CARACTERIZAÇÃO DOSIMÉTRICA DO FILTRO DINÂMICO DE UM CLINAC 21iX



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1 NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PIBIC RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA INICIAÇÃO CIENTÍFICA CARACTERIZAÇÃO DOSIMÉTRICA DO FILTRO DINÂMICO DE UM CLINAC 21iX Maria Astéria de Sousa Almeida Biomedicina/Tecnologia em Radiologia Msc. Thyago Fressatti Mangueira 2014 4º Semestre Brasília - Distrito Federal Brasil Pesquisa Financiada pelas Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de Educação do ICESP, por meio do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa - NIP É proibida a reprodução total ou parcial

2 CARACTERIZAÇÃO DOSIMÉTRICA DO FILTRO DINÂMICO DE UM CLINAC 21iX Maria Astéria de Sousa Almeida Faculdades Integradas Promove de Brasília Instituto Superior de Educação do Icesp RESUMO Introdução: Muitos tratamentos radioterápicos fazem uso de acessórios modificadores de feixe como filtros, que são usados com a finalidade de compensar a ausência de tecido, ajustar as curvas de isodose ou melhorar um gradiente de dose. Esses filtros podem ser físico ou dinâmico. Justificativa: Para utilização dos filtros físicos e dinâmicos é necessário à determinação de uma série de características físicas dos feixes produzidos com estes acessórios, dentre elas o fator filtro, o ângulo de inclinação, a planura e as curvas de porcentagem profunda.objetivo:o presente trabalho realizou o levantamento dosimétrico de algumas características do feixe de fótons radioterápicos com o objetivo de caracterizar o filtro dinâmico de um Clinac 21iX comparando com o filtro físico. Para isto foram medidos o TPR (20,10), a variação da intensidade do feixe em profundidade com e sem acessórios modificadores e a estimativa do ângulo do filtro físico e dinâmico a 10 cm de profundidade. Materiais e métodos: Os dados dosimétricos foram obtidos para o feixe de 6 MV do Clinac 21 ix fabricado pela Varian Medical Systems que está instalado no IRT (Instituto de Radioterapia de Taguatinga). Neste equipamento estavam disponíveis filtros físicos e dinâmicos de 10, 15, 20, 25, 30, 45 e 60. As medições foram realizadas conforme recomendações do protocolo internacional TRS 398 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Palavras Chave: Filtro físico; Filtro dinâmico; Radioterapia.

3 DOSIMETRIC FILTER DYNAMIC CHARACTERISTICS OF A 21 CLINAC IX ABSTRACT Maria Astéria de Sousa Almeida Faculdades Integradas Promove de Brasília Instituto Superior de Educação do Icesp Introduction: Many make use of radiotherapy beam modifying accessories how filters, that are used for the purpose offset the absence of tissue isodose curves adjust or improve a gradient of dose. These filters can be physical or dynamic. Justification: For the use of physical and dynamic filters is necessary to determine a number of physical characteristics of the beams produced with these accessories, among which the filter factor, the inclination angle, flatness and deep curves percentage. Objective: This work conducted lifting of some dosimetric characteristics of the photon beam radiotherapy with the aim of characterizing the dynamic filter of a Clinac 21IX comparing with the physical filter. For this were measured TPR (20,10), the variation of beam intensity at depth with and without modifiers and accessory the estimate of angle of the physical and dynamic filter at 10 cm depth. Materials and Methods: The dosimetric data were achieved for the 6 MV beam of the Clinac 21 ix manufactured by Varian Medical Systems that is installed on the IRT (Instituto de Radioterapia de Taguatinga). This equipment are available physical and dynamic filters of 10º, 15º, 20º, 25º, 30º, 45º and 60º. The measurements will be performed as recommendations of TRS 398 international protocol of the International Atomic Energy Agency (IAEA). Keywords: Physical filter; Dynamic filter; Radiotherapy.

4 Sumário INTRODUÇÃO... 5 1. DOSIMETRIA... 8 1.1.1Exposição (X)... 8 1.1.2Dose Absorvida (D)... 8 1.1.3 Kerma (k)... 8 1.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE FEIXES RADIOTERÁPICOS... 9 1.2.1 Percentual de Dose em Profundidade (PDP)... 9 1.2.2 Curvas de Isodose... 9 1.2.3 Build-up... 10 1.2.4 Razão Tecido Fantoma (TPR-Tissue Phantom Reason)... 11 1.3 DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE CORREÇÃO... 12 1.3.1 Fator de Retrodispersão e de Espalhamento de Pico... 12 1.3.2 Fator Bandeja... 12 1.3.3 Fator Distância (FD)... 13 1.3.4 Fator de Calibração (FC)... 13 1.4 FILTROS FISICOS E DINAMICOS... 14 1.4.1 Determinações do Ângulo dos Filtros Dinâmicos... 19 2. MATERIAIS E MÉTODOS... 19 ANEXO... 29 APENDICE... 32

