PLANO DE CURSO. Instituição: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENAC SÃO PAULO

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Transcrição:

PLANO DE CURSO Instituição: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENAC SÃO PAULO CNPJ: 03.709.814/0001-98 Data: 24 de março de 2009 Número do Plano: 131 Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e Segurança HABILITAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO Curso: TÉCNICO EM HEMOTERAPIA Carga Horária: 1200 horas Este Plano de Curso é válido para turmas iniciadas a partir de 24/03/09, autorizado pela Portaria Senac/NSE- 17/09 de 24/03/2009, publicada no DOE de 16/09/2009 através da Portaria CEE/GP nº 284.

1. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS A Habilitação Técnica de Nível Médio em Hemoterapia Eixo Tecnológico Ambiente, Saúde e Segurança, de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos instituído pela Resolução CNE/CEB nº 03/08, fundamentada no Parecer CNE/CEB nº 11/08, atende ao disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei Federal nº. 9.394/96, no Decreto Federal nº. 5.154/2004 na Resolução CNE/CEB nº. 04/99 e no Parecer CNE/CEB nº. 16/99 do Conselho Nacional de Educação, na Indicação CEE/SP nº. 08/2000 do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, no Regimento das Unidades Educacionais Senac São Paulo e nas demais normas do sistema de ensino. Com o objetivo de atualizar o perfil profissional de conclusão, para que os egressos possam acompanhar as transformações do setor da saúde e da sociedade, o Plano de Curso de Técnico em Hemoterapia, aprovado pela Portaria Senac /GDE nº 59/01, publicada no Diário Oficial do Estado DOE de 31/05/01 através da Portaria CEE/GP nº 127/01 de 28/05/2001, passa, nesta oportunidade, por revisão e atualização, sendo substituído por este plano de curso, redefinindo suas bases tecnológicas e promovendo as práticas educacionais que vão direcionar os novos conhecimentos ao aluno, na sua capacidade crítica, criativa, inovadora e empreendedora, necessária para enfrentar os fenômenos que a área da hemoterapia apresenta. A hemoterapia é uma especialidade médica, estruturada e subsidiária de diversas ações médico-sanitárias corretivas e preventivas de agravo ao bem estar individual e coletivo, integrando, indissoluvelmente, o processo de assistência à saúde. 1 Essa área caracteriza-se por atividades que compreendem a ação do Técnico em Hemoterapia na captação, na triagem clínica, epidemiológica e sorológica dos candidatos a doadores, assim como na realização da coleta de sangue. Atua, também, no processamento do sangue colhido, no controle, armazenamento e na expedição do mesmo, realizando provas imunohematológicas, hematológicas e sorológicas, com o objetivo de avaliar o sangue que será utilizado para fins terapêuticos, sempre sob a supervisão de um médico hemoterapeuta ou hematologista ou outro profissional que possa substituí-lo como responsável pelos serviços médicos, técnicos e auxiliares 2. 1 Definição de Hemoterapia: BRASIL. Lei nº 10.205 de 21 de março de 2001. 2 BRASIL.Artigo 7º da Lei nº 10.205 de 21 de março de 2001. 2

Analisando a realidade dos profissionais que atuam no segmento de Hemoterapia, constata-se que alguns possuem formação técnica de nível médio ou graduação em nível superior, mas existe também um grande contingente daqueles considerados práticos na função. Com relação aos profissionais graduados atuantes, a maioria não possui formação curricular específica para desempenhar as atividades pertinentes a essa modalidade de serviço. Esta carência de formação específica no segmento, assim como a escassez de oferta de cursos da modalidade, vem se configurando como um dos maiores problemas na captação de profissionais, pois a formação adequada e o aprimoramento contínuo são requerimentos essenciais para a garantia de qualidade dos Serviços de Hemoterapia e, conseqüentemente, dos serviços e atendimento prestados aos clientes (pacientes e doadores). A obrigatoriedade legal de treinamentos e capacitação de recursos humanos, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 153/2004 M.S. 3, assim como a necessidade de certificação e acreditação da qualidade, a concorrência crescente entre serviços de hemoterapia privados e a imensa demanda de pacientes pelos serviços públicos acabam por privilegiar as instituições que apresentem diferenciais, sendo um deles a segurança que o aprimoramento técnico oferece. Deve-se considerar também o enorme interesse, por parte de instituições governamentais e privadas e empresas fornecedoras de tecnologia e serviços em oferecer e participar destas ações educativas, ainda que indiretamente, já que profissionais qualificados produzem mais, com menos retrabalho, com visão crítica dos processos, habilidade na realização dos procedimentos técnicos e ação decisiva na incorporação de produtos, equipamentos e insumos. Nessa direção, a área vem exigindo a especialização de profissionais, uma vez que estes devem mobilizar e articular conhecimentos multidisciplinares, assim como princípios éticos, legais, normativos, biopsicossociais e de biossegurança contextualizados nas atividades desenvolvidas em ambientes hospitalares ou laboratoriais, além daqueles específicos dos processos de trabalho em Hemoterapia, de modo a exercerem de forma competente as suas funções. Um levantamento estatístico realizado pelo Senac São Paulo no ano de 2004, demonstrou que, dos quase 500 técnicos formados até o final daquele ano, cerca de 90% já se encontravam lotados nos melhores Serviços de Hemoterapia do Estado 4. Levantamentos institucionais mais recentes demonstram que este número permanece neste patamar, 3 Disponível em: < http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showact.php?id=11662> último acesso em: 20 Jun. 2008. 4 GIRELLO, A.L.; ALMEIDA, A.P.; KUHN, T.I.B.B.; ARONE, E.M., 2003. 3

