Redução do Consumo de Água Garantia da Estabilidade do Processo



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Transcrição:

Redução do Consumo de Água Garantia da Estabilidade do Processo Disponibilidade de Água por Habitante/Região (1000m 3 ) Fonte: N.B. Ayibotele. 1992. The world water: assessing the Carlos A.C. Chaves Coord. Proj. Espec. SurTec do Brasil Ltda chaves@surtec.com.br A sociedade moderna descobriu ao longo das últimas décadas que, a água potável é um recurso natural escasso, da mesma forma como são os recursos minerais. A falta da compreensão clara deste fato, levou ao longo dos últimos 50 anos, a uma redução intensa e gradativa dos recursos hídricos do planeta, em muitas regiões, e isto vem levando a necessidade de ações imediatas em todas as cadeias produtivas no sentido de otimizar o uso da água em nossas indústrias. O uso doméstico indiscriminado também tem trazido sérios prejuízos á sociedade. A necessidade do uso racional da água no ambiente doméstico é agora uma obrigação dos cidadãos, quer em função do alto custo que a água representa para o orçamento familiar, quer pela preeminente possibilidade de longos racionamentos de fornecimento (fig.2) Dentro do setor industrial do Tratamento de Superfícies, vários esforços e técnicas vem sendo gerados e implementados, ao longo dos anos, com o objetivo de reduzir o uso dos recursos hídricos disponíveis ao setor industrial. Este trabalho apresenta uma iniciativa que busca primeiro, entender as condições e resultados do processo de tratamento de superfície, no que se refere a utilização de

água e produtos químicos, e em segundo passo, gerar ações eficazes para que tal objetivo seja alcançado. 2. Determinação do Consumo de Água e Produtos Químicos Durante o processo de tratamento de superfícies em processo de soluções aquosas, um filme da solução de banho permanece sobre as peças processadas, bem como é carregado em cavidades e furos das mesmas. A este fenômeno costuma-se chamar arraste (Drag-Out). Nos processos de eletrodeposição, o arraste é um dos principais responsáveis pelo consumo de produtos químicos e água, e a quantidade gerada de arraste depende de inúmeros fatores, como geometria das peças, número de lavagens no processo, temperatura dos banhos, etc.). Em geral, o arraste calculado para processos em gancheira é de 20 a 200 ml/m 2, e para tambores rotativos é de 100 400 ml/m 2, mas em função das muitas variáveis envolvidas, sabemos que estes números são bastante inexatos. 2.1 Metodologia para levantamento do volume de arraste Os seguintes passos devem ser adotados para a determinação mais precisa dos volumes de arraste gerados em um processo: I Escolher qual a parte do processo de interesse, para início do levantamento de dados (ex.: Cromato Preto; Banho de Zinco Ácido, etc.) II Limpar o tanque de lavagem imediatamente após o banho ativo escolhido, completando com água limpe, e desconectar o tanque de outros circuitos dentro da linha; III - Determinar o volume exato do tanque de lavagem, através de medições de altura, largura e profundidade; IV Retirar amostras iniciais do banho ativo e da água de lavagem V Retirar amostras de 100 ml do processo, regularmente, até atingir um número significativo de de análises, de forma a garantir representatividade estatística.

2.2 Cálculos de Concentrações Conhecendo as concentrações de diversos números de gancheiras/tambores processados, o volume exato do tanque de lavagem, e as concentrações iniciais dos banhos analisados, o cálculo do arraste é feito conforme: Dividindo o volume arrastado pelo número de gancheiras processadas, resulta o número de arraste médio por gancheira processada. Após o V d,n = C r,n C r,0. V r C b V d,n = volume que é arrastado do banho na gancheira número n C r,n = concentração da água de lavagem após n gancheiras C r,0 = concentração da água de lavagem no início C b = concentração do banho no início (considerar constante) V r = volume exato do tanque de lavagem cálculo de todas as concentrações de componentes químicos envolvidos no processo, o arraste médio desta parte do processo em especial pode ser calculado. 3. Exemplos Práticos 3.1 Arraste em uma liha de cromo. O objetivo neste estudo é o de verificar quais os fatores que justificam a diferença de consumo observada ao longo do tempo, de aditivos e ácido crômico, quando comparado ao valor teórico informado no boletim técnico do processo. Esta diferença observada determinou a necessidade de adições de produtos fora do previsto e a determinação das concentrações do arraste e consumo exato resolveu definitivamente o problema de controle do processo. Os dados levantados no processo, conforme descrito acima são vistos abaixo:

gancheira CrO3 (g/l) Va, (l) Va (l/ganch) 0 0,38 6 8 10 0,67 0,74 0,79 3,28 4,07 4,71 0,55 0,51 0,47 2,00 CrO3 (g/l) y = 0,0415x + 0,3879 12 14 0,85 0,89 5,39 5,87 0,45 0,42 1,50 16 18 1,10 1,16 8,32 9,00 0,52 0,50 1,00 20 22 1,22 1,26 9,61 10,12 0,48 0,46 0,50 24 26 28 1,39 1,53 1,57 11,62 13,23 13,72 0,48 0,51 0,49 0,00 0 5 10 15 20 25 30 35 30 1,62 14,26 0,48 NG - Núm. Ganch. 35 1,81 16,51 0,47 A tabela acima mostra as concentrações de ácido crômico, tanto quanto o valor acumulado de arraste e a média por gancheira. A variação da concentração de ácido crômico em função do número de gancheiras processadas aproxima-se de uma reta, as pequenas variações são inerentes das diferentes peças processadas. 3.2 Cálculo do consumo de aditivos A linha de Cromação em questão foi construída com retorno de água de lavagem, e o aditivo Part II é consumido por apenas arraste.o esquema de trabalho da linha pode ser visto ao lado. CrO3 Tanque de Lavagem Arraste / Gancheira 2.800 l Retorno 90 g/l CrO 3 Tanque Banho de Cromo CrO 3 = 260 g/l 7.200 l

As concentrações do banho são: Banho de Cromo : 260 g/l Cr)3 e 25 ml/l Aditivo Parte I Lavagem estática: 90 g/l CrO3 e 9 ml/l Aditivo Parte II Arraste: o Usando o coeficiente angular da curva acima, o volume conhecido do banho (2800 l), e a concentração de Ácido Crômico no banho ativo (260 g/l), o arraste médio pode ser calculado: (0,04155 g/l. 2800 l ) / 260 g/l = 0,45 l o Quantidade de retorno: O retorno foi medido em : 400 l após 1140 gancheiras = 0,35 l/ganch. o Consumo de ácido crômico por eletrodeposição: Baseado na Lei de Faraday (com eficiência de corrente de 25 %, 1000 A por gancheira, tempo de 4,5 min (270s) por gancheira, a massa molar do ácido crômico de 100 g/mol, número de transferência de 6 elétrons, constante de Faraday 96485 As/mol): (0,25. 1000 A. 270 s/ganch.. 100 g/mol) / (6. 96485 As/mol) = 12 g / ganch. o Consumo de Ácido Crômico causado por arraste: A quantidade de ácido do arraste, subtraindo a quantidade de ácido crômico na solução de retorno: 0,45 l/ganch. 260 g/l - 0,35 l/ganch. 90 g/l = 85 g/ ganch Total de ácido crômico consumido = 12 g/ganch + 85 g/ganch = 97 g/ganch. o Aditivo Parte II consumido por arraste: A quantidade de aditivo do arraste subtraindo a quantidade de aditivo na solução de retorno: 0,5 l/ganch. 25 ml/l - 0,35 l/ganch. 9 ml/l = 9 ml/ganch o consumo de ácido crômico por kg