5 INTRODUÇÃO A medicina moderna sofreu uma revolução com a descoberta dos raios X por Roentgen em 1895 e da radioatividade em 1896 por Becquerel. Essas novas manifestações físicas permitiam não só novas formas de diagnóstico médico por imagem, mas também, tratamento a uma série de patologias. (SILVA, 2006; NOBREGA, 2009). O uso de fontes de radiação ionizante seladas para o tratamento de patologias é chamado de Radioterapia. A radioterapia é dividida duas modalidades: teleterapia, na qual a fonte está distante da região a ser tratada e braquiterapia, na qual a fonte está em contato com a região a ser tratada. (SCAFF, 2010). Está técnica de tratamento é fundamentada na morte celular devido à exposição à radiação ionizante. O dano celular ocorre por que a radiação ionizante gera uma série de reações químicas, bioquímicas e fisiológicas que modificam ou destroem o material genético celular. A intensidade do dano está diretamente ligada à transferência e acúmulo da energia no tecido - Dose (HALL; GIACCIA, 2006). A ideia principal da radioterapia moderna é concentrar a maior dose possível na lesão, preservando ao máximo os tecidos saudáveis adjacentes. Para isto é necessário que durante o planejamento radioterápico sejam observadas não só as características clínicas, anatômicas, fisiológicas e patológicas do paciente, mas também as características físicas dos feixes de radiação a serem empregados.(furnari, 2009; SILVA, 2006; HALL; GIACCIA, 2006; SCAFF, 2010). Frequentemente as características do feixe radioterápico são modificadas por acessórios colocados entre a fonte de radiação e o paciente. O objetivo destes arranjos é administrar a dose correta no tumor reduzindo o detrimento no tecido saudável. Dentre estes acessórios podemos citar os colimadores principais, colimadores multilâminas, blocos conformacionais, filtros e bólus. (MORLOTTI, 2007). Os filtros modificam as curvas de isodose de forma a compensar uma região de heterogeneidade ou gerar um gradiente favorável ao tratamento pela inclinação das curvas de isodose. Eles podem ser divididos em dois tipos: físicos e dinâmicos (MORLOTTI, 2007; SCAFF, 2010).

6 O filtro físico é um acessório pesado constituído de uma cunha metálica que deve ser posicionado manualmente no aparelho, aumentando assim a tempo do tratamento (figura 1). (AIMI et al, 2011; SOUZA, 2005). Figura 1 Filtro físico (retirado de: Barry, 1996) Já o filtro dinâmico é programado por computador sem que haja interrupções durante o tratamento. O perfil oblíquo das curvas de isodose é gerado pelo movimento de uma das faces do colimador principal até encontrar a outra face que esta estacionária (AIMI, et al. 2011; SOUZA, 2005). Figura 2 Filtro dinâmico (retirado de: Silva, 2006) A utilização da movimentação dos colimadores associados a um sistema computadorizado para gerar um perfil de feixe modulado similar aos produzidos pelo filtro físico foi proposta por Kijewski em 1978. A partir desta proposta os fabricantes de aceleradores lineares desenvolveram tecnologia própria, gerando várias denominações para esta ferramenta. A fabricante Varian chama seu sistema de

7 Filtro Dinâmico Aprimorado (EDW do inglês Enhanced Dynamic Wedge) e a Siemens de Filtro Virtual (VW do inglês Virtual Wedge (CHANG; GIBBONS, 1999; LIU et al., 2003)). O EDW pode ser utilizado em campos de até 30 cm de largura, simétricos e assimétricos, com ângulos dos filtros em 10, 15, 20, 25, 30, 45 e 60 (SILVA, 2006; SAMINATHAN, et al., 1998; ZUOFENG et al., 1997; GIBBONS,1998)..

8 1. DOSIMETRIA 1.1.1Exposição (X) É obtida através do resultado do da divisão entre o valor total da carga de íons produzidos no ar quando os elétrons liberados são totalmente freados, ou seja, quantidade de carga produzido numa quantidade de massa (ar), representada por: (1) 1.1.2Dose Absorvida (D) Equivale a quantidade de radiação ionizante depositada na matéria, variando com a profundidade, energia do feixe, tamanho de campo, distância da fonte, sistema de colimação e fator filtro. É uma grandeza não estocástica e utilizada para medir os efeitos biológicos produzidos pela radiação, descrita como absorvida) e dm (deposição em massa): abs (energia (2) 1.1.3 Kerma (k) Em um primeiro momento a energia é cedida do fóton para o elétron, mas não é totalmente refreada, devido à perda de energia na emissão de raios x de freamento, ou seja, a transferência de energia de partículas n carregadas transferidas para a matéria. Onde de tr é a energia transferida ao material, descrita matematicamente como (MORLOTTI, 2007): (3)

