PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL



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Transcrição:

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL Gabriel Weiss Maciel Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil Henrique Cabral Faraco Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil Resumo O objetivo do estudo foi avaliar a produção de conhecimento acerca do voleibol nos periódicos nacionais disponibilizados pela CAPES, entre 1990 à 2010 e relacionar esses dados à condição do voleibol brasileiro no cenário mundial. Foram encontrados 53 artigos que estavam qualificados pelo Qualis e em seguida as publicações anuais foram correlacionadas com as posições das seleções masculina e feminina no mesmo ano. Os resultados constataram crescimento na produção científica e correlação negativa significativa (r = -0,57 n = 15) nas competições principais e (r = -0,43 n = 21) nas competições secundárias ambas no naipe masculino. O estudo aponta para um crescimento na produção científica voltada ao voleibol e ainda um deixam claro a importância da produção de artigos para o desenvolvimento da modalidade. Palavras Chave: Produção Científica Periódicos Voleibol. Introdução A produção de conhecimento em voleibol, principal foco do estudo, está embasada na relação de dois fatores importantes. Primeiramente na publicação de artigos relacionados ao voleibol e depois nos resultados obtidos pelas seleções nacionais da modalidade. Como não foram encontrados estudos semelhantes na modalidade, pouco se sabe sobre a relação entre produção científica no voleibol relacionada a melhora nos resultados. A maior concentração de estudos na modalidade está no âmbito da Avaliação Física e Treinamento. Quanto à publicação em voleibol a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV, 2010) afirma que em 1916, um artigo do Guia de Vôlei Spalding escrito por Robert C. Cubbon estimou que os praticantes de voleibol nos Estados Unidos já totalizavam duzentos mil. Naquele mesmo ano, a YMCA (Associação Cristã de Moços) conseguiu que a NCAA (a maior liga de esportes universitários dos Estados Unidos) divulgasse o vôlei em seus artigos, contribuindo para o rápido crescimento do esporte entre os jovens universitários. Desde então o voleibol brasileiro cresceu, segundo a Federação Internacional de Voleibol (FIVB, 2010) quase todos os rankings, independente de naipe

ou categoria, a única exceção é o Ranking Mundial Juvenil e Infanto-juvenil Masculino, apesar de ser o atual campeão mundial na categoria juvenil. Quanto ao voleibol de praia, atualmente no Circuito Mundial de 2010 de Voleibol de Praia o país tem a segunda melhor dupla no naipe masculino e as duas melhores duplas femininas (FIVB, 2010). Ainda sobre os resultados nacionais a Confederação Brasileira de Voleibol (2010) divulga que as seleções brasileiras estiveram presentes em 80% das finais de competições internacionais, chegando ao título em 75% das finais que disputou, considerando nesse caso as equipes do naipe masculino e feminino nas categorias adulto e jovens. Mas a realidade não foi sempre assim. Até 2000 as seleções adultas, embora competindo sempre em alto nível, registram poucos títulos entre Copas do Mundo, Campeonatos Mundiais, Jogos Olímpicos e ligas mundiais, sendo que as conquistas mais expressivas nesse aspecto ocorreram de forma isolada, geralmente apoiada no talento individual de atletas e equipes técnicas. Dentre os diversos fatores que podem explicar o sucesso de uma modalidade desportiva, está o quanto se conhece e estuda a seu respeito. Nesse sentido, Giustina (1999) afirma que muito do que sabemos sobre o comportamento e as normas dos cientistas provem da análise da ciência universitária, ou mais especificamente, da pesquisa praticada nas universidades. Com a evolução tecnológica, a forma de publicação dos conhecimentos produzidos vem se alterando. Antigamente eram comuns artigos publicados em periódicos, hoje as informações são trocadas através de bytes, satélites, fibra ótica, com uma velocidade muito maior do que se era feito (BUSTO, 2001). Com as mudanças na forma de publicação da produção de conhecimento científico, aumenta a velocidade da troca de informações possibilitando uma maior produção de conhecimento científico. Isso promove adaptações nas instituições de ensino para que todos possam ter acesso aos benefícios gerados por uma maior produção de conhecimento (FARACO, 2003). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão do governo federal vinculado ao Ministério da Educação (MEC). O Portal de Periódicos CAPES é um local onde professores, pesquisadores, alunos e funcionários de 268 instituições de ensino superior e de pesquisa em todo o país têm acesso imediato à produção científica mundial atualizada através deste serviço oferecido pela CAPES. O Portal oferece acesso aos textos completos de artigos selecionados de mais de 15.475 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e 126 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de