demonstrando a longevidade das ações e a aceitação definitiva, por parte do mercado, destes profissionais. Como diferencial, o curso apresenta uma organização curricular inovadora, desenhada em módulos que se orientam no fluxo de atividades hemoterápicas denominado Ciclo do Sangue, orientada por uma visão integrada e considerando processos, habilidades, valores, aspectos sócio-político-econômicos que envolvem estas atividades, além de tratar da análise e avaliação de ferramentas tecnológicas passíveis de serem utilizadas nos processos de trabalho em Hemoterapia. O sucesso da experiência pioneira do Senac São Paulo na realização do Curso Técnico em Hemoterapia, um dos únicos em âmbito nacional que, em 2008, completou seu décimo ano de realização e que já formou mais de 1.000 técnicos somente em uma das unidades da capital de São Paulo, vem colaborando para a profissionalização do setor de Hemoterapia. Igualmente colaboram na composição de um itinerário formativo, os cursos de aperfeiçoamento, oficinas, fóruns e a Jornada de Hemoterapia este último, evento de grande porte que já faz parte do calendário de atividades científicas da área. A grande absorção desses recursos humanos pelo mercado de trabalho evidencia ainda mais a carência de qualificação daqueles que já atuam na área. O Senac São Paulo, considerando esses aspectos, oferece o curso Técnico em Hemoterapia, em sintonia com sua Proposta Pedagógica, com o objetivo de desenvolver nos alunos as competências profissionais desta habilitação, definidas a partir da análise do processo de trabalho desse segmento, respeitando valores estéticos, políticos e éticos, bem como mantendo compromisso com a qualidade, o trabalho, a ciência, a tecnologia e as práticas sociais relacionadas aos princípios da cidadania responsável. A Instituição se propõe a permanente atualização do Plano de Curso, a fim de acompanhar as transformações tecnológicas e socioculturais do mundo do trabalho, especialmente da área de Hemoterapia. 2. REQUISITOS DE ACESSO Para matrícula no curso o candidato deve estar cursando, no mínimo, a 2ª série do Ensino Médio e ter, no mínimo, 17 anos. Documentos: Requerimento de Matrícula. Certidão de Nascimento (cópia simples). Se mulher casada, que teve seu nome 4

alterado, apresentar Certidão de Casamento (cópia simples). Cédula de Identidade (RG) (cópia simples). Documento Militar, para o candidato entre 18 e 45 anos (apresentação). Título de Eleitor, com comprovante de voto na última eleição, para maiores de 18 anos (apresentação). Histórico Escolar de conclusão do Ensino Médio (original e cópia simples ou autenticada e cópia simples) ou, Declaração da escola comprovando que o aluno está cursando a escolaridade mínima exigida (original). As inscrições e as matrículas serão efetuadas conforme cronograma estabelecido pela Unidade, atendidos os requisitos de acesso e nos termos regimentais. A Unidade poderá admitir processo seletivo, quando julgar necessário, aplicando procedimentos/instrumentos que avaliem os conhecimentos e habilidades adquiridos pelo candidato no ensino médio, desde que relacionados com as competências essenciais ao desenvolvimento do curso. 3. PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO O Técnico em Hemoterapia é o profissional que atua em serviços de hemoterapia públicos ou privados (banco de sangue), hospitais, clínicas especializadas em hematologia terapêutica, de cordão umbilical e de medula óssea, laboratórios de análises clínicas, empresas e serviços da área diagnóstica, instituições educacionais e de pesquisa. Este profissional pode atuar em todos os processos de trabalho previstos para o Ciclo do Sangue, visando à recuperação da saúde dos indivíduos acometidos por patologias ou desordens hematológicas, através da infusão de hemocomponentes/hemoderivados, garantindo o aporte necessário a todos os âmbitos da saúde e a manutenção das características qualitativas dos produtos e processos. Para atender às exigências da profissão, no decorrer do curso, o aluno deve mobilizar e articular com pertinência os saberes necessários à ação eficiente e eficaz, integrando suporte científico, tecnológico e valorativo que lhe permita: 5