9 1.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE FEIXES RADIOTERÁPICOS 1.2.1 Percentual de Dose em Profundidade (PDP) É a relação entre a distribuição e percentual de dose em determinada profundidade e a dose em profundidade máxima, variando de acordo coma energia utilizada. Diminui com o aumento da profundidade se relacionado a fatores como aatenuação da radiação e a distância, com exceção de áreas do build-up, conforme figura 5. A PDP pode ser descrita matematicamente, sendo D d a dose a uma dada profundidade e D max a dose no ponto de máxima dose (SCAFF, 1997; MORLOTTI, 2007). (4) Figura 3 Percentual de dose profunda com energias variáveis relacionadas a profundidade do tecido. Fonte: Dolbelbower, 1987. 1.2.2 Curvas de Isodose

10 São mapas de distribuição de doses no tratamento radioterápico, linhas que ligam pontos de mesma dose, verificando forma, área do campo de irradiação e distância foco superfície. Para o cálculo da dose é indispensável o uso de tabelas de percentagem de dose profunda, sendo possível então verificar com precisão a quantidade de radiação que deverá ser absorvida pela região a ser tratada, ou seja, devem ser corrigidas para compensar a diferença de tecidos de diferentes densidades, como exemplificada na figura 6 (SCAFF, 1997). Figura 4. Demonstração de curva de isodose para diferentes tamanhos de campo e mesma distância foco superfície. Fonte: SCAFF, 1997. 1.2.3 Build-up Quando ocorre a interação de fótons ou partículas com a matéria, ocorre a transferência de energia para as partículas ionizadas (elétrons) e estas partículas passam a interagir com o meio depositando dose D m, no qual a partícula ionizante crescerá até atingir um valor máximo, sendo que a dose absorvida inicialmente aumenta com a profundidade, atingindo um pico a partir do qual passa a decrescer, esta área entre a superfície que está sendo irradiada e a profundidade onde a dose atingiu o valor máximo é chamada de região de build-up, ou seja, acúmulo de dose, visualizado na figura 7. O build-up é bastante utilizado em casos em que os volumes a serem tratados são relativamente profundos, mas em que é preciso poupar a pele (SCAFF, 1997; MORLOTTI, 2007)

11 Figura 5 - Distribuição de elétrons através da transferência de energia dos fótons. Fonte: SCAFF, 1997. 1.2.4 Razão Tecido Fantoma (TPR-Tissue Phantom Reason) A razão tecido-fantoma é determinada pela razão da dose em um dado ponto no fantoma, profundidade d, distancia f da fonte, pela dose em outro ponto, á mesma distância f da fonte, e uma profundidade fixa de referência, (KHAN, 1994). Sendo, portanto utilizada em ocasiões onde avaliar doses no ar se torna impraticável devido à necessidade de uma capa de build-up muito espessa, através da formula: (5) Usualmente, este fato ocorre quando se utiliza radiação de alta energia em que o alcance dos elétrons liberados pelos fótons dos feixes é elevado (MORLOTTI, 2007).

12 1.3 DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE CORREÇÃO 1.3.1 Fator de Retrodispersão e de Espalhamento de Pico Parte da radiação incidente na superfície do paciente é espalhada para os lados e para trás. Os fatores de retrodispersão e de espalhamento-pico são definidos de modo a levar em conta esta perda (KRAN, 1994). O fator de retrodispersão é determinado para raios-x de baixa e média energia (até aproximadamente 400 KV), que têm profundidade de equilíbrio eletrônico praticamente nulo (na superfície): (6) Onde D s é a dose medida na superfície do tecido e D' s a dose medida no ar nas mesmas condições. O fator de espalhamento-pico é definido para raios-x acima de 400 KV e raios gama do 60Co, para os quais a profundidade de equilíbrio eletrônico está abaixo da superfície do paciente (SOUZA, 2005). (7) Onde D dm é a dose medida na profundidade de equilíbrio eletrônico e D' dm a dose medida no ar nas mesmas condições. Os fatores de retrodispersão e de espalhamento-pico, bem como a relação tecido-ar, variam com a área do campo e com a qualidade da radiação (BARSANELLI, 2003). 1.3.2 Fator Bandeja Em determinados tratamentos é indispensável à colocação de blocos atenuadores, cuja função é blindar a área dentro do capo de radiação,

