Nesta 1ª edição, estamos tratando de 10 diferentes questões, dentro de Jurisprudência, Legislação e Soluções de Consulta.

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Transcrição:

Prezados leitores: A publicação Nota Aduaneira tem por objetivo atualizar nossos clientes e demais interessados sobre os principais assuntos que estão sendo discutidos e decididos no âmbito do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Nesta 1ª edição, estamos tratando de 10 diferentes questões, dentro de Jurisprudência, Legislação e Soluções de Consulta. Para acessar diretamente cada um dos textos, clique: Jurisprudência CARF Multa pelo prejuízo ao controle administrativo das importações CARF Drawback Cumprimento de requisitos formais CARF Erro formal na Declaração de Origem das Mercadorias Possibilidade de retificação Legislação e Soluções de Consulta Portaria conjunta nº /25 Secex e Receita Federal criam Grupo de Trabalho para aperfeiçoamento do regime aduaneiro de Drawback Instrução Normativa RFB nº 1.572/25 Guia aduaneiro para os jogos olímpicos de 26 Solução de Consulta Interna COSIT nº 11/25 Infrações ao regulamento aduaneiro Não equiparação do prático ao condutor Solução de Consulta COSIT nº 153/25 IRRF Remessas ao exterior Resolução Camex nº 66/25 II Prorrogação da redução para o óleo de palmiste Resolução Camex nº 68/25 II Prorrogação da redução para o alumínio não ligado Audiência e Consulta pública Adaptação de área dos portos de Paranaguá/PR e Antonina/PR O escritório Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados encontra-se à disposição dos clientes para esclarecer quaisquer dúvidas acerca dos julgados aqui relatados. Esperamos que tenha uma boa leitura!

Jurisprudência CARF Multa pelo Prejuízo ao Controle Administrativo das Importações Em 14/07/25, foi publicado o Acórdão nº 3202-1.479, pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ), por meio do qual ficou consignado que o mero erro do contribuinte na identificação da classificação fiscal correta da mercadoria em procedimento de importação não é suficiente para configurar hipótese de aplicação de multa por falta de licença de importação nos casos em que a mercadoria reclassificada não estiver sujeita à licenciamento prévio. Isso porque, a multa prevista no art. 169, I, b, do Decreto-lei nº 37/1966, no valor de 30% do valor da mercadoria, exige que a falha perpetrada enseje prejuízo ao controle administrativo das importações. Por outro lado, foi reconhecida a regularidade de aplicação da multa de 1% prevista no artigo 84 da Medida Provisória nº 2.158-35/21, pois a hipótese de incidência desta é a mera informação errônea da classificação da mercadoria. CARF Drawback Cumprimento de Requisitos Formais Em 28/07/25, foi publicado o Acórdão nº 31-0.465, que tem por objeto autos de infração lavrados para cobrança de Imposto de Importação ( II ) e Imposto sobre Produtos Industrializados ( IPI ), em razão de suposto descumprimento de requisitos formais atinentes ao Regime Especial Aduaneiro de Drawback na modalidade suspensão ( Drawback-Suspensão ), em relação: (i) à apresentação de relatório de comprovação de cumprimento dos requisitos regime especial após o término do prazo de 30 dias, contados do vencimento do Ato Concessório; (ii) ao preenchimento incorreto do código de enquadramento da operação de Drawback-Suspensão; e (iii) não vinculação dos Registros de Exportação ( RE ) com o Ato Concessório do aludido regime especial. Ao analisar a questão, a Turma Julgadora entendeu que erros formais não podem obstar o acesso do contribuinte ao regime de incentivo do Drawback-Suspensão se houver a comprovação do adimplemento dos compromissos de exportação pactuados no Ato Concessório, uma vez que o dever de enquadramento correto das operações no Sistema Integrado de Comércio Exterior ( SISCOMEX) não é tratado nas normas legais como requisito indispensável ao deferimento do mencionado regime especial. Importante frisar que matéria semelhante foi apreciada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais ( CSRF ) nos Acórdãos nº 9303-0.224 e nº 9303-0.226, também publicados em julho, nos quais, por voto de qualidade, prevaleceu entendimento contrário ao esposado acima, de modo desfavorável aos contribuintes. Contudo, embora tenham sido publicado em julho deste ano, os julgamentos aconteceram alguns anos atrás, em que a composição da CSRF era muito diversa, o que nos leva a cogitar que o entendimento do CARF quanto ao tema permanece em aberto, especialmente porque recentemente foi lançado o Plano Nacional de Exportações, no bojo do qual o Governo anuncia a redução de inúmeros gargalos burocráticos às exportações, o que levou a Secex a promover alterações em suas regras quanto ao cumprimento de regimes de drawback, facilitando a correção de eventuais equívocos do contribuinte (tal como o que ocorreu nos julgados ora comentados), o que põe fim a muitas controvérsias tributárias, evidentemente desnecessárias, visto que fruto de mero erro. 02

