O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS:



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NELSINO MITSUO NOGAI O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS: Instrumento de desenvolvimento dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Análise do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá. MARINGÁ 2007

NELSINO MITSUO NOGAI O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS: Instrumento de desenvolvimento dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Análise do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá. Trabalho de conclusão de curso de Especialização em Formulação e Gestão de Políticas Públicas da Universidade Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de especialista. Orientador: Prof. Ms. Osmar Gasparetto MARINGÁ 2007

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS: Instrumento de desenvolvimento dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Análise do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá. Nelsino Mitsuo Nogai 1 RESUMO Os planejamentos de recursos humanos envolvidos nos programas de pós-graduação exigem uma estratégia de longo prazo que devem ser continuamente avaliadas e atualizadas. Para a implantação da pós-graduação na UEM, foram necessários investimentos de longo prazo na capacitação dos docentes, nas décadas de 80 e 90, e posteriormente, no desenvolvimento da pesquisa, com a conseqüente capacitação na obtenção de recursos externos, de apoio à pesquisa básica e aplicada, desenvolvida na Instituição. Com a qualificação obtida pelos docentes, foram criados os Cursos de Pós- Graduação Stricto Sensu. O Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas foi o primeiro a ser oferecido, em 1987, inicialmente com o nível de mestrado. A busca por competências na formação de mão de obra qualificada faz com que o Programa seja avaliado anualmente e a cada três anos tenha o conceito renovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Para a manutenção e evolução deste conceito, um dos itens avaliados é a capacitação do corpo docente do Programa que vem sofrendo, ao longo do tempo, pressões para a sua renovação, tendo em vista a possibilidade de aposentadoria de seus docentes. Também pela política de investimento adotado pelo Governo Estadual, a simples substituição dos aposentados e ampliação dos docentes nas Instituições sofre restrições e, portanto, vem dificultando a admissão de novos docentes no ensino da pós-graduação. A aplicação de um planejamento estratégico no gerenciamento dos recursos humanos envolvidos na pós-graduação se faz urgente e necessário, visando principalmente ao atendimento das recomendações emitidas pela CAPES anualmente. Palavras-chave: Instituições de Ensino Superior, planejamento estratégico, Qualidade na Pós-Graduação. 1 Aluno do Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas oferecido pela Escola de Governo do Estado do Paraná em Convênio com a Universidade Estadual de Maringá.

INTRODUÇÃO A Universidade Estadual de Maringá, criada pela Lei nº. 6.034 de 06 de novembro de 1969, publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná em 10 de novembro de 1969, e pelo Decreto nº. 18.109 de 28 de janeiro de 1970, publicado no Diário Oficial do Estado do Paraná em 30 de janeiro de 1970, tendo como mantenedor o próprio Estado do Paraná. Com o incentivo à pós-graduação stricto sensu adotada pela UEM e com os benefícios concedidos pelo Estado do Paraná, houve um significativo incremento de pesquisadores titulados e capacitados que iniciaram um movimento para a criação do curso de mestrado na UEM. O Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas nasceu da proposta de um grupo de professores do Departamento de Bioquímica e do Departamento de Biologia Celular, que se uniram para criarem e consolidarem a Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Desde a implantação do Curso, inicialmente com o nível de Mestrado em 1987, a proposta foi de continuar a manter um vínculo significativo com a graduação, e incentivar os discentes a participarem dos projetos de iniciação científica e a se capacitarem para continuarem os estudos em nível de pós-graduação sctricto sensu. A Universidade Estadual de Maringá por meio dos órgãos administrativos e de planejamento investiu grandemente na capacitação e qualificação do seu corpo docente. Dos membros permanentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, todos obtiveram o seu doutorado por meio do incentivo à capacitação docente adotado pela Instituição. Apesar de toda a estratégia no planejamento da implantação da Pós-Graduação, o Departamento de Biologia Celular e Genética e o Departamento de Bioquímica, órgãos proponentes pela criação do Curso, sofrem de extrema deficiência no ensino da graduação, pois não possuem curso de Graduação. Isso resulta na baixa produtividade dos docentes na orientação de trabalhos de graduação. Com planejamento de longo prazo e tendo o objetivo de consolidar os núcleos de pesquisa, a criação dos cursos de pós-graduação stricto sensu na UEM, e agora com os docentes titulados, foi criada em 1987 o Curso de Mestrado em Ciências Biológicas. Desde então, vem lutando juntamente com o seu corpo docente permanente na manutenção do Curso, bem como em oferecer um aprendizado de qualidade. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES, órgão do Ministério da Educação MEC que regulamente e autoriza o funcionamento dos cursos de pós-graduação no Brasil, após análise do processo de criação do curso na qual foram apresentados o corpo docente do curso, as disciplinas, as respectivas ementas e o regime de créditos, emitiu o parecer favorável. Implantou-se o curso de mestrado a partir de 1987. Com as constantes exigências acrescidas anualmente pelos comitês avaliadores da CAPES, tornaram-se necessário adequar as atividades do corpo docente do curso não só com o ensino de graduação e de pós-graduação, mas também com atividades de pesquisa, extensão e na elaboração intensiva de projetos de pesquisas. Essas atividades são executadas visando a obter recursos tão necessários para a execução de pesquisa, que, por sua vez, resultam em artigos científicos divulgados em revistas previamente qualificadas pelo comitê assessor da CAPES. Atualmente, somente cursos com conceito maior ou igual a 3 estão autorizados a emitirem diplomas. Para a manutenção do conceito, é necessário o atendimento aos critérios de avaliação adotados pela CAPES e que prioriza, entre as várias atividades 4

