Encontro do Comitê Estadual de Enfrentamento às Drogas do Ministério Público do Estado do Ceará 14 de novembro de 2012 Plenária: Conclusões e indicação de boas práticas e fluxos de atendimento a serem adotados no âmbito do enfrentamento às drogas. Grupo A Prevenção Relator: Carlos André Barbosa de Carvalho 1. Quanto à questão da educação e formação: reformulação das práticas educacionais, com aulas de integração voltadas a crianças e adolescentes, observando-se a realidade local; 2. Implantar ações de prevenção específicas para cada localidade, com observância dos saberes locais; 3. Utilizar o alcance dos meios de comunicação para a implantação de programas de prevenção; 4. Implantar políticas públicas voltadas para a realidade local de cada comunidade; 5. Desenvolver processos de informação e formação de redes de prevenção, envolvendo as áreas de saúde, educação, cultura e lazer; 6. Formalização de Termos de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público e empresários, de forma a evitar que músicas e shows continuem fazendo apologia ao uso de drogas;
7. Promover a integração entre familiares, escolas e instituições; 8. Garantir o acompanhamento multidisciplinar dos alunos de escolas públicas e privadas; 9. Promover o fortalecimento dos educadores sociais, que poderão fomentar a realização de visitas domiciliares, inclusive concedendo apoio à aprovação de projeto de regulamentação da profissão de educador social, que já tramita junto à Câmara Municipal de Fortaleza; 10. Realizar mapeamento, análise e discussões sobre os problemas reais de cada família/ localidade/comunidade, na sua especificidade; 11. Potencializar equipamentos locais, de natureza clínica, cultural e desportiva; 12. Qualificar os conselhos tutelares; 13. Buscar o estímulo da participação social das empresas nos problemas da comunidade na qual a empresa tem sua sede; 14. Buscar o financiamento de atividades de prevenção ao uso de drogas pelas empresas privadas; 15. Identificar, em cada comunidade, o que leva os sujeitos a iniciarem o uso de drogas lícitas e ilícitas (aspectos de ordem objetiva e subjetiva); 16. Identificar atores sociais na comunidade, com experiência em dependência química (ex-usuários) para trabalhar na prevenção; 17. Criar espaços de reflexão e participação na Comunidade que possibilitem o fortalecimento de valores sociais, da cidadania e do respeito; 18. Inserir na prevenção a perspectiva de prevenção da recaída, através de acompanhamento psicossocial dos ex-usuários; 19. Fortalecer e criar grupos de Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos;
20. Compreender que o diagnóstico psicossocial/psiquiátrico não dará conta sozinho de um problema de tamanha complexidade; 21. Promover novos espaços de discussão para aprimorar as propostas ora levantadas. Grupo B Tratamento Relatora: Rosa Maria Mesquita Leite O grupo B, que discute o tema Tratamento do Encontro do Comitê Estadual de Enfrentamento às Drogas do Ministério Público do Estado do Ceará Construindo Ações Intersetoriais e interdisciplinares resolver apresentar à Plenária o seguinte: 1. O Ministério Público deve realizar dois encontros anuais, o primeiro em março e o segundo em novembro, nos seguintes termos: MARÇO: Encontro com os gestores das políticas públicas, Secretarias (Ação Social, Educação, Saúde e Segurança), Conselho Tutelar, Conselho Antidrogas, Justiça, Núcleo de Informação e Análise em Saúde (NUIAS) e Conselhos de Classe da Saúde. Objetivo: prestar conta do que foi desenvolvido no ano anterior e apresentar as metas para o ano em exercício. NOVEMBRO: Encontro com a gestão, com os usuários, com as famílias, com a segurança e com a equipe. Objetivo: avaliar de forma participativa os resultados alcançados. 2. Constituir um banco de dados no Ministério Público com todas as informações, ligadas ao uso abusivo e problemático das drogas, contando com o apoio do Núcleo de Informação em Saúde - NUIAS/SESA; 3. Propõe que o Ministério Público celebre o Termo de Ajuste de Conduta com a Prefeitura de Fortaleza para a efetivação da política sobre drogas no que se refere a instalação da Coordenadoria, do Conselho e do Fundo Municipal de
