Treinamento como Dimensão Competitiva das Organizações



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Treinamento como Dimensão Competitiva das Organizações Training as Competitive Dimension of the Organizations NEÓFITA MARIA DE OLIVEIRA Universidade Metodista de Piracicaba m9802927@unimep.br ROSÂNGELA MARIA VANALLE Universidade Metodista de Piracicaba rvanalle@zaz.com.br RESUMO Este artigo explora concepções sobre o treinamento de recursos humanos, visto como uma dimensão da estratégia competitiva das organizações. As principais alterações e inovações nessa área são apresentadas por estudiosos no assunto ao longo da evolução conceitual do treinamento. Visualizada como um instrumento capaz de implementar o conhecimento das pessoas em um ambiente organizacional, o treinamento também é visto como fonte de maior produtividade do trabalho e da agilidade das respostas às mudanças. Concepções generalistas sobre o processo de aprendizagem individual são também analisadas e estendidas para o campo das teorias em aprendizagem organizacional. Palavras-chave: TREINAMENTO & DESENVOLVIMENTO APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL ESTRATÉGIA COMPETITIVA. ABSTRACT This article argues explores different conceptions of the training of human resources as a competitive dimension of the organizations. Is the changes and innovations in this area detected by experts a long one of the conceptual evolution of this tool. Viewed as an instrument capable of improving the knowledge of the people in an organizational environment, this tool can also encrease the productivity in the work and speed up the responses to the changes. Generalist conceptions on the individual learning are also analised and applied to the organizational learning process. Keywords: TRAINING & DEVELOPMENT LEARNING ORGANIZATION COMPETITIVE STRATEGY. REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA 14 pp. 85-92 85

INTRODUÇÃO A história do treinamento, desde os seus primórdios na antiga forma de administração taylorista até o momento contemporâneo, mostra que muitas alterações e inovações foram realizadas nos últimos tempos no sistema de administração de recursos humanos, em particular quanto ao desenvolvimento de ferramentas para o treinamento. Essas transformações visam o estabelecimento de condições favoráveis às organizações na busca pela competitividade. Ao enfatizarem suas unidades de negócios, as empresas tendem a balancear sua margem de diferencial competitivo em relação aos concorrentes. E hoje em dia a base para a competitividade está no estoque de conhecimentos armazenados que as organizações detêm (Fleury, 1995). O presente estudo aponta modificações no paradigma de desenvolvimento dos recursos humanos nas organizações, dando realce à abordagem da evolução conceitual da ferramenta treinamento, do ponto de vista de vir a ser um instrumento capaz de facilitar e aprimorar a aprendizagem no seio organizacional. A seguir são apresentadas algumas abordagens sobre aprendizagem individual e organizacional, como modo de uma maior compreensão dos eventos norteadores dessa aprendizagem. A partir dessa caracterização, pretende-se levantar questionamentos sobre a possibilidade de o treinamento ser uma dimensão estratégica das organizações, cuja principal função seria a de aprimorar o potencial das pessoas, como contribuição para que a própria empresa também possa se desenvolver, no sentido de adquirir maior capacidade para competir. A perspectiva enfatizada sobre os estudos do treinamento, neste artigo, segue uma visão diacrônica, cujos conceitos são explorados por estudiosos do campo das ciências humanas. Em seguida, são expostas concepções generalistas da aprendizagem individual, estendendo-se aos conceitos de aprendizagem organizacional como forma de compreensão dos fatores subjacentes a esses dois processos. EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO TREINAMENTO A literatura registra que vários autores vêm se preocupando com os aspectos conceituais da área de treinamento. Flippo define o treinamento como o ato de aumentar o conhecimento e perícia de um empregado para o desenvolvimento de determinado cargo ou atividade (Flippo, 1970, p. 53). Essa conceituação restringe o treinamento a um determinado setor. No entanto, em outro momento, ele sugere que o conhecimento absorvido deve ser dirigido a um esforço em equipe, levando as pessoas a se preocuparem com os objetivos definidos pela organização. Beach define o treinamento como o procedimento organizado pelo qual as pessoas adquirem conhecimento e/ou habilidades para um propósito definido (Beach, 1970, p. 34). Em uma organização essa conceituação