desenvolvidas pelos membros docentes do curso, a publicação de pelo menos um artigo anual em periódico ranqueados pela CAPES ou pelo Journal Citation Reports. O atendimento desse critério é um trabalho desafiador a cada docente e dos grupos de pesquisa. Vieira (2007) expressa essa dificuldade: A CAPES até criou um sistema de avaliação para publicações: o QUALIS. Esse sistema que a princípio foi criado como uma tentativa de classificar os periódicos de acordo com sua possível relevância, apresenta consideráveis limitações e não contempla algumas publicações que são relevantes. Há áreas, por exemplo, em que periódicos considerados importantes pela comunidade internacional são classificados como possuidores de conceito B ou C pela CAPES. O mecanismo de indexador de impacto da publicação, que é mais completo, porém também mais complexo, não é usado como forma de expressar a possível contribuição de uma publicação. Como conseqüência, muitas revistas são criadas por muitas instituições. Cada um precisa criar o seu próprio periódico, garantir que ele seja classificado no QUALIS da CAPES e abrir um espaço para a publicação dos seus docentes. Dessa forma, verifica-se que a necessidade de pesquisar está intimamente relacionada com a necessidade de se fazer pesquisa, cujos resultados quase que obrigatoriamente sejam inéditos, pois, é necessário publicar. A atividade de pesquisa é primordialmente a busca por novos conhecimentos, a validação de hipóteses e a repetição de experiências realizadas em outros centros, sempre à procura de acrescentar novos conhecimentos e horizontes, bem como formular novas hipóteses. Como nem sempre os resultados são previsíveis e passíveis de publicação, os docentes/pesquisadores necessitam trabalhar com os recursos disponíveis. Esses são poucos, bem como a disponibilidade de equipamentos, que, na maioria das vezes, necessitam da manutenção corretiva. No final de cada ano, será exigido de cada docente pelo menos uma publicação em periódico. Em 1999, a primeira turma de doutorado foi formada com a devida aprovação da CAPES. Nesse mesmo período, novas linhas de pesquisas foram introduzidas e houve uma readequação das linhas já existentes. No processo de avaliação continuada referente ao período de 1998 a 2000 efetuado pela Comissão de Avaliação da CAPES, em que são avaliados os itens I Proposta do Programa; II Corpo Docente; III Atividade de Pesquisa, IV Atividade de Formação; V Corpo Discente; VI Teses e Dissertações; VII Produção Intelectual, o Curso recebeu algumas críticas referentes ao tempo de titulação, a alguns problemas de infra-estrutura, mas, de modo geral, os elogios foram maiores. Destacamos a forte participação do corpo discente em co-autoria com os docentes na publicação de seus resultados e, como recomendação da Comissão, Manter os indicadores atuais no curso de mestrado acadêmico, tentando reduzir um pouco mais o tempo de titulação e Concentrar esforços para que o doutorado recém implantado mantenha o padrão do mestrado. Considerando especificamente o Corpo Docente do Programa, a comissão considerou como: muito bom 4 itens e como bom a Dimensão do NRD6 relativamente ao corpo docente; A atuação do NRD6 no Programa também Professores visitantes e outros docentes convidados pelo Programa ; e a avaliação final como muito bom. Concluindo, a comissão avaliou o corpo docente como: 5

