Orgânica da Administração Pública Desportiva



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Transcrição:

Decreto-Lei n.º 32 241, de 5 de Setembro de 1942 Orgânica da Administração Pública Desportiva (Cria a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar, organismo a que foi atribuída a competência para cuidar e dirigir a educação física no País, fora das escolas, da Organização Nacional Mocidade Portuguesa e da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho) Decreto n.º 32 241, de 5 de Setembro de 1942...1 Artigo 1.º...3 Artigo 2.º...4 Artigo 3.º...4 Artigo 4.º...4 Artigo 5.º...4 Artigo 6.º...4 Artigo 7.º...4 Artigo 8.º...5 Artigo 9.º...5 Artigo 10.º...5 Artigo 11.º...6 Artigo 12.º...6 Artigo 13.º...6 Artigo 14.º...6 Artigo 15.º...7 Artigo 16.º...7 Artigo 17.º...7 Artigo 18.º...7 Artigo 19.º...7 Artigo 20.º...7 Artigo 21.º...7 Artigo 22.º...7 Artigo 23.º...8 Artigo 24.º...8 Artigo 25.º...8 Artigo 26.º...8 Artigo 27.º...8

Tem-se com este decreto-lei essencialmente em vista criar o órgão do Estado que há-de orientar e promover, fora da Mocidade Portuguesa, a educação física do povo português e introduzir disciplina nos desportos. Entendeu-se que esse órgão podia, ao menos por agora, ser uma direcção-geral. Não se pretende substituir a organização existente que se formou espontâneamente ou sem intervenção directa do Estado; pretende-se assistir àquela organização, orientar-lhe a actividade e completá-la quando se mostre insuficiente nos elementos que a constituem. Nada se tira ao que existe; sobrepõe-se-lhe alguma coisa de que se espera muito. É a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar, em que se transforma a Direcção-Geral da Saúde Escolar. A Direcção-Geral da Saúde Escolar tem estado a trabalhar segundo certa orientação. Não se tem preocupado só com os males físicos dos alunos; tem procurado determinar a medida em que esses males afectam as suas possibilidades de aplicação e apreensão. Tem mesmo ido mais além: em vez de partir do mal físico para a inferioridade das faculdades de espírito, tem muitas vezes partido da verificação desta para descobrir aquele e ensaiado o tratamento que julga apropriado ao desaparecimento ou atenuação de um e da outra. Não se limita a fazer medicina; faz medicina pedagógica. Esta orientação deve manter-se. Com o presente diploma não se quer que seja atingida. O regime legal a que ficam sujeitos os serviços de saúde escolar é o mesmo a que já estavam submetidos. Substituem-se, apenas, vários quadros de médicos escolares por um quadro único. Os médicos escolares deixam de pertencer a escolas determinadas para pertencerem a localidades, de modo a poderem ser mandados prestar serviço em qualquer escola. Reconhece-se que, com isto, pode diminuir-se-lhes a eficiência relativamente às escolas que estavam bem dotadas. Haverá porém o cuidado de lhes não alargar demasiado o campo de actividade para poderem, com rendimento útil, desempenhar a sua função. Isto não põe um problema de orientação; põe o problema do alargamento do quadro. Este alargar-se-á logo que as circunstâncias o permitam. Para já procurou tornar-se possível ocorrer às necessidades de um maior número de escolas. Os elementos que se possuem mostram que isso pode fazer-se sem prejudicar a eficiência do serviço e era até o que já estava a fazer-se em alguns casos. Porque se constitui um quadro único, igualam-se os vencimentos e as obrigações dos médicos escolares. Se os serviços da saúde escolar estavam organizados e se deseja que mantenham o mesmo espírito que os orientava, compreende-se que a nova direcção-geral se forme, sobretudo, à volta da educação física e dos desportos. A parte pròpriamente burocrática da Direcção-Geral da Saúde Escolar era diminuta e pode, sem dificuldade, ser desempenhada pela nova direcção-geral; a parte relativa à actuação directa no ambiente escolar, que era a mais importante, continuará, uma vez determinado o campo em que há-de desenvolver-se, a cargo dos médicos