UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE FLUXO DE CAIXA Por: Camila Bernardo da Silva Orientador: Prof.: Luiz Cláudio Lopes Alves D.SC. Rio de Janeiro, RJ Julho, 2006

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE FLUXO DE CAIXA Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Camila Bernardo da Silva Rio de Janeiro, RJ Julho, 2006

AGRADECIMENTOS A todos aqueles que, compartilhando e alimentando meu ideal, incentivou-me a prosseguir na jornada, pelo meu desenvolvimento profissional, fossem quais fossem os obstáculos. A vocês, minhas mães, meu irmão, minhas tias, meu marido, enfim, a todos que, mesmo distantes, mantiveram-se sempre ao meu lado, lutando comigo por essa conquista.

SUMÁRIO RESUMO...... 5 INTRODUÇÃO...... 6 CAPÍTULO I PLANEJAMENTO E CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA... 8 1.1. Fluxo de Caixa Realizado... 9 1.2. Fluxo de Caixa Projetado...11 1.3. Fluxo de Caixa Realizado x Fluxo de Caixa Projetado...13 CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÃO DO CAIXA POR ATIVIDADE... 16 2.1. Atividades Operacionais... 17 2.2. Atividades de Investimento... 17

2.3. Atividades de Financiamento... 18 2.4. Transações de Investimento e Financiamento sem efeito no Caixa... 18 CAPÍTULO III MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA: DIRETO E INDIRETO... 19 2.1. Método Direto... 19 2.2. Método Indireto...21 2.3. Método Direto X Método Indireto...22 CAPÍTULO IV INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA... 25 4.1. Análise Horizontal do fluxo de Caixa... 25 4.2. Análise Vertical do fluxo de Caixa... 26

CONCLUSÃO... 27 BIBLIOGRAFIA... 28 ANEXO... 29 RESUMO No decorrer do presente estudo foi mostrado a necessidade da elaboração do fluxo de caixa para as empresas hoje em dia, e o quanto ele auxilia na tomada de decisões, tanto para os investidores, quanto para os credores e outros usuários destas informações. No primeiro capítulo, iniciamos com o fluxo de caixa realizado, que nos mostra o saldo efetivo, ou seja, o saldo real do caixa. Em seguida abordamos o fluxo de caixa projetado que nos dará uma posição futura do nosso caixa, fazendo com que possamos tomar decisões acerca dessas previsões. Comparando o realizado com o projetado podemos visualizar como está o andamento da empresa efetivamente e/ou se ela esta se comportando com o esperado, além de tirar conclusões desta comparação, para futuras operações. No segundo capítulo, falamos da geração interna de caixa, ou seja, das operações (receitas e despesas) que não geram saídas e nem entradas de caixa, e também da classificação adequada das movimentações de caixa das diversas transações pelos três grupos de atividades. No terceiro capitulo, falamos dos métodos de elaboração do fluxo de caixa. O método direto que é o método aceito por órgão internacionais e que demonstra as entradas e saídas de dinheiro, e o método indireto ou método da reconciliação, que concilia o lucro líquido com o caixa gerado pelas operações. E comparamos estes métodos mostrando as vantagens e desvantagens de cada um deles sem tirar o mérito de cada um, e enfatizando que o único objetivo desses métodos é gerar informações de caixa.