[...]o corpo docente apresenta-se atualizado, os tempos de titulação são relativamente recentes. Existem bons intercâmbios institucionais. Os docentes são muito atuantes tanto na graduação como na pósgraduação. Atendendo e aceitando as recomendações, o triênio 2001-2003 pode ser caracterizado como uma fase de profundas mudanças no Programa. Mudanças no regulamento do Curso exigiram maior dedicação e esforço do corpo discente e docente do Programa. Houve uma forte cobrança quanto à qualidade dos trabalhos desenvolvidos e os docentes passaram a ser avaliados anualmente com base na produção científica, o credenciamento e a habilitação para orientar novos alunos foram condicionados ao desempenho de dois anos anteriores junto ao programa. Neste sentido, o planejamento de recursos humanos é um instrumento necessário aos Programas de Pós-Graduação que querem ter um desenvolvimento sustentado. OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivo reunir informações do Programa de Pós- Graduação em Ciências Biológicas referentes ao quadro docente participantes de domínio público e disponíveis na Internet nas páginas do PBC - Programa de Pós- Graduação em Ciências Biológicas, da CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e CNPq/LATTES. Com os dados obtidos, pretende-se avaliar as diversas formas de política de renovação do corpo docente bem como a adoção de uma política de recursos humanos aliada ao planejamento estratégico. 1 - O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS. O planejamento de recursos humanos tem como objetivo prever as necessidades de recursos humanos, para que a organização atinja os objetivos definidos para um determinado período. Para a manutenção e o desenvolvimento de qualquer área de atuação, é necessário que se faça um planejamento estratégico para gerir os escassos recursos financeiros existentes para aplicação na área de pós-graduação. Essa também é uma exigência para o desenvolvimento da ciência e tecnologia por meio da promoção e execução de pesquisas básicas e aplicadas nas várias áreas do conhecimento, fazendo jus a atividade fim de uma Universidade que é de promover a educação superior com qualidade. O planejamento estratégico é um processo iterativo da análise das oportunidades e ameaças e de pontos fortes e fracos visando à busca de uma equação para a definição de objetivos apropriados ao ajustamento da organização às condições ambientais de mudança... Consiste na utilização de um arcabouço de técnicas direcionadas para a elaboração de uma análise ambiental interna e externa da organização, definição da missão, formulação de objetivos estratégicos, quebra e fixação de novos paradigmas, definição do perfil de negócio e área do negócio, grupos de clientes e produtos ou serviços, formulação de políticas e diretrizes e detalhamento destas em projetos e ações estratégicas (SILVEIRA JUNIOR, 1996: p. 19). 6

O Planejamento de Recursos Humanos PRH, fornece as informações sobre a disponibilidade de recursos humanos e o planejamento estratégico estabelece os critérios necessários de recursos humanos para se atingir os objetivos.. Com a união de ações do PRH e com o planejamento estratégico para gerenciar os recursos humanos, hoje se procura desenvolver competências essenciais funcionários com habilidades específicas que estão ligados diretamente à estratégia da empresa. A proximidade da renovação do corpo docente, face à possível aposentadoria de seus membros, faz com que curso necessite urgentemente de docentes com perfil de orientador/pesquisador, para suprir as vagas que irão se abrir ao longo do tempo. Como a disponibilidade de docente-orientador é escassa, há a necessidade de adoção de um planejamento estratégico para a formação de docentes que possam assumir a função no núcleo permanente do Programa. Para a aplicação de uma gestão de recursos humanos, (MARCONI, 2003) considera de fundamental importância uma ampla discussão da própria organização pública, com definição dos objetivos a serem alcançados nos próximos anos. Avaliar os fatores internos e externos onde a organização atua, irá contribuir para definir as restrições a serem enfrentadas. Ao conscientizar das necessidades e as restrições a serem enfrentadas, é necessário que os esforços sejam despendidos de forma racional e eficaz. Para possibilitar o planejamento estratégico, é necessário determinar questões básicas como: - Quem somos e onde queremos chegar? - Os fatores externos foram avaliados? - Como vamos atingir nossos objetivos? Dando continuidade ao planejamento e para facilitar a compreensão por todos e, conseqüentemente, a união dos esforços, é necessário definir a missão que deve ser curta, simples e objetiva. É desejável que haja consenso e seja de conhecimento de todos. Ao definir a missão, estarão determinados com precisão em que segmento irá atuar e quais são os concorrentes e os futuros clientes. 2 - AVALIAÇÃO DOS CURSOS STRICTO SENSU PELA CAPES CRITÉRIOS DE ANÁLISE. Os cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil são avaliados tri anualmente e têm como base de análise um conjunto de critérios previamente estabelecidos. Para que a CAPES (2007) consiga realizar as avaliações na pós-graduação, ela utiliza de um sistema anual de coleta de informações, o Coleta CAPES: As informações obtidas anualmente por intermédio do Coleta CAPES abrangem um vasto leque de aspectos relativos à situação e ao desempenho dos programas de pós-graduação: proposta do programa (objetivos e orientações gerais, áreas de concentração, linhas e projetos de pesquisa, estrutura curricular, elenco, ementa e 7

