AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO EM RELAÇÃO À PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NAS SALAS DE RAIOS-X DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFRGS



Documentos relacionados
. Objetivos. Campo de Aplicação. Autoridade Regulatória. Inspeções Sanitárias. Infrações. Interpretações e Casos Omissos

Secretaria da Saúde de Pelotas UPA Nível III

Controle de Qualidade em Equipamentos de Radiodiagnóstico

NR.35 TRABALHO EM ALTURA

IECEx DOCUMENTO OPERACIONAL

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCO, PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS E PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA.

IT - 32 SUBESTAÇÕES ELÉTRICAS

LAUDO TÉCNICO ESPECÍFICO

PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS: EXEMPLO DE METODOLOGIA DE INSPEÇÃO. José Geraldo de Castro* e Teógenes Augusto da Silva**

Estado da Arte e Segurança dos Serviços de Radiodiagnóstico no Brasil - Visão da Física Médica -

Analise as Normas Regulamentadoras abaixo e apresente parecer sucinto comparando atendimento de cada item pela empresa.

TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

DESENVOLVIMENTO DE UM CÓDIGO COMPUTACIONAL PARA CÁLCULOS DE BLINDAGEM EM SALAS RADIOGRÁFICAS

Portaria n.º 357, de 01 de agosto de 2014.

Protecção contra radiações em gastroenterologia

CONSULTA PÚBLICA Anexo II da NR-35 (Sistemas de Ancoragem)

PPRA PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS COOPERCON COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO E ATIVIDADES AFINS DE MINAS GERAIS

Rua Cobre, Bairro Cruzeiro Belo Horizonte/MG RESUMO

Resíduos de Serviços de Saúde

ANEXO À INSTRUÇÃO N.º 28/2013 (BO n.º 12, ) MERCADOS Mercados Monetários

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES SEM RESSALVA

DDQBN. Implementação da Portaria 453/98 da ANVISA. Seção Defesa Nuclear DDQBN/CTEx Subseção de Proteção Radiológica. Luciano Santa Rita Oliveira

ANEXO I CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

DETECTORES AUTOMÁTICOS DE FUMAÇA ENSAIO DE SENSIBILIDADE

PCP 001 Tanques de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis.

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - MI NORMA DE AUDITORIA (NOR-902)

SÉRIE 46 DA GETINGE TERMODESINFECTORAS. Always with you

PLANO ANUAL DE AUDITORIA INTERNA PAAI

Dispõe sobre os requisitos necessários para a segurança e a proteção radiológica em Serviços de Radioterapia.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA n 518, de 4 de abril de 2003

CNEN-NN-6.04 janeiro/1989 FUNCIONAMENTO DE SERVIÇOS DE RADIOGRAFIA INDUSTRIAL

MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO CURSO DE OPERAÇÃO COM GUINDASTE VEICULAR SIGLA: COGV

Plano de Curso Não Regulamentado - Qualificação Profissional

Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Caracterização de Tambores de Rejeito Radioativo

Introd. Física Médica

Válvulas de Controle-"Case"- Copesul. Nelzo Luiz Neto da Silva 1 Jader Weber Brum 2

4 Normas e limites de exposição a campos eletromagnéticos

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ RJ AGÊNCIA MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DIRETORIA DE RESÍDUOS

TERMO DE REFERÊNCIA VISANDO CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO DE SONDAGEM, ELABORAÇÃO DO PROJETO DE FUNDAÇÃO E DO PROJETO IMPLANTAÇÃO DO CENTRO DE INICIAÇÃO AO

REGULAMENTO BRASILEIRO DA AVIAÇÃO CIVIL

NR 35 Trabalho em Altura

Prof. AGUINALDO SILVA

Impresso em 26/08/ :53:30 (Sem título) IDENTIFICAÇÃO, ACESSO E MONITORAMENTO DE REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Psicologia COREU

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Norma Regulamentadora Nº 9 - Descrição das medidas de controles já existentes

CARTA CIRCULAR Nº 3.688, DE 29 DE DEZEMBRO DE Lúcio Rodrigues Capelletto

NPT 002 ADAPTAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EDIFICAÇÕES EXISTENTES E ANTIGAS. Versão: 03 Norma de Procedimento Técnico 8 páginas