- Buscar atualização constante e autodesenvolvimento, por meio de estudos e pesquisas, para propor inovações, identificar e incorporar, criticamente, novos métodos, técnicas e tecnologias às suas ações e responder às situações cotidianas e imprevisíveis com flexibilidade e criatividade. - Assumir postura profissional condizente com os princípios que regem as ações pertinentes à Hemoterapia, atuando em equipes multidisciplinares e relacionando-se adequadamente com os profissionais, clientes e fornecedores envolvidos no processo, contribuindo de forma efetiva a atingir os objetivos estabelecidos no seu campo de trabalho. - Gerenciar seu percurso profissional, com iniciativa e de forma empreendedora, visualizando oportunidades de trabalho nos diversos setores e possibilidades para projetar seu itinerário formativo, seja prestando serviços em instituições de saúde ou na condução do seu próprio negócio. - Atuar com responsabilidade, comprometendo-se com os princípios da ética, da sustentabilidade ambiental, da preservação da saúde e do desenvolvimento social, orientando suas atividades por valores expressos no ethos profissional, resultante da qualidade e do gosto pelo trabalho bem-feito. Para atender às demandas do processo produtivo, o Técnico em Hemoterapia deverá constituir as seguintes competências profissionais: - Conhecer o fluxo de atividades em hemoterapia, denominado Ciclo do Sangue, reconhecendo-se como agente nos processos técnicos e administrativos e identificando a estrutura e organização do Sistema Nacional do Sangue e Hemoderivados e dos órgãos públicos responsáveis pelo gerenciamento, fiscalização e normatização de Unidades Hemoterápicas no país. - Analisar o campo da hemoterapia, considerando o contexto social e da organização do trabalho, os aspectos éticos, multidisciplinares e as relações que interferem na ação profissional e nos limites que devem ser respeitados, identificando possibilidades que permitam ampliar sua atuação. - Atuar em todos os processos de trabalho do Ciclo do Sangue, como captação e triagem de doadores, coleta, processamento, armazenamento, expedição e infusão de hemocomponentes, provas sorológicas e imunohematológicas, de acordo com as normas técnicas, de biossegurança e legislação vigentes, visando à qualidade dos processos e produtos, a integridade do cliente e do paciente e garantindo o incremento da segurança transfusional. 6

4. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR A organização curricular do curso Técnico em Hemoterapia está estruturada em cinco módulos independentes que não requerem aprovação em um, para prosseguimento nos demais. MÓDULOS Horas I Desvendando a Hemoterapia 370 II Doação de Sangue e Hemocomponentes 100 III Técnicas Laboratoriais 550 IV Terapia Transfusional 100 V Gestão Empreendedora 80 Total de Horas 1200 Módulo I Desvendando a Hemoterapia Apresenta a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados, identificando os componentes da HEMORREDE 5, os processos de trabalho do Ciclo do Sangue, as competências dos órgãos públicos responsáveis pelo gerenciamento, normatização e fiscalização de Unidades Hemoterápicas; Ainda, estuda elementos fundamentais da fisiologia e fisiopatologia do sangue e a importância na manutenção da integridade e saúde dos indivíduos. Este módulo deve ser oferecido no início do curso. Pode ser desenvolvido isoladamente ou em concomitância com quaisquer dos demais módulos. Módulo II Doação de Sangue e Hemocomponentes Apresenta os fundamentos e procedimentos técnicos e específicos dos processos de captação e triagem de doadores, 5 CIP (2003) Hemorrede. Coordenação de Institutos de Pesquisas. www.cip.saude.sp.gov.br/hemorrede.htm. HEMORREDE é uma rede de serviços de hematologia e hemoterapia no âmbito do SUS criada pelo Decreto N º 32.849 de 23 de janeiro de 1991 que tem no Estado de São Paulo, como participantes, instituições públicas e filantrópicas que exercem atividades específicas na área de hematologia e hemoterapia. 7

