P l a n o d e P o r m e n o r da Á r e a d e L o c a l i z a ç ã o E m p r e s a r i a l da Be n e d i t a



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Transcrição:

Plano de Pormenor da Área de Localização Empresarial da Benedita Termos de Referência Setembro 2011

ÍNDICE 1. Nota Introdutória 4 1.1. Identificação dos Proprietários e dos Promotores 5 1.2. Enquadramento Legal do Plano 5 2. Conteúdo Material e Documental 7 3. Definição da Oportunidade de Elaboração do Plano de Pormenor da Área de Localização Empresarial da Benedita 9 3.1. Base Programática 12 4. Localização da Área de Intervenção 14 5. Breve caracterização da ocupação actual do Território 16 6. Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial 18 6.1. Enquadramento no Plano Director Municipal de Alcobaça 19 6.1.1. Ordenamento 19 6.1.2. Servidões e Restrições de Utilidade Pública 20 6.2. Medidas Preventivas da Linha Ferroviária de Alta Velocidade 21 2

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Área de Intervenção do PPALEB 4 Figura 2. Área de Intervenção do Plano de Pormenor 9 Figura 3. Localização da Freg. da Benedita e da Área de Intervenção sobre a Carta Militar do Exército 14 Figura 4. Localização do PPALEB e da freguesia da Benedita no quadro das vias que compõem o PRN 15 Figura 5. Ocupação actual do solo na área de intervenção e envolvente 16 Figura 6. Fotografias da Área de Intervenção 17 Figura 7. Adaptação da Planta de Ordenamento do PDM de Alcobaça 20 Figura 8. Adaptação da Planta de Condicionantes do PDM de Alcobaça 21 Figura 9. Troço da área de intervenção do PP sujeito às medidas preventivas da LAVE 22 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1. Artigos integrados na área de intervenção do PPALEB 5 Quadro 2. Instrumentos de Gestão Territorial no Concelho de Alcobaça 18 3

1. Nota Introdutória O presente documento cumpre os efeitos determinados pelo artigo 74.º, n.º 3, do Decreto-Lei nº 380/99, 22 de Setembro, na sua redacção actual, constituindo os Termos de Referência para a elaboração do Plano de Pormenor (PP) da Área de Localização Empresarial da Benedita (ALEB), Freguesia da Benedita, Concelho de Alcobaça, representada na Figura 1, adiante designado por Plano de Pormenor da Área de Localização Empresarial da Benedita (PPALEB). Figura 1. Área de Intervenção do PPALEB Fonte: Instituto Cartográfico do Exército Para o efeito, este documento procura enquadrar a intervenção no procedimento tendente a alterar a classificação de solo, nos termos da normativa vigente, 1 estabelecendo, entre outros elementos, o enquadramento territorial e legal ao Plano, o enquadramento da área de intervenção nos instrumentos de 1 Para além do RJIGT, atendeu-se igualmente ao disposto à norma de procedimentos da Elaboração e Aprovação de Planos de Urbanização e Planos de Pormenor, disponível em www.ccdr-lvt.pt 4