Introdução. Escritório de projetos

Circular 635/2014 São Paulo, 11 de Dezembro de 2014.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA CONSELHO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº 08/2013

LAUDO 015/ SMS LAUDO FISIOTERAPEUTA EM UNIDADES DE SAÚDE LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE N.º 015/2013 1

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL DO BANCO COOPERATIVO SICREDI E EMPRESAS CONTROLADAS

Boas práticas, vedações e orientações para contratação de serviços de desenvolvimento e manutenção de software (Fábrica de Software)

PREFEITURA MUNICIPAL NOVA SANTA BÁRBARA

PPRA PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS COOPERCON COOPERATIVA DO TRABALHO MÉDICO DE CONTAGEM

Lei , de 9 de dezembro de 1994

Recomendações Técnicas para o Trabalho em Altura: visão da Anamt

Plataforma móvel de trabalho em altura Manual de Instruções

- NORMA REGULAMENTADORA Nº 9 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

MANUAL DE NORMAS Ato: Resolução Nº 012/2011- CONSUP

ANEXO I TERMO DE REFERÊNCIA/ESPECIFICAÇÕES BÁSICAS

PROC IBR EDIF 048/2015 Análise de projeto de Instalações Prediais de Água Quente

Fundação Vanzolini O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE NA SAÚDE E A ACREDITAÇÃO. Departamento de Certificação

ANEXO 2 - DIRETRIZES TÉCNICAS E PARÂMETROS DO ARRENDAMENTO


ANEXO II: ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA TÉCNICA E ECONÔMICA ÁREA DE PLANEJAMENTO 3.1

CARTA DE CORREÇÃO III

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO - SGI (MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO) Procedimento PREPARAÇÃO E RESPOSTA A EMERGENCIA

Anexo II INFORME PRÉVIO. FRACIONADORA DE insumos farmacêuticos. Nome da Empresa /RS, 20

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 2783 PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA PROCESSO DE SELEÇÃO - EDITAL Nº

Riscos Ocupacionais e do Público Durante Exames Radiológicos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um Hospital Público de Sergipe

REQUISITOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS. Madelon A. F. Zenóbio e Teógenes Augusto da Silva

Ecoporto Holding S.A. (Anteriormente Denominada Ecoporto Holding Ltda.)

Rev. Modificação Data Autor. Especialidade: Autor: CREA / UF Rubrica. Sítio TERMINAL DE PASSAGEIROS. ELETRÔNICA / SDAI Especificação do Documento

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

RESOLUÇÃO Nº 623 DE 21 DE MARÇO DE 2016

ORDEM DE SERVIÇO NR 01 RISCOS FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONOMICOS ACIDENTES. Micro Organismo Patogênicos Doenças Infectocontagiosas

IT - 11 PLANO DE INTERVENÇAO DE INCÊNDIO

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

DECRETO Nº DE 13 DE JULHO DE 2000

Auditoria de Segurança e Saúde do Trabalho da SAE/APO sobre Obra Principal, Obras Complementares, Obras do reservatório e Programas Ambientais

Testes preliminares em um simulador pediátrico de crânio para dosimetria em tomografia computadorizada

Aspectos de Arquitetura em Projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde

EDITAL PROPPI Nº 005/ Apoio à Edição de Periódicos Científicos do IFRS

MANUAL DO GERENCIAMENTO DE RISCO OPERACIONAL

Art. 1 Aprovar e colocar em vigor a NORMA TÉCNICA N 03/2015-CBMDF, na forma do anexo a presente Portaria.