coleta de sangue, hemocomponentes e células-tronco hematopoéticas. Pode ser desenvolvido isoladamente ou com quaisquer dos demais módulos. Módulo III Técnicas Laboratoriais São desenvolvidas competências que garantem realizar os testes laboratoriais das rotinas imuno-hematológica e diagnóstica de doenças transmissíveis, segundo os padrões e normas técnicas vigentes. Também são caracterizados os processos de trabalho no processamento, transporte e estoque de sangue e hemocomponentes, assim como a análise laboratorial para controle da qualidade dos mesmos. Pode ser desenvolvido isoladamente ou com quaisquer dos demais módulos. O estágio pode ser iniciado a partir deste módulo, desde que o aluno tenha sido aprovado nos módulos I e II. Módulo IV Terapia Transfusional São desenvolvidas as competências necessárias para executar a coleta de amostras de receptores, que serão avaliadas por meio de testes de compatibilidade pré-transfusionais, a partir das prescrições médicas. Realiza e/ou observa a instalação dos hemocomponentes/hemoderivados, identificando as eventuais reações adversas e realizando procedimentos de atendimento primário a intercorrências durante o procedimento. Pode ser desenvolvido isoladamente ou com quaisquer dos demais módulos. Módulo V - Gestão Empreendedora Será desenvolvido um plano de negócios, constituindo competências que favoreçam a criação de seu próprio empreendimento, a participação no gerenciamento de empresas ou, ainda, a atuação na prestação de serviços. Pode ser desenvolvido isoladamente ou em concomitância com quaisquer dos demais módulos. Este curso não prevê estágio profissional supervisionado obrigatório, ficando a critério da Direção da Unidade Senac autorizar a sua realização como uma atividade opcional, acrescida à carga horária total do curso e desde que o aluno esteja matriculado e freqüente regularmente o curso, de acordo com os dispositivos legais. COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS A SEREM DESENVOLVIDAS EM CADA MÓDULO Módulo I Desvendando a Hemoterapia Identificar o organograma e as atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados, e da HEMORREDE, reconhecendo 8

as normas vigentes aplicadas à estrutura e organização dos sistemas de saúde e de hemoterapia. Reconhecer fundamentos normativos e legais em todas as atividades em hemoterapia, mobilizando conhecimentos sobre estrutura dos órgãos públicos responsáveis pelo gerenciamento e fiscalização das unidades hemoterápicas. Identificar o fluxo de atividades de uma unidade hemoterápica denominado Ciclo do Sangue, reconhecendo processos e procedimentos técnicos, administrativos, legais, normativos e de biossegurança, com vistas à sua atuação em todos os seus setores. Reconhecer a importância da terapia transfusional no tratamento de pacientes, tendo em vista a relevância do sangue para manutenção da saúde e integridade dos indivíduos. Reconhecer o ser humano integral, os condicionantes e determinantes do processo de saúde e doença, a qualidade no atendimento, a preservação do meio ambiente e o compromisso social com a população como paradigmas que respaldam o planejamento e a ação dos profissionais da área de saúde. Identificar e reconhecer a transmissão hereditária de caracteres, a interação entre o sistema sanguíneo e imune e a relevância na transmissão de características a descendentes. Módulo II Doação de Sangue e Hemocomponentes Orientar pessoas, familiares, grupos e comunidades através de ações sócioeducativas sobre a importância do ato voluntário de doação de sangue e hemocomponentes, identificando estratégias para a promoção da captação e mobilização dos indivíduos. Adotar postura ética e comunicação efetiva no atendimento aos candidatos à doação e no relacionamento com as equipes multiprofissionais envolvidas no processo. Auxiliar na triagem de candidatos à doação de sangue e hemocomponentes, aplicando os princípios da ética, as normas técnicas e legais vigentes, assegurando a confiabilidade e a fidedignidade das informações, de modo a garantir a qualidade do sangue e a segurança de todos os envolvidos no processo hemoterápico 9

Coletar sangue e hemocomponentes e identificar possíveis intercorrências, garantindo o pronto atendimento ao doador, a qualidade dos produtos, a segurança nos processos de identificação, de transporte e de estocagem dos mesmos. Auxiliar na coleta de sangue da placenta e do cordão umbilical, com base nos conhecimentos da fisiologia e citologia e dos mecanismos e interações destes órgãos, a fim de garantir a qualidade dos procedimentos e dos produtos coletados. Módulo III Técnicas Laboratoriais Classificar doadores e candidatos a transfusão de sangue/hemocomponentes e a transplante de células-tronco hematopoéticas de acordo com as características imuno-hematológicas, sorológicas, genéticas e moleculares, realizando testes laboratoriais considerando as normas técnicas e legais vigentes a fim de garantir qualidade dos produtos e eficiência e eficácia das terapêuticas realizadas. Identificar a importância dos recursos de Biotecnologia e Engenharia Genética para as indústrias de hemoderivados, farmacêutica e diagnóstica. Atuar no controle da qualidade de equipamentos, insumos e reagentes utilizados nos procedimentos laboratoriais, a fim de garantir a qualidade e a segurança transfusional. Realizar procedimentos técnicos de processamento, estoque, armazenamento e criopreservação de hemocomponentes/hemoderivados, considerando as suas características biológicas e moleculares e relacionando-os aos processos metabólicos, com a finalidade de manter os aspectos qualitativos dos mesmos. Módulo IV Terapia Transfusional Realizar a coleta de amostras de pacientes, mobilizando os conhecimentos e princípios técnicos específicos, encaminhando e realizando os testes prétransfusionais a fim de identificar a compatibilidade entre doador e receptor. Realizar e/ou amparar transfusões de hemocomponentes e procedimentos especiais, identificando e selecionando os produtos hemoterápicos prescritos, aplicando normas técnicas e legais vigentes, a fim de garantir a segurança do paciente sob supervisão médica. 10