abrange o desenvolvimento dos recursos humanos. Treinamento, para Carvalho (1974), envolve o processo de ajuda aos empregados na aquisição da eficiência do seu trabalho presente e futuro, através do desenvolvimento de apropriados hábitos de pensamento e ação, conhecimentos e atitudes. Chiavenato define treinamento empresarial como um processo educacional que leva o indivíduo a adquirir competências para exercer um cargo ou função em uma organização. Segundo ele, o treinamento envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente e desenvolvimento das habilidades (Chiavenato, 1994, p. 102). Em sua conceituação, o treinamento vai além de aprender algo. Torna-se um ato intencional de fornecer subsídios para que o indivíduo desenvolva capacidade de aprender, de tal forma que venha a estimular mudança de comportamento, buscando a aquisição de novos conhecimentos. Nesse contexto, o treinamento relaciona-se ao ato de mudança comportamental positiva e benéfica para a organização. Assim, fica claro estar implícito no treinamento o ato intencional de fornecer os meios para proporcionar não apenas o conhecimento de um conteúdo, mas também a capacidade de aprendizagem. Para se compreender as modificações e a importância do estudo do treinamento nas organizações é relevante recuperar o pensamento de alguns estudiosos sobre o assunto. Malvezzi consi- 86 Novembro 1999

dera o treinamento uma ferramenta gerencial fundamental na gestão empresarial. Segundo ele, Esse papel generalizadamente reconhecido deve-se à correlação entre competência e otimização de resultados, já observada nos primórdios do sistema de fábrica (Malvezzi, 1994, p. 23). A incapacidade dos trabalhadores em operar nos seus ambientes de produção, segundo o autor, foi sentida já no século XVIII, prenunciando a importância de investimentos na capacitação profissional. Estudos históricos esclarecem que o crescimento do trabalho especializado, a partir de 1880, redobrou a atenção para o setor de treinamento, destacando-o dos demais produtos da área de recursos humanos nas organizações. Tal crescimento favoreceu a sistematização do treinamento. Essa sistematização, no entanto, se restringia à formulação de programas de treinamento voltados para as habilidades específicas na empresa que, por sua vez, garantia a diminuição dos erros operacionais decorrentes da sua mão-de-obra, gerando condições para conseguir o perfil ocupacional desejado. Com a estruturação do treinamento, a formação profissional passou a ser preocupação não só do sistema empresarial, mas envolveu o sistema social e educacional da época. Começaram a partir daí a emergir escolas profissionalizantes, cujo objetivo era o de enriquecer o treinamento dos trabalhadores. Pode-se afirmar que o treinamento, a partir dos anos 20, era uma instituição tradicional, evoluindo qualitativamente (Malvezzi, 1994). Complementando, Goss (1965) coloca que o treinamento recebeu, em 1930, o status de uma ferramenta administrativa, fazendo parte de um plano estratégico do sistema organizacional, privilegiandoo como uma ferramenta operacional. Pontual (1980) identifica cinco fases na evolução do treinamento: subdesenvolvimento, em desenvolvimento, em decorrência do início industrial, industrialização avançada e pós-industrialização (mostradas abaixo). O autor explicita que essa evolução corresponde às necessidades geradas em comum acordo com o processo de industrialização. Tabela 1 1ª Fase: Subdesenvolvimento Estratégia existente e o futuro do treinamento 1. Plena utilização da mão-de-obra. 2. Início do desenvolvimento de mão-de-obra qualificada de acordo com a demanda 3. Procura de mão-de-obra profissional e tecnológica. 2ª Fase: Em desenvolvimento Estratégia existente e o futuro do treinamento 1.Estabelecimento de padrões de mão-de-obrae de trabalho: a) Estudos de tempos e movimentos; b) Padrões de trabalho e avaliação de desempenho; 2.Fortalecimento do treinamento de mão-de-obra: a) Treinamento de instrução; b) surgimento de instituições de formação profissional; 3.Fortalecimento da estrutura institucional. 3ª Fase: Após o início da Industrialização Estratégia Existente e o futuro do treinamento 1. Aumento da responsabilidade social interna. 2. Previsão da mão-de-obra requerida para o planejamento de negócios. 3. Ênfase na eficiência e avaliação da mão-de-obra. 4. Maior ênfase na mobilidade interna. 4ª Fase: Industrialização avançada Estratégia existente e o futuro do treinamento 1. Formulação de planos de negócios a longo prazo para atender ao social. 2.Planejamento do desenvolvimento de RH a longo praz 3.Desenvolvimento do potencial de mão-de-obra na futura força de trabalho. 