gestão territorial e condicionantes legais em vigor e a fundamentação de oportunidade e a base programática que se propõe desenvolver. 1.1. Identificação dos Proprietários e dos Promotores A área de intervenção do Plano é constituída por um único prédio, constituído por vários artigos, propriedade da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA), melhor identificado no Quadro 1 inscrito. Natureza e identif. do artigo Designação Proprietário Descrição Área (cadastral) Confrontações Norte: Luis Ramalho e Outros 458 Urbano 459 Urbano 4543 - Rústico Quinta da Serra CMA Prédio Misto 1500000 m 2 Sul: Herd. de Joaquim dos Santos Nascente: Cumeada da Serra dos Candeeiros Poente: José Castelhano, herd. de Manuel Crisóstomo e Estrada Nacional 1 Quadro 1. Artigos integrados na área de intervenção do PPALEB Fonte: Câmara Municipal de Alcobaça Constitui promotor único do PPALEB a Câmara Municipal de Alcobaça. 1.2. Enquadramento Legal do Plano A elaboração do plano de pormenor obedece à seguinte legislação específica: Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção conferida pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro que estabelece o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio, que fixa os conceitos técnicos nos domínios do Ordenamento do Território e do Urbanismo a utilizar nos Instrumentos de Gestão Territorial (IGT); Decreto Regulamentar n.º 10/2009, de 29 de Maio, que fixa a cartografia a utilizar nos IGT, bem como, na representação de condicionantes; Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de Maio, que estabelece os critérios uniformes de classificação e reclassificação de solo, bem como, os critérios e as categorias de qualificação do solo rural e urbano, aplicáveis a todo o território nacional; Portaria n.º 138/2005, de 2 de Fevereiro (fixa os demais elementos que devem acompanhar os planos municipais de ordenamento do território). 5

Supletivamente, dispõe o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, acerca da necessidade de sujeitar a procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) de todos os Planos e Programas, nos termos do tipificado no artigo 3.º Âmbito de Aplicação, o que inclui os Instrumentos de Gestão Territorial. O RJIGT, clarifica que a sujeição, ou não, de um Plano a este procedimento depende das suas características, designadamente: 1. Caso implique a utilização de grandes superfícies em termos de áreas; 2. Caso sejam susceptíveis de ter efeitos significativos no ambiente; 3. Quando se integrem nas definições constantes do anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, que define critérios de determinação da probabilidade de efeitos significativos no ambiente. Atendendo a que: 1. O PP promove a alteração de uso do solo prevista no Plano Director Municipal (PDM) de Alcobaça para a área de intervenção; 2. A área de intervenção encontra-se abrangida por um significativo conjunto de servidões e restrições de utilidade pública, destacando-se entre elas, a Rede Natura 2000 e o Parque Natural da Serra D Aires e Candeeiros (PNSAC); 3. As áreas de logística empresarial encontram-se sujeitas a procedimento de AIA, quando ultrapassem os 10 ha. Conclui-se que o presente Plano de Pormenor deve ser sujeito a procedimento de AAE, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 232/2007. 6

2. Conteúdo Material e Documental A figura de Plano de Pormenor (PP) enquadra-se nos Planos Municipais do Ordenamento do Território (PMOT) tipificados na Lei, regendo-se pelo disposto nos artigos 90.º a 92.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção actual, em termos de objecto, conteúdo material e documental. Ao nível do conteúdo material, o plano de pormenor deverá identificar os valores naturais a salvaguardar, explicitar a situação fundiária actual e proceder à sua transformação, definir o desenho urbano, a distribuição de funções, os parâmetros urbanísticos e o partido arquitectónico, programar as acções de perequação compensatória para distribuição dos benefícios e dos encargos, sempre que aplicável, e identificar o sistema de execução, em conformidade com o disposto no RJIGT. O PPALEB deverá ser instruído de acordo com o disposto nos artigos 92.º e 92.º - A do Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro e Portaria n.º 138/2005, de 2 de Fevereiro, com as necessárias adaptações, conforme seguidamente se expõe. Além desta moldura legal de enquadramento, também outras, nomeadamente as referentes às Condicionantes Legais, obrigam a processos distintos no âmbito do Plano de Pormenor, designadamente: Avaliação Ambiental Estratégica Decreto-Lei n.º 232/2007; Alteração da Reserva Ecológica Nacional (REN) na área de intervenção Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto. Estes procedimentos resultam igualmente da obrigatoriedade do Plano marcar as Servidões e Restrições de Utilidade Pública em presença na sua área de intervenção nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 92.º do D.L. n.º 380/99 na sua actual redacção. Na elaboração do PP, bem como na definição e estruturação do respectivo conteúdo, deverá ser ainda atendida, para além da legislação anteriormente mencionada, questões de ordem específica da área de intervenção e do contexto urbanístico, económico e social em que este se insere. Neste contexto são descritos de seguida os elementos que devem compor o PPALEB: Documento A Elementos que Constituem o Plano A.1. A.2. A.3. Regulamento Planta de Implantação Síntese Planta de Condicionantes Documento B Elementos que Acompanham o Plano Peças Escritas B.1. B.2. B.3. Relatório de Fundamentação do Plano Programa de Execução e Plano de Financiamento Relatório Ambiental 7

