anos de experiência. Foi também utilizado um roteiro com as três entrevistadas contendo perguntas abertas abordando as possíveis contribuições do PIBID para a prática pedagógica das mesmas e a visão sobre as inovações pedagógicas levadas pelos dos bolsistas para suas salas de aula. Pedimos também no momento das entrevistas para que os sujeitos apontassem os pontos em que o trabalho dos bolsistas deveria melhorar. A entrevista realizada com os alunos foi mais descontraída. Fizemos uma roda de conversa e lançamos as perguntas no meio da conversa fazendo com que eles se lembrassem dos projetos aplicados pelos bolsistas. Direcionamos as perguntas de maneira informal, procurando resgatar em suas memórias as atividades desenvolvidas nas suas salas, quais tinham sido as que eles mais gostaram, o que eles tinham aprendido e se eles perceberam que melhoraram na leitura e na escrita. 4

Alguns alunos estavam bastante retraídos durante a roda de conversa, mas no momento das perguntas, procuramos respeitar o limite de sua timidez para não constrangê-los. Por outro lado, alguns alunos se comportaram de forma desinibida, falaram mais que os demais nos dando provas concretas do próprio desenvolvimento que ocorreu nesses alunos durante a vigência do subprojeto do curso de Pedagogia da UVA na escola Simão Barbosa. Após a realização das entrevistas, as respostas coletadas foram analisadas pelos oito bolsistas responsáveis pelo trabalho na escola de Meruoca. 4. Discussão dos resultados 4.1 O PIBID na escola Simão Barbosa: visão da Direção da escola A Diretora da escola Simão Barbosa considerou que o PIBID contribui bastante para o desempenho dos alunos do Segundo ao Quarto ano na língua escrita. Ela elogiou a forma como os bolsistas desenvolveram o subprojeto do curso de Pedagogia- UVA- PIBID na sua escola. A entrevistada destacou que no início percebeu uma certa dificuldade dos bolsistas para lidar com os alunos no desenvolver das ações previstas pelo subprojeto, porém com o seu apoio e o das professoras das salas, os bolsistas adquiriram maior confiança. A entrevistada relatou ainda que o PIBID contribuiu muito para a escola, pois os bolsistas também ajudaram as professores a desenvolver algumas atividades de sala de aula com inovações pedagógicas, contribuindo tanto para a formação desses sujeitos, quanto para a aprendizagem dos alunos na leitura, na escrita e na oralidade. A Diretora afirmou que os bolsistas do PIBID do curso de Pedagogia podem já serem considerados como profissionais que fazem parte da equipe escolar (professora J.) As palavras da diretora revelam que o PIBID foi importante para a escola, pois além de nós bolsistas termos a oportunidade de nos qualificar atuando no nosso futuro local de trabalho, contribuímos também para a formação das professoras e para a aprendizagem dos alunos. 4.2 O PIBID na escola Simão Barbosa: visão das professoras da escola A professora da sala do segundo ano se referiu ao PIBID de maneira muito agradável, nos falou que os bolsistas trouxeram experiências novas para a sua sala de aula e que isso foi muito importante para os alunos, pois tais experiências romperam 5

com a rotina rígida semanal, gerando maior interesse neles pela língua escrita. A entrevistada ressaltou também a importância das novas metodologias que os bolsistas utilizaram no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, ajudando ela própria a inovar e aprimorar a sua prática. A professora acrescentou ainda a dedicação (dos bolsistas) em sala de aula e no prazer de estar ensinando e ao mesmo tempo aprendendo com os bolsistas (Professora M.). A professora destacou também alguns projetos que ela considerou mais interessantes para seus alunos:...foram o dos gibis, teve também o Criança produtora de cultura, o da Leishmaniose que fizeram os alunos se lembrarem até hoje não esquecendo o aprendizado que jamais mais vai desaparecer; todos os projetos foram bons, valeu muito a pena (Professora M.) Quando perguntada sobre a atuação dos bolsistas na sua sala de aula, a Professora do Terceiro ano respondeu: os projetos desenvolvidos foram bons para a aprendizagem dos alunos, foi ótima a contribuição principalmente na forma de aplicação e apresentação dos trabalhos (Professora E.) Apesar das poucas palavras da professora percebemos que nossa atuação contribuiu no processo de aprendizagem dos alunos das salas atendidas pelo PIBID. A entrevistada ainda ressaltou que aprendeu muito com os bolsistas. A professora da sala do Quarto ano falou com muita admiração sobre o PIBID, afirmando que o Programa veio para contribuir para o aprendizado dos alunos, principalmente no que se refere ao fortalecimento do companheirismo entre os alunos, às metodologias diferenciadas apresentadas e o dinamismo na execução dos projetos pedagógicos. A professora assim resume a sua visão sobre a contribuição dos bolsistas do PIBID para a sua prática: nossa prática como docente melhorou através da troca de experiências com os bolsistas. Assim minha visão dos bolsistas em sala de aula não poderia ser melhor, pois sempre foram pessoas que trouxeram tudo de bom, participação, amizade, conhecimentos, e ainda por cima me ajudaram muito (Professora C.). É possível afirmar que a visão da Professora C. sobre o trabalho dos bolsistas foi positiva, pois segundo a entrevistada: 6