Jurisprudência CARF Erro formal na Declaração de Origem das Mercadorias Possibilidade de Retificação Em 07/07/25, foi publicado o Acórdão nº 34-2.543, que tem por objeto autos de infração lavrados para a cobrança de (i) multa por infração administrativa ao controle das importações, calculada em 1% do valor aduaneiro das mercadorias importadas, prevista no art. 69, 1º, da Lei nº 10.833/23; e (ii) multa decorrente da apresentação de fatura comercial em desacordo com as indicações estabelecidas no artigo 107, X, c, do Decreto-Lei nº 37/1966. O fundamento da autuação é a existência de divergências nas Declarações de Importações, de modo que a informação sobre o País de Origem é diferente do previsto na fatura (Invoice) e no Certificado de Origem apresentado pela empresa. O CARF deixou de apreciar os argumentos expendidos pelo contribuinte relativos à multa prevista no artigo 107, X, c, do Decreto-Lei nº 37/1966, por não impugnada a exigência, e analisou apenas a multa de 1% do valor aduaneiro. Nesse último ponto, entendeu que mero erro formal no preenchimento dos países de origem das mercadorias importadas não é suficiente para ensejar a aplicação de multa que tem por finalidade coibir vícios no procedimento de importação com o intuito de burlar o controle aduaneiro. No caso concreto, não se verificou qualquer intenção maliciosa na conduta do contribuinte ou benefício que poderia ser auferido com o suposto erro na declaração. Em seu voto, o Conselheiro Relator afirmou que milita em favor do contribuinte a presunção de boa-fé, no sentido de que algo que se reputa fraude só pode merecer confirmação mediante demonstração cabal de má-fé do agente. Nessa linha, concluiu que o Fisco deveria ter demonstrado o aspecto infracional da conduta através de provas idôneas e suficientes, comprovando que o contribuinte usou de estratégias ardilosas para a consumação do suposto ilícito. Diante disso, por maioria de votos, a Turma Julgadora entendeu pela inaplicabilidade da multa prevista no art. 69, 1º, da Lei nº 10.833/23. Legislação e Soluções de Consulta Portaria Conjunta nº /25 Secex e Receita Federal criam Grupo de Trabalho para aperfeiçoamento do regime aduaneiro de Drawback Em 09/07/25, foi publicada a Portaria Conjunta nº 1 de julho de 25, por meio da qual a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Receita Federal do Brasil (RFB) criaram o Grupo Técnico Permanente para o Aperfeiçoamento do Regime Aduaneiro Especial de Drawback. O Grupo tem como foco aprofundar a discussão sobre medidas que possam reduzir a burocracia nos procedimentos de comércio exterior. A criação do Grupo cumpre mais uma etapa do Plano Nacional de Exportações, que previu tal medida como mecanismo de aperfeiçoamento dos regimes tributários de apoio às exportações. 03

Legislação e Soluções de Consulta Instrução Normativa RFB nº 1.572/25 Guia Aduaneiro para os Jogos Olímpicos de 26 Em 10/07/25, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.572 ( IN RFB nº 1.572/15 ), veiculando o Guia Aduaneiro para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 26, a serem realizados no Rio de Janeiro. O principal objetivo do Guia é informar e orientar sobre procedimentos aduaneiros aplicáveis ao período de realização desses eventos esportivos. O Guia baseia-se na Lei nº 12.780/23, no Decreto nº 8.463/25 e em diversos atos normativos da Secretaria da Receita Federal do Brasil que regulamentam as medidas tributárias e aduaneiras relativas aos bens destinados a uso nos Jogos. As informações contidas no Guia destinam-se principalmente aos operadores logísticos e despachantes aduaneiros das delegações estrangeiras que participarão das Olimpíadas. As orientações também servem aos profissionais de imprensa estrangeiros que trarão equipamentos para realizar a cobertura jornalística do evento. Dentre os itens previstos no Guia, destaca-se o Anexo X, que traz uma lista exemplificativa de vestuário e de bens específicos para diversas práticas desportivas, sendo autorizado a complementação das listas pela Coordenação-Geral de Administração Aduaneira ( COANA ), que está encarregada de disponibilizar versões traduzidas do manual e publicar correções nos textos, dentre outras atribuições. Por fim, destaca-se que o manual contém endereço de e-mail por meio do qual pode-se enviar consultas sobre as classificações fiscais de mercadorias a serem importadas para os Jogos Olímpicos de 26, permitindo aos contribuintes dirimir dúvidas acerca da aplicação das regras contidas no Guia Aduaneiro. Solução de Consulta Interna COSIT nº 11/25 Infrações ao regulamento aduaneiro Não equiparação do prático ao condutor Em 10/07/25, foi publicada a Solução de Consulta Interna nº 11, da Coordenação-Geral de Tributação ( SCI COSIT nº 11/15 ), a qual esclarece que, para fins de responsabilização por infrações ao regulamento aduaneiro, os práticos e os estagiários de prático não são equiparados a condutores de embarcações. Segundo a Autoridade Fiscal, os práticos prestam serviços embarcados, sendo considerados aquaviários não tripulantes, de acordo com art. 2º da Lei nº 9.537/97. Sendo assim, tendo em vista que não são tripulantes, não podem assumir o lugar do condutor na embarcação e, por conseguinte, não podem ser equiparados aos condutores ou outros responsáveis pelas embarcações para fins de responsabilidade por penalidades aduaneiras imputadas ao condutor. Solução de Consulta COSIT nº 153/25 IRRF Remessas ao exterior Em /07/25, por meio da Solução de Consulta nº 153/25, a Coordenação-Geral de Tributação ( CO- SIT ) proferiu o entendimento de que não incide o Imposto de Renda Retido na Fonte ( IRRF ) nas remessas de valores para a França para pagamento de serviços técnicos e assistência técnica, nos termos do disposto no Ato Declaratório Interpretativo da Receita Federal do Brasil nº 5/14 ( ADI RFB nº 5/14 ). 04