Documento C Elementos que Acompanham o Plano Peças Desenhadas C.1. C.2. C.3. C.4. C.5. C.6. C.7. Planta de Localização Planta de Enquadramento Planta da Situação Existente Planta de Cadastro Planta de Transformação Fundiária Planta de Explicitação do Zonamento Peças Técnicas de Trabalho Documento D Delimitação das Condicionantes Legais na Área de Intervenção do Plano D.1. D.2. D.3. Alteração da Reserva Ecológica Nacional Dossier de Servidões e Restrições de Utilidade Pública aplicadas ao Plano Estudo hidrológico/hidráulico 8

3. Definição da Oportunidade de Elaboração do Plano de Pormenor da Área de Localização Empresarial da Benedita A região da Benedita beneficia de uma posição geoestratégica no contexto nacional, sobretudo por se tratar de uma das localidades atravessadas pela Estrada Nacional 1 (EN1) / Itinerário Complementar 2 (IC2), o que lhe confere uma excelente acessibilidade. À forte acessibilidade de que se encontra dotada a região, junta-se todo um enquadramento económico, regional e local, caracterizado pela relevante predominância e tradição do sector industrial e por um forte empreendedorismo e dinâmica empresarial. EN 1 BENEDITA ALEB Figura 2. Área de Intervenção do Plano de Pormenor Fonte: Google Earth Contudo, a falta de espaço, quer para a implantação de novas empresas/indústrias, quer para a expansão das já existentes, vem-se assumindo como um entrave ao desenvolvimento económico desta região e ao subaproveitamento das suas potencialidades. À escassez de espaço, acresce o desordenamento do território consubstanciado, essencialmente, na localização de indústrias em áreas urbanas/residenciais e rurais. Perante esta realidade, a criação de uma área adequada à localização empresarial, devidamente infraestruturada, e que permita concretizar o forte potencial de crescimento patente na região, é desde há 9

muito uma necessidade do concelho e um anseio demonstrado pelos empresários e industriais da região. No sentido de colmatar esta falta de espaço e de possibilitar o reordenamento do território, pretende a Câmara Municipal promover a criação de uma Área de Localização Empresarial. No entanto, os instrumentos de planeamento em vigor e aplicáveis à área de intervenção atribuem-lhe classificações REN, Outras áreas agrícolas e Áreas do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) que condicionam os usos previstos no projecto proposto no presente PP. Para além destas classificações há ainda que atender ao regime estabelecido para as restrições da REN e Rede Natura 2000, concluindo-se que a presente proposta, no actual quadro, não se assume como compatível com a disciplina de Ordenamento do Território. A viabilização da intervenção que se pretende desenvolver num sítio com condições únicas para a actividade empresarial e em terreno que é propriedade da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) - encontra-se, assim, dependente de um processo de planeamento que pormenorize o modelo de ordenamento territorial do concelho, na área em apreço, promovendo uma alteração do uso do solo que viabilize a ocupação proposta. A execução de um PP, a elaborar nos termos do RJIGT, apresenta-se como o processo mais adequado e expedito para enquadrar a presente intervenção, na medida em que permitirá promover a necessária alteração do uso do solo, bem como desenvolver uma proposta precisa de ocupação física do território, acompanhada de um programa de execução detalhado, com identificação expressa das acções a desenvolver, faseamento, agentes envolvidos e fontes de financiamento. O desenvolvimento do plano de pormenor, no âmbito do qual devem ser elaborados estudos que permitam compreender o território nas suas diversas valências, permitirá, em paralelo, desencadear o processo de redelimitação de condicionantes legais, nomeadamente da REN, processo este decisivo para a intervenção que se preconiza. O planeamento, representado nos seus diversos instrumentos, deve procurar ajustar-se às novas dinâmicas territoriais e às oportunidades emergentes designadamente, e neste caso específico, em função das acessibilidades à área induzidas pelo IC2, procurando adaptar e orientar as procuras para novas formas de ocupação e utilização do território. Esse ajustamento, e a afirmação da existência de condições na área de Alcobaça/Benedita para a implementação de um pólo de acolhimento empresarial, encontra-se, aliás, patente no Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT), 2 no Modelo Territorial, na qual se encontra claramente identificada a ALEB. 2 Aprovado pela RCM n.º 64-A/2009, de 25 de Junho de 2009, publicada em Diário da República Iª Série, n.º 151, de 6 de Agosto de 2001 10

