Célula ACTIVIDADE EXPERIMENTAL. Observação de Células Eucarióticas ao MOC. Objectivos



Documentos relacionados
E.S. de Valença. Trabalho realizado por: Tiago Emanuel Urze Afonso nº21 10ºB

Observação microscópica de seres vivos de uma infusão

Observação de células da epiderme do bolbo da cebola (allium cepa)

Observação de células eucarióticas ao microscópio óptico

Observação da célula eucariótica vegetal: Amiloplastos e grãos de amido em batata (Solanum spi);

Actividade Laboratorial Biologia 10º Ano. OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS VEGETAIS (Parte I Guião)

Observação de Células Eucarióticas e Microrganismos Eucariontes

Observação Microscópica de células

Escola Secundária Manuel Cargaleiro

CARACTERÍSTICAS DOS ORGANISMOS PROCARIOTAS

Botânica Aplicada (BOT) Assunto: Célula Vegetal

Ficha Sumativa. Onde existe vida na Terra? Ambientes naturais: terrestres e aquáticos.

Teoria Celular. Em , o botânico Schleiden e o zoólogo Schwann formularam a Teoria Celular.

A biodiversidade em diferentes ambientes.

AULA 1 Organização Celular Tipos de Célula. CÉLULAS ANIMAL E VEGETAL Pág. 71

unidade básica da vida

COMO É O LIMITE CELULAR? COMO AS CÉLULAS REALIZAM AS TROCAS COM O MEIO?

Osmose e Plasmólise. Introdução. Materiais Necessários

COMO SÃO AS CÉLULAS?

Sobre a atividade. Quais objetivos tenho que alcançar? Posso usar a atividade em outro momento?

Aula 2 Organelas Celulares, Cortes histológicos, Célula Vegetal x Animal 22/03/2011. Profº Skiba all rights reserved

AULA PRÁTICA N O 1. Microbiologia INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA, MICROSCOPIA E CÉLULAS MICROBIANAS EUCARIÓTICAS E PROCARIÓTICAS

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

Biologia Alternativa E. 02 Alternativa D. 01 Alternativa D. 02 Alternativa E. 03 Alternativa E. 04 Alternativa A.

Constituição do Microscópio Ótico Composto (M.O.C.)

Guia do Picasa Versão 1

CITOLOGIA: ESTUDO DAS CÉLULAS

Observação de células eucarióticas ao microscópio óptico

FORMAÇÃO DO SOLO E AS CONSEQÜÊNCIAS DA EROSÃO

Lição N o 3. Prótidos ou Proteínas. Objectivos de Aprendizagem. Introdução. No final desta lição, você será capaz de:

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE VITAMINA C EM DIFERENTES SUCOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS

Resistência de Bactérias a Antibióticos Catarina Pimenta, Patrícia Rosendo Departamento de Biologia, Colégio Valsassina

UTILIZAÇÃO DOS NOVOS LABORATÓRIOS ESCOLARES

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral)

PRÁTICAS DE BIOLOGIA CELULAR AULA 03

Corte de uma célula em tecido vegetal (epiderme de cebola) vista ao microscópio óptico, após coloração.

PROVA DE BIOLOGIA 2 o BIMESTRE 2012

Rota de Aprendizagem 2015/16 5.º Ano

- Os seres vegetais chamam-se plantas. Vou colocar aqui algumas imagens que ilustram a imensa variedade de plantas do nosso planeta.

ANO LECTIVO MINI LABS PRÉ-ESCOLAR E 1º CICLO 2º CICLO 3º CICLO SECUNDÁRIO NOVAS OPORTUNIDADES

Ficha de trabalho. Microscópio

Abordagem simples aos modos de falha com recurso a um software de organização e gestão da manutenção

"SISTEMAS DE COTAGEM"

ACTIVIDADE LABORATORIAL

Membranas Biológicas e Transporte

Escola da Apel Técnicas Laboratoriais de Biologia. Trabalho elaborado por:

Projeto Matemática 5º ano 4ª série. Objetivos

Lipídios Proteínas Carboidratos (glicocálix)

Ficha 1 Estudo da Célula Disciplina: Ciências Ano: 8 Data: 1º trimestre 2014 Professor(a): Elaine Kozuki Nome do aluno:

CITOLOGIA organelas e núcleo

BIOLOGIA CELULAR Células Procariontes Eucariontes (animal e vegetal)

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR

Características das Imagens obtidas com o Microscópio Óptico Composto (M.O.C.)