REVISTA DIGITAL REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

CONSELHO DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DELIBERAÇÃO Nº 68

18 de setembro de /SAR-ANAC/ ASSUNTO

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 37/2004

QUESTÃO DE REVISÃO. a) controle. b) detecção. c) distorção inerente. d) relevante

RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº - 262, DE 1º - DE AGOSTO DE 2011

BOLETIM TÉCNICO. NR-10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 1. Introdução. 2. Porque da importância da NR-10

Programa de Educação Tutorial - PET Edital CLA-PET 07/2012 Seleção de Tutor

Transcrição:

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO EM RELAÇÃO À PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NAS SALAS DE RAIOS-X DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFRGS José Tullio Moro - jtmoro@ufrgs.br Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Serviço de Proteção Radiológica do Sistema de Gestão Ambiental Av. Bento Gonçalves 9500, prédio 43.173-NI sala 203 91501-970 - Porto Alegre- RS Maria Terezinha Xavier Silva - teka@if.ufrgs.br Beatriz Alice Kullmann Toledo - beatriz.toledo@ufrgs.br Anelise Ruzzarin - anelize.ruzzarin@ufrgs.br Resumo: Este trabalho se propôs a avaliar as condições operacionais das salas de raios-x da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no que se refere à proteção radiológica. Tendo por base a Portaria nº453, de 1º de Junho de 1998, do Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância Sanitária, foram avaliadas as condições das salas quanto aos requisitos operacionais mínimos nela apontados. O trabalho inclui uma inspeção visual e medições, para se avaliar o nível de radiação a que os trabalhadores e o público em geral estão expostos durante os procedimentos radiológicos. A amostra avaliada compreende dezessete salas de raios-x, uma contendo um equipamento de raios-x panorâmico e as demais, equipamentos de raios-x intraorais. De maneira geral, as condições de trabalho na Faculdade de Odontologia são adequadas. As sugestões de alterações cabíveis foram apontadas à Direção da Faculdade, objetivando adequar-se à normatização vigente. A equipe do Serviço de Proteção Radiológica dará continuidade ao trabalho de consultoria e medições, realizando auditorias periódicas. Palavras-chave: Raios-x, Odontologia, Proteção Radiológica, Portaria nº453. Abstract: This study intends to evaluate the operational conditions of the x-ray rooms at the Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, by means of radioprotection. Based on the Portaria nº453, de 1º de Junho de 1998, do Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância Sanitária, the rooms were evaluated focused on the minimum requirements pointed in the technical regulations. The research includes a visual inspection and mesurements,to evaluate the radiation level that the workers and the public in general are exposed during the procedures. The sample includes seventeen x-ray rooms, one extra oral equipment and the rest are all intra oral x-ray equipments. In general, the whole Faculdade de Odontologia is in good work conditions. Some changes were pointed to the Director, with the aim of fitting the National Regulamentation. The staff of the Serviço de Proteção Radiológica will keep working on advisory and measurements, auditoring periodicaly the unit. Keywords: X-Ray, Odontology, Radiological Protection, Portaria nº453. 1. INTRODUÇÃO A Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fundada em 1898, foi incluída como estabelecimento autônomo da Universidade em 1952, pelo Decreto nº30.943. Hoje em dia desempenha um papel muito importante na comunidade, prestando atendimento gratuito à

população e contribuindo com a formação prática do aluno de graduação. A Faculdade conta com um total de nove laboratórios e unidades de atendimento, todos com pelo menos um equipamento de raiosx. O Serviço de Proteção Radiológica, preocupado com o elevado número de pacientes e alunos que freqüentam as unidades, na sua função de responsável por assegurar a otimização da proteção radiológica na Universidade, propôs este trabalho. Nele foram avaliadas todas as salas de raios-x, bem como os procedimentos de trabalho quanto da utilização do equipamento de raios-x, tendo por base os requisitos mínimos de proteção radiológica apontados na Portaria nº453, de 1º de Junho de 1998, do Ministério da Saúde. 2. OBJETIVO Avaliar as condições de trabalho das salas de raios-x da Faculdade de Odontologia da UFRGS, segundo os requisitos mínimos apontados na legislação nacional vigente. 3. OBJETIVO ESPECÍFICO Realizar Levantamento Radiométrico, Teste de Radiação de Fuga do Cabeçote e Inspeção Visual nas salas de raios-x da Faculdade de Odontologia da UFRGS. 4. JUSTIFICATIVA O Serviço de Proteção Radiológica é o órgão responsável por garantir, através de visitas periódicas de avaliação, treinamentos e orientações, que sejam observadas as condições mínimas de trabalho apontadas na legislação nacional em relação ao trato com radiações em todas as unidades da Universidade. Para tal, torna-se fundamental a realização de um levantamento de dados a respeito das condições de trabalho de cada unidade em separado. Por ser uma das unidades que compreende o maior número de equipamentos de raios-x e um dos maiores fluxos de pacientes, a Faculdade de Odontologia foi escolhida como amostra inicial. 5. IMPACTO SOCIAL Por se tratar de uma unidade na qual a rotina envolve radiação, a avaliação das condições de trabalho é de extrema importância, tanto para os trabalhadores envolvidos quanto para o público que busca atendimento. É de extremo interesse à Universidade certificar-se de que os trabalhadores e a comunidade não estão sofrendo exposições desnecessárias à radiação e que, em suas instalações, os requisitos de proteção radiológica apontados na legislação vigente estão sendo observados. 6. DEFINIÇÕES E SIGLAS VPI - Vestimenta de Proteção Individual RX - Raios-x TOE - Trabalhador Ocupacionalmente Exposto PCSMO - Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional exigido pela NR-7 do Ministério do Trabalho. Botão Disparador tipo Dead Man - Encerra o disparo conforme tempo de exposição selecionado AMOSTRA A amostra avaliada compreende dezessete salas de raios-x, uma contendo um equipamento de raios-x panorâmico e as demais, equipamentos de raios-x intra-orais. 7. METODOLOGIA E MATERIAIS

