Preço Restrições Período de pesca



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Transcrição:

Proposta para actualizar a legislação em vigor sobre a pesca desportiva em águas interiores 1. Âmbito e preço das licenças de pesca No contexto actual da pesca desportiva em águas interiores, acreditamos que o âmbito, a especificidade e o custo das licenças estão desactualizados face aquilo que acontece noutros países mais desenvolvidos e aquilo que julgamos ser o paradigma correcto para o desenvolvimento e valorização da pesca desportiva em Portugal. Perante isto a nossa proposta assenta em duas vertentes fundamentais: o Uma subida razoável do preço das licenças territoriais, de modo a equipará-las às licenças de pesca lúdica apeadas e a permitir um financiamento sustentável das entidades governamentais que regulam esta área. O facto de, na proposta, o custo das licenças anuais permancer inferior relativamente às licenças de pesca lúdica apeadas deve-se à existência de um período de defeso obrigatório nas águas interiores, que é alvo de desconto. o A separação e distinção da pesca desportiva à truta, dentro da pesca desportiva em águas interiores, como sendo um desporto de alto valor acrescentado que obriga a custos adicionais com repovoamento, ordenamento e vigilância. Isto é conseguido através da criação de uma licença especial obrigatória para quem queira pescar trutas. Essa licença é igual à que existe noutros países do centro da Europa e funciona como sendo um aditivo/acrescento relativamente às licenças territoriais. Todas as licenças devem ser tiradas no Multibanco, obrigando a licença especial de salmonídeos à introdução de um número de licença de pesca territorial válido. Para um maior detalhe de cada umas destas licenças, ver tabelas abaixo: Licenças territoriais: Tipo de licença Preço Período de pesca Espécies (captura/retenção) Todo o ano, excepto no Todas as espécies, 10 pesca período entre 1 de excepto euros/ano nacional Março e 16 de Maio salmonídeos. Todo o ano, excepto no Todas as espécies, pesca regional 5 euros/ano período entre 1 de excepto Março e 16 de Maio salmonídeos. Todo o ano, excepto no Todas as espécies, 2,5 pesca período entre 1 de excepto euros/ano concelhia Março e 16 de Maio salmonídeos. Proposta 1

Licença para a pesca de salmonídeos: Tipo de licença salmonídeos Preço Restrições Período de pesca Obriga a posse Todo o ano prévia de (respeitando 10 licença de legislação geral euros/ano pesca nacional, e especifíca regional ou para cada curso concelhia de água) Espécies Todas as espécies, incluindo salmonídeos. 2. Reintrodução da figura do Guarda-Rio Perante o flagelo do aumento do desemprego estrutural em zonas do interior e o crescimento das despesas sociais com RSI e subsídio de desemprego sem qualquer contrapartida de valor acrescentado por parte dos respectivos beneficiários, penso que estará na altura de encontrar soluções estruturantes para este tipo de problemática que se traduza em criação de valor para a pesca desportiva em águas interiores. Para tal, propomos que alguns beneficiários de RSI e subsídio de desemprego com particular aptidão para este tipo de tarefa, possam ser alocados à função de Guarda-Rio, sendo esta função um pré-requisito para poderem manter os apoios sociais em vigor. Esta função deve obrigar a uma formação prévia e deve ser destinada a pessoas que manifestem uma tendência de longo prazo para se manterem com o RSI ou o subsídio de desemprego. As funções destinadas a um Guarda-Rios devem ser prioritariamente: o Controlo da qualidade ambiental da zona. o Vigilância e denuncia de fontes de poluição o Fiscalização dos pescadores o Controlo dos caudais ecológicos o Controlo do funcionamento das escadas de peixe o Aconselhamento e ajuda aos pescadores que pretendam pescar na área o Limpeza das margens o Destruição de métodos ilegais de pesca e controlo de furtivos Devido à exigência deste tipo de funções e à sua intensidade, pensamos que o âmbito territorial para cada Guarda-Rio se deveria limitar a um máximo de 20/30km de massa de água. De modo a garantir uma boa performance dos Guarda-Rios, deve-se adoptar um sistema de gestão por objectivos no qual individuos com performance abaixo de determinados parametros são penalizados em termos de apoios sociais numa escala que poderá ir até á suspensão total dos pagamentos. Para os troços de concessões de pesca desportiva, é obrigatória a contratação de um guarda-rios pelas entidades gestoras dessas concessões. A entidade gestora pode contratar guarda-rio próprio ou utilizar guarda-rio nomeado pela entidade pública. Neste último caso, a concessão deve assegurar parte da remuneração do guarda-rios nomeado para essa massa de água, na percentagem que se julgue correcta, em função da importância da área concessionada no troço de rio vigiado pelo Guarda-Rios. Neste caso, a performance do guarda-rios também será avaliada, na parte correspondente, pela entidade gestora da concessão. Proposta 2