os bolsistas sempre estiveram dispostos a ajudar no que fosse preciso, sem falar no carinho e na atenção dada aos alunos, pois isso é um dos caminhos para ser um bom professor, ou seja é desta maneira que os professores conseguem entender nossos alunos e assim trabalhar com eles, seja em qual for as circunstâncias. 4.3 O PIBID na escola Simão Barbosa: visão dos alunos das salas integrantes do Programa A entrevista com os alunos do Segundo ano do Ensino Fundamental foi desenvolvida através de um momento de conversa informal, na qual todos foram convidados para fazer uma roda no chão da sala de aula. Em geral, os alunos responderam que gostaram dos projetos que as tias levaram para eles; relembraram com riqueza de detalhes de alguns projetos, tais como o do Gibis, Criança produtora de cultura, Viajando na leitura, dentre outros. Um dos alunos afirmou que gostou muito das tias porque elas levaram atividades legais e divertidas e porque elas brincaram com eles. E realmente pudemos sentir, no convívio com as crianças, que eles desenvolveram um grande carinho e respeito pelos bolsistas do Programa, e isso contribuiu para um maior envolvimento dos alunos nos projetos aplicados. Quando se estabelece um bom vinculo no processo ensino-aprendizagem, o aluno se sente mais confiante e o professor mais seguro para inovar a sua prática. Os alunos de certa forma nos deixaram conduzir sem grandes dificuldades as atividades propostas pelo subprojeto do curso de Pedagogia, pois participaram ativamente. A ludicidade esteve sempre no desenvolvimento das nossas atividades, visando não só uma brincadeira, mas uma evolução no desenvolvimento dos alunos na leitura, na escrita e na oralidade, pois as atividades que envolvem ludicidade possuem um papel especial na vida das crianças. A entrevista com os alunos do Terceiro ano foi desenvolvida também da mesma forma. Os alunos foram perguntados sobre as atividades que eles realizaram ao longo do período que permanecemos na escola, sobre os projetos que desenvolvemos e de qual eles mais gostaram. Quanto às lembranças dos projetos, alguns alunos conseguiram relatar sobre o projeto que tinha como tema a Leishmaniose ; outros disseram que haviam gostado muito do projeto no qual eles confeccionaram gibis. Outros alunos se lembraram do 7

projeto sobre a história do carnaval ( O Carnaval e suas histórias ) e das brincadeiras envolvidas. A partir dessa conversa que tivemos com os alunos da sala do Terceiro ano, percebemos o quanto o PIBID foi importante para o desenvolvimento dessas crianças no que se refere à sua aprendizagem, pois foi possível perceber que eles também evoluíram culturalmente e socialmente, o que podemos atribuir a uma perspectiva de ensino totalmente diferente do que eles estavam acostumados. E esse é o compromisso do PIBID com as escolas em que atua e com a sociedade em que ela está inserida. Na entrevista do quarto ano as respostas foram bem parecidas. Percebemos que os alunos sempre estiveram interessados no programa, pois sempre que eram indagados com perguntas relacionadas ao trabalho dos bolsistas, eles sempre estavam com as respostas prontas a serem lançadas. Quando perguntados sobre o projeto que mais gostaram, cada um queria falar mais, nem sabíamos a quem dar mais atenção. Dentre os projetos que mais gostaram os alunos citaram os projetos O Carnaval e suas histórias, Gibis e Criança produtora de cultura. Todos os alunos foram perguntados sobre o que eles queriam que os bolsistas tivessem feito e que não foi feito. As propostas lançadas pelos alunos foi em direção da continuidade de alguns projetos tais como o do Gibis e Criança produtora de cultura. Mas o que mais nos chamou a atenção foi quando um aluno se pronunciou e lançou-nos a proposta da possibilidade de ser trabalhado um projeto no qual pudessem ser inseridas aulas de campo, ou seja, que eles pudessem vivenciar mais o lugar no qual vivem. Nas palavras desse aluno, o PIBID: É um projeto muito bom, que sempre nos pede mais participação e nos tira da rotina escolar, fazendo assim com que fiquemos mais atentos aos conteúdos (aluno do Quarto ano do Ensino Fundamental). 5. Considerações finais O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- PIBID é uma iniciativa do Governo Federal fundamental para a formação de professores, pois oportuniza aos alunos dos cursos de Licenciaturas conhecer e vivenciar uma sala de aula e trocar experiências com os professores em exercício. 8

Através do subprojeto do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA que atuou em três escolas públicas do Estado do Ceará aprendemos sobre o ser professor, e durante o período em que estivemos na escola Simão Barbosa, em Meruoca, constatamos, nas falas dos entrevistados, que o trabalho desenvolvido com inovações pedagógicas, envolvendo metodologias diferenciadas e dinâmicas foi bem aceito. Os resultados aqui apresentados sobre a visão da escola acerca da atuação dos bolsistas do PIBID nos alegraram muito, pois é reconhecimento da escola do trabalho da UVA em formar profissionais do ensino bem preparados, através do apoio do Programa. As poucas críticas nas falas dos entrevistados só nos serviram para refletirmos sobre a nossa atuação na prática enquanto acadêmicos, pois o intuito de qualquer curso de formação inicial é fazer com que o licenciando aprenda fazendo e refletindo sobre o que ele faz nos momentos de prática do seu processo formativo.. Essa pesquisa foi importante também para conhecermos a prática, os métodos empreendidos pelas professoras experientes no desenvolvimento de seu trabalho na sala de aula e o interesse delas em aprender a partir do que foi proposto pelos bolsistas. Isso revela a preocupação dessas profissionais pela qualidade de seu ensino e o reconhecimento de que o PIBID também possibilita a sua formação através das novas ideias levadas à escola pelos alunos universitários, contribuindo para a melhoria da prática docentes dessas profissionais.. 6. Referência http://capes.gov.br/educacao-basica/capespibid Acesso em :08 de maio de 2012. Depoimentos: Maria Aparecida Domingos Albuquerque Maria Elizabete de Sousa Domingos Maria da Conceição de Sousa Gomes Maria Jeane Herculano Costa. 9