4.Educação através das ciências do comportamento para fortalecimento do desenvolvimento gerencial. 5.Promoção do bem-estar e benefícios indiretos. 5ª Fase: Pós-industrialização Estratégia existente e o futuro do treinamento 1.Promoção do desenv. organizacional e aceleração da inovação gerencial. 2. Patrocínio de seminários de desenv. gerencial.. Fonte: PONTUAL, 1980, pp. 5-11. Apresentado resumidamente pelo autor. Segundo Pontual, é primordial verificar, em uma região geoeconômica, em certa categoria empresarial ou mesmo empresa, qual a fase ou fases do modelo analisado que predominam como indicadores de necessidades de treinamento, as quais são também indicadores do comportamento administrativo que poderá caracterizar a cultura na qual as necessidades específicas vão ser consideradas (Pontual, 1994, p. 22). Fica visível para o autor a complexidade de se traçar a evolução do treinamento nas organizações de acordo com os padrões comuns de evolução, ou seja, em relação à segmentação cronológica apresentada nesse quadro. Sua evolução, quando ocorrer, REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA 14 pp. 85-92 87

deve ser segmentada às condições técnicas e tecnológicas surgidas e de acordo com as características e desenvolvimento da organização. A partir dos anos 70, com a busca da competitividade ocasionada pela rápida evolução tecnológica, a eficiência dos negócios passou a depender mais da contínua aprendizagem das pessoas, ficando em segundo plano a autoridade gerencial. Ou seja, a preocupação das organizações estava em acelerar a capacitação, e não em manter pessoas autoritárias em seus cargos de comando (Malvezzi, 1994). Fato esse distinto da concepção taylorista/fordista, em que o planejamento e a execução das atividades do trabalho localizavam-se em esferas estanques e diferenciadas na organização. Posteriormente, com o crescimento tecnológico, já na década de 80, verifica-se na literatura revisada que as organizações passaram a investir recursos nos programas de treinamento e na capacitação de todos os níveis hierárquicos, como tentativa de ampliar sua margem de atuação no mercado competitivo (Ferreira, 1985; Fleury, 1995; e Malvezzi, 1994). Em Camarotto et al. é encontrado um reforço para esse posicionamento: Nesse momento de globalização, as principais empresas no ranking mundial vem adotando algumas técnicas de gestão de recursos humanos com o intuito de obterem vantagens competitivas através das pessoas, entre os principais programas adotados tem-se (...) as equipes multifuncionais e educação continuada (Camarotto et al., 1996, p. 59). Dessa maneira, evidencia-se que o desenvolvimento das habilidades pessoais, numa empresa, pode ser a alavancagem necessária para que essas organizações possam prosseguir na sua caminhada pela competitividade. O treinamento segue uma trajetória associada às possíveis dimensões de aprendizagem absorvidas pelas pessoas na organização, cujo padrão de desenvolvimento desses recursos humanos tende a ser elevado, realçando suas competências para o agir através de destinados níveis de assimilação das informações contidas nesse instrumento de aprendizagem. Uma constante preocupação das empresas em investir em treinamento com vistas à ampliação da capacitação dos seus recursos humanos foi enfatizada por Neves et al. (1998) mediante uma pesquisa empírica, aplicada em 286 empresas indústrias brasileiras e abrangendo dez Estados brasileiros. É notório, a partir de então, a importância dada ao produto treinamento em um ambiente produtivo. Assim sustentado, percebe-se que as pessoas podem ser uma fonte importante de vantagem competitiva em um ambiente produtivo cada vez mais dinâmico. Segundo Macedo (1997), as habilidades potenciais dos funcionários tornam-se pontos importantes a serem explorados. Para o autor, o aprendizado formal nas academias e o treino oferecido pelas organizações passaram a ser valorizados na busca de maior produtividade no trabalho e agilidade de resposta a mudanças. Atualmente está havendo uma generalização na preocupação das empresas em investir no treinamento com o nítido intuito de obter retornos definidos e alcançar objetivos previamente definidos (Chiavenato, 1996). Um reforço para essa colocação é encontrado em Pfeffer (1996). O autor explicita que valer-se treinamento para conseguir uma margem competitiva também está se difundindo nos fabricantes de automóveis dos Estados Unidos. Segundo ele, companhias como a General Motors, New United Motor e Advance Micro Device investiram consideravelmente em treinamentos apropriados, a partir das constatações de necessidades do desenvolvimento das habilidades humanas, como forma de essas organizações