A região Nordeste e seus aspectos econômicos e sociais As atividades econômicas Conforme o mapa mostra, de todas as capitais nordestinas, apenas Teresina, capital do Piauí, não está voltada para o Oceano Atlântico. Laércio de Mello.
Salvador, Natal e Fortaleza estão entre as cidades brasileiras mais visitadas por estrangeiros. Esse fato se explica justamente pelas suas belezas como as praias naturais e históricas. Samory Santos. Salvador (BA). Domínio público. Salvador (BA). 18
Domínio público. Natal (RN). Domínio público. Fortaleza (CE). 19
Esses atrativos, entre outros, geram divisas e empregos para milhares de nordestinos. Muitas empresas, fugindo da carga fiscal no Sul e Sudeste, se instalaram na região, dando um novo aspecto à sua economia. Entre elas estão a Ford na Bahia, além de outras empresas ligadas ao ramo de tecidos e da moda que se instalaram principalmente no Ceará. Acompanhe o gráfico abaixo, ele representa o PIB do Nordeste em 2007 e qual a percentagem para cada uma das Unidades Federativas nordestinas. 35 30 25 20 15 10 5 0 17,9 14,5 9,1 6,6 6,4 5,1 4,1 31,5 4,8 Pernambuco Ceará Maranhão Rio Grande do Norte Paraíba Alagoas Piauí Bahia Sergipe Sempre que se pensa em economia de um município, estado ou região, deve-se pensar na estrutura dos sistemas de transporte. O mapa a seguir mostra como é o desenho da malha rodoviária, ferroviária, portos e aeroportos do Nordeste. 20
Laércio de Mello. 21
A importância do Rio São Francisco para a economia do Nordeste A agricultura irrigada é a que mais se destaca, principalmente a da cana- -de-açúcar. Nos últimos tempos, o agricultor nordestino vem também se especializando no cultivo de frutas que são destinadas à exportação. Por exemplo, a Bahia é o segundo maior exportador de frutas do Brasil. O Vale do São Francisco, devido as suas características geográficas, é o principal polo dessa produção, além de ser um importante gerador de energia hidroelétrica. Acompanhe nos mapas a seguir: Laércio de Mello. 22
Laércio de Mello. No ano de 2007, o presidente da República sancionou a lei que recria a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que foi criada originalmente em 1959 e extinta em 2001, no Governo de Fernando Henrique Cardoso. O objetivo dessa superintendência é administrar recursos e fundos destinados a atividades produtivas na região. 23
A hidrografia do Nordeste e a transposição do Rio São Francisco A bacia do Rio São Francisco é a maior bacia genuinamente brasileira, pois nasce dentro do Brasil. O rio nasce de um pequeno afloramento de água, no alto da Serra da Canastra, em São Roque de Minas (MG) e segue em direção norte até desaguar no Oceano Atlântico entre Sergipe e Alagoas, onde serve de limite entre esses estados. Desde sua descoberta, em 1502, o São Francisco é o rio da integração nacional. Isso porque une climas e regiões do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste brasileiro. 24
Laércio de Mello. 25
Para o São Francisco é previsto que se construa mais 700km de canais para levar água às partes mais secas da Caatinga. Estima-se que seja necessário até 3% de toda a água do São Francisco para que isso aconteça. Entre os canais de transposição está o chamado Eixo Norte Cabrobó (PE) até o sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Também existe o Eixo Leste, que levará a água de Petrolina (PE) para abastecer o Sertão e parte do Agreste de Pernambuco e Paraíba. Esse fato tem causado muito debate entre os que são contra e os que são a favor da transposição do Rio São Francisco. Os que são contra vão argumentar que a pobreza da região não está ligada à falta de água, mas sim à falta de projetos políticos adequados, e desviar tanta água do São Francisco irá causar um dano ecológico. Já os que são a favor argumentam que levando água será possível diminuir a miséria de parte da população. O Nordeste no contexto nacional Fatos relacionados à seca já fizeram do Nordeste uma região repulsora de pessoas. A primeira grande migração está ligada ao Ciclo da Borracha em 1879. Os nordestinos migraram para a Amazônia, fato que se repete com o Segundo Ciclo da Borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Acompanhe os mapas a seguir. 26
Laércio de Mello. A década de 1950 a 1960 é um período marcado pelo grande fluxo de pessoas que se dirigiram para o Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Essa migração acontece devido à industrialização do Brasil que se concentra no Sudeste e à construção de Brasília na década de 1960. Essa migração se repetiu também nas décadas de 1970 e 1980. 27
Laércio de Mello. Distribuição da população na região Nordeste Como no restante do Brasil, a maior parte da população vive próxima ao litoral. Veja no mapa: 28
Laércio de Mello. Esse fato é explicado por alguns motivos, entre eles está que foi pelo litoral que começou a colonização europeia e também porque as cidades litorâneas concentram portos que fazem a ligação para exportação e importação de mercadorias. Os contrastes intrarregionais São grandes os contrastes sociais no Nordeste brasileiro. De acordo com o IBGE Sínteses de Indicadores Sociais de 2003 é possível fazer algumas comparações entre o Nordeste e o restante do Brasil. Vamos analisar os gráficos a seguir: 29
15,4 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL Rio Grande do Sul 57,7 Alagoas Enquanto no Rio Grande do Sul a taxa da de mortalidade infantil é de menos de 16 por mil, em Alagoas este índice chega perto dos 60 por mil. 4,3 TAXA DE ANALFABETISMO Grande Porto Alegre Alagoas 31,2 A taxa de analfabetismo em Porto Alegre é de menos de 5% enquanto em Alagoas passa dos 31%. Na Grande Curitiba a taxa de analfabetismo na população negra não chega a 8% e no Piauí passa dos 35%. 30
7,7 ANALFABETISMO NA POPULAÇÃO NEGRA Grande Curitiba Piauí 35,7 A distribuição de renda também é muito acentuada. Vamos tomar como exemplo o Distrito Federal, no Centro-Oeste, e o Piauí. No Distrito Federal o rendimento médio dos 10% mais ricos passa de 27 salários mínimos, já no Piauí é de menos de nove salários. 8,24 RENDIMENTO MÉDIO DOS 10% MAIS RICOS Distrito Federal Piauí 27,2 31
Outro dado muito marcante é o tempo de estudo. Veja o gráfico: 6,2 MÉDIA DE ANOS DE ESTUDO 20 A 24 ANOS Grande São Paulo 9,7 Piauí Na Grande São Paulo uma pessoa entre 20 e 24 anos tem uma média de aproximadamente 10 anos de estudo, enquanto no Piauí não se chega a 6,5 anos. Isso tudo demonstra que a região ainda tem muito para avançar na questão social. Dica de estudo Site: <www.ibge.gov.br>. A página do IBGE é a principal fonte quando queremos ter dados confiáveis da região Nordeste. Principalmente o link Séries Estatísticas. Esses dados coletados pelo IBGE podem levar o leitor a ter um entendimento amplo de todos os aspectos de cada Unidade Federativa nordestina. 32