e dos inspectores. Isto constitui uma garantia a mais de que nos serviços da saúde escolar o espírito de mantém o mesmo. A nova direcção-geral tem uma grande missão a cumprir. Atribui-se-lhe uma competência que lhe permite tomar as iniciativas no capítulo da educação física; conhecer, intervindo, directamente ou através de delegados seus, nas organizações desportivas, tudo o que se passa no seio destas, de modo a conduzi-las no sentido de não sacrificarem nunca o interesse geral ao que lhes parece ser o seu interesse particular; e realizar, por intermédio dos inspectores e dos médicos dos desportos, o que aquelas organizações não têm podido ou querido fazer. Para isto, pode cercar-se dos conselhos técnicos que julgar indispensáveis e fazer sentir a sua acção através de delegados regionais ou locais. No respectivo regulamento se fixarão os termos particulares em que esta competência geral há-de exercer-se. Ao organizar-se a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar, pensou-se nas necessidades de outros serviços do Ministério. A consideração destas necessidades pôs o problema da criação de uma inspecção-geral do ensino, da reorganização da Junta Nacional da Educação, da integração da Universidade Técnica na Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes e da reorganização da Inspecção dos Espectáculos. E estas reorganizações de serviços pressupõem alterações no quadro do pessoal que importava prever desde já. A não ser para o ensino particular, e ainda assim em termos muito restritos, não existe práticamente inspecção do ensino. Há para o ensino primário um corpo de inspectores disciplinares, que se têm limitado a desempenhar as funções de sindicantes ou inquiridores quando a algum professor primário é mandado

instaurar processo disciplinar ou quando é preciso averiguar factos que, por qualquer modo, chegam ao conhecimento do Ministério. Não fazem, pois, pròpriamente inspecções mesmo só com intuitos disciplinares; organizam processos sobre suspeitas de infracções disciplinares. É uma função que tanto pode ser desempenhada por eles como por qualquer pessoa que se nomeie para sindicante ou inquiridor. Não parece necessário demonstrar a conveniência de uma inspecção pedagógica e administrativa do ensino. Não poderá para o ensino superior falar-se de inspecção pedagógica; mas, sem nenhuma espécie de agravo, pode pensar-se nela para os outros graus de ensino. Nestes não interessa ao Estado só o que se ensina. Não se quer aludir ao método próprio de cada disciplina, mas ao processo geral de formação do espírito que, aliás, o abrange. Além de que parece praticamente irrealizável uma inspecção pedagógica do ensino superior e não o é seguramente dos outros graus de ensino. A Junta Nacional da Educação carece, para funcionar de modo a não se perderem os resultados da sua actividade, de um instrumento burocrático que a acompanhe e organize os processos relativos às questões que lhe são submetidas. Isso fica pertencendo à Secretaria-Geral, que, para tanto, é dotada do pessoal necessário. Carece, além disso, de que, pelo menos, o seu órgão central - O Conselho Permanente da Acção Educativa - seja transformado de modo a poder considerar os problemas fundamentais da educação nacional e não gastar a maior parte da sua actividade a julgar processos disciplinares. Isto é função que pode ser desempenhada por outro órgão, pela Inspecção-Geral, por exemplo. Neste sentido se reorganizará a Junta Nacional da Educação. A integração da Universidade Técnica na Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes visa à unificação dos serviços administrativos no ensino superior. Que não há uma razão de fundo suficientemente forte para se arrumarem as várias escolas de ensino superior em direcções-gerais diferentes demonstra-o o facto de a Faculdade de Engenharia do Porto depender da Direcção-Geral do Ensino Superior e o Instituto Superior Técnico depender da Direcção-Geral do Ensino Técnico; e o mesmo pode dizer-se