Monitorar o paciente de modo a possibilitar a detecção precoce de eventuais reações adversas e realizar os procedimentos primários de atendimento, informando a equipe responsável em caso de complicações transfusionais. Aplicar princípios de gestão da informação e de qualidade nos processos para assegurar a rastreabilidade das informações e a garantia da segurança transfusional. Módulo V - Gestão Empreendedora Visualizar as características do comportamento empreendedor e sua importância para o desenvolvimento pessoal e profissional, aplicando-se técnicas, na busca da sensibilização e/ou desenvolvimento da atitude empreendedora. Identificar oportunidades de negócio, com base no processo criativo e inovador de geração de idéias, analisando a viabilidade mercadológica, econômica e financeira, de maneira a atender as demandas de mercado. Elaborar plano de negócio como ferramenta de gestão e organização, mobilizando conceitos e princípios de empreendedorismo, e habilidades na definição de estratégias para minimizar riscos envolvidos e aumentar chances de sucesso do empreendimento. Propor estratégias de comercialização, utilizando a análise de ambiente de negócios e baseando-se nos conceitos e práticas do marketing, a fim de buscar a sustentabilidade do empreendimento. Criar modelos financeiros e contábeis, utilizando ferramentas, técnicas e conceitos específicos, visando o controle e a tomada de decisões para o empreendimento. Propor o processo operacional do empreendimento, analisando estrutura física e recursos materiais necessários e adequados à funcionalidade do ambiente e ao conforto do cliente, considerando a legislação pertinente de modo a proporcionar visão sistêmica. Indicações Metodológicas As indicações metodológicas que orientam este curso, em consonância com a Proposta Pedagógica do Senac São Paulo, pautam-se nos princípios da aprendizagem com autonomia e do desenvolvimento de competências profissionais, entendidas como a "capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e 11

habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho". 6 As competências profissionais descritas na organização curricular foram definidas com base no perfil profissional de conclusão, considerando processos de trabalho de complexidade crescente relacionados com a área de Hemoterapia. Tais competências desenham um caminho metodológico que privilegia a prática pedagógica contextualizada, colocando o aluno perante situações problemáticas que possibilitem o exercício contínuo da mobilização e da articulação dos saberes necessários para a ação e a solução de questões inerentes à natureza do trabalho nesse segmento. A incorporação de tecnologias e práticas pedagógicas inovadoras previstas para este curso, como o trabalho por projeto, atende aos processos de produção da área, às constantes transformações que lhe são impostas e às mudanças socioculturais relativas ao mundo do trabalho, pois propicia aos alunos a vivência de situações contextualizadas, gerando desafios que levam a um maior envolvimento, instigando-os a decidir, opinar, debater e construir com autonomia o seu desenvolvimento profissional. Permite, ainda, a oportunidade de trabalho em equipe, assim como o exercício da ética, da responsabilidade social e da atitude empreendedora. As situações de aprendizagem previstas para cada módulo têm como eixo condutor um projeto que será desenvolvido no decorrer do curso, considerando contextos similares àqueles encontrados nas condições reais de trabalho, focados em cada módulo desenvolvido, e que estimula a participação ativa dos alunos na busca de soluções para os desafios que dele emergem. Estudo de casos, proposição de problemas, pesquisas em diferentes fontes, contato com empresas e especialistas da área, visitas técnicas, simulações de contextos e vivências em laboratório compõem o repertório de atividades do trabalho por projeto, que serão especificadas no planejamento dos docentes a ser elaborado sob a coordenação da área técnica da Unidade Senac e registrado em documento próprio. Cabe ressaltar que, na mediação dessas atividades, o docente deve atuar no sentido de possibilitar a identificação de problemas diversificados e desafiadores, orientando na busca de informações, estimulando o uso do raciocínio lógico e da criatividade, incentivando respostas inovadoras e criando estratégias que propiciem avanços, tendo 6 Definição de competência profissional presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Resolução CNE/CEB n º 04/99. 12

