A MONARQUIA NA INGLAlfRRA



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Transcrição:

capítulo 28 A MONARQUIA NA INGLAlfRRA Dos plantagenetas à dinastia Tudor 1. João Sem-Terra e a Magna Carta. Em meio a enormes dificuldades, mas com sucesso, no século XII os reis da França empreendiam a centralização do poder político; já a monarquia inglesa, sob a dinastia Plantageneta (1154-1399), passou por um processo inverso. Depois de serem governados por Henrique II (1154-1189), um rei bastante autoritário, os nobres ingleses - os chamados barões - pareciam ter retomado à tradição de independência no reinado de Ricardo Coração de Leão (1189-1199), quase sempre em campanha militar, longe do reino. O quadro voltou a ser opressivo no reinado de João Sem-Terra, contra o qual eclodiu finalmente uma grande revolta dos barões. João Sem-Terra foi um colecionador de fracassos. Ao não aceitar a nomeação de Estêvão Langton como arcebispo da Cantuária, sob a alegação de que não fora consultado, esse rei começa a ter sua autoridade minada num confronto com o papa Júlio III (1198-1216). Como resposta a essa atitude, o papa colocou a Inglaterra em interdito, ou seja, decretou a proibição de se realizarem cultos, e no ano seguinte, em 1209, excomungou o rei João. Contudo, nada disso alterou a rotina na Inglaterra, pois o rei continuou exercendo suas funções. Porém, ao cabo de cinco anos de interdição, em 1213, o papa Inocêncio III decidiu depor João Sem-Terra e ofereceu a coroa inglesa ao rei francês Filipe Augusto. Diante do perigo iminente, João Sem-Terra submeteu-se ao papa, prometendo pagar um tributo anual de vassalagem à Santa Sé, o que fez os ingleses se sentirem humilhados. Mas a verdade é que as insatisfações tinham ainda outras fontes, e uma delas estava relacionada às possessões que os reis ingleses tinham na França. Embora esses domínios pertencessem exclusivamente ao rei, João Sem-Terra não hesitou em lançar impostos sobre os barões, para sustentar uma guerra contra Filipe Augusto, em -1214, e assim tentar preservar as terras da coroa inglesa na França. Os barões, que nada tinham a ver com isso, esta- - vam decididos a não pagar os impostos. Para piorar a situação, João Sem-Terra foi derrotado por Filipe Augusto na batalha de Roche-aux-Moines, em 1214. Ao ficar claro a debilidade da coroa, os barões sentiram coragem para se rebelar contra João Sem-Terra. Ao regressar da França, onde acabara de sofrer uma derrota, o rei foi recepcionado pela revolta dos barões. Novamente vencido, João Sem-Terra resignou-se a aceitar as reivindicações (petições, como diziam) do baronato, sobretudo a Magna Carta ou Grande Carta, que tinha como preocupação central limitar o poder real em caso de cobrança de impo - tos. Estes, com exceção de algumas taxas, só poderiam ser arrecadados com o consentimento de assembléia composta de bispos e barões - o G de Conselho.

270 UNIDADE 4 Dinastia Henrique 11 1154-1189 Plantageneta Leonor da Aquitânia e outros Henrique, Geoffrey, Ricardo João Isabella morto em conde da Coração de Leão Sem-Terra de Angoulême 1183 Bretanha 1189-1199 1199-1216 Leonor Henrique 111 Ricardo outros de Provença 1216-1272 Leonor T1~~~~d~67 de Castela ~ outros Isabella Eduardo 11 de França ;r=1307-1327 Filipa Eduardo 111 Oavid - Joana de Hainault 1327-1377 da Escócia outros Eduardo,TJoana o Príncipe. de Kent Negro, morto em 1376 Ricardo 11 1377-1399 William João, duque de Lancaster Tesposas) Henrique IV 1399-1413, início da dinastia Lancaster (três 2. As Provisões de Oxford (1258): João Sem- Terra ainda tentou reagir, mas morreu um ano depois de assinar a Magna Carta, em 1216, quando seu sucessor, Henrique III, tinha apenas 9 anos. O reinado de Henrique I1I, de qualquer modo, não foi brilhante, pois ele repetiu os erros de João Sem-Terra, ao pressionar internamente para obter mais impostos, a fim de financiar as suas aventuras exter- nas. Em 1242, enfrentou, sem sucesso, o rei da França, Luís IX (1226-1270). Alguns anos depois, em 1250, Henrique III procurou auxiliar um de seus irmãos a conseguir o governo do Sacro Império e o outro a obter o governo do reino da Sicília, ambos em aberto devido à morte de Frederico 11.Em todas essas empreitadas, esse rei teve grandes gastos, sem obter os resultados esperados.