Este trabalho envolveu três procedimentos básicos: o Levantamento Radiométrico, o Teste de Radiação de Fuga do Cabeçote e a Inspeção Visual. Com o Levantamento Radiométrico, foram coletados dados que possibilitaram a avaliação dos níveis de radiação gerados a cada exposição, para se avaliar o equipamento de raios-x foi realizado o Teste de Radiação de Fuga do Cabeçote, já a Inspeção Visual permitiu a verificação dos requisitos mínimos apontados na legislação. Os três procedimentos foram aplicados em cada sala de raios-x da Faculdade de Odontologia, sem exceção. 7.1. Levantamento radiométrico O levantamento radiométrico tem por objetivo avaliar os níveis de radiação nas áreas de uma instalação. Para garantir ao operador e ao público em geral uma maior margem de segurança em proteção radiológica, as medidas serão realizadas usando-se as condições operacionais mais críticas do serviço. Nos resultados são levados em conta: carga de trabalho máxima estimada no equipamento (W); classificação de área, fator de uso (U) e fator de ocupação (T) do ponto medido e as condições operacionais usadas na técnica por ocasião das medidas. Os resultados serão avaliados em consonância as exigências da Portaria 453 - Ministério da Saúde, onde, o item 3.45, regulamenta os níveis de radiação para fins de planejamento de barreiras físicas e estabelece os níveis de equivalente de dose ambiente para área controlada e para área livre. Equipamento utilizado será um detector do tipo Câmara de Ionização, capaz de detectar raios-x com energia entre 50 kev e 150 kev. Para as medidas de radiação espalhada, foi utilizado um simulador de paciente ( phanton ) com dimensões, espessura das paredes e material conforme o sugerido na publicação nº 47 da ICRU (International Commission on Radiological Units and Measurements ) Para efeito do cálculo do equivalente de dose ambiente (H*(10)) semanal foram utilizados os valores de Uso (U) e de Ocupação (T) sugeridos na Legislação Nacional e na Publicação nº 49 do NCRP (National Council on Radiation Protection and Measurements). Os valores de carga de trabalho semanal (W) foram estimados e informados pelo responsável legal do estabelecimento. Foram feitas medidas, em taxa de kerma no ar, para cada ponto avaliado como crítico à segurança do operador e público em geral. Por segurança, adotando a filosofia conservativa de proteção radiológica, foi considerado o maior valor medido, para efeito de cálculo. O detector de radiação foi fixado, aproximadamente, a uma altura de 1,20 m do solo e a uma distancia de 10cm da barreira que contempla o ponto medido. O equipamento de radiodiagnóstico foi operado em condições máximas e seguras de tempo. Onde, Calculo dos valores de equivalente de dose ambiente, para cada ponto de interesse: Unidade [msv]. H*(10) = (K.W.U.T)/60.i (1). K = taxa de kerma no ar W = Carga de trabalho semanal U = Fator de Uso (percentagem de W para uma determinada direção do feixe primário). U = 1 para equipamentos de RX odontológico