importantes fontes de informação acadêmica com acesso gratuito na Internet. O Qualis é uma classificação feita pela CAPES dos veículos utilizados pelos programas de pósgraduação para a divulgação da produção intelectual de seus docentes e alunos, cujo objetivo é atender às necessidades específicas da avaliação da pós-graduação realizada por esta agência. A classificação é feita ou coordenada por uma comissão de consultores de cada área e passa por processo anual de atualização. Os veículos de divulgação citados pelos programas de pós-graduação são enquadrados em categorias indicativas da qualidade do veículo utilizado. Conforme deliberação do Conselho Técnico Científico - CTC em 16 e 17/04/2008, a classificação dos periódicos divulgados no Qualis das áreas passou a ser composta de oito estratos, a saber: A1, o mais elevado, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, com peso zero (CAPES, 2010). Considerando a expressiva melhora nos resultados obtidos pelas seleções nacionais de voleibol após o ano 2000, surge a necessidade de se investigar possíveis motivos que contribuíram para tais conquistas. Sendo assim, o principal objetivo deste estudo é verificar se a produção de conhecimento acompanha e pode explicar o crescimento da modalidade. Tal observação se dará através de um levantamento sobre a quantidade e a qualidade das publicações científicas voltadas ao voleibol em revistas nacionais, buscando uma correlação entre esse nível de produção intelectual e as principais conquistas das equipes de voleibol que representam o Brasil em competições internacionais. Métodos Essa pesquisa é caracterizada, de acordo com Thomas e Nelson (2002), como uma pesquisa de levantamento bibliográfico, uma vez que busca investigar a qualidade e a quantidade de artigos publicados em periódicos nacionais usando a temática do voleibol. Serão realizados dois levantamentos, um primeiro visando determinar a quantidade de artigos relacionados ao voleibol tem sido produzidos e publicados em revistas nacionais com Web Qualis e um segundo, junto a CBV, com o objetivo de identificar a quantidade de títulos internacionais conquistados pelas seleções adultas de voleibol (feminino e masculino). Maiores detalhamentos quanto aos procedimentos de coleta de dados serão descritos a seguir.

Levantamento das publicações em voleibol A seleção das publicações foi feita durante o mês de Outubro de 2010, através de uma busca nos Periódicos Capes. Foram selecionadas apenas revistas nacionais inseridas na relação de Periódicos da Educação Física. A partir daí foi investigada na respectiva área de busca a tag voleibol, procedendo conforme a metodologia usada por Dario et al. (2010), onde a seleção das publicações foi realizada em três partes. Primeiramente, a análise do título, que deveria possuir o termo voleibol ou o respectivo termo no idioma inglês. Em seguida foram analisados os resumos e, por fim o texto completo, para verificação da adequação do conteúdo à temática. Somente serão consideradas os artigos publicados entre 1990 e outubro de 2010. Após levantamento de toda a produção, os artigos encontrados serão classificados quanto ao ano e quanto ao Qualis. Levantamento das conquistas internacionais. O levantamento realizado junto à CBV quanto ao desempenho das seleções adultas nacionais se resume aos Jogos Olímpicos, aos Campeonatos Mundiais, as Copas do Mundo, as Ligas mundiais e aos Grand Prix. Tal restrição foi imposta por se tratarem de campeonatos de grande expressão internacional e participação plena das principais equipes do mundo. Da mesma forma que as publicações, somente serão considerados os resultados obtidos a partir de 1990. As competições femininas serão divididas em dois grupos. O primeiro e principal é composto pelos Jogos Olímpicos, os Campeonatos Mundiais e as Copas do Mundo. Tais competições estão agrupadas não somente por equivalência de importância, mas também por ocorrerem a cada quatro anos de forma intercalada. O segundo grupo, secundário, são as competições do Grand Prix, que ocorrem anualmente. As competições masculinas também serão divididas em dois grupos sendo o primeiro da mesma forma que as competições femininas (Jogos Olimpicos, Campeonatos Mundiais e Copas do Mundo) e o segundo grupo as competições anuais da Liga Mundial. Análise estatística