CAPíTULO 28 Novamente descontentes com os atos do rei, os barões retomaram o controle da situação: em 1258, reunidos em assembléia na cidade de Oxford, negaram novos subsídios a ele. Em meio à agitação, despontava então uma liderança - a de Simão de Montfort -, ao mesmo tempo que se constituía uma inédita aliança, a dos pequenos nobres rurais com a burguesia mercantil. Essa nova conjuntura refletiu-se no documento redigido por uma comissão de 24 barões, presidida por Montfort - as Provisões de Oxford. Com elas, novas exigências foram estabelecidas: o Conselho do rei passou a incluir representantes escolhidos pelos próprios barões; o Grande Conselho, criado pela Magna Carta, passou a incluir representantes das cidades e a se reunir três vezes por ano; por causa da ampliação do número de representantes, isto é, devido à inclusão de representantes das cidades, cuja missão era controlar o poder real, o Grande Conselho converteu-se em Par- lamento. Esse conjunto de alterações implicou uma mudança bastante significativa: agora, a limitação do poder real não tinha como objetivo beneficiar apenas o baronato, mas toda a sociedade. 271 Henrique III, entretanto, não se deixou abater e partiu para o confronto; porém foi derrotado e aprisionado, em 1264, por Montfort, que assumiu o controle do governo. Ao enfrentar uma crescente oposição, Montfort reuniu um grande Parlamento, com o intuito de respaldar seu governo, cada vez mais impopular e tirânico. Contra ele, finalmente, uniram-se os barões e o príncipe herdeiro, que o derrotaram e mataram, em 1265. Restaurado no trono, Henrique III anulou as Provisões de Oxford, com exceção de alguns artigos. Apesar dos acontecimentos, os princípios estabelecidos pela Magna Carta continuaram de pé. No reinado de Eduardo I, sucessor de Henrique I1I, a posição da monarquia não ficou melhor, porque, ao estabelecer contínua luta para submeter o País de Gales e a Escócia ao seu poder, o rei buscou com freqüência o consentimento dos barões, dos bispos e da burguesia para cobrar impostos e financiar seus gastos com a política externa. Resultado: conforme o Parlamento se tornava uma instituiçãocada vez mais indispensável ao governo, a monarquia foi conhecendo, enfim, reais limitações ao seu poder. Em 1307, quando morreu Eduardo I, o País de Gales havia sido conquistado, mas não a Escócia. O poder real passou para Eduardo 11,um rei tido como incapaz, derrubado pelo Parlamento e substituído pelo seu filho, Eduardo Ill. 3. O fim dos plantagenetas e a ascensão de novas dinastias. Eduardo III e Ricardo 11,seu neto, foram os dois últimos reis da dinastia Plantageneta. Já durante o reinado de Eduardo III, o Parlamento estava dividido em Câmara dos Lordes, representante da alta nobreza e do alto clero, e a Câmara dos Comuns, representante das cidades; a primeira Câmara era a mais importante, sendo suas decisões sempre acatadas pela segunda. Foi esse rei quem es -mulou o desenvolvimenro, na região de BristoL da nufatura de tecidos de tes disso, a Inglaterra cava-se como cria ~_ ovelhas e fornec liuslração do século XVIrepresenlando uma sessão do Parlamenlo presidida pelo rei Eduardo I, para as indús em 1278.