13 correspondente ao órgão ou região anatômica do paciente que se quer proteger, levando em consideração o cálculo da dose, corrigindo então esta atenuação. Sendo que a bandeja cujo material lucite, serve de suporte para os colimadores e também absorvendo radiação (SOUZA, 2005). Fator bandeja é o fator que corrige a atenuação da bandeja de acrílico que suporta estes blocos. É definido como a razão das leituras das cargas coletadas, efetuadas pela câmara de ionização, com a interposição da bandeja, pelas leituras efetuadas sem a interposição da bandeja, na mesma profundidade e com o mesmo tamanho de campo. É necessário ser medido para cada tipo ou espessura de bandeja (SOUZA, 2005). O fator bandeja F B deve ser determinado para cada aparelho e sua respectiva bandeja (MORLOTTI, 2007). 1.3.3 Fator Distância (FD) No tratamento de radioterapia existem duas técnicas prevalecentes: o SSD, do inglês source-surface distance (distância fonte-superfície - DFS) e o SAD, do inglês source-axis distance (distância fonte-isocentro - DFI), a técnica isocêntrica. Na primeira técnica, o isocentro da máquina é posicionado na superfície do fantoma e, na segunda, na profundidade desejada. Visto que a utilização destas técnicas é utilizada para a calibração do acelerador e do tratamento a ser realizado. 1.3.4 Fator de Calibração (FC) Quando se emprega feixes de alta energia de um acelerador linear, é necessário inferir o fator de calibração (unidade: cgy/um), pois o mesmo não dispõe do tempo como dado de entrada para a quantidade de radiação a ser emitida, já que não possui uma fonte radioativa com taxa de dose (unidade: cgy/min.) conhecida. O acelerador utiliza unidades monitoras (unidade: UM) e taxa de dose (unidade: UM/min.) como dados de entrada. Desta forma, para se calcular a dose a ser aplicada ao paciente, faz-se imprescindível saber, o fator de calibração do

14 acelerador, calculado através da determinação da dose absorvida (SOUZA, 2005; MORLOTTI, 2007). 1.4 FILTROS FISICOS E DINAMICOS Dentro dos aspectos para o planejamento, um dos fatores essenciais é a descrição do volume a ser irradiado, levando em consideração a concordância dos resultados que variam de acordo com as diferentes condições do tratamento. Sendo que para esta metodologia atualmente estão disponíveis métodos computacionais e aplicativos que auxiliam na fase de elaboração e concretização do tratamento (AIMI et al, 2011, SOUZA, 2005). A transferência e o acumulo de energia no tecido gera uma série de reações que provocam danos a células sadias e efeitos clínicos indesejados como forma de resposta a irradiação. Visando estes aspectos, em alguns tratamentos é necessário interpor entre o paciente e o feixe, um filtro que pode ser físico ou dinâmico, e que tem a função de compensar a ausência de tecido, equilibrar as curvas de isodose e uniformizar a dose no tecido (MORLOTTI, 2007). A caracterização das principais propriedades físicas do filtro dinâmico em varredura em relação ao filtro físico, através de determinações experimentais, comparação de cálculos realizados através do sistema materiais e métodos, propiciaram uma visão abrangente das propriedades e utilização do filtro dinâmico, seu comissionamento, implementação e controle de qualidade nos tratamentos radioterápicos. O filtro físico modifica o feixe externo usado para criar o perfil assimétrico de dose, constitui-se de uma cunha metálica com determinado ângulo, sendo bem estabelecido para aperfeiçoar as distribuições de dose em Radioterapia. (C-SÉRIES, 1996). Já o filtro dinâmico é especificado pela razão das leituras das cargas coletadas, efetuadas pela câmara de ionização, com o uso do filtro, pelas leituras efetuadas sem o filtro, na mesma profundidade de referência (10 cm) e com o mesmo tamanho de campo (SOUZA, 2005). Gerando a distribuição de dose com

15 perfil oblíquo, moldado pelo movimento de colimadores e ajuste da taxa de dose durante o tratamento, sem o endurecimento do feixe, por não interpor um modificador de feixe entre este e o paciente, como resultado, o filtro físico e o dinâmico geram distribuições de dose diferentes (SOUZA, 2005). Conjuntamente utiliza-se, no cálculo do fator filtro, a média das leituras executadas com o filtro nas posições IN (L IN ) E OUT (L OUT ). No caso do filtro dinâmico, é dito que a direção é IN quando o colimador Y1 se movimenta (colimador dinâmico) e o colimador Y2 permanece estático. A direção OUT é quando o colimador Y2 é dinâmico e o Y1 estático. Assim, ( ) (8) Onde é a leitura efetuada sem o filtro (C-SÉRIES, 1996). Os aceleradores modernos têm a capacidade de variar dinamicamente a posição dos colimadores durante o tratamento permitindo o desenvolvimento de filtros dinâmicos e a modulação dinâmica da intensidade de radiação (SOUZA, 2005). As denominações dos filtros dinâmicos variam de acordo com seus principais fabricantes: a Varian Medical (Enhanced Dynamic Wedge - EDW - Filtro Dinâmico Aprimorado e a Siemens e a segunda, Virtual Wedge (VW) - Filtro Virtual (CHANG, 1999; GIBBONS, 1999). A definição dos ângulos dos filtros foi alterada com o desenvolvimento de novas tecnologias. A principio, o ângulo nominal dos filtros foi estabelecido pela reta tangente ao contorno da curva de isodose de 80% no eixo central do feixe de radiação, conforme visualizado na figura 1 (HUGHES, 1972). Em seguida, passou a cumprir as orientações da Comissão Eletrotécnica Internacional e Comissão Internacional de Unidades de Radiação e Medidas, que determinam que o ângulo seja delimitado pela linha que liga dois pontos, a um quarto do tamanho do campo em cada um dos lados do eixo central, da curva de isodose que intercepta o eixo central a 10 cm de profundidade, observado na figura 2 (IEC, 1989).