O Esquema do Modelo Territorial do PROT-OVT assenta em três sistemas estruturantes, sendo um o sistema urbano e de competitividade, por sua vez suportado por um conjunto de centralidades articuladas em subsistemas urbanos e por uma malha de áreas de localização empresarial. De facto, a concretização das opções estratégicas do PROT-OVT, no domínio da Indústria e Serviços às Empresas, pressupõe o desenvolvimento de uma rede territorial de espaços de acolhimento empresarial, apontando para a estruturação no território de três Portas Logístico-Empresariais e de uma rede de Áreas de Localização Empresarial Parques de Negócios. Na enumeração das áreas territoriais onde poderão ser implementadas Áreas de localização empresarial Parques de Negócio Regionais o território em torno de Alcobaça é referenciado como um dos que reúne condições potenciais para a implementação de pólos de acolhimento empresarial 3 não apenas pela forte presença, tradição, dinâmica empresarial, potencial de crescimento e atractividade que apresenta como também pela necessidade de reordenamento, reestruturação e requalificação do eixo do IC2 Benedita. A este enquadramento no PROT OVT acresce ainda o facto de a ALEB constituir um dos projectos previstos no Programa de Acção Oeste + 4 Municípios da Lezíria do Tejo. 4 É pois, em todo este quadro, que a elaboração do plano de pormenor se fundamenta. É igualmente no esteio da dinâmica e nos fundamentos constantes neste quadro, que, aquando da decisão de início do procedimento, a câmara encontrou complementarmente os fundamentos abaixo descritos para a decisão de se avançar com uma Área de Localização Empresarial (ALE) no local preciso para o qual se elabora o presente PP: 1. A Área de Localização Empresarial da Benedita (ALEB) situada na Quinta da Serra, freguesia da Benedita, estende-se por uma área de 159 ha e será constituída por lotes destinados a indústria, comércio e serviços, existindo ainda áreas diversas destinadas à implantação de equipamentos públicos. A Nascente encontra-se a Serra dos Candeeiros, a Poente a EN1 e para Norte e Sul existe uma continuidade do Espaço Florestal existente preenchido por plantações de eucaliptos. 2. A criação da ALEB vem responder a uma carência de solo para implantação de novas empresas e também para expansão das empresas existentes quer na Benedita, quer nas freguesias existentes. Terá também um papel preponderante no ordenamento do território com a 3 Extraído de RCM n.º 64-A/2009, de 25 de Junho de 2009, publicada em Diário da República Iª Série, n.º 151, de 6 de Agosto de 2001 4 Associação de Municípios do Oeste (2008) 11