para as Faculdades de Medicina e para a Escola Superior de Medicina Veterinária. Isto, porém, só demonstra que as escolas podem estar mal arrumadas, mas não que devam sê-lo como agora o são. Se o espírito que deve informar o ensino em cada escola superior lhe fosse determinado por intervenção activa da Direcção-Geral, justificava-se a sua separação por direcções-gerais diferentes. Mas, dada a autonomia pedagógica das Universidades e das escolas de ensino superior, é a estas e não à Direcção- Geral que pertence orientar o ensino. Fala-se, já se vê, da orientação própria de cada ramo de ensino, e não da orientação geral, que, supondo uma certa política, há-de resultar da legislação e ser directamente executada pelo Ministro. Posto assim o problema, parece nada se opor e antes tudo aconselhar a unificação administrativa dos serviços. A Inspecção dos Espectáculos tem desempenhado uma acção fortemente disciplinadora na vida dos artistas e das empresas. Tem evitado muitos desmandos. Tem procurado, opondo-se, que não seja gravemente perturbada certa orientação política. Mas não tem tido possibilidade de propor ou até de impor a realização de uma política educativa de que o espectáculo público pode ser um instrumento precioso. A função cultural e mesmo de propaganda do teatro e do cinema não tem sido suficientemente desempenhada. O problema do teatro, sobretudo de declamação, é muito delicado. Mas há que procurar-lhe uma solução. Há que procurar que o teatro e o cinema desempenhem completamente a sua função. Talvez isso possa conseguir-se através de um regime de colaboração entre a Inspecção e o Secretariado da Propaganda Nacional. Esse regime se procurará. Usando da faculdade conferida pela 2.ª parte do n.º 2 do artigo 109.º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: Artigo 1.º É criada a Inspecção-Geral do Ensino, a cuja jurisdição ficam sujeitos todos os estabelecimentos de ensino, oficiais ou particulares, com excepção dos militares. Aos seminários e outros estabelecimentos de formação ou alta cultura eclesiástica aplicar-se-á o disposto no artigo XX da Concordata. 1.º Enquanto não forem organizados os serviços da Inspecção-Geral serão as funções de inspecção desempenhadas pelas direcções-gerais respectivas e pela Inspecção do Ensino Particular no que diz respeito a este ramo de ensino.

2.º Até se proceder àquela organização o Ministro da Educação Nacional designará, por despacho, os inspectores do ensino primário especialmente incumbidos dos serviços de orientação pedagógica. Artigo 2.º Reorganizar-se-á a Junta Nacional da Educação de modo a poder desempenhar eficientemente as funções que lhe cabem como organismo de consulta e estudo. Artigo 3.º O presidente da Junta Nacional da Educação, o comissário nacional da Mocidade Portuguesa e o presidente do Instituto para a Alta Cultura continuam a exercer gratuitamente os seus cargos e a todos se aplica o disposto no artigo 37.º do Regimento da Junta Nacional da Educação. Artigo 4.º Além das atribuições que lhe estão fixadas, compete à Secretaria-Geral: 1º Publicar os Anais do Ministério; 2º Assegurar o expediente da Junta Nacional da Educação, preparando, organizando e ordenando os processos sobre todos os assuntos que lhe sejam submetidos, secretariar as suas sessões, salvo as das secções personalizadas, e lavrar as respectivas actas; 3º Organizar e conservar o arquivo e a biblioteca do Ministério; 4º Proceder, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, à anotação e elaboração dos dados estatísticos referentes aos serviços do Ministério e colaborar com o mesmo Instituto, nos termos que forem acordados, na organização de outras estatísticas que interessem àqueles serviços. Artigo 5.º Transitam para a Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes os serviços relativos à Universidade Técnica. Artigo 6.º É extinta a Direcção-Geral do Ensino Técnico e criada a Direcção-Geral do Ensino Técnico Elementar e Médio. Artigo 7.