Apoio judiciário a Vale e Azevedo contestado em Inglaterra Lusa, 15.03.2012 Vale e Azevedo tem vários processos pendentes em Portugal É já enorme a quantia de dinheiro dos contribuintes portugueses que o Estado também tem gasto em honorários pagos ao seu advogado inglês, na tentativa... A atribuição de apoio judiciário britânico a João Vale e Azevedo, antigo presidente do Benfica, para contestar o pedido de extradição para Portugal surpreendeu uma organização de contribuintes, um credor e um advogado britânico. Por estar falido desde 2009, o Estado inglês considerou que o expresidente do Benfica não possuia meios para pagar a defesa jurídica em tribunal. Porém, Vale e Azevedo mantém a morada num complexo residencial de luxo em Knightsbridge, um dos bairros mais caros de Londres. Esta aparente contradição surpreendeu Emma Boon, directora de campanhas da Aliança de Contribuintes, uma organização britânica que defende menos impostos e um uso mais eficiente do dinheiro público. É muito preocupante que alguém que vive numa morada tão cara tenha direito a reclamar apoio jurídico, comentou, alegando que a intenção do sistema é assegurar que as pessoas que de outra forma não possam pagar tenham acesso à justiça. 1
Neste caso não parece que alguém que tenha uma propriedade nesta morada não tenha meios para pagar e aos contribuintes vai parecer que ele é rico suficiente para pagá-la, vincou. Também John Marriott, antigo senhorio e credor de mais de 400 mil euros em rendas nunca pagas, mostrou-se indignado por os contribuintes britânicos estarem a pagar para a defesa de Vale e Azevedo. Além da dívida e dos impostos que paga, Marriott lembra o dinheiro gasto com os advogados desde há 2 anos para não ver nem um penny...é incrível!. Para Charles Robinson, advogado de Marriott, é importante saber quem lhe está a pagar a renda do apartamento...se não é ele que a paga!. A atribuição de apoio jurídico ao português, argumentou, é um abuso imenso do sistema e defende que toda esta situação tem que ser investigada. 2
Custos da defesa Vale Azevedo: Reino Unido está a pagar para contestar extradição Correio da Manhã, 15-03-2012 O Governo britânico está a pagar os custos da defesa contra a extradição para Portugal a João Vale e Azevedo apesar de o expresidente do Benfica viver num complexo residencial de luxo em Londres. Vale e Azevedo, cuja leitura da sentença na primeira instância está marcadapara sexta-feira no tribunal de magistrados de Westminster, está actualmente sob termo de identidade e residência e tem o passaporte retido. A morada que deu ao tribunal é 199 Knightsbridge, um complexo residencial numa das zonas mais nobres da cidade, mesmo em frente a Hyde Park e a menos de 100 metros da famosa loja de luxo Harrods. O arrendamento de um apartamento de um quarto neste empreendimento pode custar por semana 1400 libras (1.600 euros), enquanto um T4 alcança as 4 mil libras (4.800 euros) semanais. Mesmo assim, fez um pedido de apoio judiciário para cobrir os custos da defesa contra o pedido de extradição feito pela justiça portuguesa, representada no tribunal britânico pela Procuradoria da Coroa, congénere do Ministério Público. 3
"Os casos de extradição estão na categoria de ajuda jurídica criminal e um acusado tem o direito a representação jurídica para se defender do processo contra ele", justificou um porta-voz da Comissão dos Serviços Jurídicos britânicos à agência Lusa. Confrontado com o facto de o ex-advogado português estar a viver numa habitação de luxo, respondeu que foram cumpridos os requisitos legais. Para receber este tipo de assistência, explicou, são avaliados os meios de subsistência da pessoa em causa e a capacidade para pagar a um advogado. Vale e Azevedo foi pessoalmente declarado falido a Fevereiro de 2009 pelo que, oficialmente, não possui quaisquer bens ou dinheiro. "O apoio judiciário é atribuído após um teste às capacidades financeiras no tribunal de magistrados, onde estes casos são ouvidos", alegou o porta-voz. Vale e Azevedo é objecto de um pedido de extradição baseado num mandado de detenção europeu emitido pela 4.ª Vara Criminal de Lisboa, depois de fixado o cúmulo jurídico em cinco anos e meio, na sequência de uma sucessão de recursos para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em 2010 e para o Tribunal Constitucional (TC) este ano. O cúmulo jurídico foi estabelecido a 25 de Maio de 2009 no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea (seis anos de prisão em cúmulo), Dantas da Cunha (sete anos e seis meses) e Ribafria (cinco anos). 4
SIC - A atribuição de apoio judiciário britânico a João Vale e Azevedo para contestar o pedido de extradição para Portugal surpreendeu uma organização de contribuintes, um credor e um advogado britânico. Por estar falido desde 2009, o ex-presidente do Benfica foi considerado não possuir meios para pagar a defesa jurídica em tribunal. Porém mantém a morada num complexo residencial de luxo em Knightsbridge, um dos bairros mais caros de Londres. Esta aparente contradição surpreendeu Emma Boon, diretora de campanhas da Aliança de Contribuintes, uma organização britânica que defende menos impostos e um uso mais eficiente do dinheiro público. 5