T = Fator de Ocupação (fração de ocupação por indivíduos na área em questão) recepção; T = 1 para áreas controladas, adjacências com permanência constante e T = 1/4 para vestiários e circulação interna; e T = 1/16 para circulação externa, banheiros, escada. i = Corrente Os resultados obtidos para H*(10) foram avaliados de acordo com a classificação das áreas. Os níveis de equivalente de dose ambiente (H*(10)) são: 5 msv anual ou 0,1 msv semanal, para área controlada e 0,5 msv anual ou 0,01 msv semanal, para área livre. Se H*(10) calculado for menor ou igual à 0,01 msv semanal os níveis de radiação, naquele ponto, são aceitáveis (Ac); caso contrário (maior que 0,1 msv semanal), não são aceitáveis (NA). 7.2. Teste de radiação de fuga do cabeçote As medidas de radiação de fuga de cabeçote têm por objetivo avaliar os níveis da radiação que saem do cabeçote dos equipamentos de radiodiagnóstico e que não fazem parte do feixe primário útil. Para garantir ao operador e ao público em geral, uma maior margem de segurança em proteção radiológica, as medidas foram realizadas usando-se as condições exigidas na legislação nacional vigente, ou sejam, as condições de ensaio de fuga. Os resultados foram analisados conforme as exigências da Portaria 453 de 01 de junho de 1998, publicada em 02 de junho de 1998 no Diário Oficial da União - Ministério da Saúde, onde o item 5.7-c regulamenta os níveis de taxa de kerma máximos para radiação de fuga de cabeçote, como 0,25 mgy/h à um metro de distância do ponto focal para aparelhos de radiodiagnóstico odontológico. Foram feitas medidas, em taxa de kerma no ar, para pontos selecionados na superfície de uma esfera imaginária de um metro de raio com centro localizado no ponto focal do equipamento.por segurança, usando a filosofia conservativa de proteção radiológica, foram realizadas três medidas em cada ponto mas consideramos o maior valor para efeito de cálculo.foi utilizado um detector de radiação circular, com área de 126,7 cm 2, fixado nos pontos previamente determinados, conforme ilustrado na Figura 1. O tubo de raios-x (colimador) foi fechado com o equivalente a 10 camadas semi-redutoras de chumbo.foi utilizado como referência para o cálculo final e escolha do fator de conversão para correção das medidas o sugerido na Publicação nº 33 do NCRP ( National Council on Radiation Protection and Measurements) e na Publicação nº 25 do AAPM ( American Association of Physicists in Medicine by American Institute of Physics ). Calculo dos valores de taxa de kerma máximos (M c ) para radiação de fuga de cabeçote: Unidade [mgy/h]

M c = M.f c (2) Onde, M c = valor calculado. M = valor medido. f c = fator de correção. Para equipamentos de RX odontológico f c = 1/10. Os resultados obtidos foram avaliados para M c conforme as exigências da Portaria 453. O valor de M c máximo é 0,25 mgy/h à um metro de distancia do ponto focal para aparelhos de radiodiagnóstico odontológico. Se valor calculado (M c ) for menor ou igual à 0,25 mgy/h os níveis de radiação de fuga de cabeçote, naquele ponto, são aceitáveis. 7.3. Inspeção visual Na inspeção visual foram avaliados os itens mínimos apontados pela Portaria nº453 do MS. Por não se tratar de uma auditoria à Faculdade, não foram exigidos documentos comprobatórios. Todas as informações foram obtidas verbalmente com o responsável pelo setor avaliado, ou por pessoa competente apontada por ele. A Tabela 1, mostrada abaixo, apresenta todos os itens avaliados na inspeção visual. Os dados coletados foram respostas sim ou não, posteriormente apresentados de forma gráfica. Tabela 1 - Itens avaliados na inspeção visual. Grupos Ítens nº Descrição 1 O serviço possui alvará de saúde 2 O Alvará de saúde está atualizado 3 O equipamento de RX possui registro no Ministério da Saúde 4 As VPI's possuem registro no Ministério da Saúde LICENCIAMENTO CONTROLE OCUPACIONAL ASSENTAMENTOS 5 O projeto da instalação foi aprovado em relação aos aspectos de proteção radiológica 6 A unidade possui memorial descritivo de proteção radiológica 7 Quando as salas foram construídas, foi feito cálculo de blindagem 8 Já foi realizado algum levantamento radiométrico 9 Qual o tempo de utilização do RX 10 Qual a data da última vistoria da Vigilância Sanitária 1 Qual o número trabalhadores ocupacionalmente expostos (TOE) 2 Todos os TOE são monitorados individualmente 3 Todos os TOE fazem exames específicos (PCMSO) 1 Os procedimentos radiológicos são assentados 2 Existe assentamento da garantia de qualidade 3 Existe assentamento de dados de histórico ocupacional dos TOE 4 A Portaria nº 453-MS está disponível para consulta no serviço