sempre em vista que a competência é formada pela prática e que esta se dá em situações concretas. PLANO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO O estágio não obrigatório, considerado como atividade opcional, poderá ser realizado pelo aluno que tiver, no mínimo, 18 anos completos, desde que autorizado pela direção da Unidade Senac. O estágio não poderá exceder 06 horas diárias e 30 horas semanais, devendo constar do respectivo Termo de Compromisso. Mesmo não sendo obrigatório, o estágio será orientado e supervisionado por um responsável da parte concedente e acompanhado por docente coordenador indicado pelo Senac, que se responsabilizará pela sua avaliação e pela verificação do local destinado às atividades do estágio, procurando garantir que as instalações e as atividades desenvolvidas sejam adequadas para a formação cultural e profissional do educando. Serão aplicadas estratégias e instrumentos de avaliação do desempenho do aluno, com registros em formulário próprio de acompanhamento do estágio, com anotações diárias feitas pelo estagiário e avaliadas pelo supervisor do campo de estágio. Os estágios poderão ser desenvolvidos em serviços/instituições especializadas em hemoterapia e onde a atividade do técnico em hemoterapia se faça necessária, desde que ofereçam as condições essenciais ao cumprimento de sua função educativa, de maneira a evitar situações em que o aluno seja compelido a assumir responsabilidades de profissionais já qualificados e, dessa forma, desenvolvendo as atividades compatíveis com as previstas no Termo de Compromisso. Periodicamente o aluno deverá apresentar ao docente coordenador do estágio, relatório das atividades realizadas. Um relatório final deverá ser entregue até 30 dias após o término do curso, devidamente assinado pelo supervisor do estágio. O aluno que optar pelo estágio poderá iniciá-lo a partir do módulo III, desde que tenha sido aprovado nos módulos I e II. A carga horária do estágio deverá ser de, no mínimo, 120 horas (10% do total de horas do curso) e o aluno poderá concluí-lo, desde que efetue todas as atividades pertinentes ao Ciclo do Sangue, até a data de término do curso, estabelecido no Termo de Compromisso. 13

Para realização do estágio há necessidade dos seguintes documentos: Acordo de Cooperação entre a Unidade Senac que oferecer o curso e a parte concedente que oferecer o campo de estágio. Este documento deverá definir as responsabilidades de ambas as partes e todas as condições necessárias à realização do estágio. Plano de Atividades do estagiário, elaborado em acordo com aluno, parte concedente e o Senac, incorporado ao termo de Compromisso. Termo de Compromisso de Estágio, consignando as responsabilidades do estagiário e da parte concedente, firmado pelo seu representante e pelo estagiário e pela Unidade Senac, que deve zelar pelo cumprimento das determinações constantes do respectivo termo. Seguro de Vida em Grupo e contra Acidentes Pessoais para os estagiários, com cobertura para todo o período de duração do estágio pela parte concedente e, alternativamente, assumida pelo Senac. A apólice deve ser compatível com valores de mercado, ficando também, estabelecidos no Termo de Compromisso. Durante a realização do estágio devem ser elaborados: Relatório de Estágio, segundo orientações do supervisor. Ficha de Acompanhamento de Estágio com registros diários feitos pelo estagiário e com visto do supervisor. O aluno ao qual for concedida a oportunidade do estágio opcional e que realizar integralmente as horas e atividades previstas no respectivo Termo de Compromisso terá apostilado no verso do seu Diploma o estágio realizado. Caso não cumpra as horas e as atividades previstas, não terá direito a qualquer aditamento em seu documento de conclusão. 5. CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS ANTERIORES As competências anteriormente adquiridas pelos alunos, relacionadas com o perfil profissional de conclusão do Técnico em Hemoterapia, podem ser avaliadas para aproveitamento de estudos, nos termos da legislação vigente. Assim, podem ser aproveitados no curso os conhecimentos e as experiências adquiridos: 14

em cursos, módulos, etapas ou certificação profissional técnica de nível médio, mediante comprovação e análise da adequação ao perfil profissional de conclusão e, se necessário, com avaliação do aluno; em cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, no trabalho ou por outros meios informais, mediante avaliação do aluno. O aproveitamento, em qualquer condição, deve ser requerido antes do início do módulo ou da competência correspondente e em tempo hábil para o deferimento pela direção da Unidade e devida análise por parte dos docentes, aos quais caberá a avaliação das competências e a indicação de eventuais complementações. Os docentes que participarem do processo de avaliação de competências apresentarão relatório com indicação das atividades e do resultado da avaliação. O relatório será arquivado no prontuário individual do aluno, juntamente com os documentos que instruíram esse processo. 6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem será contínua, priorizando aspectos qualitativos relacionados com o processo de aprendizagem e o desenvolvimento do aluno observado durante a realização das atividades propostas, individualmente e/ou em grupo. Dentre essas atividades constam pesquisas, relatórios de atividades e visitas técnicas, estudo de casos, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho, seminários, simulações, procedimentos em laboratório e, ainda, o projeto e suas etapas. A observação deve se pautar em critérios e indicadores de desempenho, pois considerase que cada competência traz em si determinado grau de experiência cognitiva, valorativa e comportamental que se pode traduzir por desempenhos. Assim, pode-se dizer que o aluno adquiriu determinada competência quando seu desempenho expressa esse patamar de exigência qualitativa. Para orientar o processo de avaliação, torná-lo transparente e capaz de contribuir para a promoção e a regulação da aprendizagem, é necessário que os indicadores de desempenho sejam definidos no plano de trabalho do docente e explicitados aos alunos desde o início do curso, a fim de direcionar todos os esforços da equipe técnica, docente e do próprio aluno para que ele alcance o desempenho desejado. Desse modo, espera-se potencializar a aprendizagem e reduzir ou eliminar o insucesso. Isso porque a educação por competência implica em assegurar condições para que o 15