políticas sobre drogas, tendo em vista que esses são critérios exigíveis no Plano Nacional de Políticas sobre Drogas; 4. Convocar e celebrar Termo de Ajuste de Conduta com todas as comunidades terapêuticas do Estado para que se ajustem à legislação federal num prazo de 180 dias; 5. Propõe celebrar Termo de Ajuste de Conduta com o Governo do Estado, a fim deste efetivar a Política Pública sobre Drogas, em especial no que tange à Coordenadoria Estadual e Fundo Estadual de Política sobre Drogas; 6. Solicitar junto à Assembléia Legislativa do Estado do Ceará a reedição atualizada do catálogo do Pacto pela Vida e sua devida distribuição em escolas, postos de saúde e outros equipamentos da rede pública; 7. Efetivar a fiscalização junto a todas as comunidades terapêuticas do Estado do Ceará; 8. Viabilizar a concessão de apoio técnico, de formação profissional e de infraestrutura às Comunidades Terapêuticas que estejam de acordo com a legislação vigente; 9. Garantir a constituição da rede de atenção/tratamento, com os seguintes equipamentos, de acordo com a necessidade dos levantamos epidemiológicos: - Assistência social: Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS); - Programas de Saúde da Família (PSF); - Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de todos os tipos; - Hospital Dia Elo de Vida; - Comunidades Terapêuticas; - Residências Assistidas; - Unidades Psiquiátricas em hospitais gerais (UPHG); - Ambulatório; - Consultórios de rua. 10. Estimular os grupos de auto-ajuda e os programas de acompanhamento à família.
Grupo C Reinserção Social Relator: Walmyr Rodrigues de Castro Junior 1. Formação de um programa de reinserção das pessoas adictas, abrangendo as seguintes ações: - Informação, conscientização e divulgação da doença, da problemática e da realidade atual, envolvendo o uso de álcool e outras drogas; - Capacitação dos gestores e profissionais correlacionados; - Educação comportamental, com os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, que consistem em um grupo de princípios espirituais, incluindo: humildade, fé, personalidade, caráter, ética, moral, civismo, dignidade e altruísmo; - União do Ministério Público, dos setores privados e da sociedade civil, no sentido de assumir a responsabilidade; - Dar a primeira oportunidade de reinserção do adicto graduado nos vários setores sociais: arte, cultura e esporte; - Pactuações entre os setores já existentes: CRAS, CREAS e CAPS; - Criações de espaços para idosos, crianças e mulheres adictos. 2. Adotar o instrumento da remição penal por participação em atividades pedagógico/terapêuticas da drogadicção nos regimes fechado, semi-aberto e aberto, utilizando por analogia a remição pelo estudo.
Grupo D Segurança Pública Relator: Francisco Rogério Ferreira Sales 1. Criar mecanismos de prevenção ao uso indevido de drogas com apoio de membros da comunidade através dos Conselhos Comunitários de Defesa Social (CCDS), assim somando esforços e estabelecendo responsabilidades, na prevenção às Drogas; 2. Estimular a criação do Batalhão de Divisas para coibir a entrada de drogas no estado do Ceará; 3. Implantar, manter e aprimorar, através de recursos financeiros, as ações de prevenções realizadas pela DIPRE (Divisão de Proteção do Estudante da Polícia Civil), pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) e Turminha do Ronda; 4. Criar um disque Denúncia em nível estadual, que seja pautado no sigilo das informações; 5. Promover uma maior participação dos agentes de segurança junto às escolas, no intuito de prevenir o uso de drogas; 6. Criar comandos permanentes em áreas de risco; 7. Criação de Comissão Intersetorial e Insterdisciplinar constituída pelos setores de emergências da saúde, setores da reabilitação (fisioterapia), setores da segurança, com o apoio do NUIAS/SESA, para fazer um estudo quanto às repercussões de acidentes de trânsito, mortes e violência relacionados ao uso abusivo de álcool e outras drogas, para propor medidas públicas efetivas; 8. Fomentar a criação de propagandas conscientizadoras na televisão e nos meios de comunicação, incentivando a denúncia anônima do tráfico de drogas e sua importância no combate efetivo desse problema que assola toda a sociedade.