16 Figura 6 - Determinação do ângulo filtro pela reta tangente á curva de isodose de 80% no eixo central do feixe de radiação. Fonte: HUGHES, 1972. Em seguida, passou a cumprir as orientações da Comissão Eletrotécnica Internacional e Comissão Internacional de Unidades de Radiação e Medidas, que determinam que o ângulo seja delimitado pela linha que liga dois pontos, a um quarto do tamanho do campo em cada um dos lados do eixo central, da curva de isodose que intercepta o eixo central a 10 cm de profundidade, observado na figura 2 (IEC, 1989). Figura 7 - Determinação do ângulo do filtro pelas recomendações da ICRU e da IEC. Fonte: HUGHES, 1972

17 Outro método opcional de se determinar o ângulo do filtro é através do gradiente do campo em um ponto (MEDICAL PHYSICAL, 1989), isto é, o ponto em que a reta tangente toca a curva de isodose, em geral, a 10 cm de profundidade (IEC, 1989). O ângulo θ do filtro é o ângulo formado entre o vetor gradiente de dose, cuja direção é perpendicular à reta tangente à curva de isodose, e o vetor gradiente do PDP, cuja direção é a direção do eixo central do campo, o que pode ser observado na figura 3. Figura 8 Determinação do ângulo do filtro dinâmico pelo método dos gradientes Fonte: IEC, 1989 O Filtro Dinâmico segue os parâmetros da tabela de tratamento segmentada Segmented Treatment Table (STT), que conduz o posicionamento dos colimadores em relação ao número de unidades monitoras executadas. Esta tabela discrimina o movimento dos colimadores em movimentos iguais como função da dose fracionada acumulada; iniciando com o campo aberto e movimentando os colimadores até que fiquem eficientemente configurados na posição final, conforme figura 4(C SÉRIES, 1999).

18 Figura 9 Demonstração da ação do movimento do colimador Fonte: C SÉRIES, 1999. As vantagens do filtro dinâmico em relação ao filtro físico são: Potencial diminuição do tempo de tratamento, pois não existe absorvedor de feixe, não há necessidade da colocação física do filtro, tornando o procedimento mais rápido, fácil, seguro e menos cansativo para o técnico, menor dose na periferia do campo, campos maiores, não há o endurecimento do feixe tornando o calculo de dose mais acurado (SOUZA, 2005). Suas desvantagens em relação ao filtro físico são: incapacidade de executar UMs muito pequenas devido aos limites operacionais de velocidade do colimador e taxa de dose, requer um controle de qualidade mais intenso e demorado, não pode ser usado em outros tratamentos dinâmicos, como o rotatório (SOUZA, 2005). O EDW é baseado no conceito de um filtro universal em que uma distribuição de dose de um campo filtrado pode ser produzida por uma combinação linear de distribuições de um campo aberto e um campo filtrado máximo, como por exemplo, o filtro de 60. Essa aproximação reduziu drasticamente o numero de dados armazenados para o EDW e aumentou a versatilidade de seu desempenho. Qualquer tamanho de campo contido dentro dos limites do movimento dos colimadores é possível, simétrico ou assimétrico (SOUZA, 2005).

19 1.4.1 Determinações do Ângulo dos Filtros Dinâmicos Uma possível metodologia para se determinar o ângulo em filtros dinâmicos é realizar 03 leituras a 10 cm de profundidade no eixo central e em seguida movimentar a câmara para +2,5 cm em relação ao eixo central do feixe (direção do gradiente do filtro), mantendo a mesma profundidade da leitura de referência no eixo central. Repete-se a leitura para 2,5 cm em relação ao eixo central do feixe, validando o ângulo do filtro como a mensuração entre as médias das leituras realizadas em pontos distintos e padronizadas, utilizando-se a equação 9 (SOUZA, 2005; SILVA, 2006): (9) 2. MATERIAIS E MÉTODOS Os dados dosimétricos foram obtidos utilizando-se feixe de 6 MV do Clinac 21 ix fabricado pela Varian Medical Systems. Este acelerador linear de elétrons está instalado no IRT (Instituto de Radioterapia de Taguatinga/DF). Neste equipamento estão disponíveis filtros físicos e dinâmicos de 10, 15, 20, 25, 30, 45 e 60. Para o estudo das características físicas propostas para neste trabalho foram utilizados da câmara de ionização e objetos simuladores descritos a seguir: Câmara de ionização tipo Farmer do fabricante PTW, modelo TN 30013 à prova d água com volume sensível de 0,6 cm³. Eletrômetro da PTW tipo Unidos E Objeto simulador ( phanton ) de água: um tanque 30 x 30 x 30 cm³ de acrílico com posicionador manual com precisão de 0,1 mm Estes equipamentos são mostrados nas figuras 1,2,3,4 e 5 anexas. As leituras foram realizadas com eixo central para campo aberto, filtros físicos e dinâmicos com as angulações de 15 e 60 na posição OUT (conforme tabelas 1, 2,3 e 4). Também foram coletados dados fora do eixo central com deslocamentos da mesa de ± 2,5 cm do eixo central (conforme tabelas 5 e 6). As profundidades de leitura na água foram de 5,10,15 e 20 cm, com distância fonte superfície (da água)