E no último capítulo abordamos sobre a maneira de se analisar o fluxo de caixa. Pela análise horizontal quando o fluxo de caixa for elaborado pelo método direto e pela análise vertical quando o fluxo de caixa for elaborado pelo método indireto. INTRODUÇÃO A importância deste estudo é atentar não só os profissionais da área financeira, mas todos aqueles que participam do ciclo operacional da empresa, da real necessidade de uma boa administração do fluxo de caixa. No entanto, apesar de sua importância, o fluxo de caixa tem sido usado de forma muito limitada. De um modo geral as empresas fazem uso tão limitado de suas possibilidades que, ele quase sempre é utilizado apenas como instrumento de avaliação de investimentos ou apenas para se ver se o saldo no período foi positivo ou negativo, ou ainda para verificar se a empresa terá recursos suficientes para pagar suas contas. Neste sentido, o fluxo de caixa, principalmente quando utilizado em conjunto com as demais demonstrações financeiras pode permitir que investidores, credores e outros usuários avaliem, por exemplo, capacidade de o negócio da empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa ou não, se a empresa gera caixa suficiente para financiar suas próprias operações, o quanto pode ser retirado de recursos da empresa sob a forma de dividendos ou de investimentos sem que seu capital de giro se fragilize, qual o limite do endividamento da empresa para que sua dívida continue administrável, qual a parcela do capital de giro que esta realmente girando, qual o caixa mínimo que deve ser mantido no Disponível para fazer face às necessidades de pagamento, se os estoques estão girando mais depressa ou mais devagar, e muitas outras informações. Isto não que dizer, de forma alguma, que o fluxo de caixa substitua a contabilidade. O fluxo de caixa é um instrumento que, quando utilizado

juntamente com a contabilidade, enriquece muito as informações que podem ser disponibilizadas para a empresa. Portanto o presente trabalho tem como base as orientações do (FASB), Financial Accounting Standards Board, órgão normatizador das práticas contábeis americanas, e do (IASB), Internacional Accounting Standards Board, órgão que estabelece normas internacionais de contabilidade, as quais vêm sendo progressivamente adotadas por vários países.

CAPÍTULO I PLANEJAMENTO E CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA É importante um planejamento do fluxo de caixa, porque permite ao administrador financeiro verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo, com base na liquidez, na rentabilidade, e nos prazos de resgates, Prever com antecedência a necessidade de caixa para cumprimento de suas obrigações e na falta de recursos, estudar a melhor forma de quitar estas obrigações. Nestes termos, o fluxo de caixa é de vital importância para eficácia econômicafinanceira e gerencial das empresas, sejam elas micro, média ou de grande porte, a tal ponto, que muitas instituições de crédito exigem a sua apresentação antes de concederem empréstimos a seus clientes. Um controle efetivo do fluxo de caixa é que o saldo do fluxo de caixa dever ser conciliado diariamente com o saldo do Disponível. Esta conciliação é a garantia de que não se está cometendo três erros relativamente comuns e que podem distorcer o resultado do fluxo de caixa. Estes erros são: Omissão de lançamentos esta omissão ocorre todas as vezes que o banco faz lançamentos na conta corrente da empresa que não são capturados pela pessoa responsável pelo acompanhamento do fluxo de caixa. Uma conta corrente pode ser muito dinâmica. Inclui lançamentos automáticos a crédito e a débito que levam um certo tempo para serem comunicados ao cliente, Por isso, preciso consultar diariamente o estrato da conta corrente e registrar no fluxo de caixa os lançamentos automáticos feitos pelo banco de forma a conciliar o saldo bancário com o saldo constante nos registros da empresa. Os saldos das aplicações

financeiras de liquidez imediata têm que ser conciliado diariamente também e as variações diárias do valor da cota têm que ser lançados como entradas e saídas do fluxo de caixa. Quanto aos saldos dos fundos fixos de caixa, estes nunca se alteram (ou pelo menos não deveriam se alterar) e, portanto os reembolsos e os pagamentos feitos pelo fundo não necessitam ser lançados no fluxo de caixa. Lançamentos em duplicidade estes casos são mais raros, mas podem ocorrer. Um exemplo de lançamento que corre o risco de ser feito em duplicidade é o CPMF. Como se sabe, este imposto é apurado semanalmente, é feita uma previsão num dia, e somente em outro este lançamento é confirmado. Pode acontecer de o encarregado pelo acompanhamento do fluxo de caixa fazer um lançamento no dia da previsão e outro, em duplicidade no dia efetivo do lançamento, distorcendo assim, o saldo final do fluxo. A conciliação diária denunciaria este erro e permitiria sua correção em tempo hábil. Existem despesas que não são saídas estariam neste caso as amortizações, as depreciações, os juros apropriados sobre operações financeiras, etc. Como não envolvem saída de caixa estas contas jamais seriam movimentadas pela tesouraria. O fluxo de caixa é o resultado final da integração das contas a receber com o contas a pagar. Quando se olha para trás, ou seja, quando se compara as contas recebidas com as contas pagas em um determinado período, tem se o fluxo de caixa realizado. Quando ao contrário, olha-se para frente e se compara as contas a receber com as contas pagas, tem se o fluxo projetado. 1.1 Fluxo de Caixa Realizado Para a direção geral da empresa, duas são as principais questões a serem respondidas por qualquer programa de fluxo de caixa: Como se comportou o fluxo de caixa no período que passou?