bibliografia básica das disciplinas ministradas); infra-estrutura de ensino e pesquisa; corpo docente (composição, qualificação, caracterização quanto ao regime de dedicação ao programa permanente, colaborador, visitante, produção intelectual, atividades de ensino, pesquisa e orientação); caracterização do corpo discente (composição, admissões, titulações, desistências, produção intelectual); teses e dissertações defendidas (orientador, vínculo com linhas e projetos de pesquisa, banca examinadora, tempo de titulação de bolsistas e não-bolsistas); produção intelectual de discentes e egressos (bibliográfica, técnica e artística), etc. (Relatório da Avaliação Trienal 2007, 2007). Com estes dados fornecidos pelos Programas de Pós-Graduação, a CAPES por meio do uso dos recursos de informática, tem acompanhando a evolução da pósgraduação no Brasil em todos os aspectos necessários ao bom funcionamento dos cursos, bem como propõe estratégias para a melhoria dos cursos avaliados e também das respectivas áreas do conhecimento, com dados atuais e confiáveis. Essas estratégias de ação são propostas por docentes-pesquisadores do mais alto nível e com experiência na formação de mestres e doutores e que fazem parte da Comissão de Área, primeira instância de avaliação. O fato de esta Comissão de Área ser composta por docentes-pesquisadores atuantes na pós-graduação é um fator determinante, da qualidade, da credibilidade e da legitimidade alcançados pela avaliação patrocinada pela CAPES. Para uniformizar os critérios de enquadramento dos docentes do Programas em nível nacional, e que sempre na elaboração do Relatório Anual os Coordenadores atribuíam o enquadramento de forma desordenada, a CAPES por meio da Portaria nº 068, de 03 de agosto de 2004, facilitou grandemente o enquadramento dos docentes. 3 - ADMISSÃO DE DOCENTES PARA O CORPO DOCENTE DO CURSO O Programa, desde a sua criação, tem adotado normas rígidas para o credenciamento, que exigem do candidato o acesso a Laboratório com equipamentos e materiais necessários ao desenvolvimento da pesquisa. No currículo LATTES, constar entre as atividades desenvolvidas nos últimos cinco anos informações de que foi capaz de captar recursos externos para financiar as atividades, bem como a qualidade e a regularidade na produtividade, levando em consideração a recomendação da CAPES, isto é, o índice de impacto das revistas em que foi publicado, conforme Journal of Citation Reports (JCR). O Programa foi criado a partir da proposta de dois Departamentos, o Departamento de Biologia Celular e Genética (DBC) e o Departamento de Bioquímica (DBQ), e as solicitações de credenciamento oriundas de docentes desses Departamentos não necessitam de carta justificativa e nem o apoio de três membros do corpo docente permanente do Programa. Art. 5º - Docentes doutores lotados em outros departamentos da UEM que não aqueles mencionados no artigo anterior poderão também requerer a sua admissão, desde que o pedido venha acompanhado de uma carta de justificativa e apoio de pelo menos três membros do corpo docente permanente do curso. (Resolução 02/200- CPBC de 26 de maio de 2000). 8