20 de 100 cm e campo quadrado de 10 x 10 cm². Para todas as medições foram utilizados 200 UM (unidades monitoras) a uma taxa de dose de 400 UM/min., gantry a 0º e colimador a 90º. A tensão de polarização do eletrômetro foi ajustada a 300 V e o modo de leitura escolhido foi para medida cumulativa de carga em nano Coulombs (nc). Para cada composição, realizaram-se três leituras sendo que durante as medições a temperatura média foi de 22,5 C e a pressão de 891 mbar. (conforme, figuras 4 e 5). ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS Os dados obtidos para as leituras no eixo central nas profundidades de 5, 10, 15 e 20 cm são apresentados nas tabelas 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Tabela 1 Leituras e Médias para campo aberto e filtros físicos e dinâmicos a 5 cm de profundidade. Leituras Campo L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Média Desvio* Padrão Aberto -30,67-30,68-30,68-30,68 0,01 W15-23,52-23,52-23,52-23,52 0,01 W60-12,27-12,28-12,27-12,27 0,01 EDW15-28,37-28,36-28,35-28,36 0,01 EDW60-20,32-20,32-20,32-20,32 0,01 * Quando o desvio padrão foi 0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01.

21 Tabela 2 Leituras e Médias para campo aberto e filtros físicoe dinâmico a 10 cm de profundidade. Leituras Campo L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Média Desvio* Padrão Aberto -23,64-23,64-23,63-23,64 0,01 W15-18,25-18,24-18,25-18,25 0,01 W60-9,645-9,645-9,645-9,645 0,001 EDW15-21,91-21,92-21,91-21,91 0,01 EDW60-15,74-15,75-15,74-15,74 0,01 * Quando o desvio padrão foi 0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01 ou 0,001 dependendo da escala. Tabela 3 Leituras e Médias para campo aberto e filtros físico e dinâmico a 15 cm de profundidade. Leituras Campo L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Média Desvio* Padrão Aberto -17,94-17,97-17,94-17,94 0,02 W15-13,92-13,92-13,91-13,92 0,01 W60-7,458-7,457-7,454-7,456 0,002 EDW15-16,64-16,64-16,65-16,64 0,01 EDW60-11,96-11,97-11,97-11,97 0,01 *Quando o desvio padrão foi 0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01ou 0,001 dependendo da escala. Tabela 4 Leituras e Médias para campo aberto e filtros físicoe dinâmico a 20 cm de profundidade. Leituras Campo L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Média Desvio* Padrão Aberto -13,57-13,58-13,58-13,58 0,01 W15-10,58-10,59-10,58-10,58 0,01 W60-5,737-5,734-5,736-5,736 0,002 EDW15-12,60-12,59-12,59-12,59 0,01 EDW60-9,066-9,066-9,062-9,06 0,01 * Quando o desvio padrão foi 0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01 ou 0,001 dependendo da escala.

22 Os dados obtidos para as leituras a +2,5 cm e -2,5 cm do eixo central na profundidade de 10 cm são apresentados nas tabelas 5 e 6 respectivamente. Tabela 5 Leituras fora a +2,5 do eixo central a 10 cm de profundidade. Campo Leituras Desvio* Média padrão L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Aberto -23,43-23,43-23,43-23,43 0,01 Filtro 15-18,60-18,61-18,61-18,61 0,01 Filtro 60-11,32-11,32-11,32-11,32 0,01 EDW10-22,79-22,78-22,78-22,78 0,01 EDW15-22,47-22,46-22,47-22,47 0,01 EDW20-22,16-22,15-22,16-22,16 0,01 EDW25-21,83-21,83-21,83-21,83 0,01 EDW30-21,50-21,51-21,51-21,51 0,01 EDW45-20,44-20,45-20,45-20,45 0,01 EDW60-19,04-19,03-19,02-19,03 0,01 * Quando o desvio padrão foi0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01 Tabela 6 Leituras realizadas a partir da movimentação da mesa fora do eixo central. -2,5 do eixo central. Leituras Campo Média Desvio* padrão L1 (±0,01 nc) L2 (±0,01 nc) L3(±0,01 nc) Aberto -23,58-23,58-23,57-23,58 0,01 Filtro 15-17,63-17,63-17,63-17,63 0,01 Filtro 60-8,108-8,102-8,105-8,105 0,003 EDW10-21,99-21,99-21,99-21,99 0,01 EDW15-21,25-21,24-21,24-21,25 0,01 EDW20-20,49-20,48-20,49-20,49 0,01 EDW25-19,72-19,72-19,71-19,72 0,01 EDW30-18,95-18,93-18,93-18,94 0,01 EDW45-16,33-16,34-16,34-16,34 0,01 EDW60-12,90-12,89-12,89-12,90 0,01 * Quando o desvio padrão foi 0 este foi substituído pelo erro da medida: 0,01