relocalização e concentração de empresas num mesmo espaço devidamente qualificado e infraestruturado. 5 3.1. Base Programática A ALEB não ambiciona ser apenas um mero loteamento industrial mas sim um Parque Empresarial Certificado gerido por uma Sociedade Gestora que apoiará a implantação, o licenciamento, o funcionamento e a promoção das empresas aderentes, sendo ainda responsável pela gestão e conservação dos espaços verdes e outras áreas comuns do parque, dos seus equipamentos e das redes de infra-estruturas. À Sociedade Gestora da ALEB caberá também supervisionar as empresas instaladas de forma a assegurar os limites individuais de instalação e laboração impostos a cada uma delas. Pretende-se também desenvolver o conceito de cluster / vizinhança empresarial, nomeadamente no sector do calçado e do couro, com compatibilização entre diferentes actividades e a prestação de serviços comuns a todas estas empresas (formação tecnológica, criação de design, criação de uma marca e promoção dessa marca ou de consultoria financeira e jurídica). Pretende-se que o conceito para a futura Área de Localização Empresarial assente num núcleo que usufruirá de um moderno conjunto de infra-estruturas tais como rede de esgotos, uma ETAR para tratamento dos afluentes, rede de abastecimento de águas, rede eléctrica servida por uma subestação e vários postos de transformação, rede de drenagem de águas pluviais, rede de distribuição de gás natural; rede de telecomunicações e ao mesmo tempo beneficiando de ligações directas a uma via estruturante para a indústria e comércio do pais, a EN1. As empresas poderão ainda contar com um conjunto de equipamentos colectivos que apoiarão a sua implantação, o seu funcionamento e a sua promoção (entre os quais uma nave de exposições e o edifício sede da sociedade gestora onde poderão ser ministrados cursos de formação profissional) e também um conjunto de edifícios de apoio social para os seus funcionários e restante comunidade local. O desenvolvimento da solução urbana do PPALEB deverá fundamentar-se nos seguintes eixos programáticos: 1. Não ocupar áreas de maior sensibilidade ambiental integradas na superfície constituinte do PPALEB; 5 CMA (2007) in Caderno de Encargos para o Desenvolvimento de uma Solução Urbanística da Área de Localização Empresarial da Benedita. 12

2. Executar uma solução urbanística que possa ser faseada de forma modular, facilitando o desenvolvimento da ALEB em função do mercado e diminuindo custos associados a um investimento inicial desnecessário e massivo; 3. Estruturar uma organização de funções no espaço, que permita identificar as áreas de lazer, os serviços de apoio e gestão da ALEB e a zona de actividades económicas; 4. Adaptar a proposta às condições física do local diminuindo impactes e custos de execução e manutenção. 5. Estruturar e prever um prolongamento visual e físico da Av. da Igreja da Benedita, de que resultará a necessidade de se prever a ligação preferencial à EN1 na área envolvente imediata ao entroncamento da Av. da Igreja com a EN1; 6. Definir como via estruturante e de acesso (principal) à ALEB o nó de ligação à EN1; 7. Criar parcelas de dimensão diferenciada, permitindo acolher diferentes tipos de actividades, e que possam ser adaptáveis entre si às necessidades de mercado, designadamente a nível regulamentar; e 8. Estabelecer uma frente digna da ALEB em relação à EN1, permitindo uma visualização fácil para o conjunto de actividades que se possam aí instalar e que tenham no seu âmbito de funções incorporada a necessidade de montra para a via. 13

4. Localização da Área de Intervenção A área de intervenção do PPALEB localiza-se na freguesia da Benedita, a freguesia mais meridional no contexto do Concelho de Alcobaça, nas proximidades imediatas da localidade com o mesmo nome e a cerca de 14 km da sede de Concelho. Ocupando uma área total aproximada de 159 ha, a propriedade situa-se num local designado por Quinta da Serra, contíguo à EN1, via que constitui o único acesso à área de intervenção do PP. Por tal, o local encontra-se dotado de excelentes acessibilidades a toda a região que medeia entre a Auto-Estrada 1 / Itinerário Principal 1 (A1/IP1), facto que contribui e fundamenta a sua atractividade como área de localização empresarial, e que justificou a compra do terreno pela autarquia. De relevar que a EN1, além de ligar, entre outras localidades na envolvência à Benedita como Rio Maior, Porto de Mós, ou Batalha, permite ainda a ligação à A15, que por sua vez dá acesso à A8, que atravessa o Concelho de Alcobaça no sentido Norte/Sul. Freguesia da Benedita Área de Intervenção Figura 3. Localização da Freg. da Benedita e da Área de Intervenção sobre a Carta Militar do Exército Fonte: Instituto Cartográfico do Exército 14