para 97 g CrO3, 9 ml de aditivo são consumidos, então para 1 kg de ácido, segue: o 1 kg. 9 / 97 = 92,8 ml Aditivo Parte II 4. Exemplo 2 Arraste em uma linha de Zincagem Eletrolítica Em uma linha de gancheiras, com volume de 2800 l de banho de zinco, problemas sempre ocorrem após a montagem de um banho de cromato trivalente preto, novo. O banho envelhecido (em torno de 12 semanas), apresenta zinco dissolvido em sua composição (aprox. 20 g/l), e com uma concentração de cromo determinada, trabalha em sua condição ótima. O cromato novo, recém montado, normalmente é muito mais agressivo, e muito sensível a pequenas variações de ph. Como conseqüência, problemas de processabilidade ocorrem após a montagem de um banho de cromatização preta nova. Na busca da otimização deste processo, o cálculo detalhado das concentrações envolvidas no arraste, dentro do processo, foi realizado. 4.1 Determinação do Arraste: Para este caso, o banho de ativação antes do cromato foi escolhido para realização dos levantamentos. Este consiste de uma solução a 40 g/l de HCl. Foram processados 40 gancheiras, e em intervalos regulares, 15 amostras foram retiradas e as concentrações de cloreto foram analisadas. O resultado do levantamento, realizado conforme descrito anteriormente neste trabalho, mostrou que o arraste de cloretos em média é de 0,497 l / gancheira. A equação resultante deste estudo foi: C Cloreto = 0,1462 + 0,0071 NG; onde NG= Número de gancheiras

4.2 Minimizando o Consumo de Passivador Preto: Para garantir o menor consumo possível de Cromato Preto, é necessário conhecer o comportamento da variação da concentração de zinco no banho. Desta forma, a melhor concentração de zinco pode ser encontrada, na qual o resultado da cromatização é otimizada, e a concentração de zinco é minimizada também incluindo a influência do arraste. A variação da concentração de zinco no banho de cromatização foi avaliada ao longo de 50 dias de processo (1955 gancheiras). Os resultados obtidos são mostrados abaixo: Ganch. 0 Conc. Zn (g/l) 0 25 20 Conc. Zn (g/l) y = -3E-06x 2 + 0,0156x + 0,1441 R 2 = 0,9978 720 10,6 15 1265 15,3 10 1471 17,4 5 1584 1955 18,6 21 0 0 500 1000 1500 2000 Os resultados obtidos mostram uma curva, por duas razões principais: 1) A menor dissolução de Zinco em Alta concentração de Zinco na Solução Isto pode ser explicado pelo balanço químico da reação de dissolução Zn + 2H + envolvida. Durante o processo de K K Zn 2+ + H 2 cromatização o zinco é dissolvido em função o ataque ácido à superfície

zincada, e hidrogênio é formado. Com o aumento da concentração de zinco na solução, a reação K2 torna-se mais rápida, conseqüentemente K1 torna-se mais lenta, e a velocidade de dissolução de zinco no banho diminui. 2) A maior quantidade de arraste em uma alta concentração de zinco na solução: Conhecendo o volume calculado de arraste (Vd = 0,497 l/ganch., e o volume do banho (Vb), o arraste de zinco pode ser calculado como segue: Arraste do Zinco = V d V b. c Zn A equação mostra que o aumento da concentração de zinco representa também o aumento do arraste. A cinética da reação de cromatização, tanto quanto o efeito do arraste pode ser descrito como segue abaixo: dc Zn dt - -. c Zn V = K 1 k 2. c d Zn dc Zn = variação da concentração de zinco dt = variação do tempo K 1 = constante de reação da dissolução de zinco K 2 = constante da reação reversa c Zn = concentração de zinco no banho cromatizante. Vd = drag-out por tempo (vazão) Vb = Volume do banho, onde Através do coeficiente angular da equação diferencial para valores mensurados, os valores numéricos derivados para as constantes de equilíbrio são: K 1 = 0,0171 g/l. gancheira K 2 = 0,000344 /gancheira. V b