aluno supere as dificuldades de aprendizagem diagnosticadas durante o processo educacional. A auto-avaliação será estimulada e desenvolvida por meio de procedimentos que permitam que o aluno acompanhe seu progresso e pela identificação de pontos a serem aprimorados, considerando-se que esta é uma prática imprescindível à aprendizagem com autonomia. O resultado do processo de avaliação será expresso em menções: Ótimo: capaz de desempenhar, com destaque, as competências exigidas pelo perfil profissional de conclusão. Bom: capaz de desempenhar, a contento, as competências exigidas pelo perfil profissional de conclusão. Insuficiente: ainda não capaz de desempenhar, no mínimo, as competências exigidas pelo perfil profissional de conclusão. As menções serão atribuídas por módulo, considerando-se os critérios e indicadores de desempenho relacionados com as competências previstas em cada um deles, as quais integram as competências profissionais descritas no perfil de conclusão. Será considerado aprovado aquele que obtiver, ao final de cada módulo, as menções Ótimo ou Bom e a freqüência mínima de 75% do total de horas de efetivo trabalho educacional. Será considerado reprovado, aquele que obtiver a menção Insuficiente em qualquer um dos módulos, mesmo após as oportunidades de recuperação, ou tiver frequência inferior a 75% do total de horas de efetivo trabalho educacional. Ao aluno com freqüência mínima de 75% e menção Insuficiente será oferecida oportunidade de recuperação de aprendizagem, organizada em diferentes formatos e desenvolvida de maneira contínua, no decorrer do módulo ou, quando couber, no final do processo. O aluno com menção Ótimo ou Bom, mas com freqüência inferior a 75% e igual ou superior a 60%, por motivos justificados, poderá ter sua situação apreciada pelo Conselho de Curso para avaliação da possibilidade de promoção. Os alunos devem ter pleno conhecimento dos procedimentos a serem adotados para o 16

desenvolvimento do curso, bem como sobre as normas regimentais e os critérios de avaliação, recuperação, frequência e promoção. 7. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS Instalações Sala de aula adequadamente mobiliada com cadeiras móveis para a composição de diferentes arranjos que privilegiem a diversidade de atividades contendo. Equipamentos Computadores com acesso à Internet Retroprojetor/Datashow/Tela Televisão Vídeo/DVD Laboratório de hemoterapia, devidamente equipado com: 01 Agitador de plaquetas 06 Alicates de ordenha 03 Apoiadores de braços para venopunção 01 Balança analítica de micropesagem de 0,01g a 200g 03 Banhos-maria de temperatura variável 03 Braços (modelos anatômicos) para simulação para procedimentos de venopunção 03 Cadeiras para coleta de sangue laboratorial 01 Câmara conservadora de sangue com controle de temperatura 05 Câmaras de Nageotte para contagem de células sanguíneas 05 Câmaras de Newbauer 01 Centrífuga para microhematócrito 01 Centrífuga sorológica com caçapas múltiplas 05 Centrífugas sorológicas para imunohematologia (tubos 12 X 75 mm) Conjunto de equipamentos ID-Micro Typing System (Gel teste Diamed) para testes imuno-hematológicos. 02 Cubas e respectivas fontes para realização de eletroforese 10 Esfigmomanômetros para medida de pressão arterial 01 Espectofotômetro de bancada para leituras a partir de 260nm 10 Estetoscópios 17

01 Estufa 05 Extratores manuais para fracionamento (processamento) de sangue 01 Freezer -20 o C 03 Hemoglobinômetros automatizados 02 Homogeneizadores automatizados para coleta de bolsas de sangue 01 kit de contraste de fase para adaptar ao microscópio óptico 01 Lavadora e 01 leitora para testes ELISA 02 Manequins (modelos) para simulação de procedimentos de transfusão (masculino e feminino) 01 Microscópio óptico binocular com câmera de vídeo acoplada 10 Microscópios ópticos binoculares 01 Modelo anatômico simulador de parto com cordão umbilical e bebê 01 phmetro digital 02 Pipetas semi-automáticas dos seguintes volumes variáveis (02 de cada um) e respectivas ponteiras: 200 a 1.000 microlitros; 50 a 150 microlitros; 10 a 50 microlitros; 05 a 10 microlitros. 01 Seladora para segmentos de bolsas 15 Termômetros clínicos Bibliografia Básica: Para atender às necessidades de consulta e pesquisa dos docentes e alunos, a unidade disponibilizará de acervo com livros, revistas, publicações técnicas, incluindo, necessariamente, os seguintes títulos: ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia celular e molecular. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 580 p. BEIGUELMAN, B. Os sistemas sangüíneos eritrocitários. 3. ed. Ribeirão Preto, SP: FUNPEC, 2003. 234 p. BROWN, T. A. Genética: um enfoque molecular. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 336 p. CHAMONE, D. A. F.; NOVARETTI, M. C. Z.; DORLHIAC-LLACER, P. E. Manual de transfusão sangüínea. São Paulo: Roca, 2001. 288 p. COTRAN, R. S.; COLLINS, T.; KUMAR, V. Robbins patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 1251 p. COVAS, D. T.; LANGHI JÚNIOR, D. M.; BORDIN, J. O. Hemoterapia fundamentos e prática. São Paulo: Atheneu, 2007. 632 p. 18