Art. 6º - Docentes doutores pertencentes a outras Instituições poderão também requerer a sua admissão, desde que o pedido venha acompanhado de carta de justificativa e apoio de pelo menos três membros do corpo docente permanente do curso, um dos quais se obrigará, por escrito, a assumir a co-orientação local dos eventuais orientandos do requerente. (Resolução 02/2000-CPBC de 26 de maio de 2000. 4 - PUBLICAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO Com relação à publicação de artigos pelos docentes pertencentes ao Programa, a CAPES criou uma forma de pontuar a qualidade dos artigos em que se avalia as citações recebidas pelos autores de outros pesquisadores nacionais ou internacionais, significando mais uma vez a necessidade de qualidade nos resultados obtidos. Dentro da área de Ciências Biológicas I, onde o Programa se encontra inserido, os pesquisadores divulgam seu trabalhos mediante publicação em revistas com índice de impacto, cuja mediana é de 1,326 e na qual a Comissão da área de Ciências Biológicas I decidiu considerar como Qualis A internacional todas as revistas classificadas no Journal of Citation Reports (JCR) com índice igual ou superior a 1,06. Para isso, não é considerada a origem dos Cursos, se Federal, Estadual, Municipal ou particular. 1- Para o triênio 2004-2006, serão consideradas como QUALIS A as revistas que tiveram m índice de impacto igual ou superior a 80% do valor da Mediana dos IFs, ou seja, 1,060. O valor de 80% havia sido previsto para ser aplicado ao final do triênio 2001-2003. Também serão consideradas como QUALIS A as revistas com índice de impacto entre 1,06 e 0,41 (metade da menor Mediana de subárea 0,824 na Zoologia), mas que apresentem índice de meia vida superior a 10 (JCR 2004). (Critérios Qualis Triênio 2004-2006, CAPES) PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para o desenvolvimento do presente trabalho, utilizou-se a pesquisa documental e análise de dados contidos nos relatórios anuais de Coleta CAPES 2004-2006 e dados curriculares dos docentes disponíveis na Internet e de domínio público no sistema LATTES. Também foram pesquisadas as informações de domínio público disponíveis na Internet disponibilizadas nas páginas da CAPES A Universidade Estadual de Maringá assim define a missão em seu Estatuto: Produzir conhecimento por meio da pesquisa, organizar, articular e disseminar os saberes por meio do ensino e da extensão, para formar cidadãos, profissionais e lideranças para a sociedade. (Resolução nº. 021/2005-COU, de 12/09/2005). Como visão do futuro, que trata de valores numéricos e quantitativos estabelecidos de modo muito mais preciso e documental, temos: Tornar a UEM, nos próximos 5 anos, uma instituição de excelência na formação de profissionais e pesquisadores, capazes de atender às necessidades e aos anseios da sociedade, de forma geral, e aos da 9

comunidade onde está inserida. (Resolução nº. 021/2005-COU de12/09/2005). No caso das Instituições de Ensino Superior, mais especificamente na pósgraduação Stricto Sensu, segundo Panizzi (2004), os investimentos realizados pelo Governo nas décadas de 70 e 80 na qualificação de seus docentes da rede pública de ensino, para cursarem doutorado no Brasil e no exterior, possibilitaram um rápido crescimento na qualidade do ensino de graduação e pós-graduação, tanto que hoje os alunos de graduação e pós-graduação dialogam de igual para igual com profissionais formados pelas melhores universidades do planeta. Dando continuidade ao processo de planejamento estratégico, temos a dificuldade da avaliação por critérios também políticos, que, muitas vezes, tornam menos eficazes as estratégias de aplicação de conhecimentos de administração e de políticas de planejamento estratégico em recursos humanos. Conforme Panizzi (2004): [...]os salários estão desvalorizados. A reposição de nossos recursos humanos, diminuídos por força das aposentadorias e dos pedidos de demissão, é lenta ou mesmo inexistente. Para que os esforços dispendidos no planejamento estratégico sejam maximizados, Marconi (2003) recomenda: Os principais aspectos que uma política de recursos humanos deve contemplar são: a) o recrutamento, que deve ser eficiente e rigoroso, para que as pessoas contratadas possuam o perfil desejado; b) uma estrutura de carreira (leia-se desenvolvimento profissional) que estimule o servidor a buscar o aprimoramento de sua capacitação e seu desempenho e, ao mesmo tempo, permita aos gestores cobrar resultados; para tal, é importante que existam carreiras cujas regras de progressão estejam relacionadas ao desempenho, às competências adquiridas, à capacitação e à possibilidade de assumir novas responsabilidades; as mudanças salariais entre os níveis das carreiras também devem ser significativas a ponto de estimularem o servidor a perseguir sua progressão; c) uma estratégia de capacitação que possibilite o constante aprimoramento da força de trabalho, de uma forma que tanto os novos servidores a serem contratados como os atuais funcionários possuam o perfil desejado; d) uma estrutura de incentivos remuneração, benefícios, prêmios (pecuniários ou não) que estimule o servidor e reforce a possibilidade de cobrar um desempenho adequado; e) uma estrutura de avaliação que possibilite verificar o desempenho, identificar necessidades de capacitação e esteja vinculada à progressão do servidor:. 10