Como vai se comportar o fluxo de caixa no(s) próximo(s) período(s)? O controle do Fluxo de Caixa Realizado responde à primeira destas questões. Este controle fornece a posição do saldo inicial, das entradas, das saídas e o saldo final do período (geralmente o mês), relacionando as contas, sub contas, clientes e fornecedores. FLUXO DE CAIXA REALIZADO outubro/01 SALDO INICIAL 23.529,62 ENTRADA RECEBIDO DE CLIENTES 131.847,47 Cheques/dinheiro 106.436,61 Cartões de crédito 25.410,86 SAÍDA Despesas Administrativas 4.250,67 Aluguel comercial 130,36 Aluguel equipamentos 677,01 Luz 555,40 Água e esgoto 224,56 Telefone 934,30 Seguro comercial 436,74 Manutenção equipamento 342,30 Assinatura e periódicos 18,00 Despesas de viagens 932,00 Despesas comerciais 7.297,98 Publicidade 7.151,47 Serviço de Proteção ao Crédito 129,76 Diversos 16,75 Despesas Financeiras 400,12 Despesas bancárias 400,12 Fornecedores 70.614,63 Fornecedores Nacionais 70.614,63 Despesa de Pessoal 22.131,94 Folha de pagamento 16.517,66 13º salário 2.331,22 Rescisões 669,55

Vale transporte 711,19 Prêmios 1.902,32 Encargos 2.144,40 INSS 1.816,43 FGTS 327,97 Serviços Prestados 4.767,33 Contabilidade 590,68 Processamento de dados 147,00 Fretes 2.919,08 Diversos 1.110,57 Impostos e Taxas 6.750,93 IRRF 236,86 IRPJ 2.425,21 ICMS 1.317,70 COFINS 2.056,40 PIS 685,47 Diversos 29,29 Despesas com Veículos 752,17 Combustíveis 88,42 Manutenção 222,00 Seguro 441,75 Despesas Patrimoniais 1.966,30 Obras estruturais 422,00 Compra de equipamentos 1.544,30 Total das Despesas 121.076,47 SALDO FINAL 34.300,62 1.2. Fluxo de Caixa Projetado Em se tratando de caixa projetado de curto prazo, este relatório informa como comportará o fluxo de caixa da empresa em um período futuro definido pelo usuário, apresentando sua evolução dia a dia. Comparando o fluxo de caixa projetado com o realizado, podemos verificar dados importantes, tais como:

Quais os recebimentos previstos que não entraram Quais os recebimentos não previstos que entraram Quais os pagamentos previstos que não foram realizados Quais os pagamentos não previstos que foram realizados O gráfico dos saldos projetados permite que se planeje as aplicações e as operações financeiras. FLUXO DE CAIXA PROJETADO Período de 01/09/02 a 31/10/02 Data Entrada saída Saldo Saldo Inicial 184.635,00 01/09/02 5.893,26 178.741,74 02/09/02 5.465,82 173.275,92 05/09/02 1.623,90 171.652,02 06/09/02 16,26 171.635,76 08/09/02 2.811,35 1.253,74 173.193,37 09/09/02 2.988,52 7.243,60 168.938,29 12/09/02 5.173,91 2.490,08 171.622,12 13/09/02 4.189,80 2.287,20 173.524,72 14/09/02 3.514,25 2.860,62 174.178,35 15/09/02 4.135,05 1.159,00 177.154,40 16/09/02 3.613,10 795,32 179.972,18 19/09/02 4.122,23 5.764,41 178.330,00 20/09/02 3.013,50 738,94 180.604,56 21/09/02 3.255,25 629,56 183.230,25 22/09/02 3.776,44 4.642,06 182.364,63 23/09/02 3.856,75 2.224,00 183.997,38 26/09/02 3.568,06 6.108,55 181.456,89 27/09/02 2.179,65 860,44 182.776,10 28/09/02 3.234,86 732,73 185.278,23 29/09/02 3.258,58 118,00 188.418,81 30/09/02 3.368,15 23.346,98 168.439,98 03/10/02 1.253,90 610,95 169.082,93 04/10/02 2.559,18 6.083,54 165.558,57 05/10/02 378,14 165.180,43 06/10/02 768,16 164.412,27 07/10/02 2.753,15 915,93 166.249,49