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PROCEDIMENTOS TRABALHO AMBIENTES EQUIPAMENTOS CÂMARA ESCURA VPI's 1 Operador realizou curso específico de proteção radiológica 1 Avental de chumbo para operador 2 Avental de chumbo para paciente 3 Avental de chumbo para acompanhante 5 Protetor de tireóide para paciente 8 Protetor de gônadas para paciente 10 Pacientes são orientados para o uso de VPI's 11 É permitida a presença de acompanhante durante o exame 12 O acompanhante é orientado quanto aos procedimentos de proteção radiológica e uso das VPI's 1 O alvará está afixado em local visível ao público 2 A sinalização da porta de acesso é adequada 3 O quadro de orientações de proteção radiológica está afixado em local visível na sala 4 O tamanho da sala é adequado 5 Existe apenas um equipamento de raios-x por sala 6 O operador se posiciona corretamente em relação ao tubo ao realizar o exame 7 Durante o procedimento o operador visibiliza e se comunica com o paciente 8 TOE é monitorado com dosímetro individual 9 O local de guarda de dosímetros é adequado 10 Os filmes virgens são armazenados em local adequado 1 Encontra-se afixado no equipamento a tabela de procedimentos 2 O equipamento possui número de série 3 O equipamento possui identificação do ponto focal 4 O equipamento possui informação da espessura das filtrações inerentes 5 6 A terminologia e valores dos parâmetros estão exibidos corretamente no painel de controle do equipamento A exposição é indicada por um sinal sonoro e luminoso no painel de controle do equipamento 7 O botão disparador é do tipo "dead man" 8 A posição do botão disparador minimiza ocorrência de exposições acidentais 9 O cabo do disparador possibilita um afastamento superior a 2m em relação ao tubo 10 A estabilidade mecânica do equipamento é aceitável 11 Já foi realizado teste de radiação de fuga do cabeçote no equipamento 1 Tem um cronômetro disponível junto à câmara escura 2 Tem um termômetro disponível junto à câmara escura 3 Existe uma tabela indicando o tempo de revelação adequado junto à câmara escura 4 Os líquidos de processamento são trocados conforme a indicação do fabricante 1 As VPI's encontram-se em bom estado de conservação 2 As VPI's são acondicionadas corretamente 3 As VPI's possuem indicação de equivalência em chumbo 4 São feitos testes de integridade das VPI's

