Cultura de Cidadania contra a pirataria A opinião pública como arma da cidadania, a qualificação da representação política como objetivo e o valor da justiça como cidadela Jorge Maranhão
O que é ser cidadão A superação de nossa crise social não é econômica ou fiscal, mas sim a superação de nossa miséria cultural, a superação do impasse entre a crise de valores do setor privado e a crise gerencial do setor público. Pois mesmo a cobrança de responsabilidade fiscal de governos em contraponto à cobrança de responsabilidade social de empresas é mais um falso dilema da irresponsabilidade política de nossas elites. 1º momento - Cidadania como expressão de direitos sociais, filantropia, moral religiosa, assistencialismo, entre elites e excluídos. 2º momento - Cidadania como expressão de direitos civis; ética profissional, boa conduta social, civilidade, urbanidade entre iguais. 3º momento - Cidadania como expressão de direitos políticos, controle social de mandatos, governos e orçamentos, justiça e segurança; entre cidadãos e governantes.
O princípio civil da Voz do Cidadão O fato de não termos o direito de meter o bedelho na vida privada do próximo não significa que não tenhamos o dever de constrangê-lo quando este abusa de seu direito privado em detrimento dos direitos civis coletivos e do bem comum.
O princípio político da Voz do Cidadão E se abrimos mão dos nossos direitos e dispensamos os serviços públicos da educação, saúde, previdência e segurança não significa que não temos o dever de participar do controle da administração pública, dos mandatos e dos orçamentos, como única forma de não compactuar com ilegalidades, de promover a paz que interessa a todos e legarmos um país menos impune, injusto e violento para nossos filhos.
Para uma campanha eficaz de combate à pirataria: Estratégias de argumentação De início, deve-se dizer que uma campanha de comunicação, no mínimo, tem a função de otimizar, e não a de substituir, as ações nas vertentes repressiva, tecnológica e econômica. E tanto mais eficaz será se a linha estratégica de argumentação for a mesma, independente do setor ou exemplo a que se aplica. O melhor argumento contra a pirataria não pode variar de acordo com o setor econômico atingido para não ser confundido com eventuais interesses corporativos ou setoriais, mas deverá ser, sim, um argumento consistente e aplicável para qualquer dos setores em que ocorre o fenômeno, que atinge o interesse maior e público de toda a sociedade. Esta é a diferença essencial entre persuadir um auditório particular e convencer um auditório geral.
Argumentações geralmente propostas e suas contraargumentações: 1. A da baixa qualidade e conseqüente risco à segurança e à saúde (aplicável aos setores de saúde, cosmética, brinquedos, bebidas etc) seriam compensatórias pela vantagem muito maior de preço, além do que requer conhecimento e reconhecimento de padrões de qualidade internacional ou cultura de cidadania em última instância; 2. A do dano social da diminuição de arrecadação do Estado para o investimento social causado pelo consumo dos produtos piratas, da contrafação, do descaminho, do mercado negro, por sua vez, esbarraria na cultura da esperteza ou da impunidade do comendo eu e meu cavalo... ou farinha pouca, meu pirão primeiro ; 3. Ao argumento político da conexão da pirataria com o crime organizado, a lavagem de dinheiro, o narcotráfico, a corrupção e até mesmo o índice de violação legal e violência social, teríamos o incentivo de determinados setores da mídia interessados nos escândalos que desmobilizam o espírito da cidadania e tornam qualquer argumento político uma mera ingenuidade; 4. Exemplificando, ao argumento da função social da propriedade viola-se o preceito constitucional (Art. 5º) da própria propriedade.
O Brasil está farto da malandragem e da esperteza. Se o grande argumento dos adeptos da pirataria é o preço, teríamos de argumentar dentro da mesma lógica. Ou seja, os argumentos de qualidade podem não ser convincentes dada a cultura de malandragem dominante. Assim como os argumentos da propriedade intelectual, uma vez que nem mesmo a propriedade concreta é respeitada por ineficiência do poder judiciário e de nossa particular incultura de cidadania. E os argumentos do bem comum e da deterioração da vida política, dada a cultura do voluntarismo individualista e da impunidade também arraigada no país, ficam parecendo ingênuos para não dizer otários. O que nos ensina a teoria da argumentação estratégica é que temos de lidar com a cultura dominante e as próprias categorias lógicas do seu pensamento para termos sucesso na persuasão.