º É extinta a Direcção-Geral da Saúde Escolar e criada a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar, que, além das atribuições fixadas àquela, terá as seguintes: 1º Cuidar, fora das escolas, da Organização Nacional Mocidade Portuguesa e da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, da educação física do povo português, directamente e através das instituições públicas ou particulares constituídas com esse objectivo como fim principal ou acessório, dirigindo e vigiando a sua actividade; 2º Promover junto dos elementos da organização corporativa e das organizações industriais e comerciais a prática sistemática dos exercícios ordenados à formação física dos trabalhadores e de suas famílias; 3º Concertar com as câmaras municipais o modo mais adequado a, nas sedes dos concelhos e nas freguesias, desenvolver o gosto pelas práticas de educação física; 4º Instituir, em colaboração com a Mocidade Portuguesa e sob a direcção do Instituto Nacional de Educação Física, escolas móveis para preparar os dirigentes da educação física;

5º Superintender em todas as actividades desportivas que não estejam directamente subordinadas à Mocidade Portuguesa e à Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho ou que não tenham carácter estritamente escolar; 6º Prestar às actividades desportivas existentes nas escolas a colaboração que lhe solicitarem; 7º Sujeitar a exame médico os desportistas, pertencentes a qualquer organização desportiva, de cuja aptidão física suspeite e proibir-lhes a prática de quaisquer desportos; 8º Intervir na selecção das pessoas que, nos exercícios ou competições desportivas, houverem de desempenhar funções de direcção ou técnicas, ou tiverem poderes de decisão; 9º Conhecer, directamente ou em recurso, de todas as questões relativas à disciplina do desporto, ou elas surjam entre desportistas, ou entre organizações desportivas, ou entre uns e outras; 10º Exercer autoridade disciplinar sobre os desportistas, sobre as organizações desportivas, assim como sobre os técnicos e fiscais com poderes de consulta ou decisão; 11º Velar pela formação do espírito desportivo, utilizando todos os meios que julgar adequados à disciplina do público; 12º Cuidar da educação física dos desportistas, vigiando a que lhes é ministrada nas organizações a que pertencerem e impondo a estas que a instituam por forma regular quando não existir; 13º Fazer tudo o que possa interessar ao revigoramento físico da gente portuguesa e à disciplina dos desportos. 1.º Os poderes disciplinares atribuídos à Direcção-Geral neste artigo não eliminam os que actualmente se exercem dentro da própria organização desportiva, mas, uma vez que aquela tome qualquer decisão e a comunique, cessa toda a actividade disciplinar desta. 2.º As decisões da Direcção-Geral em matéria de disciplina são insusceptíveis de recurso. Artigo 8.º O Instituto Nacional de Educação Física será reorganizado e fica desde já dependente da Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar. Artigo 9.º O Comité Olímpico Português, para continuar a gozar do reconhecimento oficial que foi expresso na portaria de 21 de Abril de 1937, deverá submeter a lista dos seus membros à aprovação do Ministério da Educação Nacional. único. O subsídio atribuído ao Comité Olímpico Português pelo artigo 2.º da Lei n.º 1810, de 27 de Julho de 1925, passa a ser administrado pela Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar. Os médicos escolares constituem um quadro único. Artigo 10.º 1.º O número de médicos escolares que devem prestar serviço em cada localidade será fixado por despacho do Ministro da Educação Nacional. 2.º Em cada localidade os médicos escolares constituem um corpo e assegurarão os serviços que lhes incumbem pela forma que o director-geral determinar. 3.º O director-geral poderá impor aos médicos escolares que, sem prejuízo dos serviços que especialmente lhes competem, colaborem com os médicos dos desportos ou os substituam quando isso for julgado necessário ou conveniente.