8. RESULTADOS OBTIDOS A análise dos Relatórios de Levantamento Radiométrico e dos Testes de Radiação de Fuga do Cabeçote não apresentou desconformidade para nenhuma das salas avaliadas. Todas as unidades de atendimento da Faculdade de Odontologia da UFRGS apresentam níveis de radiação dentro dos limites apontados pela legislação vigente. Com base nos dados coletados na inspeção visual, foram calculados os percentuais correspondentes a cada item. Os resultados obtidos na inspeção visual estão listados na Tabela 2. Tabela 2 - Resultados obtidos na inspeção visual Grupos LICENCIAMENTO ASSENTAMENTOS QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PROCEDIMENTOS TRABALHO AMBIENTES Ítens Resultados (%) nº Descrição Conforme 1 O serviço possui alvará de saúde 2 O Alvará de saúde está atualizado 3 O equipamento de RX possui registro no Ministério da Saúde 4 As VPI's possuem registro no Ministério da Saúde 5 O projeto da instalação foi aprovado em relação aos aspectos de proteção radiológica 6 A unidade possui memorial descritivo de proteção radiológica 7 Quando as salas foram construídas, foi feito cálculo de blindagem 8 Já foi realizado algum levantamento radiométrico 2 Todos os TOE são monitorados individualmente 3 Todos os TOE fazem exames específicos (PCMSO) 1 Os procedimentos radiológicos são assentados 2 Existe assentamento da garantia de qualidade 3 Existe assentamento de dados de histórico ocupacional dos TOE 4 A Portaria nº 453-MS está disponível para consulta no serviço 1 Operador realizou curso específico de proteção radiológica 1 Avental de chumbo para operador 2 Avental de chumbo para paciente 3 Avental de chumbo para acompanhante 5 Protetor de tireóide para paciente 8 Protetor de gônadas para paciente 10 Pacientes são orientados para o uso de VPI's Não Conforme 24 76 76 24 11 É permitida a presença de acompanhante durante o exame O acompanhante é orientado quanto aos procedimentos de proteção radiológica e uso das 12 VPI's 1 O alvará está afixado em local visível ao público 2 A sinalização da porta de acesso é adequada 3 O quadro de orientações de proteção radiológica está afixado em local visível na sala 4 O tamanho da sala é adequado 5 Existe apenas um equipamento de raios-x por sala 6 O operador se posiciona corretamente em relação ao tubo ao realizar o exame 7 Durante o procedimento o operador visibiliza e se comunica com o paciente 6 94 71 29 88 12 53 47

EQUIPAMENTOS CÂMARA ESCURA VPI's 8 TOE é monitorado com dosímetro individual 9 O local de guarda de dosímetros é adequado 10 Os filmes virgens são armazenados em local adequado 1 Encontra-se afixado no equipamento a tabela de procedimentos 2 O equipamento possui número de série 3 O equipamento possui identificação do ponto focal 94 6 88 12 88 12 4 O equipamento possui informação da espessura das filtrações inerentes 65 35 5 A terminologia e valores dos parâmetros estão exibidos corretamente no painel de controle do equipamento 88 12 6 A exposição é indicada por um sinal sonoro e luminoso no painel de controle do equipamento 94 6 7 O botão disparador é do tipo "dead man" 8 A posição do botão disparador minimiza ocorrência de exposições acidentais 9 O cabo do disparador possibilita um afastamento superior a 2m em relação ao tubo 10 A estabilidade mecânica do equipamento é aceitável 11 Já foi realizado teste de radiação de fuga do cabeçote no equipamento 1 Tem um cronômetro disponível junto à câmara escura 2 Tem um termômetro disponível junto à câmara escura 3 Existe uma tabela indicando o tempo de revelação adequado junto à câmara escura 4 Os líquidos de processamento são trocados conforme a indicação do fabricante 1 As VPI's encontram-se em bom estado de conservação 2 As VPI's são acondicionadas corretamente 3 As VPI's possuem indicação de equivalência em chumbo 4 São feitos testes de integridade das VPI's 88 12 94 6 41 59 53 47 59 41 41 59 53 47 9. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES Com base nos dados coletados, pode-se verificar que nenhuma unidade da Faculdade de Odontologia está completamente adequada à Portaria nº453 MS. Como este trabalho não tem por objetivo licenciar as unidades, mas sim avaliar as condições de trabalho em relação à normatização vigente, não foi ponderado o nível de não-conformidades encontrado. Não foi identificado nenhum item, considerado como não conformidade grave, que pudesse colocar o trabalhador ocupacionalmente exposto, o paciente e ou o público em geral exposto a riscos. Outrossim, recomendamos que o mais rapidamente possível fossem tomadas medidas reparadoras para a completa adequação aos requisitos da legislação nacional vigente. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MINIST RIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Radiodiagnóstico Médico: Desempenho de Equipamentos e Segurança. Brasília,2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº453 - Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Brasília,1998. THE INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION. Radiological protection and safety in medicine - ICRP PUBLICATION 73. Oxford, 1996.