Os limites da propriedade representam um polígono significativamente regular, com formato rectangular, com um desenvolvimento ligeiramente maior no sentido Este Oeste e com menor desenvolvimento no sentido Norte Sul, paralelo à EN1 / IC2. A Nascente encontra-se a Serra dos Candeeiros, a Poente a EN1 (sendo que para Oeste da mesma ainda se encontra uma pequena faixa de terreno que integra a área de intervenção) e para Norte e Sul existe uma continuidade do espaço florestal existente actualmente preenchido essencialmente por plantações de eucaliptos. Freguesia da Benedita Área de Intervenção Figura 4. Localização do PPALEB e da freguesia da Benedita no quadro das vias que compõem o PRN Fonte: Estradas de Portugal - Plano Rodoviário Nacional De referir e salientar desde já que a área de intervenção insere-se totalmente em Rede Natura 2000 Sítio das Serras de Aires e Candeeiros - e no Parque Natural das Serras D Aire e Candeeiros. 15

5. Breve caracterização da ocupação actual do Território Tendo como base a fotografia aérea e o levantamento de campo efectuado, foram identificados de forma mais pormenorizada, os usos actuais do solo na área de intervenção e na sua envolvente próxima os quais se encontram sinteticamente representados na planta seguinte, cujas categorias e classes se baseiam no COS2007 6, sendo representados na figura de seguida inscrita. Figura 5. Ocupação actual do solo na área de intervenção e envolvente A área de intervenção apresenta os seguintes usos na respectiva ocupação do solo: Áreas florestais de folhosas (floresta de produção - eucaliptos) distingue-se nesta classe de ocupação duas áreas, uma com novas plantações de eucaliptos, localizada a Oeste e a Estes do IC2, que corresponderá à área de Espaços florestais degradados, cortes e novas plantações identificada na Carta de Ocupação do Solo do Atlas do Ambiente, outra, mais próxima à Serra dos Candeeiros, na qual não se verificam cortes ou plantações recentes; 6 Instituto Geográfico Português (IGEO) - Nomenclatura da carta de uso e Ocupação do Solo de Portugal Continental para 2007 16

Ocupação arbustiva e herbácea - esta ocupação encontra-se presente em áreas intersticiais no interior da floresta de produção de eucaliptos, ao longo das linhas eléctricas que atravessam a área de intervenção, e decorre da servidão das infra-estruturas eléctricas; Vegetação arbustiva baixa Matos esta ocupação verifica-se na área constituída por uma das vertentes da Serra dos Candeeiros na qual ocorrem valores naturais, classificados Habitats Naturais de Interesse Comunitário, e como integrados na Rede Natura 2000. Outros espaços fora do tecido urbano área ocupada por edifícios devolutos. Novas plantações de eucaliptos Floresta de folhosas e Matos (Habitats Naturais) Linhas eléctricas e vegetação arbustiva e herbácea Ocupação arbustiva e herbácea Figura 6. Fotografias da área de intervenção Na envolvente imediata à área de intervenção, para norte e para sul, existe uma continuidade dos usos existentes na mesma (áreas florestais e ocupação arbustiva e herbácea), verificando-se ainda: Em área contígua ao limite norte a implantação de instalações suinícolas, o mesmo acontecendo a sul, embora em localização mais afastada dos limites da área de intervenção; No limite este da área de intervenção a localização de uma exploração de extracção de massas minerais (pedreira). 17

6. Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial O Concelho de Alcobaça encontra-se abrangido por um conjunto de IGT enumerados no Quadro 2 abaixo inscrito. ÂMBITO PLANO PNPOT - Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território PBH Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo PBH Plano de Bacia Hidrográfica do Lis NACIONAL Planos Sectoriais PBH Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste PROF Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste Plano Sectorial da Rede Natura 2000 PEOT POAP Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros POOC Alcobaça Mafra REGIONAL PROT- Oeste e Vale do Tejo PDM Alcobaça PP Quarteirão entre R. Joaquim M. Lemos e a R. José V. Oliveira - São Martinho do Porto PP Quinta da Cova da Onça MUNICIPAL PP Quinta das Freiras PP Z. Marginal e da Baía de São Martinho do Porto PP Z. Industrial Casal da Areia PP Av. Nova da Igreja Benedita PP Pinhal do Santíssimo Quadro 2. Instrumentos de Gestão Territorial no Concelho de Alcobaça Fonte: Adaptado de Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano O PPALEB, no seu conteúdo material e documental, deve efectuar o devido enquadramento nos mesmos, apontando-se no presente documento de Termos de Referência apenas a análise no âmbito do actual PDM, uma vez que se procede à alteração substancial da actual classificação de solo. 18

De referir desde já que, atendendo à localização do PPALEB, a mesma não se integra nas áreas de intervenção de qualquer outro PMOT, para além do Plano Director, bem como, dos seguintes Planos Sectoriais e Especiais: Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo, Plano de Bacia Hidrográfica do Lis e POOC Alcobaça Mafra. Chama-se igualmente à atenção no presente documento relativa à situação particular das medidas preventivas relativas à Linha de Alta Velocidade de Lisboa Porto. 6.1. Enquadramento no Plano Director Municipal de Alcobaça 6.1.1. Ordenamento O Concelho de Alcobaça dispõe de Plano Director Municipal plenamente eficaz, aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 177/97, de 25 de Setembro (publicada em Diário da República n.º 248, da I Série - B de 25 de Outubro de 1997). Este estabelece a classificação e a qualificação do solo em toda a área do território concelhio, através da qual é regulamentado o uso, a ocupação e transformação do solo. Assim, uma análise completa de enquadramento da proposta no quadro do Plano Director Municipal de Alcobaça (PDMA), terá de atender à análise das três peças fundamentais do Plano, a saber: Planta de Ordenamento; Planta de Condicionantes; Regulamento. A área de intervenção do Plano de Pormenor, segundo o modelo de ordenamento do PDMA localiza-se: Integralmente na classe de espaços de Protecção da Paisagem e Recursos Naturais, categoria de Reserva Ecológica Nacional, e no extremo Leste, na categoria de Áreas Florestais percorridas por incêndios; Parcial, mas maioritariamente, na classe de Espaços Agrícolas, categoria de Outras Áreas Agrícolas ; Parcialmente na classe de Espaços Naturais, na categoria Áreas do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. 19

Figura 7. Adaptação da Planta de Ordenamento do PDM de Alcobaça Fonte: PDM de Alcobaça 6.1.2. Servidões e Restrições de Utilidade Pública Esta planta identifica todas as servidões e restrições de utilidade pública existentes no Concelho, e com dimensão suficiente para serem representadas no PDM. Na área de intervenção do PP, e de acordo com a Planta de Condicionantes do PDM de Alcobaça, verifica-se a ocorrência das seguintes condicionantes: Reserva Ecológica Nacional Domínio Hídrico Áreas florestais percorridas por incêndios Terrenos municipais submetidos a regime florestal parcial Parque Natural das Serras d Aire e Candeeiros Rede Eléctrica Linhas de Média Tensão Protecção a Infra-estruturas básicas Gasoduto Rede Viária 20