Nota: As disposições sobre os médicos escolares foram revistas pelo Decreto-Lei n.º 37 869, de 29 de Junho de 1950 e pelo Decreto-Lei n.º 48 079, de 28 de Novembro de 1967. Artigo 11.º A Inspecção dos Espectáculos será reorganizada e no respectivo diploma se fixarão as taxas que deverá cobrar. Artigo 12.º Os quadros do pessoal da Secretaria-Geral, das direcções-gerais e das inspecções e os vencimentos ou gratificações a que o mesmo pessoal tem direito constam dos mapas anexos a este decreto-lei. 1º No regulamento dos serviços da Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar se indicará a constituição dos conselhos técnicos e desportivos que funcionarão junto da mesma direcçãogeral e se fixarão as gratificações a abonar aos seus membros. Nota: Os conselhos técnicos e desportivos foram extintos pelo Decreto-Lei n.º 47 744, de 2 de Junho de 1967. 2º O inspector do ensino particular poderá requisitar, para servirem, em comissão anual renovável por iguais períodos de tempo, como subinspectores, até cinco professores dos ensinos liceal, técnico ou primário. Este serviço considerar-se-á, para todos os efeitos, prestado no ramo e grau de ensino a que o professor pertencer. 3º Fora de Lisboa, os governadores civis serão delegados da Inspecção dos Espectáculos e os secretários dos governos civis terão as atribuições de subinspectores. 4º O quadro do pessoal da Inspecção dos Espectáculos que consta do mapa anexo a este decreto-lei só será preenchido depois de reorganizados os respectivos serviços. O lugar de projeccionista só será provido quando a Inspecção dispuser de sala própria para projecção. 5º No diploma que reorganizar os serviços da Inspecção dos Espectáculos se indicará a constituição dos conselhos teatral e técnicos que deverão funcionar junto da mesma Inspecção e se fixarão as gratificações a atribuir aos seus membros. Artigo 13.º Os directores-gerais, os inspectores do ensino particular e dos espectáculos e os chefes de repartição e de secção serão escolhidos pelo Ministro entre pessoas de reconhecida competência. 1º Os professores nomeados para qualquer dos cargos indicados neste artigo exercerão as respectivas funções em comissão quinquenal renovável, mas podem a todo o tempo regressar ao serviço docente, preenchendo lugar do quadro donde saíram, se houver vaga, ou ficando supranumerários com direito a ocupar a primeira vaga. 2º O serviço prestado nas condições do parágrafo anterior considerar-se-á, para todos os efeitos, prestado no ramo e grau de ensino a que o professor pertencer. 3º Até à organização dos serviços da Inspecção-Geral do Ensino as condições de provimento e de remuneração do cargo de inspector do ensino particular são as estabelecidas no Decreto-Lei n.º 29 880, de 4 de Setembro de 1939. Artigo 14.º O chefe da Secretaria-Geral e o bibliotecário-arquivista serão escolhidos pelo Ministro, respectivamente, entre licenciados em Letras ou em Direito e entre diplomados com o curso de bibliotecário-arquivista.