272 UNIDADE 4 dres). No reinado de Eduardo III ainda, teve início zabeth, filha da segunda esposa; e Eduardo, filho da a çyerra dos Cem Anos, que o fez aumentar cada terceira esposa. Com a morte de Henrique VIII, asvez mais os impostos, a ponto de, nos últimos anos sumiu o trono esse último, com o nome de Eduardo da vida desse monarca, as taxas praticamente esmavi (1547-1553), sendo, por sua vez, sucedido pelas garem o povo, espalhando a miséria por toda parte. suas meias-irmãs, Maria Tudor (1553-1558) e EliSeu sucessor, Rícardo II, também enzabeth (ou Isabel) 1(1558-1603). Intervindo em duas esferas funfrentou dificuldades, como as graves rebeliões sociais ocorridas em 1381.. Foi com a dinastia dameiltais do remo, a religiosa ~ consolídou Q al1glicanismo ---:-_~a econôporém, a ameaça derradeira a essa Tudor que o dinastia viria dos tios desse rei: em mica - impulsionou o comércio maabsolutismo 1399, Henrique de Lancaster -:- firítimo -, prainha Elizabeth I reforbritânico chegou lho de um de seus tios mais poderoçou consideravelmente o poder real. sos, que acabara de falecer - depôs Embora as limitações impostas à moao seu auge. Ricardo II e o substituiu no trono, narquia pela Magna Carta e pelo Pardando fim à dinastia Plantageneta e lamento continuassem, as duas Câfazendo-se reconhecer com o nome de Henrique IV maras mostraram-se bastante dóceis à autoridade da Os Lancasters, entretanto, não alcançaram o rainha, que se tornou uma personagem-chave na his.poder facilmente, pois os Yorks, outro ramo da famítória do país. Em seu governo, ela procurou depenlia real, disputaram o trono com eles. Em 1455, der o menos possível do Parlamento, que, ao longo quandn.a Inglaterra ainda se recl!perava da derrota de seus 45 anos de reinado, foi convocado apenas sofridaparaa França na Guerra dos_cem Anos, estrês vezes. _s_asduas famílias rivais iniciaram violenta guerra ciao longo desse período, Elizabeth I fez mais.víl, que ficou conhecida como Guerra das Duas Rodo que impor seu poder internamente: ao derrotar sas (1455-1485), devido aos emblemas dessas famía poderosa frota naval espanhola, conhecida como Invencível Armada, ela situou seu país entre os reilias: o dos Yorks era uma rosa branca, e o dos Lancasters, uma rosa vermelha. O conflito terminou em nos europeus mais importantes, posição. que jamais 1485, com a as_censão de Henrique Tudor, descere-- perderia. dente dos Lancasters por parte de mãe,. ao poder. Depois de se casar com uma York- Isabel de York-, reconciliando assim as duas famílias, Henrique Tudor assumiu o trono com o nome de Henrique VII (1485-1509), dando início à dinastia Tudor, com a qual o absolutismo inglês chegou ao seu desenvolvimento máximo. Henrtque_YJJ concentrou suas energias na tentativa de submeter os bandos armados sob comando dos grandes nobres e de manter sob controle as administrações locais, a cargo dos juízes de paz. Seu sucessor, Henl.Ígue VIIIlJ 509-1547), deu continui-:'dade a esse governo sem sobressaltos até 1527-1528, quando entrou em _c.onflito_c_qm..-illgre.jp devido a uma crise matrimonial. Somente ao romper com o papado e fundar o anglicanismo, o rei solucionou o impasse religioso. Henrique VIII deixou três filhos: Ma@ ria Tudor, filha da primeira esposa; EliRetrato da rainha Elizabeth, atribuído a George Gower.