Os dados estão expressos através da apresentação de tabelas de freqüência absoluta e relativa, bem como dispostos em gráficos para melhor visualização. A correlação entre as produções e as conquistas desportivas foi testada de forma não paramétrica através de teste de correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 95%. Resultados A quantidade de revistas nacionais na área da Educação Física, de acordo com a CAPES, compreende 16 periódicos. Destes, nenhum classificado em nível A1, A2 e C. Dos 16 periódicos encontrados na área da Educação Física, em nove deles foi possível encontrar artigos relacionados ao Voleibol, totalizando 53 artigos publicados entre 1990 e 2010 (Tabela 1). Tabela 1 Publicações em Voleibol por ano nas revistas nacionais Ano B1 B2 B3 B4 Total 1990 91 1992 93 1994 95 1996 97 1998 99 2000 01 1 1 2002 03 1 1 2 2004 05 5 4 1 10 2006 07 2 4 1 2 9 2008 09 5 3 7 9 24 2010 1 2 1 4 * Em branco quando a quantidade for igual a zero Em relação às conquistas das seleções feminina e masculina, podemos observar um considerável aumento na expressividade dos resultados a partir do ano 2000, conforme explicitado na tabela 2.

Tabela 2 Conquistas internacionais das seleções brasileiras (quantidade de títulos) Ano Seleção Feminina Seleção Masculina principais Competição secundária principais Competição secundária 1990 1995 0 1 1 1 1996 2000 0 2 0 0 2001 2005 0 1 3 4 2006 2010 1 3 2 4 As correlações encontradas no estudo estão descritas na Tabela 3. Pode-se perceber significância nas correlações entre a quantidade de publicações e a colocação da seleção brasileira masculina adulta nas competições principais (r = - 0,57 / n = 15) e nas competições secundárias (r = - 0,45 / n = 21), conforme classificados em nosso estudo. Informações adicionais sobre o relacionamento entre a produção de conhecimento cientifico e o desempenho das seleções nacionais pode ser observado nas Figuras1 e 2. Tabela 3 Correlações encontradas entre colocações das seleções e número de artigos anuais através do Spearman Correlation test. Artigos Principais Femininas - 0,39 (n = 15) Secundárias Femininas - 0,31 (n = 17) Principais Masculinas - 0,57* (n = 15) Secundárias Masculinas - 0,45* (n = 21) * p 0,05 Figura 1 Comparativo entre a produção de artigos e as conquistas principais

Figura 2 Comparativo entre a produção e as conquistas secundárias Discussão Dentre todos os periódicos existentes no portal CAPES, na área da Educação Física, um pouco mais da metade deles possui ao menos uma referência ao voleibol no seu título e que disponibilize o trabalho completo gratuitamente, sendo essa uma boa proporção. Um exemplo é o estudo de Zanata et al. (2010) intitulado Processo de seleção e treinamento de levantadores no voleibol catarinense infanto-juvenil masculino. Nesses artigos foi possível constatar que aproximadamente metade (50,94%) dos artigos são classificados como nível médio baixo (B3 e B4) e a outra metade (49,06%) como médio alto (B1 e B2), segundo o Qualis. Isso significa dizer que, comparado a média geral sobre produção de conhecimento na Educação Física, os artigos sobre voleibol estão ligeiramente melhor qualificados. Com relação ao ano de publicação encontramos basicamente quatro fases distintas. De 1990 à 1999 nenhuma publicação nesses periódicos, 2000 à 2003, em quatro anos, apenas 6 publicações (11,32%), de 2004 à 2007 uma média de 4,75 publicações por ano, sendo que nesses quatro anos tivemos 19 publicações (35.85%) e finalmente de 2008 à 2010, os últimos três anos, com 28 publicações (52,83%). Isso demonstra um crescimento real em termos de produção científica acerca do Voleibol. Acompanhando o ritmo das publicações, o voleibol nacional tem se demonstrado muito forte nos últimos anos, já que as seleções brasileiras têm-se mantido no topo dos World Rankings de uma forma geral. Outro fator impressionante é a qualidade dos resultados obtidos. A seleção masculina adulta, desde 2000 até hoje, venceu 66,67% das competições disputadas e chegou a final em 87,87% dos campeonatos disputados. Os resultados são ainda mais expressivos ao analisarmos as