23 O cálculo do TPR (20,10) foi realizado em duas etapas, conforme protocolo TRS398 recomenda. Primeiramente foi calculada a PDD (20,10) a partir das médias para leituras para campo aberto apresentadas nas tabelas 1 e 4 e então o T foi obtido pela equação: (10) Desta forma foram obtidos PDD (20,10) = 0,574 e TPR (20,10) = 0,668 com uma incerteza melhor que 0,2% estando assim o feixe dentro da qualidade adequada conforme recomendado pelo protocolo utilizado. A partir das tabelas 1, 2, 3 e 4 e da equação 8 foi possível calcular ofator filtro em função da profundidade para os diversos filtros escolhidos. Como foram realizadas apenas medidas L OUT, para estes cálculos consideramos L IN = L OUT. Estes resultados estão na Tabela 7. Estes dados também são apresentados na forma de gráfico nas figuras 6 e 7 em apêndice. Tabela 7- Fator Filtro em função da profundidade Fator Filtro em profundidade* Filtro 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm W15 0,767 0,772 0,776 0,779 W60 0,400 0,408 0,416 0,422 EDW15 0,924 0,927 0,928 0,927 EDW60 0,662 0,666 0,667 0,667 * As incertezas obtidas por derivadas parciais foram melhores que 0,01 Com os dados tabela 6 foi confeccionado um gráfico do perfil de dose a 10 cm de profundidade para campo aberto filtros 15º, 60º, EDW15 e EDW60 (os demais foram omitidos para facilitar a visualização). A partir destas médias de leituras para o perfil e da equação 9 foi possível calcular os ângulos das curvas de dosa nesta profundidade. Os mesmos valores de ângulo foram obtidos por regressão linear das curvas nos gráficos de perfil de dose. Estes resultados são apresentados na Tabela 8.

24 Tabela 8- Ângulo do filtro na profundidade de 10 cm para os filtros 15º e 60º e EDW 15 e 60. Filtro Ângulo* W15 11,1º W60 32,7º EDW15 13,7º EDW60 50,8º * As incertezas obtidas por derivadas parciais foram melhores que 0,1º Os ângulos encontrados na tabela 8 diferem dos valores nominais pelo fato de não terem sido calculados na profundidade de definição do ângulo do filtro, mas sim em uma profundidade que facilite a execução periódica do teste.

25 CONCLUSÕES Das características dosimétricas levantadas tem-se que o TPR (20,10) está adequado conforme recomendações do protocolo TRS398. Ao comparar as medidas de dose para os filtros físicos e dinâmicos para uma mesma quantidade de radiação (mesmas UM) nota-se que os filtros físicos apresentam uma dose menor que os filtros dinâmicos indiferentes à angulação. Isso deve-se ao fato de que o filtro físico ser constituído de um material metálico que absorve parte do feixe de radiação, enquanto que o EDW não possui material absorvedor interposto ao feixe. As curvas de dose em profundidade apresentaram redução do valor de leitura em função da profundidade assim como esperado pela lei do inverso do quadrado da distância e lei de Beer-Lambert. Como esperado os fatores filtros calculados para o filtro dinâmico foram mais próximos de 1 do que os filtros físicos indicando que a correção do tempo de tratamento para os filtros dinâmicos é significativamente menor do que para filtros físicos. Isto implica que tratamentos radioterápicos planejados com filtros dinâmicos podem ter o tempo reduzido quando comparado aos planejados com filtro físico gerando maior conforto ao paciente e possibilitando um maior número de procedimentos em menos tempo. Os ângulos dos filtros calculados pela equação 9 e pelo método gráfico foram os mesmos indicando que qualquer um dos métodos é viável para se estabelecer um controle de qualidade periódico para filtros dinâmicos.