10/10/02 8.980,91 640,83 174.589,57 11/10/02 2.762,23 1.207,61 176.144,19 12/10/02 2.530,20 178.674,39 13/10/02 6.149,51 4.374,80 180.449,10 14/10/02 4.569,75 4.763,86 180.254,99 17/10/02 6.059,20 5.714,65 180.599,54 18/10/02 2.002,00 1.295,55 181.305,99 19/10/02 3.938,45 981,72 184.262,72 20/10/02 3.836,01 3.660,76 184.437,97 21/10/02 3.888,00 135,87 188.190,10 24/10/02 7.201,95 10.793,09 184.598,96 25/10/02 2.822,29 2.888,87 184.532,38 26/10/02 2.589,12 3.650,66 183.470,84 27/10/02 3.661,94 2.357,38 184.775,40 28/10/02 3.035,57 5.332,69 182.478,28 31/10/02 6.351,34 14.778,90 174.050,72 1.3. Fluxo Projetado X Fluxo Realizado Este relatório controla o orçamento de caixa, ou seja, compara o fluxo projetado com o realizado. No que diz respeito ao fluxo de caixa projetado de curto prazo, esta comparação pode ser feita dia a dia de forma a acompanhar a evolução do fluxo. Normalmente este relatório é tirado no final do mês e compara o fluxo projetado de longo prazo com o fluxo realizado. O objetivo deste relatório é avaliar aos desvios observados entre o planejamento de caixa inicial e sua execução, Este controle é muito útil à alta administração da empresa, pois compara mês a mês, as entradas, as saídas e os saldos. A análise desta evolução permite identifica quais as contas que estão apresentando descontrole. Alem disso, uma das grandes vantagens do fluxo de caixa reside no fato de ele poder ser representado em um gráfico. Isto dá ao administrador financeiro a oportunidade de apresentar ao menos um esboço da situação da empresa em

uma única folha de papel. O gráfico mais comum é o que mostra a evolução dos saldos do fluxo de caixa ao longo de um período. Se o período for o mês, o gráfico exibirá a evolução diária do saldo. Se o período dor o ano, o gráfico exibirá evolução mensal do saldo. Conta Projetado Realizado Variação % ENTRADAS Recebido de Clientes 110.000 121.071 11.071 10,06% TOTAL 110.000 121.071 11.071 10,06% SAÍDAS Despesa de Pessoal Folha de Pagamento 9.460 8.610 850-8,99% Férias 270 350 (80) 29,63% Rescisões 430 270 160-37,21% Vale Transporte 545 590 (45) 8,26% Seguro Saúde 340 350 (10) 2,94% Outros 100 40 60-60,00% Sub-Total 11.145 10.210 935-8,39% Encargos INSS 1.550 1.050 500-32,26% FGTS 760 750 10-1,32% IRRF 710 600 110-15,49% Sub-Total 3.020 2.400 620-20,53% Despesas Administrativas Aluguéis e Condomínio 120 150 (30) 25,00% Aluguel de equipamento 260 310 (50) 19,23% Energia Elétrica 445 650 (205) 46,07% Água e Esgoto 90 220 (130) 144,44% Telefone 525 900 (375) 71,43% Seguros 443 450 (7) 1,61% Clubes e Associações 70 70 Material de Escritório 85 350 (265) 311,76% Manutenção de Equipamentos 390 1.050 (660) 169,23% Assinaturas 140 35 105-75,00% Viagens 645 550 95-14,73% Diversos 100 (100) Sub-Total 3.213 4.765 (1.552) -35,10% Despesas Comerciais Propaganda e Publicidade 5.000 8.600 (3.600) 72,00% S.P.C 300 50 250-83,33% Sub-Total 5.300 8.650 (3.350) 63,21%

