*CD150492355162* COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA



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1 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI N o 1.836, DE 2007 (Apensos: PL nº 3.054, de 2008; PL nº 960, de 2011; PL nº 3.383, de 2012; PL 4.746, de 2012; PL nº 691, de 2015; PL nº2.578, de 2015) Altera 1º do art. 19-I da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, incluído pela Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002, para acrescentar ao Sistema Único de Saúde SUS o fornecimento de medicamentos de uso continuado não sujeitos a controle especial, entre outros, necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. I - RELATÓRIO Autor: Senado Federal Relator: Deputado Darcísio Perondi Trata-se de projeto de lei que busca estabelecer a obrigação ao SUS de fornecer medicamentos de uso continuado, não sujeitos ao controle especial, necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. Para isso, o autor propõe alterar o 1º do art. 19-I da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, para incluir a dispensação de todos os medicamentos necessários à assistência, inclusive aqueles sujeitos a controle especial e exclusive os de uso restrito em ambiente hospitalar, entre os procedimentos que deverão ser oferecidos pelo Sistema Único da Saúde (SUS) na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares ** Tramitam apensados os seguintes projetos de lei:

2 1) O PL 3054, de 2008, de autoria do Deputado Davi Alves Júnior, que prevê que o SUS fornecerá medicamentos de uso contínuo no domicílio dos pacientes idosos, gestantes e com dificuldade de locomoção. O fornecimento fica condicionado à emissão de laudo médico emitido por profissional da rede de serviços de saúde do SUS. 2) O PL 960, de 2011, de autoria do Deputado Willian Dib, que altera o Estatuto do Idoso, estabelecendo entre outras disposições que será obrigatório o fornecimento aos idosos de recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 3) O PL 3383, de 2012, de autoria do Deputado Damião Feliciano, que Cria a "Bolsa-Medicamento" no âmbito do Sistema Único de Saúde. 4) O PL 4746, de 2012, de autoria do Deputado Rodrigo Maia que Institui a entrega domiciliar de medicamentos aos pacientes que especifica. 5) O PL 691, de 2015, de autoria do Deputado Major Olímpio, que altera a redação da Lei nº 10741, de 2003 (Estatuto do Idoso), estabelecendo a obrigatoriedade do SUS fornecer recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação, que é idêntico ao PL 960/2011. 6) O PL 2.578, de 2015, de autoria do Deputado Fabrício Oliveira, dispões sobre o acesso gratuito dos portadores de doenças graves aos medicamentos de que necessitam. O projeto tramita em regime de prioridade, tem trâmite conclusivo nas comissões e foi distribuído à Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), à Comissão de Finanças e Tributação (CFT), e para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJC). proposição. No prazo regimental não foram apresentadas emendas à **

3 II - VOTO DO RELATOR O presente Projeto de Lei pretende alterar o 1º do art. 19-I da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, para incluir a dispensação de todos os medicamentos necessários à assistência, inclusive os que estão sujeitos a controle especial e exclusive os de uso restrito em ambiente hospitalar, entre outros procedimentos necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. de lei: A esta proposição foram apensados outros seis projetos 1) O PL nº 3.054, de 2008, de autoria do Deputado Davi Alves Júnior, que prevê que o SUS fornecerá medicamentos de uso contínuo no domicílio dos pacientes idosos, gestantes e com dificuldade de locomoção. O fornecimento fica condicionado à emissão de laudo médico emitido por profissional da rede de serviços de saúde do SUS. 2) O PL nº 960, de 2011, de autoria do Deputado Willian Dib, que altera o Estatuto do Idoso, estabelecendo entre outras disposições que será obrigatório o fornecimento aos idosos de recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 3) O PL nº 3.383, de 2012, de autoria do Deputado Damião Feliciano, que Cria a "Bolsa-Medicamento" no âmbito do Sistema Único de Saúde 4) O PL nº 4.746, de 2012, de autoria do Deputado Rodrigo Maia que Institui a entrega domiciliar de medicamentos aos pacientes que especifica. 5) O PL nº 691, de 2015, de autoria do Deputado Major Olímpio, que altera a redação da Lei nº 10.741, de 2003 (Estatuto do Idoso), estabelecendo a obrigatoriedade do SUS fornecer recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. **

4 6) O PL nº 2.578, de 2015, do Deputado Fabrício Oliveira, que quer assegurar o acesso gratuito, pelo Sistema Único de Saúde, dos portadores de doenças graves, aos medicamentos necessários ao seu tratamento. Louvamos todos os autores destas proposições por sua sensibilidade e preocupação com os doentes que precisam de medicamentos para o seu tratamento e, muitas vezes, não tem possibilidade de se deslocar para recebê-los. O número de projetos apensados atesta a importância do tema para esta Casa. Por isso mesmo, a matéria precisa de uma análise mais pormenorizada, tendo em vista as políticas de medicamentos e de assistência farmacêutica que estão sendo operacionalizadas pelo SUS que, sabemos, é de competência de todos os entes federados os municípios, o Distrito Federal, os estados e a União. O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS), formula, implementa, monitora e avalia a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, com a finalidade de garantir o acesso da população brasileira aos medicamentos. A Portaria do Ministério da Saúde GM n. 204, de 29 de janeiro de 2007, regulamenta o fornecimento, e a transferência de recursos federais para as ações e serviços de saúde na forma de Blocos de Financiamento e o respectivo controle. O Bloco de Assistência Farmacêutica é composto de três componentes, quais sejam: i) o componente básico da assistência farmacêutica; ii) o componente estratégico da assistência farmacêutica; e, o componente de medicamentos de dispensação excepcional. O Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional consiste no financiamento para aquisição e distribuição de Medicamentos de Dispensação Excepcional, para tratamentos de patologias que compõem o grupo 36 Medicamentos da Tabela descritiva do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde SAI/SUS. A responsabilidade pelo financiamento desses medicamentos é do Ministério da Saúde e dos estados, conforme pactuação feita entre os gestores, e a dispensação é responsabilidade do estado. **