3. Modelo de gestão directa da pesca nas massas de água: 1. A unidade soberana a considerar no modelo de gestão dos direitos de pesca em águas interiores é a massa de água, pelo simples facto de que cada massa de água é um ecossistema único que obriga a uma actividade de conservação e gestão integrada que vá para além das fronteiras administratívas e territoriais. 2. Em termos de entidades gestoras dos direitos de pesca, importa desenvolver um modelo inter-municipal que se consubstancie numa entidade independente dentro de uma CCR ou de uma associação inter-municipal relativamente abrangente ao nível da massa de água a ser gerida. 3. A entidade a constituir deve incorporar, para além de gestores públicos reputados nesta área, associações de pescadores desportivos, académicos e outras personalidades com trabalho reconhecido na gestão ambiental e piscícola. 4. A gestão da pesca desportiva de cada massa de água deve assentar num sistema global de gestão da superfície de pesca que terá que utilizar sempre quatro tipologias distintas. Estas tipologias pretendem atingir vários objectivos, dos quais se destacam: a protecção dos locais de desova, a diminuição e controlo da pressão de pesca na massa de água, a manutenção do equilíbrio piscícicola, a democracia no acesso aos direitos de pesca e o aumento da eficiência na vigilância e gestão da massa de água. De modo a permitir um equilíbrio no acesso aos direitos de pesca, as tipologias devem ser repartidas de forma equivalente ao nível da massa de água, a saber: a. Zona de protecção ou não pesca (25%) a serem constituídas preferencialmente nos locais de desova ou nas áreas onde existem maiores concentrações de peixes jovens. b. Zona de pesca pública (25%) onde o exercicio da pesca é livre para todos aqueles que possuam as licenças respectivas. c. Concessão de pesca desportiva/reservada com morte (25%) onde o exercicio da pesca é restringido a determinado número de pescadores por dia, obrigando às respectivas licenças especiais. Estas concessões podem ser constituídas por entidades públicas ou privadas. d. Concessão de pesca desportiva/reservada sem morte (25%) - onde o exercicio da pesca é restringido a determinado número de pescadores por dia, obrigando às respectivas licenças especiais. Estas concessões podem ser constituídas por entidades públicas ou privadas. Durante um período de transição, as percentagens destinadas à criação de concessões de pesca desportiva/ reservada que ainda não estejam utilizadas serão consideradas como zonas de pesca públicas. 4. Concessões de pesca 1. Os custos de criação e manutenção de concessões de pesca desportiva parecem bastante reduzidos, sub-valorizando claramente o valor acrescentado dos direitos de pesca desportiva em águas interiores e permitindo a criação de espaços de pesca privados que são geridos de forma pouco relevante ao nível do Proposta 3

interesse público. Perante este estado de coisas, a nossa proposta vai no sentido de aumentar os custos da seguinte forma: a. Custo único com o pedido de criação de concessão de pesca desportiva 1000 euros b. Custo único com o pedido de renovação de concessão de pesca desportiva 250 euros c. Custo por ano de concessão (quer em termos de criação/renovação) 150 euros 2. As concessões de pesca desportiva devem entregar obrigatoriamente um resumo anual de exploração com os elementos básicos que caracterizem a actividade dessa concessão, nomeadamente: número de pescadores, nº de capturas, nº de trutas repovoadas, nº de acções de limpeza, resultados financeiros, etc. 3. As concessões de pesca desportiva devem ser ter uma certificação de qualidade que deve ser mantida e alvo de inspecção numa base bi-anual. O período de certificação obrigatório só entra em vigor 3 anos após a criação da concessão. 4. As concessões de pesca desportiva devem assegurar vigilância e fiscalização dos troços de rio/barragem sob a sua jurisdição, tendo para tal que ter um guarda-rios dedicado ou utilizar o guarda-rios nomeado por entidade pública. 5. As concessões de pesca desportiva devem respeitar os limites em termos de capturas e retenções expressos na lei geral de pesca, só podendo regulamentar situações que proponham tamanhos mínimos de captura superiores aos definidos pela lei geral e/ou número de capturas inferior ao definido pela lei geral. 6. As concessões de pesca desportiva devem respeitar o período de defeso para desova para todas as espécies, definido na lei geral. 7. No caso de concessões de pesca deportiva onde se pratique a pesca à truta, o exercício da mesma fica limitado a um máximo de 4 dias por semana. A definição exacta dos dias fica a cargo da entidade gestora. 8. De modo a permitir uma discriminação positiva no acesso às concessões de pesca, aconselha-se a seguinte divisão em termos da atribuição de licenças: 25% das licenças são atribuídas a pescadores ribeirinhos, 25% a pescadores estrangeiros e 50% a pescadores residentes na UE. 9. Em caso da não utilização das licenças reservadas a pescadores ribeirinhos ou estrangeiros para um determinado dia, as mesmas podem ser atribuídas a pescadores residentes na UE. 10. A atribuição das licenças de pesca diárias para as concessões de pesca devem ser realizada por sorteio online com base em inscrição prévia dos pescadores. Para isto todas as concessões devem obrigatoriamente ter um site ou email específico funcional. O período de inscrição deve prolongar-se até ao dia 30 de Setembro do ano anterior e são permitidas inscrições de grupos que podem ir até a um máximo de 5 pescadores por massa de água. Para tal, o responsável pela candidatura deve preencher uma ficha com os nomes e respectivos números de contribuinte dos pescadores. Os resultados do sorteio devem ser publicados online a partir do dia 15 de Novembro e os contemplados devem pagar as licenças online até 15 de Dezembro para poderem usufruir do seu direito de pesca. Em caso de não pagamento, os pescadores que estão em lista de espera podem ocupar o lugar desse pescador. As licenças devem ser impressas via site/email, após pagamento, e devem incluir uma ficha de declaração de capturas. A mesma ficha deve depois ser enviada à autoridade gestora para controlo estatístico até ao final do ano em causa. A não entrega da Proposta 4