ANÁLISE O Programa tem como proposta a oferta de pós-graduação de qualidade, com a constante atualização das disciplinas com ementas que resultem em uma capacitação eficaz para atuação tanto em nível de ensino como na atividade privada. Na página inicial da CAPES (2007), quando trata avaliação, consta AVALIAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO O Sistema de Avaliação da Pós-Graduação foi implantando pela CAPES em 1976 e desde então vem cumprindo papel de fundamental importância para o desenvolvimento da pós-graduação e da pesquisa científica e tecnológica no Brasil, dando cumprimento aos seguintes objetivos:. estabelecer o padrão de qualidade exigido dos cursos de mestrado e de doutorado e identificar os cursos que atendem tal padrão;. fundamentar, nos termos da legislação em vigor, os pareceres do Conselho Nacional de Educação sobre autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos de mestrado e doutorado brasileiros exigência legal para que estes possam expedir diplomas com validade nacional reconhecida pelo Ministério da Educação, MEC;. impulsionar a evolução de todo o Sistema Nacional de Pós- Graduação, SNPG, e de cada programa em particular, antepondo-lhes metas e desafios que expressam os avanços da ciência e da tecnologia na atualidade e o aumento da competência nacional nesse campo;. contribuir para o aprimoramento do programa de pós-graduação, assegurando-lhe o parecer criterioso de uma comissão de consultores sobre os pontos fracos e fortes de seu projeto e de seu desempenho e uma referência sobre o estágio de desenvolvimento em que se encontra;. contribuir para o aumento da eficiência dos programas no atendimento das necessidades nacionais e regionais de formação de recursos humanos de alto nível;. dotar o país de um eficiente banco de dados sobre a situação e evolução da pós-graduação;. oferecer subsídios para a definição da política de desenvolvimento da pós-graduação e para a fundamentação de decisões sobre as ações de fomente dos órgãos governamentais na pesquisa e na pós-graduação.. Todos os Programas de Pós-Graduação em atividade no Brasil estão sujeitos a elaborarem um relatório anual da produção do Curso, realizado por meio do programa computacional denominado COLETA CAPES (2007), cujo objetivo é: A Avaliação dos Programas de Pós-graduação compreende a realização do acompanhamento anual e da avaliação trienal do desempenho de todos os programas e cursos que integram o Sistema 11

Nacional de Pós-Graduação, SNPG. Os resultados desse processo, expressos pela atribuição de uma nota na escala de 1 a 7 fundamentam a deliberação CNE/MEC sobre quais cursos obterão a renovação de reconhecimento, a vigorar no triênio subseqüente. As avaliações anuais realizados por meio do Coleta CAPES e com as conclusões e recomendações anualmente emitidas pelos Comitês Avaliadores, tem sido uma forma eficaz e interessante no planejamento estratégico do Programa. Na avaliação realizada no triênio 2001/2004, a CAPES julgou o Programa com o conceito 4 dos 5 existentes, destacando na sua avaliação global, como muito bom, a proposta do programa como adequado, o corpo docente como muito bom, atividade de pesquisa como bom, atividade de formação como muito bom, atividade discente como muito bom, Teses e Dissertações como regular e, finalmente, a produção intelectual como bom. Diante dos resultados e conceitos obtidos, a coordenação imediatamente tornou público o conceito do programa, bem como os conceitos obtidos na avaliação e por meio de uma reunião com todos os membros do programa, foram tomadas providências práticas para uma melhor avaliação nos próximos anos. Isso resultou em uma tomada de decisão do Colegiado do Programa de Pós- Graduação em Ciências Biológicas que tornou mais rígida a abertura de vagas de orientação, acompanhado de uma melhor divulgação dos resultados das teses e dissertações (adoção do índice de impacto das revistas). Paralelamente, regulamentou que as defesas de teses e dissertações seriam realizadas com membros participantes externas ao Programa, sendo obrigatória a participação de pelo menos um membro externo da Instituição, justamente para atender e melhorar este quesito conforme resultado da avaliação obtida. Todas as providências acima foram somadas com os critérios de exigências tornadas pública pelo Comitê Avaliador da CAPES para os Cursos com o conceito 5. Programa Nota 5: proposta do programa adequada e atual, com áreas de concentração bem definidas, com reduzida sobreposição; núcleo permanente (NP) numericamente compatível (10 ou mais) e com formação adequada para as atividades do programa, sendo desejável que pelo menos 30 % dos docentes sejam bolsistas de pesquisa do CNPq; NP integralmente (100%) envolvido com as atividades de pesquisa do programa; pelo menos 70% dos projetos de pesquisa com financiamento externo; estrutura curricular adequada, com ementas atualizadas, oferta temporal regular e desejável participação de professores visitantes na oferta regular de tópicos avançados; distribuição relativamente homogênea da orientação acadêmica entre os docentes do NP; 12