Desta forma, através da equação diferencial, podemos prever a velocidade de formação de zinco na solução, em função da concentração de zinco presente no banho, assim: - para 2,5 g/l de zinco dc Zn dt = 0,0171 g - 0,000344 l. 25 g - l. ganch. ganch. l 0,497 l ganch. 2800 l. 25 g l = 0,0158 g l. ganch. - para 20 g/l de zinco: dc Zn dt = 0,0171 g - 0,000344 l. 20 g - l. ganch. ganch. l 0,497 l ganch. 2800 l. 20 g = 0,00667 l g l. ganch. A comparação dos dois resultados mostra que a velocidade de dissolução de zinco em um banho de cromatização com 2,5 g/l de zinco é 2,4 vezes maior que a dissolução ocorrida em um banho com 20 g/l. Desta forma, ao processar com a concentração otimizada encontrada (20 g/l Zn), temos uma redução de consumo de produtos químicos de 40 %. Concentração de Zinco Arraste por tempo unidade no Banho dc/dt 2,5 g/l 0,0158 20 g/l 0,00667 g/l.gancheira Para o processo, como conseqüência da otimização do banho de cromatização, teremos a redução do ataque do zinco sobre a superfíce. Dependendo da espessura de camada, e do tipo de exigência sobre o seu controle de espessura, poderemos obter aumento da produtividade. No primeiro caso, onde a concentração de zinco no banho e menor, a dissolução de zinco é maior, portanto reduz a espessura final da camada de zinco desejada; no segundo caso, com a redução sensível do ataque a camada de zinco, haverá uma menor remoção da camada, portanto a espessura da camada de zinco final será

maior. No exemplo acima, cálculos mostram que a redução de ataque a camada é de 0,8 µm. 5. Interação do sistema Verificamos como técnicas matemáticas e um estudo mais detalhado do processo em questão pode nos trazer ferramentas para redução de consumo de produtos químicos, água, aumento de estabilidade do processo, com os dois estudos acima. O próximo passo é a interação de todo o processo, através da realização deste estudo nos pontos chaves para a redução do consumo de água: os sistemas de lavagem estáticos e em cascata. 5.1 Linha de Zincagem Eletrolítica Abaixo é mostrado uma linha com 03 saídas de efluente, oriunda das caixas de lavagem. Elet. 10 Casc1 20 Casc2 30 Dec 40 Casc3 60 Casc4 70 ZnAlc Lav 1 2 3 O processo apresenta as seguintes características: Tanques de 3000 lt Banho de Zinco Alcalino 12000lt Vazão média de saída de água: 0,4 m 3 /h Em condições normais de controle, a cada determinado intervalo de tempo, haverá a necessidade de descarte de soluções, limpeza de águas de lavagem e, o descarte de maior volume de água como conseqüência. Esta C (g/l) forma de controle, ao longo do tempo, pode ser sumarizado como mostrado ao lado 1 t

Para o levantamento de dados, e o desenho das equações para cálculo do arraste de cada ponto do processo, utilizando a metodologia descrita anteriormente, chegamos ao resultado: C 10 = 0 C 20 = [( C 10 )] / V 20. V C 30 = Etc... [( C 20.V ) + C10. V ] / V 30 Através das equações acima, podemos calcular a variação de concentração em cada ponto do processo, em função dos consumos normais gerados pela ação química e eletroquímica dos produtos, bem como pelo arraste, inerente ao processo. 5.2 Refazer o Sistema Após o levantamento dos dados, e conhecidas as equações que descrevem a forma de consumo e arraste dentro dos processos, podemos refazer o sistema de forma a otimizar a interação entre eles. Assim, podemos utilizar o arraste ácido de uma ativação, para a neutralização de uma água de lavagem após banho alcalino, ante da entrada das peças em um tanque de banho ácido, e assim sucessivamente. Para tratamento das equações diferenciais, e de forma a permitir que simulações fossem realizadas em maior número, foi desenvolvido um programa em linguagem C (Fig.3). Os resultados mostrados no diagrama mostram dados após 1024 simulações realizadas sobre as condições de processo de uma linha de zincagem onde foram realizados os levantamentos de consumo e arraste dos pontos de processo.