atuarem no novo mercado competitivo. Apesar de uma significativa parcela empresarial investir em treinamento, pode-se questionar se, mesmo com a preocupação em preparar e adequar a mão-de-obra para as mudanças ocasionadas com os avanços tecnológicos, as empresas conseguem, com o treinamento, o real desenvolvimento da capacidade de aprender. Ou seria necessário investir numa educação de cunho formal, escolar, generalista? Além disso, considerando as novas tendências da área administrativa na valorização contínua da aprendizagem, pode a aprendizagem individual se converter numa aprendizagem organizacional? Como medir esse processo? APRENDIZAGEM INDIVIDUAL E APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL A real compreensão das relações entre aprendizagem individual e organizacional sugere uma análise e reflexão do pensamento de alguns autores sobre o tema. Como o propósito deste item é ape- 88 Novembro 1999

nas recuperar concepções acerca do significado desses dois aspectos na questão da aprendizagem, a fim de uma melhor compreensão dos pressupostos que norteiam tal temática, é salutar um breve relato do discurso de alguns teóricos do assunto. Uma definição clara e precisa do termo aprendizado é sugerida por Bass & Vaughan: Aprendizado é uma mudança de comportamento relativamente permanente que ocorre como resultado da prática ou experiência (Bass & Vaughan, 1978, p. 27). A eficácia dessa afirmação está em considerar o aprendizado como um processo de mudanças intrínsecas, produzidas pela práxis do indivíduo. Para muitos psicólogos, a aprendizagem é um processo de mudança, resultante da prática ou experiência anterior, que pode vir ou não a manifestar-se em uma mudança perceptível do comportamento (Menegasso, 1998). Ou seja, para eles, a necessidade de distinguir o que de fato é aprendizagem leva os responsáveis pelo gerenciamento de recursos humanos a utilizarem métodos de análises e mensuração de dados, considerando que o indivíduo que absorve determinado conhecimento emite respostas possíveis de serem testadas e analisadas. Duas correntes teóricas sustentam os principais modelos de aprendizagem: o behaviorista e o cognitivo. Segundo Fleury (1995), o modelo behaviorista direciona-se para o comportamento, uma vez que este é observável e mensurável. Para a autora, o modelo cognitivo é mais abrangente, envolvendo fenômenos mais complexos, como a aprendizagem de conceitos e a solução de problemas. A aprendizagem constitui para Lomônaco (1984) um evento interno, não observável, inferido através do desempenho das pessoas. O autor trabalha o modelo cognitivo. A teoria da Gestalt, precursora do cognitivismo, pesquisa o processo de aprendizagem por insigths, ou seja, a aprendizagem ocorre de forma rápida, traduzindo um sentimento ou convicção, para o indivíduo, de que ocorreu a compreensão de um determinando dado. Hill afirma que essa aprendizagem provavelmente possui especial resistência ao esquecimento e especial facilidade de ser transferida a situações novas. O indivíduo portador de um insight vê uma situação total de uma nova maneira que inclui compreensão das relações lógicas ou percepção das conexões entre meio e fins (Hill, 1981, p. 94). Nesse entendimento, a aprendizagem pode ser vista como resultado da associação de uma reação particular para um estímulo determinado. Ao trabalhar a aprendizagem nas empresas, é possível considerar que alguns estudiosos organizacionais baseiam suas propostas no modelo mecanicista, o qual vê o ser humano como uma máquina, cujo comportamento é desencadeado por forças externas. São várias as teorias sobre a aprendizagem. Numa escolha mais precisa sobre qual delas apresentar, sugere-se a teoria de Piaget (1967), que enfatiza a formulação de objetivos educacionais por se tratar, neste artigo, das questões inerentes ao aprendizado através do treinamento. Em Piaget, apud Menegasso: A aprendizagem refere-se à aquisição de habilidades e dados específicos e a memorização de informações (Menegasso, 1998, p. 85). O autor sugere que não se pode dissociar elementos conceituais da prática, ou seja, não se aprende sem pensar e tampouco se desenvolve o pensamento sem qualquer realização prática. Outro determinante de sua teoria está relacionado ao fator interação. Segundo ele, a pessoa interage com o mundo e descobre a existência do mundo que experimenta no processo de interação (Piaget, 1967). Assim visualizada, a aprendizagem individual ocorre quando o indivíduo consegue, de diversas maneiras, assimilar as informações obtidas acerca de um determinado objeto ou situação. Assimilação essa possível de ser recebida através do ver e ouvir, refletir e agir, raciocinar lógica e intuitivamente, memorizar etc. (Menegasso, 1998). Da mesma maneira que o indivíduo está condicionado à aprendizagem no decorrer de sua existência, as organizações também passam pelo mesmo processo, ou seja, estão condicionadas a aprenderem. Reforçando essa temática, Kim assim se posiciona: a aprendizagem em uma organização é analógica a aprendizagem individual, assim a aprendizagem organizacional é definida como aumento da capacidade da organização para conquistar a ação efetiva (Kim, 1993, p. 48). Fleury também reforça esse posicionamento quando assim se manifesta: Da mesma forma que REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA 14 pp. 85-92 89