seleções femininas nas categorias de base (infanto-juvenil e juvenil) com 80,95% de competições vencidas. Ao observarmos as Tabelas 1 e 2, veremos a concentração de dados e títulos a partir do ano 2000. Isso prova um crescimento tanto na pesquisa quanto na quantidade de títulos. Analisando mais profundamente esses dados através do teste de correlação de Spearman encontramos valores significativos de correlação negativa nas competições principais (r = -0,57) e secundárias (r = -0,45) no naipe masculino. A representação disso é que quanto mais artigos publicados melhor a colocação das seleções no mesmo ano. Um outro aspecto a ser discutido é se a produção de artigos na área favoreceu a melhora de rendimentos ou se o fato das seleções estarem em destaque no cenário mundial desencadearam um aumento na produção de conhecimento. Considerações Finais A produção de conhecimento certamente acompanhou o crescimento da modalidade, até porque se percebeu um grande aumento no número de publicações. O teste de correlação realizado ainda comprova esse fato, pois teve como resultado valores significativos. Portanto, parece que o aumento na produção de conhecimento em voleibol tem ajudado no desenvolvimento do país na modalidade. Porém é importante ressaltar que o voleibol nacional conquistando títulos internacionais é um grande estímulo para que se pesquise e produza mais na área. Assim, é provável e muito importante que a produção científica sobre o voleibol continue crescendo, tanto para manter o esporte no topo, quanto para melhorar a qualidade e quantidade de artigos sobre voleibol. Referências BUSTO, R. M. Sistematização e divulgação dos conhecimentos produzidos pela subárea de ginástica olímpica nos últimos 25 anos. In: Anais do I Seminário Internacional de Educação, Cianorte, p.2724-2728, Setembro, 2001. CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O portal brasileiro da informação científica. 2010. em <http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp> acessado em 23/10/2010 às 22h12min.

CBV (Confederação Brasileira de Voleibol). História do Voleibol. <www.cbv.com.br> acessado em 22/10/2010 às 12h27min. 2010. em DARIO, A.B.; KÜLKAMP, W.; FARACO, H. C.; GEVAERD, M. S. & DOMENECH, S. C. Alterações psicológicas e exercício físico em pacientes com artrite reumatoide. Revista Motricidade, vol. 6, n. 3, p. 21-30. 2010. FARACO, H. C. Produção de conhecimento no handebol. Florianópolis, 2003. FIVB (Fédération Internationale de Volleyball). FIVB Volleyball World Rankings. 2010. em <http://www.fivb.org/en/volleyball/rankings/rankings.htm> acessado em 16/11/2010 às 00h21min. GIUSTINA, M. C. della. Produção científica dos alunos de graduação em educação física do CEFID/UDESC, do 2º semestre de 1995 ao 1º semestre de 1998. Florianópolis, 1999. THOMAS, J. R.; NELSON, J. R. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. 3º ed. Artmed, 2002. ZANATA, W. A.; SOUZA, J. C.; NASCIMENTO, J. V. Processo de seleção e treinamento de levantadores no voleibol catarinense infanto-juvenil masculino. Revista Pensar a Prática. Goiânia, v. 13, n. 2, p. 1-18, 2010.