Serviços Prestados Contabilidade 220 300 (80) 36,36% Processamento de dados 1.290 200 1.090-84,50% Outros 266 350 (84) 31,70% Sub-Total 1.776 850 926 52,13% Despesas com Veículos I.P.V.A 50 (50) Seguros 320 350 (30) 9,38% Aluguel de Garagem 125 125 - Multas 30 (30) Outros 22 22 Sub-Total 467 555 (88) 18,78% Impostos e Taxas I.P.T.U 1.200 1.115 85-7,08% Imposto Sindical 30 30 Sindicato dos Lojistas 50 35 15-30,00% Diversos 100 70 30-30,00% Sub-Total 1.380 1.220 160-11,59% Despesas Financeiras Despesas Bancárias 200 200 Juros 850 (850) Sub-Total 200 850 (650) 325,00% Despesas Patrimoniais Imobilizado 1.400 3.050 (1.650) 117,86% Sub-Total 1.400 3.050 (1.650) 117,86% TOTAL 27.901 29.870 1.969 7,06%

CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÃO DO CAIXA POR ATIVIDADE Existem três fenômenos que atuam sobre a formação do caixa de uma empresa: o lucro líquido ou o prejuízo ajustados, as variações do ativo e do passivo operacionais e as variações do ativo e do passivo não operacionais. Quando falamos em lucro para efeitos do fluxo de caixa. Referimo-nos sempre ao lucro líquido, já diminuído dos dividendos distribuídos e ajustado pela adição ou subtração das despesas e receitas que não representam saídas ou entradas de caixa. São consideradas despesas que não geram saídas de caixa e que, portanto devem ser somadas ao lucro líquido ou do prejuízo: A depreciação, a amortização e a exaustão; As despesas apropriadas tais como férias e 13º salário; Os juros apropriados sobre operações financeiras, entre outros. São consideradas receitas que não geram entradas de caixa e que, portanto devem ser subtraídas do lucro líquido ou do prejuízo: A apropriação de receitas antecipadas; Os juros apropriados de aplicações financeiras; O lucro obtido na venda de investimentos e/ou imobilizados, entre outros. Os recursos gerados (ou subtraídos) como conseqüência do lucro líquido ou prejuízo ajustados constituem o que se convencionou chamar de geração interna de caixa. A classificação dos pagamentos e recebimentos de caixa relaciona-se, normalmente, com a natureza da transação que lhe dá origem. Assim, por exemplo, a compra de matéria-prima para a produção é uma atividade

operacional; a compra de uma máquina utilizada na geração de outros produtos é uma atividade de investimento; e a compra (resgate) de ações da própria empresa é uma atividade de financiamento. A natureza da transação deve levar em consideração sua intenção subjacente para fins de classificação. Os desembolsos de caixa efetuado em investimentos adquiridos com a intenção de revenda não devem ser classificados como atividades de investimentos, mas como atividades operacionais. 2.1. Atividades Operacionais Envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e financiamento. Exemplo: Entrada - recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras em outras entidades, recebimento de dividendos pela participação no patrimônio de outras empresas. Saída pagamento aos fornecedores de outros insumos de produção, incluídos os serviços prestados por terceiros, pagamento dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos (comerciais e bancários) obtidos. 2.2. Atividades de Investimento Relacionam-se normalmente com o aumento e diminuição dos ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços. Incluem a concessão e recebimento de empréstimos, a aquisição e venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras entidades e a aquisição e alienação de imobilizado. Exemplo:

