MORAES, W. da S; SANTOS, Controle Á. F. dos; curativo FUZITANI, da podridão E. J.; CARVALHO, da ase do estipe P. A. de.; em GARCIA, pupunheira V.A.; (Bactris NOMURA, gasipaes) E.S.; DAMATTO JUNIOR, E.R.. Horticultura Brasileira 7: S-S7. CONTROLE CURATIVO DA PODRIDÃO DA BASE DO ESTIPE EM PUPUNHEIRA (BACTRIS GASIPAES) Wilson da Silva Moraes ; Álvaro Figueredo dos Santos ; Eduardo J. Fuzitani ; Patrícia Aparecida de Carvalho 3 ; Valéria Augusta Garcia ; Edson Shigueaki Nomura ; Erval Rafael Damatto Junior Pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA Vale do Rieira, SP; Pesquisador Emrapa Florestas; 3 Graduanda do Curso de Agronomia, UNESP, Campus Experimental de Registro, SP. wilson@apta.sp.gov.r; alvaro@cnpf.emrapa.r; valeriagarcia@apta.sp.gov.r; edsonnomura@apta.sp.gov.r; erval@apta.sp.gov.r. RESUMO A podridão da ase do estipe em pupunheiras é causada por espécies do fungo Fusarium spp. e/ou Phytophtora palmivora, que são favorecidos por ferimentos provocados por insetos rocas ou encharcamento do solo. A forma de controle da doença envolve medidas preventivas e a erradicação da planta afetada e dos perfilhos da mesma touceira. Este traalho teve por ojetivo avaliar o efeito da mistura dos fungicidas teuconazole (, ml p.c./l) e metalaxil+mancoze (3, g p.c./l) com o inseticida deltametrina (,5 ml p.c./l) no controle de Fusarium spp., P. palmivora e Metamasius spp, respectivamente. Os tratamentos utilizados foram:. Touceiras com plantas sadias;. Touceiras com plantas doentes; 3. Touceiras com remoção da planta doente;. Touceiras com remoção da planta doente, seguido de quatro aplicações quinzenais da mistura de fungicidas e inseticida, com dez repetições cada tratamento. A taxa de emissão de perfilhos, a taxa de crescimento dos perfilhos, a taxa de crescimento do diâmetro dos perfilhos e a incidência da doença foram avaliadas mensalmente, desde o inicio até o final do experimento. A mistura de fungicidas teuconazole (, ml p.c./l) e metalaxil+mancoze (3, g p.c./l) com o inseticida deltametrina (,5 ml p.c./l) mostrouse efetiva no controle da podridão da ase da estipe em pupunheira, quando aplicada quinzenalmente, após a retirada das plantas doentes da touceira, em plantio de primeiro ciclo. PALAVRAS-CHAVE: Pupunha, fusariose, fungos e doença. ABSTRACT Curative control of the stem- foot-rot in peach palm (Bactris gasipaes) The stem-foot-rot of the Bactris gasipaes crop is caused y species of Fusarium spp. and/or Phytophtora palmivora that are improved y insect injury or water excess in soil. The disease control is otained with preventive treatments and eradication of plants from the same family. This work aimed to evaluated the effect of teuconazole (. ml c.p./l), metalaxil+mancoze (3. g c.p./l) fungicides mixed with deltametrina insecticide (.5 ml c.p/l) to control Fusarium spp., P. palmivora e Metamasius spp, respectively. The treatments used were:. Health plants;. Diseased plants; 3. Family without diseased plants;. Family without diseased plants, followed y four applications of the mixture of fungicides and insecticide in a 5 days interval. Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S
Each treatment had ten replications. The shoot emission index, the shoot growth index, the shoot diameter growth index and the disease incidence were evaluated monthly since the eginning until the end of the experiment. The mixture of fungicide teuconazole (. ml c.p./ L) and metalaxyl + mancoze (3. g c.p./l) with the insecticide deltamethrin (.5 ml c.p/l) was effective to control the stem-foot-rot in peach palm, when applied every two weeks, after the removal of diseased plants from the shoots in the first planting cycle. KEYWORDS: Peach palm, fusarium wilt, fungus and disease. INTRODUÇÃO No Brasil, a principal demanda da pupunheira é para a produção de palmito, cujo mercado nacional asorve quase a totalidade da produção, situando-o como maior consumidor do mundo e, portanto, possui o maior mercado mundial, concentrando sua produção no Estado de São Paulo, (Johr, J. 999). No entanto, a maioria desse produto, ainda