Como no velho lema de que, senão lutamos no campo do inimigo com as próprias armas do inimigo, ele não reconhecerá efetivamente a sua derrota ou a nossa vitória. Portanto, só seremos eficazes se aceitamos contra-argumentar dentro da cultura dominante da malandragem e impunidade nacional. Se a entendemos dentro do quadro de nossa verdadeira miséria que, como sempre dizemos, antes de ser social ou econômica, é a miséria cultural de nossas próprias elites. Pois a cultura de cidadania começa pelo exemplo dos mais favorecidos, é cultura política em última instância. Ou alguém ainda duvida que somos uma cultura realmente impune e irresponsável? O reclamo atual e geral por responsabilidade disso e daquilo nada mais é do que o reclamo pelo entendimento do que seja responsabilidade em si: responder diante do imperativo da lei. O que é o funcionamento do aparelho judiciário brasileiro que não se expressa enquanto poder da república e é o grande nó a ser desatado de nossa cultura política. Assim, cabe a uma argumentação estratégica responder a seguinte pergunta:
Será mesmo mais barato o produto pirateado ou falsificado? É usual propostas de combate no campo da argumentação com contravantagens à vantagem do preço pirata como: descontos especiais para estudantes e idosos em produtos culturais; lançamento de linhas populares com redução de impostos e preços; acréscimo de brindes, amostras, bônus, extensão de garantias e serviços etc. Mas será eficaz essa linha de argumentação? Ou estaremos no final das contas argumentando dentro da mesma linha da vantagem? A nós nos parece que temos de romper definitivamente com o paradigma da lei da vantagem arraigada na cultura de violação legal e violência social brasileira. Na linha de que tudo que o brasileiro pensa que é original e não é jabuticaba, no fim já existe também em outras culturas.
Ou seja: é só por ignorância que nos achamos mesmo originais. Talvez mesmo uma compensação pelo nosso doloroso sentimento de inferioridade cultural. Pois foi a custa de uma grande campanha de mídia e de merchandising político ( e não social...) que a América saiu da barbárie em que se encontrava nos anos da Grande Depressão. Aqui nos referimos ao verdadeiro slogan da bandeira americana, que não precisou ser bordado na Stars & Stripes pois foi entranhado em seus corações e mentes: Crime doesn t pay. O que significa esse slogan é mais conseqüente do que o nosso pastiche ordem e progresso (sem justiça). Pois esta malandragem de afanar o princípio para atalhar o fim não sustenta a ordem nem nos leva ao progresso. O Brasil está farto da malandragem e da esperteza. Os últimos eventos de nossa história política recente nos indicam que cansamos de ser tratados como otários (clique aqui para o texto-guia para a reflexão sobre o estado da cidadania no Brasil).
Propostas para empresas atingidas pela pirataria 1. Façamos uma campanha só pela legalidade, pelo império da lei, pelo resgate do valor da justiça e pela responsabilidade política; 2. Um discurso só, uma estratégia argumentativa só, mesmo que composta de vários argumentos gerais, mas nunca específicos; 3. Exercitemos nossa capacidade de reunião e associativismo: além de brigadas de incêndio, formemos brigadas de cidadania; 4. Comecemos a praticar exemplarmente uma cultura de cidadania no interior de nossas próprias organizações formando grupos de discussão e oficinas de cidadania; 5. Incentivemos com descontos setoriais os clientes corporativos que aderirem à campanha e se dispuserem a eles mesmos vigiarem seu setor. 6. Chamemos a mídia, que turbina a educação, para esta causa, pois não podemos nos limitar a ser apenas canais de distribuição.
O decálogo do combate à pirataria Assim é que poderíamos aqui e a título de exemplo construir um decálogo do combate à pirataria do ponto de vista da mobilização do cidadão, por uma cultura de plena cidadania: 1. Se você acha um absurdo o custo da televisão por assinatura no Brasil, o corte de seus empregos formais, a evasão de impostos, a estagnação do setor e a alta taxa de risco por roubo de sinal, colabore para que estes custos diminuam e não sejam pagos por todos os assinantes. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto pirata de sinal. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 2. Se você acha um absurdo o custo dos serviços de água e energia das empresas concessionárias brasileiras em relação aos mesmos serviços de suas congêneres em países mais desenvolvidos, colabore para que as empresas reduzam o número de gatos. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão!
3. Se você acha um absurdo o preço dos produtos da indústria cultural, eletro-eletrônica, de moda e de cosméticos praticados no Brasil, colabore com as empresas que pagam impostos, ajude a combater o contrabando e a pirataria e se beneficie de maiores investimentos sociais do Estado e da diminuição do crime organizado, do narcotráfico, da corrupção e de sua própria insegurança. Não permita que pensem que você é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 4. Se você acha um absurdo o preço dos combustíveis no mercado interno, no momento em que o país atinge a auto-suficiência na produção de petróleo, colabore com os agentes públicos que combatem a fraude e o batismo da gasolina e do álcool. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 5. Se você acha um absurdo o custo dos seguros e resseguros brasileiros em comparação com seus similares internacionais, ajude no combate ao contrabando e o roubo de cargas, jamais compre sem nota fiscal, o que só favorece a desordem do comércio ilegal, a pirataria e os déficits fiscais. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão!