no processo de aprendizagem individual, as crenças, os valores da pessoa precisam ser levados em consideração, no processo de aprendizagem organizacional (Fleury, 1995, p. 23). Nesse raciocínio, é interessante verificar como as organizações têm suas próprias memórias e sistemas cognitivos, pois, se observarmos, na maioria das organizações há sempre um manual de procedimentos ou algum documento semelhante, cujo objetivo é clarificar e padronizar esses procedimentos e condutas. Na literatura pesquisada constatam-se muitos conceitos sobre o que é e o que deveria ser uma organização capaz de aprender. Por um prisma organizacional, algumas dessas concepções são apresentadas. No contexto organizacional, o processo de aprendizagem contínua pode ocorrer se o ambiente e o processo de trabalho forem favoráveis. Alguns estudiosos, como Rogers (1991), enfatizam que, quando se trata da aprendizagem de adultos, devese levar em conta os aspectos que fazem parte do ser adulto, não podendo, com isso, se esquecer dos ensinamentos e das experiências. O conceito de aprendizagem organizacional, segundo Inez engloba e integra os modelos behaviorista e cognitivista, já mencionados anteriormente. Segundo a autora, A sua compreensão se dá através da elaboração de novos mapas cognitivos e efetivas modificações de comportamento (Inez, 1999, p. 2). A idéia de que organizações pudessem aprender foi elaborada por Schon (1971). O trabalho do autor se estrutura sobre a constatação de que a incerteza e a instabilidade levariam as instituições à procura de novas formas e arranjos em busca de sobrevivência. Outros pesquisadores que também desenvolveram modelos de aprendizagem organizacional foram Argyris & Schon (1978), cuja abordagem teve início em conseqüência de ajuda à sobrevivência organizacional e social em ambientes transformacionais. Segundo eles, há diferenças marcantes entre mudança e organização em aprendizagem, em que a mudança engloba objetivos e valores, e a aprendizagem organizacional, além de envolver esses fatores, evidencia falhas e trabalha em suas correções. A partir de 1990, o conceito de learning organization foi evoluído por Senge (1990), que o divulgou mundialmente com a publicação de sua obra The Fifth Discipline (A Quinta Disciplina). Esse autor concebeu a organização em aprendizagem sobre cinco disciplinas básicas: domínio pessoal, modelos mentais, visão compartilhada, aprendizagem em equipe e pensamento sistêmico. Todas elas são vistas como um conjunto inter-relacionado e interconectado, ou seja, a aprendizagem ocorre para os níveis individual, em equipe e organizacional, quando os modelos mentais exteriorizados, aceitos e reconhecidos são mudados e compartilhados. Dessa análise, se o processo de aprendizagem passa do foco individual para o do grupal, então é possível considerar a passagem pela aquisição de novos conhecimentos e habilidades como um ato de apreender e reter informações, cujo canal de transmissão desses conhecimentos pode se dar através do treinamento. Com isso, reafirma-se o posicionamento de vários autores de que o desenvolvimento das habilidades pessoais é o desafio para as organizações na busca pela sua identidade estratégica de competitividade (Senge, 1990; Fleury, 1996; Camarotto, 1996; e Peffer 1996). CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da constatação de que o treinamento pode ser um instrumento que viabiliza a aprendizagem, as organizações passam a adquirir nova estrutura comportamental e instrumental, convergindo as habilidades dos seus membros para uma dimensão em que as possibilidades de aprendizagem ocorrem gradativamente, no âmbito organizacional. O treinamento passa a oferecer oportunidades, conduzindo o indivíduo a redefinir o seu projeto de trabalho na empresa, cuja sua maior contribuição será refletiva através do processamento das atividades desse seu projeto de trabalho (Malvezzi, 1994). Dessa forma, mesmo com a constante preocupação das empresas em investir em treinamento apenas em situações de implementação de novo sistema operacional mencionado anteriormente por Neves (1998) ou como suporte de suas dimensões competitivas colocadas por Pfeffer (1996), a importância dos investimentos em treinamento para um plano superior nas organizações é elevada, e 90 Novembro 1999

