Disciplina: Instalações Hidráulicas Instalações prediais de esgoto Prof. Ms. José Benedito Gianelli Filho
Nesta Unidade da Disciplina, tentaremos compreender a questão da problemática envolvida nas instalações prediais de coleta e encaminhamento de esgotos sanitários, numa edificação.
Esgoto primário: é a parte da instalação predial na qual os gases e os animais têm acesso. Nela, estão alguns aparelhos e canalizações que vêm antes dos desconectores. Esgoto secundário: é a parte da instalação predial, a qual os gases e animais não têm acesso. São os aparelhos e as canalizações que estão antes dos desconectores.
Componentes de um projeto de esgoto: Concepção Esta é a parte mais importante quanto a questões de análise geral da situação a resolver e a tomada de decisões de projeto.
Nesta etapa, segue-se, geralmente, o seguinte roteiro de projeto: 1 Identificação de todos os pontos na edificação por onde deverão ser eliminados os dejetos sanitários; 2 Definição e posicionamento dos desconectores: sifões, caixas sifonadas, ralos sifonados, caixas de inspeção, caixas retentoras de gordura, etc; 3 Definição do sistema de ventilação; 4 Posicionamento dos tubos de queda: do esgoto primário ou de gordura; 5 Definição do acesso às tubulações: para caixas de inspeção, poços de visita, caixas de gordura, tubulações de insteção; 6 Definição do destino do esgoto: se para coletor em rede pública ou para tratamento e destino particular; 7 Desenho físico de toda a rede de coleta e destinação: rede primária e rede secundária.
Dimensionamento Critérios para dimensionamento Consiste em dimensionar os diâmetros capazes de proporcionar a vazão necessária. Este dimensionamento das tubulações visa permitir o rápido escoamento do esgoto, o que só pode ser conseguido se a rede tiver bons diâmetros em seus dimensionamentos e, também, adequadas declividades para seu escoamento. Para dimensionamento deste tipo de rede, o método sugerido por norma técnica considera o critério das Unidades Hunter de Contribuição (UHC). Uma Unidade Hunter de Contribuição corresponde a uma vazão de 28 litros por minuto.
Dimensionamento dos ramais de descarga: Para dimensionamento destes ramais, utilizamos duas tabelas a seguir apresentadas: Unidades Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal dos ramais de descarga e Unidade Hunter de Contribuição para diâmetros (capacidade de suporte por diâmetros)
Dimensionamento dos ramais de esgoto: Para dimensionamento destes ramais, somam-se as Unidades Hunter de Contribuição dos ramais de descarga que contribuem para o ramal de esgoto e recorre-se, então, à tabela a seguir para dimensionar o ramal de esgoto: Diâmetro nominal do tubo Número de UHC 40 3 50 6 75 20 100 160 150 620
Dimensionamento dos Tubos de Queda Na medida do possível, devem ser mantidos na mesma linha vertical; porém, poderão, eventualmente, conter desvios de trajetória (geralmente, se adotam dois desvios de 45º; o ângulo de desvio deve ser menor que 90º). Para o dimensionamento, adotamos a seguinte tabela: Diâmetro do TQ Número máximo de UHC Prédios até Prédios com mais de 3 pavimentos 3 pavimentos 40 2 2 50 10 8 75 30 70 100 240 500 150 960 1900
Dimensionamento dos coletores e subcoletores: Para o dimensionamento dos coletores e dos subcoletores, utilizamos a seguinte tabela: Diâmetro nominal Número máximo de UHC Declividade 0,5% 1% 2% 4% 100 xxxx 180 216 250 150 xxxx 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300
Dimensionamento dos ramais de ventilação: Para o dimensionamento dos ramais de ventilação, os diâmetros necessários são obtidos diretamente na tabela seguinte: Grupo de aparelhos Grupo de aparelhos sem vaso sanitário com vaso sanitário Número de UHC Diâmetro Número de UHC Diâmetro Até 2 40 até 17 50 3 a 12 40 18 a 60 75 13 a 18 50 - - 19 a 36 75 - -
Dimensionamento das colunas de ventilação Para o dimensionamento das colunas de ventilação, os diâmetros necessários são obtidos diretamente na tabela seguinte: Diâmetro Número Diâmetro nominal mínimo da coluna de ventilação Nominal de UHC 30 40 50 60 75 100 150 Comprimento máximo permitido em metros 40 10 9 30 50 20 8 15 46 75 102 8 26 64 189 100 530 6 15 46 177 150 2900 6 23 183 200 7600 5 43
Destino final do esgoto Quando coletado por rede pública o esgoto deve ser conduzido para as Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). Quando isto não for possível e para o caso de edificações que só produzem esgotos do tipo doméstico podem ser feitos projetos, construções e operações de sistemas de tanques sépticos desde que os efluentes finais tenham tratamento e disposição conforme determinados princípios de atendimento.
O esgoto doméstico A reunião dos despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos; Os esgotos domésticos contêm enorme quantidade de bactérias. Algumas são patogênicas, causando doenças; No esgoto há ainda bactérias que propiciam a transformação do esgoto.
Sem oxigênio não há condições para a estabilização da matéria orgânica existente no esgoto. Essa avidez de oxigênio, para atender ao metabolismo das bactérias e a transformação da matéria orgânica, chamase Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
A DBO é, assim, um índice de concentração de matéria orgânica presente num volume de água e, por consequência, um indicativo dos seus efeitos de poluição. Portanto, quanto maior a poluição por esgoto, maior a quantidade de matéria orgânica presente e maior será a demanda de oxigênio para estabilizar essa matéria orgânica.
O processo de tratamento Como já ficou estabelecido no início, pretendemos dar um destino ao esgoto doméstico de pequenos grupos habitacionais, residências, prédios comerciais, hotéis, quartéis, escolas, etc. Neste caso, o destino ocorrerá segundo o esquema seguinte: Edificação Tanque séptico Filtro anaeróbico Vala de drenagem Vala de filtração Vala de drenagem Sumidouro
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