Após 1024 Simulações Elet. 10 Casc1 20 Casc2 30 Dec Zn Ácid Neut. ZnAlc 40 60 70 Lav 1 2 3 100 5,305 0,424 0,027 0,014 0,114 0,026 0,052 Deseng 0 0,149 0,257 6,065 100,00 0,067 0,015 0,031 Zn 0 2,545 0,204 0,0012 0,005 48,261 100,00 0,024 Zn Alc. As equações abaixo representam as novas condições após a interação de todo o sistema. C 10 = 0 C 11 = (V(C 10 -C 11 +C 15 -C 11 ) + S(3.C 12 5. C 11 ))/V 11 C 12 = (V(C 11 -C 12 +C 13 -C 12 +C 11 -C 12 ) 3SC 12 ))/V 12 C 13 = (V(C 12 -C 13 +C 14 -C 13 ) 2S.C 13 )/V 13 C 14 = (V(C 13 -C 14 )/V 14 Etc... A variável S, foi incluída nestas equações, para indicar a vazão de água dos bicos de spray que irão alterar os valores de arraste e concentração de produtos químicos, dentro do sistema. Durante o estudo, verificou-se que em alguns pontos, como forma de reduzir o arraste gerado pelo processo, seria indicada a instalação de bicos spray. Com a instalação de bicos para pulverização de água limpa no sistema podemos aumentar em muitas vezes a eficiência das lavagens, e o resultado final permite uma redução de consumo de água significativa. A tabela acima mostra os cálculos realizados após o levantamento de dados e desenho das equações. Os valores apresentados indicam as concentrações (em %),

que poderiam ser encontradas em cada ponto do processo, como resultado do arraste, de produtos químicos relativos aos principais componentes do sistema. Como exemplo, verificamos a concentração de componentes do banho de Zinco Alcalino que poderiam ser encontrados na 1ª. Lavagem em cascata (0,149 %), caso não ocorresse nenhum tipo de reação de neutralização ou interação entre os diversos tipos de soluções. Arraste : 0,5 lt/h Os resultados obtidos com o consumo de Volume Spray: 1,9 lt/h água, após a interação do sistema são: Efluente: 15,0 lt/h Com os resultados obtidos, o maior detalhamento do controle do processo pode ser C (g/l) verificado, e o perfil do controle passa a ser como mostrado ao lado t 6. CONCLUSÕES Uma metodologia baseada no levantamento preciso das concentrações e volumes de arraste envolvidos em um processo de galvanoplastia foi implementado. Através desta metodologia, foi possível minimizar consumo de produtos químicos, reduzir o volume e o consumo de água dentro do sistema, com conseqüente redução do volume de efluentes destinado ao tratamento. O levantamento de dados permitiu um conhecimento mais preciso de características de controle do processo, possibilitando torná-lo mais estável. A redução de custos operacionais é uma conseqüência direta dos resultados acima listados.

80 1 ano 1 mês Situação dos Reservatórios em Nov / 03 73,9 70 63,7 60 50 43,8 % 40 39,0 40,7 30 20 28,9 25,6 22,8 29,3 20,7 10 3,9 6,1 0 Cantareira Guarapiranga Rio Grande Rio Claro Alto Tietê Cotia Fig. 2

#include <stddef.h> #include <stdlib.h> #include <math.h> #include <DiffEq.h> #ifdef linux #define fpclass fpclassifyl #else #define fpclass fpclassify #endif #define TolError 1 #define StiffError 2 #define StepsError 3 #define imax 11 static short nseq[imax + 1] = { 1, 2, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64, 96 }; void mmid(short m, short nstep, double xsav, double htot, Gleichungen y, Gleichungen dydx, Gleichungen yout) { short step; short i; double x; double swap; double h2; double h; Gleichungen ym; Gleichungen yn; Fig.3

7. Referências Bibliográficas - Determination of Drag-Out SurTec Technical Letter 11 Dr. Rolf Jansen and Sigrid Volk - http://www. sabesp.com.br - http://www.cetesb.sp.gov.br - C Lessons Christopher Sawtell chris@gerty.equinox.gen.nz - Equações Diferenciais e Equações de Diferenças Jayme E. Villate Faculdade de Engenharia do Porto - Dezembro 2001 - Replacement of Hexavalent Chrome Passivations on Galvanized Steel Dr. Peter Hü.lser - SurTec GmbH