DOLABELA, F. O segredo de Luísa. 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.301p. FERREIRA, A. W.; AVILA, S. L. M. Diagnóstico laboratorial: avaliação de métodos de diagnóstico das principais doenças infecciosas e parasitárias e auto-imunes. Correlação clínico-laboratorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1996. 302 p. FIDLARCZYK, D.; FERREIRA, S. S. Enfermagem em Hemoterapia. Rio de Janeiro: Medbook, 2008. 216 p. GIRELLO, A. L.; KUHN, T. I. B. B. Fundamentos da imuno-hematologia eritrocitaria. 2. ed. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2007. 253 p. HARMENING, D. M. Técnicas modernas em banco de sangue e transfusão.4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2006. 594 p. HENEINE, I. F. Biofísica básica. São Paulo: Atheneu, 2008. 400 p. INSTITUTO EMPREENDER ENDEAVOR. Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto: conselhos e lições de 51 dos empreendedores mais bem-sucedidos do Brasil. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 421 p. JANEWAY JÚNIOR, C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. et al. Imunobiologia: o sistema imune na saúde e na doença. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 824 p. MANUAL das organizações prestadoras de serviços de hemoterapia: versão 2006. Brasília: Organização Nacional de Acreditação, 2006. 117 p. MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S. Microbiologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 604 p. OLIVEIRA, M. C. V.; GOES, S. M. P. M. Guia prático de transfusão ambulatorial e hospitalar. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. 132 p. OLIVEIRA, M. C. V.; GOES, S. M. P. M. Práticas em imunologia eritrocitária. São Paulo: Medsi, 1999. 267 p. OLIVEIRA, M. R. A. A. Hematologia básica: fisiopatologia e estudo laboratorial. 4. ed. São Paulo: Ed. Luana, 2008. 480 p. OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: como fazer e interpretar. São Paulo: Ed. LMP, 2007. 505 p. ROSENBLUTH, H. F.; PETERS, D. M. O cliente em segundo lugar. São Paulo: M.Books, [s.d.]. 270 p. 19

VERRASTRO, T. (Coord.). Hematologia e hemoterapia: fundamentos de morfologia, fisiologia, patologia e clínica. São Paulo: Atheneu, 2005. 303 p. ZAGO, M. A.; COVAS, D. T. Células-tronco: a nova fronteira da medicina. São Paulo: Atheneu, 2006. ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Hematologia fundamentos e prática. São Paulo: Atheneu, 2004. 1081 p. 8. PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO Estão habilitados para a docência neste curso profissionais licenciados (licenciatura plena ou programa especial de formação) na área profissional. Poderão, ainda, ser admitidos profissionais com a seguinte ordem preferencial: na falta de licenciados, graduados na correspondente área profissional ou de estudos; na falta de graduados nas áreas específicas, profissionais graduados em outras áreas e que tenham experiência comprovada na área do curso; na falta de profissionais graduados, técnicos de nível médio na área do curso, com comprovada experiência profissional na área; na falta de profissionais de nível técnico com comprovada experiência, outros reconhecidos por sua notória competência; Aos não licenciados será propiciada formação docente em serviço. A coordenação do curso será realizada por profissional com graduação e experiência compatível com as necessidades da função. 9. CERTIFICADOS E DIPLOMA Àquele que concluir, com aprovação, todos os módulos que compõem a organização curricular deste Plano de Curso da Habilitação Técnica de Nível Médio em Hemoterapia e comprovar a conclusão do ensino médio, será conferido o diploma de Técnico em Hemoterapia com validade nacional e direito a prosseguimento de estudos na educação superior. 20

10. ANEXOS As quantidades indicadas de materiais e equipamentos são adequadas para turma de 30 alunos e as instalações devem estar de acordo com o disposto no Código da Vigilância Sanitária. Há possibilidade de empréstimos e doação de equipamentos, insumos, vidrarias e utensílios por parte de fornecedores ou serviços de hemoterapia. 21