Artigo 15.º Os inspectores e os médicos dos desportos serão escolhidos pelo Ministro entre pessoas de reconhecida competência. Nota: Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 45 750, de 3 de Junho de 1964. 1º O provimento far-se-á provisoriamente pelo período de três anos, findo o qual poderá ser convertido em definitivo. 2º Se a nomeação recair em funcionário público, poderá ser feita em comissão de serviço, contando-se o tempo da comissão como se fosse prestado no desempenho do lugar a que o funcionário pertença. 3º A nomeação em comissão é susceptível de ser convertida em definitiva ao fim de três anos. Nota: Os três parágrafos foram aditados pelo Decreto-Lei n.º 45 750. As disposições neles contidas seriam, depois, tornadas extensivas aos inspectores da saúde escolar e aos médicos escolares, conforme disposição contida no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 48 079, de 28 de Novembro de 1967. Artigo 16.º Os inspectores da saúde escolar serão escolhidos entre os médicos escolares e estes serão recrutados nos termos do artigo único do Decreto n.º 31 907, de 9 de Março de 1942. Artigo 17.º É aplicável aos médicos dos desportos o disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 25 676, de 25 de Julho de 1935, relativamente aos médicos escolares. Artigo 18.º Os subinspectores e o projeccionista da Inspecção dos Espectáculos são escolhidos pelo Ministro. Artigo 19.º Para efeito de nomeação e promoção, os primeiros, segundos e terceiros-oficiais e os aspirantes da Secretaria-Geral, das direcções-gerais e das inspecções constituem um quadro único. 1º O ingresso no quadro e as promoções dentro dele fazem-se mediante concurso de provas públicas. Aos concursos para primeiros e segundos-oficiais podem apresentar-se, respectivamente, os segundos e terceiros-oficiais com três anos de bom serviço; aos concursos para terceiros-oficiais e aspirantes os indivíduos com a habilitação mínima do 2.º ciclo liceal ou equivalente. 2º Os primeiros, segundos e terceiros-oficiais são de nomeação vitalícia; os aspirantes são contratados. Artigo 20.º Para efeito de promoção os contínuos do Ministério constituem um quadro único. Artigo 21.º O actual chefe de secção da Direcção-Geral do Ensino Liceal será colocado no lugar de chefe de repartição da mesma Direcção-Geral. Artigo 22.º Os funcionários da Direcção-Geral do Ensino Técnico e os da Direcção-Geral da Saúde Escolar irão ocupar, sem dependência de qualquer formalidade, lugares da sua categoria, respectivamente, na Direcção-Geral

do Ensino Técnico Elementar e Médio e na Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar. 1º Um dos actuais adjuntos do director-geral do Ensino Técnico, a designar em despacho ministerial, será colocado no lugar de chefe da Secretaria-Geral, conservando, porém, a sua categoria de chefe de repartição. O outro será provido, sem dependência de qualquer formalidade, no lugar de chefe da repartição da Direcção-Geral do Ensino Técnico Elementar e Médio. 2º Um dos segundos-oficiais da Direcção-Geral do Ensino Técnico, a designar em despacho ministerial, transitará para a Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes. 3º O actual adjunto do director-geral da Saúde Escolar será colocado num lugar de médico escolar. 4º Os actuais médicos escolares, qualquer que seja a sua categoria e o ramo de ensino a que estejam adstritos, bem como o médico escolar da extinta Escola Prática de Agricultura de Queluz, irão ocupar, sem dependência de qualquer formalidade, lugares do quadro geral dos médicos escolares. Artigo 23.º Os actuais adjuntos do director-geral do Ensino Primário serão providos, sem dependência de qualquer formalidade, nos lugares de chefe de secção da Direcção-Geral do Ensino Primário. Artigo 24.º Por despacho ministerial se indicará o contínuo de 1.ª classe que deve transitar da Secretaria-Geral para a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar e o contínuo de 2.ª classe que deve transitar da Direcção-Geral do Ensino Técnico para a Inspecção dos Espectáculos. Artigo 25.º É revogado o Decreto n.º 18 141, de 22 de Março de 1930. Artigo 26.º As receitas actualmente cobradas em dinheiro pela Inspecção dos Espectáculos passam a sê-lo por meio de estampilhas fiscais. Artigo 27.º As dúvidas que se suscitarem na execução do presente decreto-lei serão resolvidas por despacho do Ministro da Educação Nacional. Publique-se e cumpra-se como nele se contém. Paços do Governo da República, 5 de Setembro de 1942. ANTÓNIO ÓSCAR DE FRAGOSO CARMONA - António de Oliveira Salazar - Mário Pais de Sousa - Adriano Pais da Silva Vaz Serra - João Pinto da Costa Leite - Manuel Ortins de Bettencourt - Duarte Pacheco - Francisco José Caeiro - Mário de Figueiredo - Rafael da Silva Neves Duque.