ficha de declaração de capturas implica coima entre 100 e 500 euros, acompanhada de inibição de pescar nessas águas na época seguinte. 5. Outras disposições a alterar: 1. A pesca à truta só é permitida às terças quintas, sábados e domingos, em qualquer tipo de área. 2. Só é permitida a captura e retenção de três exemplares de salmonídeos durante um dia de pesca. 3. Os tamanhos mínimos/períodos a aplicar na pesca à truta ficam dependentes do caudal/dimensão da massa de água em que se pretende pescar, seguindo o seguinte exemplo: Caudal/dimensão Tamanho Massa de água Período de pesca Minho, Lima, Cávado, Vouga, Grande 30 cm Mondego, Côa, 1 de Março a 31 Zêzere e todas as de Setembro barragens com salmonídeos Neiva, Coura, Média 25 cm Beça, Âncora, 1 de Março a 31 Labruja, de Julho Alfuqueiro, Mouro, etc. Pequena 19 cm Ribeira de São João de Agra, Rio Couto, etc. 1 de Março a 30 de Junho 4. Pelo seu interesse turístico, passa ser permitida a pesca noturna à truta marisca unicamente nas zonas de concessão de pesca sem morte onde esta espécie ocorra. 5. A pesca desportiva em qualquer água salmonídea só pode ser praticada da margem ou vadeando com instrumento flutuante que não incorpore qualquer tipo de motor. 6. Só é permitida a utilização de uma cana por pescador em todas as massas de água interiores. A cana deve estar sempre ao alcance da mão do pescador. 7. Nas concessões de pesca sem morte, só é permitida a utilização de anzóis simples sem barbela em todos os iscos artificiais, incluindo moscas, streamers, colheres e peixes artificiais. 8. Nas concessões de pesca sem morte é estritamente proibido o uso de iscos naturais vivos ou mortos e de pastas do tipo TroutBait. Só se podem utilizar moscas, streamers, colheres e peixes artificiais. Proposta 5

9. Em caso de seca, alteração súbita da densidade piscícola, poluição ou sempre que a pressão de pesca for excessiva, as autoridades gestoras podem determinar a suspensão ou cancelamento da pesca desportiva numa determinada massa de água ou nos troços sob a sua gestão. 10. Devido à necessidade de preservação do ambiente, os pescadores devem ter um comportamento exemplar em todas as massas de água interiores. Os pescadores devem recolher todo o lixo que decorra da sua actividade de pesca (linhas, caixas de material, frasco, embalagens de iscos, sacos, embalagens, canas partidas, carretos partidos) e da sua presença (alimentos, garrafas, etc.) perto das massas de água. O não cumprimento desta disposição acarreta coima que pode variar entre os 500 e os 5000 euros, dependendo da gravidade da infracção. 6. Coimas e sanções: 1. As coimas devem ser actualizadas para valores mais consistentes com o impacto negativo que determinado tipo de infracções causam no ambiente e na deterioração da riqueza piscícola de uma massa de água. 2. Deve ser criada a figura juridica de Crime contra a natureza que permita a responsabilização criminal dos infractores. 3. Devem ser introduzidas e privilegiadas as sanções qualitativas que se traduzam na recuperação do dano causado através de trabalho social não remunerado por parte do infractor. Proposta 6