ALEGRIA PERSONAGENS: Duas amigas entre idades adolescentes. ALEGRIA:... TATY:... Peça infanto-juvenil, em um só ato com quatro personagens sendo as mesmas atrizes, mostrando a vida de duas meninas, no ontem e no hoje, dois tempos na vida de duas garotas. 0
CENA ÚNICA (Em determinado momento duas meninas, encontram-se brincando e de repente começam a conversar. Taty, a mais velha das duas, sempre leva a vida cantando, e tocando sua flauta) TATY: (toca uma flauta e canta um trecho de uma música) Sei, eu não quero ser grande, dá tanto trabalho. Imagine só... Quero viver cantando, quem sabe sempre tocando essa minha flauta. ALEGRIA: Mas não devemos ser assim... TATY: Não embaça menina, tem nada a ver! ALEGRIA: Olha Taty, sei que arrumar a casa dá trabalho, mas eu quero ser grande sim, e poder sempre com alegria arrumar minha casa, e como já faço dar sempre um toque especial nela. Pois quem vê a casa sempre arrumada demonstra todo carinho e respeito pelo que tem. TATY: Você já arruma a sua casa damais. Não minha amiga, eu já tenho quem, faça isto. Vejo-me como aquela que tudo tem, e não deixa que passe despercebido. Para isto tenho sempre alguém para me dar, meu pai e minha mãe... ALEGRIA: Sim porque não? Também tenho, mas arrumo a casa, saio com minha mãe para fazer algumas compras, pago, o quanto é preciso, justifico sempre pro papai, o que tenho feito, e depois ainda faço a minha lição. Não gosto de reclamação! TATY: Quer dizer que você minha alegria não brinca, né. 1
ALEGRIA: Gosto muito de brincar, mas só depois que faço minha lição de casa. Pra falar a verdade pra você minha amiga... Sou criança, gosto de brincar, gosto de ir à praia, tomar uma fresquinha, sentir a brisa, como diz a mamãezinha, e depois volto pro meu quarto, para ler e estudar. Nas horas de folga gosto de um pouco também abusar, mas sou igual a todos, eu penso muito num futuro, penso que possa bem trabalhar. TATY: Mas somos ainda crianças, e como sendo temos todo o direito de viver brincando. Eu por exemplo, não quero saber de tanta aporrinhação, sei lá, estudar, ler um livro... (com jeito de indgnação). Não minha filha, eu não quero deixar de ser criança. Quero sempre assistir televisão, passar pelo menos o dia inteiro. Eu só quero boa vida, pra que tanto trabalhar, você tem é que cantar, dançar... Agora quando crescer, eu quero ser uma das melhores cantoras, quero ganhar muito dinheiro, tendo meus serviçais fazendo tudo que quero pra mim, em qualquer outro lugar. Viver como sendo uma rainha, só mesmo tendo tudo que quero em minhas mãos.mas só isto o tempo vai me mostrar. ALEGRIA: Mas para isto é preciso que você saiba cantar, e para cantar você precisa estudar. Porque só estudando, é que poderemos ser e ter alguma coisa. Para isto é preciso que você conheça pelo menos uma nota musical, ou você quer ser, como a cigarra que todos os dias se vê cantando em cima de uma árvore sem com nada se preocupar, e quando, por exemplo, vem à chuva e o frio, sofre porque só quer saber de cantar sem parar, e nem sequer estuda o bê a bá. TATY: Ah, mais a cigarra é muito boba, burra que nem ela somente o burro que nem mesmo sabe como na vida pensar, e eu penso minha filha, penso em comer um bom pedaço de pizza, ir ao Shopping, tomar um refresco bem gostoso de uva. ALEGRIA: Você é tonta mesmo! Eu, também gosto Taty, mas eu peço pra mamãe, ou até mesmo eu faço. Faço bem antes de ir pro meu quarto. Pois, com alegria eu gosto de sempre estar com as minhas coisas bonitinhas, bem arrumadinhas para que ninguém venha de mim alguma coisa reclamar. TATY: (risos)... Eu não minha filha, nem estou aí para aqueles que queiram falar de mim, eu tenho de tudo que quero nas mãos, nem sequer estudo só depois, passo o tempo no computador, ou vendo televisão. Papai nem está aí, nem mesmo à mamãe, reclamam, 2