suas dimensões poderão ser sentidas através da satisfação dos funcionários, observadas a médio e longo prazos. A trajetória do treinamento e de suas tendências delineadas no tempo, apresentadas no início deste artigo, sugere ainda, a necessidade de questionamentos sobre o grau de (in)satisfação daqueles que a esses programas são submetidos. Em outros termos, estaria a mão-de-obra preparada para absorver novas metodologias advindas desse instrumento de aprendizagem? São indagações que não conduzem a respostas neste estudo, porém, sugerem a reflexão quanto a um novo espaço de pesquisa a ser explorada. A partir dessa observação, pretende-se ampliar tais questionamentos, cujo objeto de estudo será analisado à luz das novas tendências na área de treinamento de recursos humanos, tendo como pano de fundo a questão da aprendizagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGYRIS, C. & SCHON, D.A. Organizational Learning: a teory of action perspective. Reading. MA: Addison-wesley, 1978. BASS, B.M. & VAUGHAN, J.A. O Aprendizado e o Treinamento na Indústria. São Paulo: Atlas, 1978. BEACH, D.S. Personnel the management of people at work. New York: The MacMillan Company, 2ª ed., 1970. CAMAROTTO, J. A; CABRAL, S. & SANTOS, F.C.A. Aspectos estratégicos da gestão de RH em empresas industriais de São Carlos. Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 16. Anais, Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 1996. CARNOY, M. Efficiency and equity in vocational education and trainning policies. International Labour Review, 133 (2): 221, 1994. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Ed. Compacta. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1994. FARIA, E. Formação e desenvolvimento profissional. São Paulo: Revista Rhevisão, nº 3, mai.-jun./98. Disponível na Internet: <http://www.revistas.net/rhevisão/3/2-2.shtml>. FLEURY, A.C.C. Aprendizagem e Inovação Organizacional: as experiências do Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 1995. FLIPPO, E.B. Princípios de Administração de Pessoal. São Paulo: Atlas. 1970. GOSS, D. Principle of Human Resources Management. Routledge, London, 1965. HILL, W.F. Aprendizagem. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981. INEZ, M. Aprendizagem organizacional. São Paulo: Revista Quatro. Disponível na Internet: <http://www.quattro.com.br/fórumrh/messages/186.htm>. KIM, D.H. The link between individual and organizational learning. Cambridge, Sloan Management Organizational Review, 35 (1): 37-50, 1993. LOMÔNACO, F. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: EPU-Edusp, 1984. MACEDO, M.A.S. A busca da competitividade através do treinamento. Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 17/97. Anais. Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1997. MALVEZZI, S. Do taylorismo ao comportamentalismo; 90 anos de desenvolvimento de recursos humanos. In: BOOG, G.G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento ABTD. 2ª ed. São Paulo: Mackron Books, pp. 15-34, 1994. MENEGASSO, M.E. O declínio do emprego e ascensão da empregabilidade: um protótipo para promover condições de empregabilidade na empresa pública do setor bancário. Florianópolis, 1998. [Dissertação de doutorado, UFSC, dez./98] NEVES, M.; CAULLIRAUX, H.M; & SOUZA, A. Sistemas integrados de produção no Brasil: os esforços na área de recursos humanos. Revista produto & Produção, 2 (1): 15-22, 1998. PIAGET, J.A. A Psicologia da Inteligência. Lisboa: Ed. Fundo de Cultura, 1967.. A Equilibração das Estruturas Cognitivas: problema central do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. PONTUAL, M. Evolução do treinamento empresarial. In: BOOG, G.G. (coord.). Manual de Treinamento e Desenvolvimento ABTD. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994, pp. 15-31. ROGERS, C. Tornar-se Pessoa. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. SENGE, P.M. Quinta Disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. São Paulo: Best Seller, 1990. SCHON, D.A. Beyond the Stable State. New York: Basic Books, 1971. SOUZA, A. Políticas de recursos humanos: um estudo exploratório em dez empresas do ramo industrial. Revista Brasileira de Educação, nº 3, Anped, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, 1996. REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA 14 pp. 85-92 91

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