CAPíTULO 28. 273 ~tividades 1. Explique em que contexto o rei João Sem-Terra aceitou a Magna Carta e o que ela estabelecia. 2. Por que podemos dizer que as Provisões de Oxford foram mais um passo rumo à limitação dos poderes reais? 3. Identifique os principais acontecimentos ocorridos durante os reinados de Henrique VIII e de Elizabeth r. 4. O trecho a seguir traz considerações sobre o governo de Henrique VIII. Leia-o com atenção. O vigor e a eficiência do governo Tudor evidenciaram-se durante a Reforma, quando Henrique VIII (1509-1547) colocou-se na chefia da igreja inglesa. Esse passo gigantesco no sentido de aumentar o poder real só foi possível porque seu pai havia restabelecido a ordem e a estabilidade. Mas a decisão de Henrique VIII exigiu, ainda, uma certa luta. A Reforma protestante, na Inglaterra, foi uma revolução, tanto no governo real como no eclesiástico. Atacou e derrotou um importante obstáculo à autoridade monárquica, o poder do papado. Ao mesmo tempo, a Reforma fortaleceu muito o poder do parlamento. Henrique usou o parlamento para fazer a Reforma porque sabia que precisava do apoio dos nobres, da pequena nobreza rural e dos comerciantes. Nenhuma mudança na crença e na prática religiosas poderia ser instituída apenas pela monarquia. A participação do parlamento nessa Reforma deu-lhe maior poder e senso de importância do que jamais tivera no passado. Não obstante, o resultado final dessa revolução administrativa foi o fortalecimento do poder monárquico. Ao final de seu reinado, Henrique VIII dispunha, sem dúvida, do mesmo poder de seu rival francês, Francisco r. Na verdade, até princípios do século XVII, a história do poder monárquico na Inglaterra, com suas tendências absolutistas, foi notavelmente semelhante ao padrão continental. (Marvin Perry, op. cit., p. 351.) Segundo esse texto, qual a importância da Reforma religiosa no processo de centralização do poder na Inglaterra? 5. O texto a seguir trata da expansão naval ocorrida no reinado de Elizabeth r. O novo domínio dos mares conquistado pela Inglaterra teve resultados decisivos em dois campos. A substituição da guerra terrestre pela guerra naval tendia a especializar e a segregar a prática da violência armada, deslocando-a prudentemente para os mares. [...] Ao mesmo tempo.p interesse da classe dominante pelas atividades navais conduziria proeminentemente a uma orientação comercial. Com efeito, enquanto o exército sempre fora uma instituição com uma única finalidade, a marinha, por sua própria natureza, era um instrumento de dupla utilidade, relacionado não apenas à guerra, como também ao comércio. Ao longo do século XVI, a frota inglesa era ainda constituída basicamente por navios mercantes convertidos aos objetivos bélicos pela adição de canhões, mas ainda passíveis de retomarem às funções comerciais. Naturalmente, o Estado incentivava tal adaptabilidade dando preferência aos navios cujo desenho a servisse. Desse modo, a marinha não apenas se tornaria o instrumento "adulto" do aparelho repressivo do Estado inglês, mas também o seu artefato "ambidestro", com profundas conseqüências para a configuração da classe dirigente, pois os custos da construção e da manutenção navais, embora fossem mais altos por unidade, eram muito inferiores ao preço de um exército permanente. Nas últimas décadas do reinado de Elizabeth, a proporção das despesas era de um para três. E, todavia, 0$ seus rendimentos durante os próximos séculos seriam muito superiores: o império colonial britânico seria o somatório de todos eles. A grande colheita desta vocação naval ainda iria ocorrer. Mas foi em grande medida por sua causa que, já no século XVI, a classe fundiária pôde desenvolver-se em antagonismo, em aliança com o capital mercantil dos portos e dos condados. (Perry Anderson. A linhagem M EstaM absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985. P: 13"' Analise os argumentos do autor e redija um texto destacando as vantagens da opção inglesa pelo volvímento da marinha e demonstrando a relação entre guerra e comércio no início da Idade _.\K1ce.;::E..