5 De acordo com o Pacto pela Saúde, aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), em 2006, entre outras responsabilidades o município deve promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em conjunto com as demais esferas do governo, o acesso da população aos medicamentos, cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, promovendo seu uso racional, observadas as normas vigentes e pactuações estabelecidas. Recentemente foi aprovada a Lei nº 12.401, de 28 de abril de 2011, que Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde SUS. Esta Lei estabelece que a assistência terapêutica integral referida na Lei nº 8.080, de 1990 (alínea d do inciso I do art. 6 o ) consiste em: i) dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P (adiante explicado); e, ii) oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado. Podemos observar que a Lei nº 12.401, de 2011 contemplou a assistência terapêutica integral, que inclui a oferta de medicamentos, nos regimes domiciliar, ambulatorial e hospitalar e que esta integralidade da assistência terapêutica a ser prestada no âmbito do SUS, dependerá da dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado. A Lei também define, no art. 19-P que, na falta de protocolo, a dispensação será realizada: i) com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); **

6 ii) no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e, iii) no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. A Lei nº 12.401 define, ainda, o que são produtos de interesse para a saúde, bem como traz as definições de protocolo clínico e de diretriz terapêutica. Estabelece também que o Ministério da Saúde será o responsável pela incorporação, a exclusão ou a alteração, pelo SUS, de novos medicamentos, produtos e procedimentos e a constituição ou alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica. Para este objetivo, será assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que contará com a participação de um representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de um representante, especialista na área em debate, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. Entendemos, pois, que a nova legislação superou o propósito do Projeto de Lei em análise, qual seja o fornecimento pelo SUS de medicamentos necessários ao cuidado integral dos pacientes na modalidade domiciliar quando necessário. Este é o objetivo, também, de todos os projetos de lei apensados, que mudam apenas a forma da redação, a lei objeto da alteração ou a metodologia da operacionalização da entrega domiciliar. Temos que estar sempre conscientes de que o SUS é operacionalizado pelos três entes federados e que a execução cabe principalmente aos municípios. A legislação atual e as normas regulamentares atualmente vigentes, estabelecem a política necessária a este arranjo trimembrado e já contemplam o objetivoalmejado pelo projeto principal e pelos seus apensados. Não há vazio legal neste tema. Entretanto, sabemos que estamos longe de uma perfeita consonância entre a lei e o cotidiano do SUS. Sabemos que a assistência farmacêutica, apesar de ter melhorado muito, ainda apresenta falhas de falta de medicamentos, principalmente. Enfim, sabemos que o SUS real é diferente daquele que está desenhado nas leis. **

7 Mas, para agirmos com mais eficiência, precisamos identificar corretamente onde está o problema. Temos problemas, certamente, no campo da gestão. Os municípios, principalmente, ainda precisam se estruturar de forma mais profissional, com uma administração pública ágil, eficaz e ética. Entretanto, é na área do financiamento que se localiza o principal padecimento do nosso sistema de saúde. O SUS é subfinanciado. Já fizemos inúmeros debates nesta Comissão sobre este assunto, onde identificamos que o gasto público com a saúde no Brasil é menor que nossos vizinhos, bem mais carentes do que nós, como o Uruguai, a Argentina e a Colômbia, para ficar apenas em poucos exemplos. Então, a tarefa mais importante para esta Casa, neste momento, é discutir e enfrentar a questão do financiamento da saúde no Brasil. Precisamos avançar na discussão do que propunha o Projeto de Lei apresentado pela sociedade brasileira, também conhecido como Saúde Mais 10, que aumentava o gasto do Governo Federal com a saúde. Derrotados neste propósito, vamos novamente à luta. Temos novos projetos e uma nova Comissão constituída, dentro desta CSSF, que está esquadrinhando todo o processo orçamentário da União, em busca de alternativas e novas formas de financiamento do SUS. Esta é a luta mais estratégica para que os pacientes, todos eles, tenham uma melhor assistência farmacêutica. Por todo o exposto, nosso voto é pela rejeição do Projeto de Lei nº 1.836, de 2007, bem como dos seus apensados, o Projeto de Lei nº 3.054, de 2008; o Projeto de Lei nº 960, de 2011; o Projeto de Lei nº 3.383, de 2012; o Projeto de Lei nº 4.746, de 2012; o Projeto de Lei nº 691, de 2015; e o Projeto de Lei nº 2.578, de 2015. 2015_17065 Sala da Comissão, em de de 2015. Deputado DARCÍSIO PERONDI Relator **