A SEGUIR ALGUMAS DICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO CIENTÍFICO

QUÍMICA POR QUE ESTUDAR QUÍMICA?

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCARES

Superlista Membrana plasmática

EXERCÍCIOS DE REVISÃO CITOPLASMA E METABOLISMO

N.14 Abril 2003 PAREDES DIVISÓRIAS PAINEIS PRÉFABRICADOS DE ALVENARIA DE TIJOLO REVESTIDA A GESSO. Estudo Comparativo.

PLANO DE TRABALHOS COM RISCOS ESPECIAIS Execução de pinturas

Escalas. Antes de representar objetos, modelos, peças, A U L A. Nossa aula. O que é escala

PROTOCOLO EXPERIMENTAL - 3

Educadora: Daiana Araújo C. Curricular:Ciências Naturais Data: / /2013 Estudante: 8º Ano

DISCUSSÕES UE/EUA RELATIVAS AO ACORDO SOBRE EQUIVALÊNCIA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

ESTUDO DA CINÉTICA DE REDUÇÃO DO AZUL DE METILENO

Desenhando perspectiva isométrica

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NÃO NATURAIS

Detector de intrusão Série Professional Sabe quando activar o alarme. Sabe quando não o fazer.

Características da imagem em microscopia ótica

Ciências/15 6º ano Turma:

UMC Cotas em desenho técnico (Módulo 2) Componentes gráficos de uma cota: Linha de cota Linha de chamada Setas de cota

A descoberta da célula

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS 5.º ANO

EXAME DE BIOLOGIA Prova de Acesso - Maiores 23 Anos (21 de Abril de 2009)

Aula 1 BIOLOGIA Botânica - Práticas 2012/2013 Departamento de Biologia Vegetal Francisco Carrapiço e Isabel Caçador

Cotagem de dimensões básicas

AS QUESTÕES OBRIGATORIAMENTE DEVEM SER ENTREGUES EM UMA FOLHA À PARTE COM ESTA EM ANEXO.

Bem-vindo ao nosso mundo virtual! Guia do Portal de Ensino à Distância da Get Training 1

Regulamento de utilização

em Microscopio Óptica


Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes

Data: /08/14 Bimestr e:

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO

cromossomos para montagem de um cariótipo? Prof. Zell (Biologia) OS CROMOSSOMOS 04. (UNI-RIO/ENCE) 01.

FEUP RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. VIEIRA DE CARVALHO 1º Ciclo Planificação Anual de Estudo do Meio 1º ano Ano Letivo 2015/2016

Experimento 10: Fermentação. Docente Sala (lab) Grupo

Biologia. Sistema circulatório

Preparação de Soluções

MICROBIOLOGIA. Atividades Práticas 4º ANO

Física Renato Av. Mensal 22/05/14 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

Biologia CITOLOGIA - UNICAMP - VESTIBULARES DE

CAPÍTULO XX APLICAÇÃO DE TINTAS E VERNIZES SOBRE MADEIRAS

AVENTURAS NA CIÊNCIA - O MUNDO MICROSCÓPICO NA PRÁTICA

A NECESSIDADE DE UMA NOVA VISÃO DO PROJETO NOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, FRENTE À NOVA REALIDADE DO SETOR EM BUSCA DA QUALIDADE

Transcrição:

ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Observação de Células Eucarióticas ao MOC Objectivos Identificar estruturas celulares das células vegetais e animais ao MOC. Verificar que os diferentes corantes actuam de modo diferente sobre as estruturas celulares. Introdução As células apresentam uma grande diversidade morfológica e funcional. Existem dois tipos de células: as células eucarióticas e as células procarióticas. As células eucarióticas são organismos muito mais complexos do que as células procarióticas e distinguem-se destas pelo facto de possuírem o seu material genético organizado num compartimento, o núcleo, que se encontra separado do resto da célula por uma membrana plasmática. As células eucarióticas estão divididas em duas categorias: as células animais e as células vegetais. As células vegetais possuem organelos similares aos das células animais, no entanto possuem organelos únicos como a parede celular, os vacúlos. A figura abaixo esquematiza as principais diferenças entre a célula eucariótica animal e a célula eucariótica vegetal. Célula animal célula vegetal