De acordo com o entendimento da COSIT, via de regra, incide IRRF sobre os pagamentos feitos ao exterior pela prestação de serviços técnicos, com ou sem transferência de tecnologia. Todavia, no caso específico da Convenção firmada com a França para Evitar a Dupla Tributação, aprovada pelo Decreto n 70.506/72, o pagamento dos rendimentos em questão não se enquadra, nem no artigo de Royalties, nem no artigo de Profissões Independentes, devendo, portanto, ser dispensado à remessa em comento o tratamento tributário estabelecido no artigo de Lucros das Empresas, conforme o disposto no ADI RFB nº 5/14. Em virtude disso, quando da remessa para pagamento de serviços técnicos ou de assistência técnica, com ou sem transferência de tecnologia, prestados por pessoa sediada na França, não haverá incidência do IRRF sobre tais valores. Resolução Camex nº 66/25 II Prorrogação da redução para o óleo de palmiste Em 23/07/25, foi publicada a Resolução Camex nº 66/25, que prorroga o prazo de vigência da redução temporária da alíquota do Imposto de Importação (II) sobre o óleo de palmiste, importante insumo industrial. A decisão já entrou em vigor e reduz a alíquota de 10% para 2% até 16/04/26, com o objetivo de garantir o abastecimento do produto diante da redução da produção nacional do referido produto. O óleo de palmiste é classificado no código 1513.29.10 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e é utilizando, dentre outras, na indústria alimentícia para fabricação de chocolates e nas indústrias de cosméticos, de sabões e sabonetes finos, detergentes, lubrificantes. Resolução Camex nº 68/25 II Prorrogação da redução para o alumínio não ligado Em 23/07/25, foi publicada a Resolução Camex nº 68/25, que prorroga o prazo de vigência da redução do Imposto de Importação (II) sobre o alumínio não ligado, mantendo a tarifa de 6% para 0% até 17/08/26. A redução foi aprovada por meio da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC) e entrará em vigor no dia 18/08/25. O alumínio não ligado é classificado no código NCM 76.10. e é importante insumo para a fabricação de itens como carrocerias para ônibus, blocos de motor, carcaças e rodas para veículos, telhas, panelas e cabos para transmissão de energia elétrica. Audiência e Consulta pública Adaptação de área dos portos de Paranaguá/PR e Antonina/PR Em 27/07/25, foram publicadas as Portaria nº 281/25 e 282/25, por meio das quais a Secretaria Especial de Portos (SEP) abriu audiência e consulta públicas sobre a adaptação das áreas dos portos de Paranaguá e de Antonina, ambos no Estado do Paraná, sendo permitida a participação de qualquer interessado. As audiências presenciais ocorrerão nos dias 27 e 28 de agosto, em Antonina e em Paranaguá, respectivamente, e o prazo para o envio de contribuições à consulta se encerra no dia 24 de setembro. 05

Equipe responsável pela elaboração do Nota Aduaneira: Alberto Frederico Teixeira Soares Carbonar (alberto.carbonar@souzaschneider.com.br) Flavio Eduardo Carvalho (flavio.carvalho@souzaschneider.com.br) Judith do Amaral M. Armando (judith.amaral@souzaschneider.com.br) Pedro Lucas Alves Brito (pedro.brito@souzaschneider.com.br) Pedro Guilherme Ferreira Bini (pedro.bini@souzaschneider.com.br) Sérgio Grama Lima (sergio.lima@souzaschneider.com.br) Tatiana Ergang Barros (tatiana.barros@souzaschneider.com.br) 06