26 REFERÊNCIAS AIMI, Daniele; NOVAES, André; KREBS, Elizandra; ORENGO, Gilberto. Proposta de Metodologia de Controle de Qualidade de Filtro Dinâmico Utilizando a intercomparação entre TLD (LIF), Câmara de Ionização. Santa Maria, v. 12, n.1 Graduação em Física Médica, Departamento de Ciências Naturais E Tecnológicas, Unifra - Santa Maria RS, 2011. BARSANELLI, C. Metodologia de calibração de dosímetros termoluminescentes. Dissertação Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003. C- SERIES CLINAC Enhanced Dynamic Wedge Implementation Guide, 1 ed., Varian Associates Inc., Oncology Systems. United States of America, 1996. CHANG, S. X., GIBBONS, J. P. Clinical Implementation of Non-Physical Wedges.AAPM RefresherCourse, 1999. DOLBELBOWER Jr., R. R., Intraoperative Radiation Therapy, Revista Brasileira de Cancerologia 33(3), 207-226 (1987). FARIAS, J. S.; SILVA W. C. Comparação entre os fatores filtro dos filtros físico e dinâmico em radioterapia - TCC, Unicesp/Promove, Brasília, 2012. FURNARI, L. Controle de Qualidade em Radioterapia. Revista Brasileira de Física Médica, São Paulo, v. 3, n. 1, p.77-90, 2009. GIBBONS J. P., Calculation of enhanced dynamic wedge factors for symmetric and asymmetric photon fields. Med. Phys., v. 25, n. 8, p.1411-1418, Aug. 1998. HALL, E. J.; GIACCIA, A. J. Radiobiology for the radiologist. Lippincott Williams and Wilkins publishing, 6 th ed. 2006.

27 INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMISSION.Medical Electron Accelerators- Functional Performance Characteristics.Geneva, 1989. KHAN, F. M.The Phisics of Radiation Therapy.2 ed., Baltimore, Estados Unidos da América. Lippincott Williams & Wilkins,1994. LIU, C., KIM, S., KAHLER, D. L., PALTA, J. R., Generalized monitor unit calculation for the varian enhanced dynamic wedge field, Med. Phys., v. 30, n. 7, p. 1891-1896, 2003. MEDICAL PHISICS PUBLISHING CORPORATION. Blackburn s Introduction to Clinical Radiation Therapy Physics.1ed. Wisconsin- USA, 1989. MORLOTTI, Marcelo Scolaro, Verificação de Tratamentos Radioterápicos Diversos com Dosimetria Termoluminescente. São Paulo, 2007. NOBREGA, A I. Tecnologia radiológica e diagnóstico por imagem. 4. ed. v.4. São Caetano do Sul: Difusão, 2009. p.165-181 (Série Curso de Radiologia). SCAFF, Luiz. Bases Físicas da Radiologia: Diagnóstico e Terapia.Sarvier SA Ed. elivrosmédicos, São Paulo (2010). SAMINATHAN, S., MANICKAM, R., SUPE, S. S. Comparison of dosimetric characteristics of physical and enhanced dynamic wedges india. Med. Phys., v. 25, n. 8, Aug. 1998. SILVA, R. A. Dosimetria de filtros dinâmicos aprimorados. IPEN/CNEN. São Paulo, 2006. SOUZA, Roberto Salomon. Estudo das Propriedades Físicas do Filtro Dinâmico: Modulação Unidimensional. 2005. 64 f. Tese de Mestrado Pelo Programa de Pósgraduação em Radioproteção e Dosimetria, Departamento de Instituto de Radioproteção e Dosimetria, Comissão Nacional de Energia Nuclear Na Área de Física Médica., Rio De Janeiro, 2005.

28 ZUOFENG L. I. D., ERIC E., KLEIN, M. S. Surface and peripheral doses of dynamic and physical wedges. Mallinckrodt Institute of Radiology, Washington University School of Medicine, St. Louis, Int. J. Radiation Oncology Biol. Phys., v. 37, n. 4, p. 921-925, 1997.

29 ANEXO Figura 1 Fantoma e suporte com posicionador manual para câmara de ionização. Fonte: Farias, 2012 Figura 2 Câmara de ionização tipo Farmer da PTW, modelo TN 30013 20. Fonte: Farias, 2012

30 Figura 3 Eletrômetro PTW Unidos E. Fonte: Farias, 2012 Figura 4 Filtros físicos Fonte: Farias, 2012

31 A B Figura 5 Posicionamento da câmara de ionização no fantoma de água, A visão superior do arranjo, B Visão lateral do arranjo, sendo possível observar o filtro físico inserido. Fonte: Farias, 2012

32 APENDICE Figura 1 Gráfico das leituras nas profundidades de 5, 10, 15 e 20 cm em fantoma de água para o feixe de fótons de 6MV com o campo aberto, com filtro de 15º, 60º, EDW15 e EDW60. Figura 2 Gráfico do perfil de dose a 10 cm de profundidade para campo aberto, Filtro 15 e 60 e EDW 15 e 60. O campo aberto foi apresentado apenas para comparação.