Entrada recebimento pela venda de títulos de investimento a outras entidades, venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na produção. Saída desembolso dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição de títulos de investimento de outras entidades, pagamento, no momento da compra ou em data próxima a esta, de terreno, edificações, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na produção. 2.3. Atividade de Financiamento Relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores à entidade. Incluem a obtenção de recursos dos donos e o pagamento a estes de retornos sobre seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento; incluem também a obtenção de empréstimos junto a credores e a amortização ou liquidação destes; e também a obtenção e pagamento de recursos de/a credores via créditos de longo prazo. Exemplo: Entrada venda de ações emitidas, empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, notas promissórias, títulos de dívida ou outros instrumentos, de curto ou longo prazos. Saída pagamento de dividendos ou outras distribuições as donos, incluindo o resgate de ações da própria empresa, pagamento do principal referente a imobilizado adquirido a prazo. 2.4. Transações de Investimento e Financiamento sem efeito no Caixa Existem transações de investimento e financiamento que afetam ativos e passivos, mas não impactam o caixa. São exemplos: aquisição de imobilizado através de contrato de arrendamento mercantil, bens obtidos por doação (que não seja dinheiro), dívidas convertidas em aumento de capital, entre outras.

CAPÍTULO III MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA: DIRETO E INDIRETO A movimentação das disponibilidades da empresa, em um dado período deve ser estruturada no fluxo de caixa, em três grupos, cujos títulos buscam expressas as entradas e saídas de dinheiro relacionadas com as atividades, são eles: operacionais, de investimentos e de financiamentos. A soma algébrica dos resultados líquidos de cada um desses grupamentos totaliza a variação no caixa no período. O FASB e o IASB recomendam que as empresas utilizem o método direto. É facultada a elaboração do fluxo das operações pelo método indireto, ou método da reconciliação. 3.1. Método Direto O método direto, também conhecido como a abordagem das contas T (T Account Approach) consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem deste método é que permite gerar as informações com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da legislação fiscal. Uma outra vantagem deste demonstrativo é facilitar a administração financeira das empresas. Com ele podemos saber se os problemas financeiros têm origem no Operacional, no Investimentos, no Financiamentos, ou ainda numa combinação dos três grupos. O método das partidas dobradas é bem conhecido pelos profissionais da área contábil e, geralmente pouco conhecido pelos profissionais da área financeira. A maneira mais fácil de entender o método das partidas dobradas é aceitá-lo como uma convenção mundial, onde para aumentar a conta Caixa,

devemos debitar, para diminuir a conta Caixa, devemos creditar; a conta Caixa terá saldo devedor. As vantagens de se utilizarem partidas dobradas para gerar informações de Caixa são a segurança de que todos os valores que passaram pelo caixa foram registrados e a qualidade das informações obtidas com as contrapartidas as conta Caixa. Quadro 1: Demonstração de Fluxo de Caixa em 30/06/X1 (Método Direto) Sonho Meu Veículos Ltda ATIVIDADES OPERACIONAIS Receb. Clientes veiculos novos 2.101.300 Receb. Clientes veiculos usados 409.500 Rec. clientes peças/ assist. Técnica 422.000 Pag. Fornecedores veículos novos (1.866.000) Pag. Fornecedores peças (141.000) Salários e encargos (129.200) Outras desp. Oper./ administrativas (214.400) Tributos (57.500) Encargos Financeiros (6.904) Fluxo de Caixa Operacional Líquido 517.796 ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos (70.000) Obras civis (126.000) Móveis e utensílios (43.000) Máquinas e equipamentos (70.000) Veiculos de uso (36.000) Computadores/ software (17.000) Total Investimentos (362.000) ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos próprios (capital) 280.000 Financiamentos leasing 44.376 Total Financiamentos 324.376 Caixa líquido do período 480.172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo inicial de disponibilidades 480.172 Observação: ( +) recebimento (-) pagamento