O epitélio é um tecido celular existente nos animais, formado por uma só ou várias camadas, que limita as superfícies externas e internas do corpo e que pela forma das células se pode distinguir em epitélio pavimentoso, cilíndrico e cubico. O epitélio bucal é, tal como o próprio nome indica, o tecido animal que reveste a mucosa bucal, essencialmente caracterizado por apresentar células arredondadas ou alongadas que apresentam os bordos dobrados devido ao facto de não possuírem uma parede celular rígida como as células vegetais. A observação de material microscópico exige a aplicação de diversas técnicas que permitem uma melhor visualização dos seus componentes, uma vez que as células para além das suas reduzidas dimensões não apresentam contraste entre os seus constituintes. Nesta actividade utilizaremos a técnica de coloração. A coloração é uma técnica importante em microscopia, pois permite evidenciar estruturas celulares pouco perceptíveis. Isto torna-se viável visto que determinados constituintes celulares tendem a absorver certos corantes enquanto que outros não têm essa capacidade. Assim sendo, nesta actividade experimental vamos utilizar a solução de vermelho neutro, soluto de Lugol e a solução de azul metileno. O vermelho neutro é um corante que, usado em baixa concentração, penetra na célula sem a matar (corante vital); em que se verifica que o citoplasma bem como alguns organitos permanecem incolores corando-o apenas os vacúolos de vermelho. Pelo contrário, o azul metileno é um corante básico que actua preferencialmente sobre o núcleo, corando-o de azul e o soluto de Lugol, cora o amiloplastos, já que é um corante que cora o amido.

Material Microscópio Lâminas e Lamelas Bisturi Pinça Papel de filtro Conta-gotas Palito Cebola Células de epitélio lingual Solução de azul de metileno Agua iodada Vermelho neutro Cuidados Ter algum cuidado no manuseamento: Das pinças, lâminas, lamelas e dos corantes. Não deixar a objectiva de maior ampliação tocar na preparação Não comer, não beber durante a realização da actividade. Guardar o azul de metileno longe de substâncias incompatíveis, de fontes de ignição e de formação de lixo.

Procedimento I Células da epiderme da túnica da cebola Allium cepa (células vegetais) 1- Coloque sobre três lâminas uma gota de vermelho neutro; uma gota de azul de metileno; uma gota de água iodada; 2- Com o auxílio de uma pinça, retire um fragmento de epiderme da face côncava de uma túnica da epiderme da cebola;

3- Divida o fragmento em três porções com o bisturi, e coloca cada uma delas distendida sobre o corante em cada lâmina; 4- Cubra as três preparações com as lamelas e observa-as ao microscópio;

5- Desenhe o que observas, legendando correctamente. Célula

Fotografias Célula Células da epiderme da túnica da cebola coradas com vermelho neutro. 2 6 4

Células da epiderme da túnica da cebola coradas com azul de metileno. 3 4 2 1

Células da epiderme da túnica da cebola coradas com soluto de lugol. 3 4 2 1 5

Cromoplastos da polpa do tomate Célula

II Células do epitélio lingual (células animais) 1- Com um palito desinfectado raspa levemente a superfície da língua 2- Coloque o produto obtido sobre uma lâmina e espalha as células com a ajuda da lamela de modo a obteres uma camada fina (técnica de esfregaço) 3- Cobre com a lamela 4- Ente a lâmina e a lamela coloque uma gota de azul de metileno pela técnica de irregação

5- Retire o excesso colocando um pouco de papel de filtro junto ao bordo da lamela Célula 6- Observe a preparação utilizando diferentes preparações

7. Desenhe o que observas, legendando correctamente. Célula

Fotografias Células do epitélio lingual com azul de metileno células animais 1 2 3 1-Citoplasma 2-Núcleo 3-Membrana celular 4-Parede celular 5-Vacúolo 6-Organitos citoplasmáticos