6. Se você acha um absurdo haver cambistas em shows e os preços exorbitantes a que chegam os ingressos no mercado negro, jamais compre ingressos na mão deles, nem que você perca o espetáculo. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 7. Se você acha um absurdo o custo do dinheiro no mercado financeiro, os juros pagos pelo Tesouro para rolar a dívida pública e as altas taxas cobradas pelos bancos para qualquer empréstimo, colabore no combate à sonegação, à lavagem de dinheiro, à evasão fiscal e à corrupção dos agentes da lei e denuncie. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 8. Se você acha um absurdo o desperdício de dinheiro público, a ineficiência do Estado, o desmando das autoridades públicas, a corrupção dos agentes da lei, não seja cúmplice se alienando do processo político e dizendo que não tem nada a ver com isso. Assuma sua responsabilidade política! Por que quem acaba pagando por uma carga tributária injusta é você mesmo. Não permita que pensem que você é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão!
9. Se você acha que não tem o direito de meter o bedelho na vida privada do próximo, isso não significa que não você não tenha o dever de constrangê-lo quando este abusa de seu direito privado em detrimento dos direitos civis coletivos e do bem comum. Por que se você não toma conta do que é de todos, você acha mesmo que poderá tomar conta do que é só seu? Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão! 10. Se você acha mesmo que pode abrir mão dos seus direitos e dispensar os serviços públicos da educação, saúde, previdência e segurança, por que acha que pode pagar por tudo isso no mercado privado, ainda assim você tem o dever de participar do controle da administração pública, dos mandatos e dos orçamentos, como única forma de garantir o investimento social do Estado, a diminuição da pobreza e do crime, o limite para a ilegalidade e a impunidade. Não permita que pensem que você é otário. Pois o verdadeiro otário é o esperto que pensa que todo mundo é otário. Denuncie o esperto. Campanha O Brasil não tem jeito, tem direito. Clique cidadão!
Propostas de ação: para discutir e panfletar Os 10 mandamentos do Cidadão Consciente Prometo cumprir e fazer cumprir: livre interpretação do Artigo 5º da Constituição sobre as garantias fundamentais dos direitos civis e políticos do cidadão, dos quais todos os demais direitos econômicos e sociais decorrem. Os 10 compromissos do Cidadão Atuante Exemplos para reflexão e ação do dia-a-dia do cidadão O contrato do mandato-cidadão para a Defesa do Eleitor Para o exercício consciente do maior direito político do cidadão eleitor que, para além de votar e eleger seu representante, deve fiscalizar o cumprimento dos compromissos e promessas de campanha
Campanha Selinhos da Cidadania Criados para divulgar ações e pensamentos para o dia-a-dia da plena cidadania. Para baixar, imprimir e usar nos mais variados momentos, seja na rua, constrangendo quem não respeita trânsito ou idosos, seja em casa ou no escritório, buscando influenciar o comportamento de outros. Galeria dos Cidadãos Exemplares Além da singular boa conduta social, os cidadãos cujo exemplo busca influenciar outros para agir da mesma forma recebem uma distinção especial da Voz do Cidadão, sob a forma de um Diploma de Cidadão Exemplar, disponível para download no site.
Campanha de Responsabilidade Política Não basta aos cidadãos terem responsabilidade civil. Não basta às empresas terem responsabilidade social. Não basta aos governos terem responsabilidade fiscal É preciso o compromisso de todos com a responsabilidade política, expressão de uma verdadeira cultura de cidadania. Flagrantes da Cidadania Nessa seção, os cidadãos podem enviar fotos digitais comprobatórias de providências e medidas que tenha tomado frente a um flagrante delito do dia-a-dia, como estacionamento irregular de calçadas ou degradação de equipamentos urbanos, além de um relato por escrito.
Faça sua adesão agora! Se sua empresa é vítima da pirataria, faça sua adesão agora à Campanha Anti-pirataria da Voz do Cidadão, como associada patrocinadora de nosso Instituto, pois só a causa da cultura de cidadania pode efetivamente acabar com a cultura impunidade do país, que nada mais é do uma de suas manifestações. A partir de sua adesão, sua empresa pode dispor dos materiais da campanha em todos os seus espaços e suportes de comunicação. Bem como oferecer a campanha a fornecedores, clientes e entidades de seu relacionamento. E inserir um banner com link para a campanha em seu site e nos sites de empresas e entidades de seu relacionamento.
Além disso, dependendo da classe de contribuição escolhida, sua empresa terá uma carga horária equivalente de nosso programa de Oficinas de Cultura de Cidadania que também pode oferecer a clientes corporativos, associações civis e entidades de seu relacionamento; Ainda como contrapartida, a Voz do Cidadão inserirá o banner da sua empresa como associada patrocinadora ou instituidora na homepage de seu portal e em todas as peças gráficas da campanha www.avozdocidadao.com.br Rio de Janeiro - 21 2540 0961