3.2. Método Indireto O FASB recomenda às empresas relatar o fluxo de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (método direto). As empresas que decidirem não mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliálo ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação), eliminando os efeitos: De todos os deferimentos de recebimentos e pagamentos operacionais passados e de todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros; e De todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e pagamentos operacionais. Quadro 2: Demonstração de Fluxo de Caixa em 30/06/X1 (Método Indireto) Sonho Meu Veículos Ltda Lucro Líquido 154.996 (-) aumento estoque veículos novos (354.000) (-) aumento estoque veículos usados (71.000) (-) aumento estoque peças (26.000) (-) aumento Clientes peças/ assist. Tec. (18.000) (+) aumento Salários enc. a pagar 50.800 (+) aumento Contas a pagar - operacional 25.200 (+) aumento Tributos a pagar 24.800 (+) aumento Fornec. veículos novos 680.000 (+) aumento Fornec. Peças 51.000 Total dos ajustes 362.800 Fluxo de Caixa Operacional Líquido 517.796 ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos (70.000) Obras civis (126.000) Móveis e utensílios (43.000) Máquinas e equipamentos (70.000) Veiculos de uso (36.000) Computadores/ software (21.000)

(-) Investimentos a pagar 4.000 (17.000) Total dos investimentos pagos (362.000) ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos próprios (capital) 280.000 Financiamentos leasing 44.376 Total Financiamentos 324.376 Caixa líquido do período 480.172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo inicial de disponibilidades 480.172 3.3. Método Direto X Método Indireto Na comparação entre os dois métodos, é importante irmos além dos aspectos técnicos e considerarmos a realidade em que vivemos, principalmente a realidade brasileira. É importante enfatizar também o mérito dos dois métodos, que é o de gerar informações de Caixa. Método Indireto Vantagens 1. Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e do final do período), a demonstração de resultado e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade. 2. Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a diferença. Desvantagens 1. O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência e só depois convertê-las para o regime de caixa. Se isto for

feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente. 2. Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções. Método Direto Vantagens 1. Cria condições favoráveis par que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais. 2. Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas. 3. As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente. Desvantagens 1. O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos. 2. A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em usar as partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos. Quando falamos em informações para administrar os negócios pelo menos duas condições devem estar presentes: Essas informações devem representar 100% das atividades da empresa; e As informações devem ser geradas por critérios técnicos e não por critérios fiscais, que visam pagar menos tributos. Entendemos que, para a realidade da maioria das empresas brasileiras, o método direto traz mais benefícios, principalmente para a redução dos custos financeiros.

A escolha por um dos dois métodos deve ser analisada considerando a realidade de cada empresa. Há segmentos, o da construção civil por exemplo, em que a vantagem do método direto são ainda maiores, porque os números de competência têm pouco significado para essa atividade.

CAPÍTULO IV INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA Existe duas maneiras de se enxergar um fluxo de caixa, no primeiro caso analisa-se a evolução do saldo do Disponível acompanhando dia a dia as entradas e as saídas de caixa. A esse método nós chamamos de análise horizontal do fluxo de caixa. No segundo caos parte-se do balanço patrimonial no início e no final do período considerado e determina o fluxo de caixa com base nas variações observadas nas diversas contas de ativo e do passivo. A esse método nós chamamos de análise vertical do fluxo de caixa. 4.1. Análise Horizontal do Fluxo de Caixa O método direto dá origem a um tipo de análise denominada análise horizontal do fluxo de caixa. Para procedermos à análise horizontal do fluxo de caixa, a primeira coisa que fazemos é separar a empresa de seu negócio. Na prática para se conhecer o fluxo de caixa do negócio, temos que calcular o fluxo de caixa operacional da empresa, ou seja, o fluxo de caixa expurgado de todas as entradas e de todas as saídas não operacionais. Com raríssimas exceções, são consideradas entradas operacionais apenas os recursos recebidos de clientes e que sejam provenientes da venda de bens ou serviços produzidos pela empresa. Da mesma forma, somente são consideradas saídas operacionais aquelas saídas que representem pagamentos de despesas necessárias à consecução dos objetivos sociais da empresa. No entanto, para efeito de análise, não basta termos o fluxo de caixa operacional da empresa. Isto porque a empresa pode estar financiando junto a seus fornecedores, ou junto aos bancos, ou junto ao fisco, atrasando os