se reclamam depois esquecem; até confesso, eu choro, mas eles trabalham e me dão de tudo que quero. ALEGRIA: Olha Taty, posso dizer pra você pela amiga que sou, que nada é tão fácil assim. Mas reflete um pouco e veja que quando a gente quer alguma coisa, tem sim que arrumar a casa e estudar, estudar para ter uma vida melhor, sem se ver como coitada mais tarde. TATY: Ah, garota também não é assim. Eu tenho tudo que papai e mamãe me dão. Você assim parece ser tão chata, e briguenta com seus irmãos. Toda arrumadinha, fazendo tudo direitinho... sabe de uma coisa, não quero mais brincar, vou assistir aos meus programas na Tv, antes mesmo de alguma discursão. Isto fica pra você que é metida a certinha, mas é barraqueira. Tudo que faz, faz sorrindo. Pra você parece que tudo se encontra em paz. ALEGRIA: Não pense assim, pare de sonhr, Taty. Eu gosto de você e me sinto bem alegre quando você mesmo não querendo me escuta, e faz alguma coisa para ajudar ao seu papai e a sua mamãe. TATY: Não enche com essa tua mania de querer ser isto ou aquilo. Tchau, fui, não quero ouvir mais nada. (E assim depois de algum tempo, elas se reencontram já mocinhas. Porém, Alegria se ver bem mais bonita e como sempre contente, enquanto a Taty, se ver triste e reclamando da vida que parece ser nem tanto alegre. E ela nem mesmo se preocupou em querer estudar.) ALEGRIA: Oi, Taty! Como vai você minha amiga? Como tem passado? Já faz alguns anos que não lhe vejo, e você simplesmente sumiu, abandonou as suas amizades? Que tens feito desta vida tão alegre e bonita, menina. TATY: Lá vem você novamente com toda essa estória de ser alegre por isso e por aquilo. Pro seu governo dona de tudo, eu não ando nada bem, e mesmo assim não quero nem saber, não venha encher, o saco. Tenho andado triste sim, dona Alegria, nem mesmo mais canto, nem toca minha flauta, e tudo depois que papai e mamãe se foram, tudo ficou triste pra mim. (relembra um pouco de quando mais nova, neste momento pode se trabalhar com cenas dela brincando de cantar. Essas cenas podem ser 3
apresentadas através de imagens num datashow.) Mas nem sequer me preocupei com tudo que passei, em cantar ou sorrir. Sabe pra dizer que de nada não reclamo, minha vida mudou um tanto, e tudo que eu tinha perdi. Não tenho mais o que tinha, nem mesmo sou a mesma que sempre fui; vejo-me mais chateada com tudo que acontece comigo. Talvez seja hoje o contrario de você que é e sempre foi essa alegria. ALEGRIA: Minha amiga, se assim ainda posso chamar, a vida por muito que não queira de tudo um pouco nos ensina, e nada por nada temos o direito de reclamar dela. Eu me encontro bem mais alegre e por acaso, por ser deste jeito, hoje sou bem mais radiante, sou modelo de uma grife importante, trabalho desfilando pelas passarelas, e nada reclamo porque tudo que quis ser consegui. Sou exemplo de tudo e um pouco de tudo já fiz para me sentir para ser o que sou. Mas vamos comigo porque amiga que é amiga não gosta de ver outra amiga na rua da amargura. Pro seu interesse se é que você ainda não sabe, propaganda faz diferença. É isto eu quero sempre fazer, propaganda da minha alegria, expandir minha beleza, afugentando qualquer tristeza. Não quero ver meus amigos sofrendo. Portanto, vamos! TATY: Tudo bem; vamos sim! Confesso que reconheço meu erro. Mas ainda tenho tempo para tudo recomeçar de um modo mais inteligente e bem melhor. Ainda penso em ser cantora, e não vou morrer a minguá como a dona cigarra que morreu numa hora, num dia qualquer num frio de arrepiar. Mas mesmo assim, antes de tudo vamos dar uma volta no tempo, temos o direito de sermos o que somos, mesmo que tudo pareça ser tão somente sonho. (Ao fundo ouve-se alguma música que aos poucos vai subindo, e Taty, saí com a amiga cantando bem alegre) FIM Alexandre Oliveira 11 / 03 / 2010. Este texto se encontra a disposição de quem queira montar, basta que tenha a permissão por escrito do autor. 4