Interpretação e Discussão de Resultados 1.Quais são as estruturas ou organelos que ficaram evidenciados quando se coraram as células com as soluções de soluto de lugol, azul de metileno e vermelho neutro? Com soluto de soluto de lugol observamos o núcleo a parede celular e amilopastos, com azul de metileno o núcleo e com o vermelho neutro os vacúolos. 2.Justifique a razão de se afirmar que os corantes utilizados são selectivos? São selectivos porque cada um actua de forma específica e divergente sobre a célula, ou seja coram um determinada estrutura evidenciando-o. 3. Como distingues as células animais das células vegetais? Ausência da parede celular, vacúolos de grandes dimensões e plastideos na célula animal, presentes na célula vegetal 4. Que característica distingue estes dois tipos de células e não são visíveis ao microscópio óptico? centríolos 5. Qual a importância da parede celular nas células vegetais? A parede celular confere a estas células, rigidez e protecção, é uma via para o movimento de água e sais minerais; contribui para a estabilidade das células vizinhas. 6. Supondo agora que realizas uma actividade experimental semelhante utilizando a polpa de tomate. Que diferenças esperarias encontrar entre estas células e células da cebola? Estas células são ambas células vegetais, a diferença que encontraria seria apenas em termos de plastídeos. As células da cebola possuem amiloplastos (estruturas que acumulam o amido) e as células da cebola possuem cromoplastos (acumulam um pigmento avermelhado, o licopénio).

7. Realiza o respectivo relatório da actividade (o relatório deve conter os objectivos, a introdução, o material utilizando, procedimento, resultados, discussão dos resultados, conclusão e bibliografia). Relatório da actividade Titulo: Observação de células eucarióticas ao MOC Objectivos Identificar estruturas celulares das células vegetais e animais ao MOC Verificar que os diferentes corantes actuam de modo diferente sobre as estruturas celulares. Introdução Na introdução do trabalho experimental realizado os alunos devem descrever as características dois as tipos de células que observaram e a técnica utilizada na observação das células vegetais, técnica da coloração (ver a introdução do professor. Material e Procedimento de acordo com a ficha experimental do aluno. Resultados Os alunos devem colocar os esquemas que desenharam das células com a respectiva legenda. Discussão dos resultados Os alunos devem ser capazes de mencionar de acordo com os resultados obtidos para a célula vegetal (células da túnica da cebola) que cada corante actua de modo diferente na célula, ou seja devem referir que tipos de estruturas celulares ficaram coradas com os corantes soluto de lugol, com o vermelho neutro e com o azul de metileno. Espera se uma interpretação deste género:

Com a utilização do soluto de Lugol (agua iodada) foi possível Célula evidenciar os amiloplastos, com o corante vermelho neutro os vacúolos que ficaram corados de azul, o que tornou possível a sua visualização e com o corante azul de metileno o núcleo corados de azul. Em ambas as imagens pude observar o citoplasma, tal como a parede nuclear. Em relação à célula animal (células do epitélio bucal) de acordo com as suas observações devem referir a ausência da parede celular e de cloroplastos. Também devem referir que depois de corar a preparação com o azul de metileno as células ficaram azuis evidenciando assim os núcleos corados de azul, tal como os núcleos das células vegetais, pois este corante e selectivo para esta estrutura celular, assim como a membrana celular e citoplasma coram mas num azul ligeiramente mais claro. Conclusão Com a realização desta actividade os alunos devem concluir que: Cada corante actua de forma específica/selectivo e divergente sobre a célula; o soluto de Lugol cora os amiloplastos, a solução de vermelho neutro cora os vacúolos, e a solução de azul metileno cora o núcleo das células. Existem diversas técnicas de preparação que possibilitam uma melhor visualização dos materiais ao MOC e que os conservam, para além de evidenciarem certas estruturas, como no caso da coloração. As técnicas de coloração são muito importantes na observação das células porque facilitam a observação das mesmas, e proporcionam ao observador um trabalho mais pormenorizado e credível pois permitem evidenciar determinados organitos pelo uso de corantes. A célula eucariótica animal é diferente da célula eucariótica vegetal visto que não possui parede celular. As células vegetais possuem organelos similares aos das células animais, tais como a membrana, citoplasma e núcleo, no entanto possuem organelos únicos como a parede celular, vacúlos e plastídeos.

Bibliografia Célula Matias, Osório; Pedro Martins. 2004. Biologia e Geologia 10º ano. Areal Editores. Nápoles, Anabela Metelo De; Branco, Maria Do Carmo.1997. Técnicas Laboratoriais de Biologia. Didáctica editora. Silva, Amparo Dias DA; Gramaxo, Fernanda; Mesquita, Jorge; Santos, Maria Ermelinda. Terra, Universo de vida 10º ano. Porto editora.