tempo mediano de titulação compatível com o tempo mediano dos programas da subárea; produção intelectual existente e de bom nível, sendo 90% da produção distribuída de forma relativamente homogênea entre os docentes do NP; pelo menos 80% do NP deverá publicar 3 produtos Qualis A no triênio; fator de impacto por docente do NP maior que a mediana da subárea ou 90% da produção/docente do NP atendendo ao critério de Qualis A definido pelo índice de meia vida. (CRITÉRIOS INDICADORES PARA AFERIÇÃO DE CONCEITOS DOS PROGRAMAS, CAPES, 2004) Para a CAPES, na área de Ciências Biológicas I, onde está inserido o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, é exigido que 80% dos docentes do curso estejam participando do Programa como Docentes Permanentes, sendo admitida a participação do docente em 2 Programas da mesma Instituição ou de Instituições diferentes. No relatório anual referente ao ano de 2006, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, analisando o contido no COLETA CAPES 2006 e na avaliação de seu coordenador: A auto-avaliação tem sido restrita ao âmbito do Programa, não havendo um programa específico de avaliação na Instituição. Desde o início do funcionamento do Programa,a coordenação teve a visão clara de que os programas de pós-graduação não deveriam apenas conceder títulos de mestres e doutores, mas sim apresentar resultados concretos das atividades desenvolvidas e indicadores de qualidade. Bem antes da maioria dos Programas de Pós-graduação nacionais mais antigos e tradicionais, o Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas, Área de Concentração em Biologia Celular, estabeleceu como norma a publicação obrigatória dos trabalhos resultantes de dissertações de mestrado e das teses de doutorado, evitando que os dados acabassem esquecidos em exemplares de dissertações e teses. Esta e outras medidas, especialmente o credenciamento de novos docentes e a avaliação contínua da produtividade dos docentes já credenciados, levaram o Programa a atingir um grau de excelência similar a centros mais antigos, com maiores facilidades de financiamento. Por outro lado, a avaliação anual feita pela comissão da CAPES tem sido um instrumento importante para a auto-avaliação do Programa, principalmente nos últimos anos, considerando que houve um avanço considerável nos critérios estabelecidos pelas comissões. Com base na avaliação, a coordenação do Programa tem estabelecido normas e metas no sentido de corrigir os aspectos julgados deficitários e aperfeiçoar os aspectos julgados adequados. (Coleta CAPES, 2006.) DOCENTES DO PROGRAMA O Programa no triênio 2004/2006 contou com 26 docentes no Corpo Docente (CD), sendo 18 docentes no Núcleo Permanente (NP) e 8 docentes como Colaboradores (CO), sendo que apenas um docente do NP não possui bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq. Isso 13

auxilia na comprovação da qualidade e competência dos membros do Núcleo Permanente do Programa. O corpo docente do Programa é composto atualmente por 18 membros no núcleo permanente. Dados retirados da página do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, disponível em www.pbc.uem.br foram obtidas as informações do Currículo Lattes, disponível em www.cnpq/lattes, especificamente quanto aos membros permanentes do Programa. Estes membros são compostos por 6 docentes do sexo masculino, sendo o de maior idade com 59 anos e menor idade de 48 anos, mediana de 54 anos, sendo que estão em serviço na UEM em média há 26 anos, sendo que os docente obtiveram o título de doutor há 21 anos em média, sendo 1 no exterior, 2 na UFPR, 2 na USP e 1 na FMRP/USP. Verifica-se com esses dados que o corpo docente do sexo masculino do Programa é composto por membros com idade média avançada, haja vista que a mediana é de 54 anos, e que a idade de aposentadoria é de 60 anos. Verifica-se também que os membros docentes do Programa obtiveram seu título de Doutor após contratação pela Universidade, pois os títulos foram obtidos em média há 21 anos, e eles estão contratados pela Instituição há 26 anos. Observa-se um grande investimento em capacitação, mais especificamente na capacitação docente, inclusive com titulações obtidas nas diversas instituições do Brasil e exterior. Quanto aos membros do sexo feminino que totalizam 12 docentes, sendo a de maior idade 62 e 59 anos e menor idade de 44 anos, a mediana é de 52 anos. O tempo de serviço tem a mediana de 16 anos. Verifica-se também que os títulos de doutorado foram obtidos após contratação pela Universidade, pois elas obtiveram o título em média há 16 anos. Foram titulados pela UFPR 6 docentes, pela USP 4 docentes, pela FMRP/USP 1 docente e pela UNESP 1 docente. Também neste caso, a maioria das docentes estão próximas da aposentadoria, considerada a idade limite 55 anos. Para que o docente possa orientar, no nível de mestrado no Curso, não basta ser membro, precisa comprovar que tem infra-estrutura adequada, ter publicado uma média anual de um artigo científico em periódicos indexados no JCR. Caso já tenha orientado, ter submetido os resultados da dissertação de mestrado prazo máximo de um ano após a defesa, ter publicado os resultados de dissertações de mestrado ou teses de doutorado no prazo máximo de 30 meses após a defesa. Para o nível de doutorado, o docente deverá atender aos requisitos do nível de mestrado e também ter orientado ao menos duas dissertações no programa, com os resultados publicados no prazo máximo de 30 meses após a defesa. O Curso também está aberto à admissão de docentes de outras Instituições para áreas não-existentes no Programa e ou consideradas carentes pelo Colegiado. A coordenação do Programa deverá em conjunto com o Corpo Docente definir o seu plano estratégico para ser executado entre um período e avaliação e outro. CONCLUSÃO Para o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, a necessidade de adoção de um planejamento estratégico de recursos humanos se faz urgente, haja vista que nos próximos anos poderão ocorrer várias aposentadorias dos seus membros. 14