Figura 8. Adaptação da Planta de Condicionantes do PDM de Alcobaça Fonte: Adaptado da Carta de Condicionantes do PDM de Alcobaça De referir que, contrariamente ao que acontece na Carta de Ordenamento, na Carta de Condicionantes os limites do PNSAC encontram-se conformes com os constantes na Rede Nacional de Áreas Protegidas. Verifica-se ainda a desconformidade entre as Cartas de Ordenamento e de Condicionantes do PDM na delimitação das áreas florestais percorridas por incêndios na área correspondente ao PP em apreço. Enquanto que na Carta de Ordenamento esta área abrange apenas o Leste da área, na Carta de Condicionantes os limites desta condicionante estendem-se até à EN1. 6.2. Medidas Preventivas da Linha Ferroviária de Alta Velocidade O Decreto n.º 7/2008, de 27 de Março, estabeleceu medidas preventivas destinadas a garantir o período necessário para a programação e viabilização da execução da ligação ferroviária de alta velocidade (LAVE) no eixo Lisboa-Porto, tendo sido o respectivo prazo prorrogado pelo pela RCM n.º 31/2010 de 15 de Abril, tendo entretanto caducado. As áreas delimitadas nas plantas anexas àquele Decreto, que dele fazem parte integrante, e nas quais se integra a área de intervenção do presente Plano de Pormenor, ficaram sujeitas a medidas preventivas destinadas a evitar a alteração das circunstâncias e condições existentes nas zonas identificadas, ou a 21

tornar a execução da linha ferroviária de alta velocidade mais difícil ou onerosa. O troço que foi sujeito às medidas preventivas, integrado na área de intervenção do Plano, encontra-se representado na Figura 9 de seguida inscrita. Figura 9. Troço da área de intervenção do PP sujeito às medidas preventivas da LAVE Fonte: Adaptado do Anexo ao Decreto n.º 7/2008, de 27 de Março 22

SIGLAS E ACRÓNIMOS AAE Avaliação Ambiental Estratégica A1 Auto-estrada 1 AIA Avaliação de Impacte Ambiental ALEB Área de Localização Empresarial da Benedita CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional CMA Câmara Municipal de Alcobaça COS Classificação da Ocupação do Solo DL Decreto-Lei EN Estrada Nacional IC Itinerário Complementar IGT Instrumentos de Gestão Territorial LAVE Linha de Alta Velocidade PBH Plano(s) de Bacia(s) Hidrográfica(s) PBHL Plano de Bacia Hidrográfica do Liz PBHRO Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste PBHT Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo PDM Plano Director Municipal PDMA Plano Director Municipal de Alcobaça PEOT Plano(s) Especial(is) de Ordenamento(s) do Território(s) PMOT Plano(s) Municipal(is) de Ordenamento do Território PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território PNSAC Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros POPNSAC Plano de Ordenamento do Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros PP Plano de Pormenor PPALEB Plano de Pormenor da Área de Localização Empresarial da Benedita PRN Plano Rodoviário Nacional PROFOESTE Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste PROT Plano(s) Regional(ais) de Ordenamento do Território PROTOVT Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e do Vale do Tejo RCM Resolução de Conselho de Ministros REN Reserva Ecológica Nacional RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial 23

BIBLIOGRAFIA Associação de Municípios do Oeste (2008) Programa de Acção Oeste + 4 Municípios da Lezíria do Tejo. Câmara Municipal de Alcobaça (2007) Caderno de Encargos para o Desenvolvimento de uma Solução Urbanística da Área de Localização Empresarial da Benedita. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (2009) Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo. Publicações ou outras consultas na internet Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Norma de Procedimentos para a elaboração e aprovação de Planos de Urbanização e de Pormenor, acedido em 18 de Agosto de 2011, em http://www.ccdr-lvt.pt. Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (2011). Planos de Ordenamento do Território em Vigor, acedido em 18 de Agosto de 2011, em http://www.dgotdu.pt. Instituto Geográfico Português (s/d). Nomenclatura da carta de uso e Ocupação do Solo de Portugal Continental para 2007, acedido em 18 de Agosto de 2011, em http://www.igeo.pt. 24