pagamentos devidos a estas instituições. Em outras palavras, a empresa pode estar se alavancando junto a seus fornecedores, ou banco ou junto ao fisco. O fluxo de caixa obtido desta forma é chamado de fluxo de caixa desalavancado e vem a ser um fluxo de caixa virtual onde se considera que todas as contas que venceram no mesmo período foram recebidas, independente disto ter acontecido ou não. Um aspecto da maior relevância é que o fluxo de caixa realizado nunca pode ser negativo. Isto porque se a empresa não tiver recursos para saldar seus compromissos ou ela vai tomar um empréstimo no banco ou vai atrasar seus pagamentos, o que, para efeito do fluxo de caixa, equivale a se financiar junto a seus fornecedores. No entanto, o fluxo de caixa operacional e desalavancado, por ser uma abstração, pode ser perfeitamente negativo. É a partir do fluxo de caixa operacional e desalavancado, ou seja, do fluxo de caixa do negócio, que começamos a análise do fluxo de caixa da empresa. Os dois grandes méritos da análise horizontal do fluxo de caixa obtida a partir do método direto residem justamente no fato de ele ser imediato e diário.a grande fragilidade da análise horizontal está no fato de o método direto só perceber o que circula pelo disponível da empresa. 4.2. Análise Vertical do Fluxo de Caixa O fluxo de caixa obtido pelo método indireto baseia-se em dados de contabilidade. Os elementos de análise com os quais trabalhamos são as variações das contas contábeis no início e no fim do período considerado. Um número só passa a ser uma informação depois que for interpretado. Um número não interpretado ainda não pode ser considerado uma informação; é apenas um dado. De nada, ou quase nada, adiantaria prepararmos um relatório de fluxo de caixa pelo método indireto se não soubermos interpretá-lo corretamente. A beleza do fluxo de caixa obtido pelo método indireto é que ele dá uma visão muito clara, não apenas da situação financeira e patrimonial da empresa, mas também da forma como ela esta sendo administrada.

CONCLUSÃO O fluxo de caixa é a entrada e saída de recursos monetários, por um determinado período de tempo. Sendo elaborado com dados levantados nas projeções econômico-financeira atuais da empresa. É uma ferramenta gerencial imprescindível no mundo atual, pois ele mostra as condições financeiras das empresas, sua capacidade de gerar caixa positivo e sua capacidade de honrar seus compromissos, pagar dividendos e quitar suas dívidas com terceiros. O fluxo de caixa projetado tem sido utilizado quase que exclusivamente, para verificar se a empresa terá recursos suficientes para pagar suas contas. Porém, sua utilização vai além disso, ele também dá uma idéia de como a empresa irá se comportar num dado período de tempo ou se a empresa terá recursos para futuros investimentos. Em resumo, o fluxo de caixa, em conjunto com outras demonstrações financeiras, é um poderoso aliado para prevermos o potencial de geração de caixa das empresas e como tal instrumento prever eventuais transtornos à administração da empresa. Para tal, devemos nos empenharmos ao máximo para que as informações que nos são fornecidas sejam de fontes fidedignas, confiáveis e a mais próxima da realidade.

BIBLIOGRAFIA FILHO, Ademar Campos. Demonstração do fluxo de Caixa. São Paulo: editora Atlas, 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu, GELBECKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 6ª ed. São Paulo: editora Atlas, 2003. ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: Uma decisão de Planejamento e Controle Financeiro. 9ª ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2002. HOJI, Mazakasu. Administração Financeira: Uma Abordagem Prática. 4ª ed. São Paulo: editora Atlas, 2003. FIPECAFI/ARTHUR Andersen. Normas e práticas contábeis no Brasil. São Paulo: Editora Atlas, 1991. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 2ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.