Como a possibilidade de ter docentes aptos a orientarem na pós-graduação não se tem disponível com facilidade, o Programa deve, por meio de seus membros permanentes, fazer com que conste nos Editais de Concurso Públicos de seus respectivos Departamentos, as atividades a serem desempenhadas na pesquisa e atuação na Pós-Graduação Stricto Sensu. A Coordenação deve divulgar e esclarecer aos docentes orientadores sobre a necessidade de se observar as recomendações do Comitê de Avaliação da CAPES sobre a qualidade das revistas de divulgações científicas. A Coordenação deve incentivar a implantação da classe de PROFESSORES VISITANTES no Programa, inclusive pleiteando junto aos órgãos de financiamento recursos para a vinda destes pesquisadores. Atendendo às particularidades da Portaria n.º 068 da CAPES e mantendo a proporção de 60% de docentes permanentes, incentivar a admissão de docentes como colaboradores e também como co-orientadores. Incentivar a criação de grupos de pesquisas com o objetivo de compartilhar recursos materiais e financeiros, podendo com a união dos esforços resultar em trabalhos de melhor qualidade. Os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu devem atuar como gestores no seu estreito sentido, tendo uma visão de longo prazo para que o Programa possa ter o seu desenvolvimento sustentado. Como o mantenedor das Universidades é o governo estadual, que vem adotando sérias restrições quanto ao aumento/reposição do quadro de docentes e os cursos de pósgraduação da UEM e de outras IES estaduais foram criadas e consolidadas na sua maioria, na década de 1980-1990, sugere-se aos demais cursos de pós-graduação da UEM e do Estado do Paraná, um estudo detalhado quanto a renovação do corpo docente, bem como a adoção urgente de um planejamento estratégico de recursos humanos a fim de que possa garantir a sobrevivência do curso. REFERÊNCIAS Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Avaliação da Pós-Graduação.Disponívelem: <http://www.capes.gov.br/avaliacao/avaliacaopos.html>. Acesso em: 10 set. 2007.. Resolução n.º 021/2005-COU, de 12/09/2005. Disponível em: <http://www.uem.br/redirect.php?to=www.pen.uem.br/legislacao/estatuto_uem.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2007. BOHLANDER, G.; SNELL, S.; SHERMANN, A. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Thomson, 2003. MARCONI, Nelson. Políticas integradas de recursos humanos para o setor público, 2003. Disponível em: <http://www.top.org.ar/publicac.aspx >. Acesso em: 20 ago. 2007. (Biblioteca Virtual TOP sobre Gestión Pública) 15

PANIZZI, Wrana Maria. O lugar da Polêmica e da reflexão. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/2004/09/12_impr.shtml>. Acesso em: 11 ago. 2007. SILVEIRA JUNIOR, Aldery; VIVACQUA, Guilherme A. Planejamento Estratégico como Instrumento de Mudança Organizacional. Brasília, DF: Editora UnB, 1996. VIEIRA, Francisco Giovanni David. Latindo atrás do Lattes. Revista Espaço Acadêmico, v. 7, n. 73, p. 1-4, jun. 2007 16