é oriunda do extrativismo do açaí, outra parte da juçara e pequena parte da pupunha. Porém, uma doença conhecida como Podridão da Base do Estipe (PBE), Podridão da Estipe ou Podridão do Tronco causada por espécies do fungo Fusarium spp. e/ou Phytophtora palmivora, constitui a maior ameça ao estaelecimento da cultura nas regiões promissoras. A ocorrencia desta doença é favorecida por ferimentos causados por insetos (rocas) ou encharcamento do solo. A doença provoca danos em mudas no viveiro e plantas no campo. Uma vez infectada, a planta dificilmente reage à ação desses fungos, com tendência de morte da haste principal (planta-mãe) e dos perfilhos da mesma touceira, além de servirem de fonte de inóculo para as plantas sadias da plantação. A forma de controle da doença envolve medidas preventivas e a erradicação da planta afetada e dos perfilhos da mesma touceira. Esta doença é causada por patógenos haitantes do solo que podem penetrar diretamente pelas raízes primárias ou secundárias ou pelos ferimentos provocados por ferramentas de cultivo ou perfurações promovidas pelo inseto Metamasius spp. Dentre as medidas preventivas que podem ser adotadas para conviver com esta doença, têm-se recomendado evitar o cultivo em áreas aixas ou compactadas, sujeitas ao encharcamento, realizar o tratamento de sementes, esterilização do sustrato de plantio e a eliminação dos insetos rocas. Para tentar conviver com esta doença que tem se constituído no principal fator limitante da produção e da expansão da produção de palmito na região do Vale do Rieira (estado de São Paulo) e regiões produtoras do Paraná. Nenhuma técnica isolada de controle se encontra disponível, o que tem levado os produtores a recorrerem ao uso de agrotóxicos, tal pratica é duvidosa visto que não existe produtos registrados para a cultura. Além disso, a eficiência de tais produtos não foi comprovada, tornado-se de grande importância os testes na cultura, assim sendo, o presente traalho ojetivou efetivar o controle curativo da PBE com aplicações quinzenais de misturas dos fungicidas teuconazole (, ml p.c./l) e metalaxil+mancoze (3, g p.c./l) com o inseticida deltametrina (,5 ml p.c./l) no controle de Fusarium spp., P. palmivora e Metamasius spp, respectivamente. Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S3
MATERIAL E MÉTODOS Material vegetal: Plantas de pupunheira de primeiro ciclo, localizadas no municipio de Sete Barras, SP, foram selecionadas para o presente traalho, em função da ocorrencia natural da doença numa área aproximada de,5 ha. Análises laoratoriais realizadas no Laoratório de Sanidade Vegetal de Registro - APTA Vale do Rieira, confirmaram a ocorrência de Fusarium e Phytophtora nas plantas doentes desta área. As plantas foram escolhidas ao acaso para serem sumetidas aos seguintes Tratamentos: ) Touceiras com plantas sadias; ) Touceiras com plantas doentes; 3) Touceiras com remoção da planta doente; ) Touceiras com remoção da planta doente, seguido de quatro aplicações quinzenais da mistura, na região exposta e nos perfilhos, com dez repetições disposta no delineamento inteiramente casualizado. Avaliação dos dados: A taxa de emissão de perfilhos (tep), a taxa de crescimento dos perfilhos (tcp), a taxa do diâmetro dos perfilhos (tdp) e a incidência da doença (id) foram avaliadas mensalmente, desde o inicio (9//8) até o final do experimento (6//9). Para isso, dez plantas, com no mínimo cinco perfilhos, foram escolhidas ao acaso e contados o número de perfilhos inicial e final para a determinação, aos 6 dias, da taxa de emissão de perfilho [tep=(npf-npi/npi)*] e da percentagem de perfilhos doentes ou incidência da doença. Destas plantas, cinco perfilhos foram selecionados e medidos a sua altura (a) e o diâmeto (d) da ase da estipe para a determinação, aos 6 dias, da taxa de crescimento do perfilho [tcp=(af-ai/ai)*] e da taxa de crescimento do diametro do perfilho [tdp=(df-di/di)*]. Análise dos dados: Os dados foram sumetidos a análise de variância e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5% de proailidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Resultados significativos foram otidos com para a incidência da doença (Figura ), com destaque para os tratamentos (3,6%) e (7,8 %), que diferiram dos tratamentos (9,9%) e 3 (3, %). Nenhuma diferença significativa foi oservada para a variável tep, apenas para a tcp e tdp que foram superiores nos tratamentos (8, % e 5, %) e (3,6 % e 8, %), em relação aos tratamentos 3 (-3,3 % e -,8 %) e (8,5 % e -,6 %), respectivamente. No conjunto, o tratamento mostrou-se efetivo no controle da doença devido a redução da incidência da doença (Figura ), aumento da taxa de emissão de perfilhos (Figura ) e manutenção da taxa de crescimento do diâmetro dos perfilhos (Figura ) semelhante aquela de plantas sadias. CONCLUSÃO Conclui-se que a mistura de fungicidas teuconazole (, ml p.c./l) e metalaxil+mancoze (3, g p.c./l) com o inseticida deltametrina (,5 ml p.c./l) mostrou-se efetiva no controle da podridão da ase da estipe em pupunheira, quando aplicada quinzenalmente, após a retirada das plantas doentes da touceira, em plantio de primeiro ciclo. Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S
LITERATURA CITADA PIZZINATTO, M. A.; BOVI, M. L. A.; FEICHTENBERGER, E., SPIERING, S. H. Ocorrência da podridão do estipe em pupunheira, causada por Phytophthora palmivora, no estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, v. 8, n.,. p. 363-365. POLTRONIERI, L. S.; GASPAROTTO, L.; BENCHIMOL, R. L. Doenças da cultura da pupunheira. In: DUARTE, M. de L. (Ed). Doenças de plantas no trópico úmido rasileiro: I Plantas Industriais. Belém: Emrapa Amazônia Oriental, 999, p. 9-5. SILVA, C. M. da; MORAES, W. da S.; GARCIA, V. A.; ARMESTO, C.; SOLIMAN, E. P. Incidência de fungos em sementes de pupunha (Bactris gasipaes) produzidas no Vale do Rieira. In: XVIII Congresso de Iniciação Científica da UNESP, 6, Jaoticaal. Anais... São Paulo: CGB/ PROPE UNESP, 6. SANTOS, Á. F. dos.; LUZ, E. D. M. N.; FINATO, P. D.; TESSMANN, D. I. J.; VIDA, J. B. Primeiro relato da Podridão do estipe da pupunheira, causada por Phytophthora palmivora no Estado do Paraná. Fitopatologia Brasileira, v. 9, n.6, nov-dez. p. 68-68. 35 d Incidência da Doença 3 5 5 d 5 a Pl. sadias Pl. tratadas Pl. doentes Pl. doentes Figura. Incidência da doença em perfilhos de plantas de pupunheira sumetidas aos diferentes tratamentos, após 6 dias. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si a 5% de proailidade pelo teste de Tukey. [Disease incidence in peach palm shoots for plants sumitted to different treatments after 6 days. Averages followed y the same letter do not differ at 5% of proaility y Tukey test]. Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S5
8 6 Taxa de emissão de perfilhos - - -6 Pl. sadias Pl. tratadas Pl. doentes 3 Pl. doentes -8 Figura. Taxa de emissão de perfilhos de plantas de pupunheira sumetidas aos diferentes tratamentos, após 6 dias. [Shoots emission rate for plants sumitted to different treatments after 6 days]. Taxa de crescimento dos perfilhos 8 6 - a Pl. sadias Pl. tratadas Pl. doentes Pl. doentes Figura 3. Taxa de crescimento dos perfilhos de plantas de pupunheira sumetidas aos diferentes tratamentos, após 6 dias. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si a 5% de proailidade pelo teste de Tukey. [Peach palm shoots growth rate for plants sumitted to different treatments after 6 days. Averages followed y the same letter do not differ at 5% of proaility y Tukey test]. 3 Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S6
Taxa de crescimento do diametro do perfilho 5 3 - - -3 a Pl. sadias Pl. tratadas Pl. doentes Pl. doentes Figura. Taxa de crescimento do diâmetro perfilhos de plantas de pupunheira sumetidas aos diferentes tratamentos, após 6 dias. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si a 5% de proailidade pelo teste Tukey. [Shoots diameter growth rate in peach palm plants sumitted to different treatments after 6 days. Averages followed y the same letter do not differ at 5% of proaility y Tukey test]. 3 a Hortic. ras., v. 7, n. (Suplemento - CD Rom), agosto 9 S7