ML-57/2014 Encaminha Projeto de Lei. Senhor Presidente: São Bernardo do Campo, 9 de dezembro de 2014. PROJETO DE LEI N. 67/14 PROTOCOLO GERAL N. 5.212/14 Encaminhamos a Vossa Excelência, para apreciação plenária, o incluso projeto de lei que objetiva a alteração da Lei Municipal nº 3.317, de 21 de abril de 1989, que instituiu o Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis - ITBI. O ITBI, com respaldo constitucional no inciso II do art. 156, e reflexão na Lei Orgânica do Município - LOM, incisos I e VII do art. 14, e art. 259, primeira parte, é Imposto (prestação pecuniária compulsória) desvinculado de qualquer atividade estatal específica. Apesar de ser denominado imposto sobre transmissão, a lei permite a cobrança tanto na cessão quanto na transmissão. Para que se possa lavrar a escritura de um imóvel adquirido, é obrigatório que antes se pague o ITBI. A lei que se pretende alterar vige há 25 (vinte e cinco) anos, sem sofrer qualquer alteração na sua essência, ficando muito distante da realidade, não atende à atual dinâmica do mercado imobiliário, não respeita a capacidade contributiva dos contribuintes e tampouco contribui para uma tributação mais justa. Pela senilidade da Lei Municipal nº 3.317, de 1989, bem como pela avançada idade da atual Planta Genérica de Valores com 13 (treze) anos, verifica-se que a maioria das transações imobiliárias superam, em alguns casos, até cinco vezes mais, a base de cálculo do IPTU, à qual está vinculada (hoje) a base mínima do ITBI. O Projeto prevê o aperfeiçoamento da administração deste tributo, tornando-o mais eficiente e socialmente mais justo. Refletindo este propósito, o Projeto de Lei apresenta inovações na gestão deste Imposto, ressaltando-se: I) redefinição do conceito da base de cálculo, visando individualizá-la e extinguindo o valor lançado no IPTU como seu piso; II) instituição do sistema de cálculo e emissão de documento de arrecadação por meio de aplicativo a ser disponibilizado na internet. Pretende-se, com o novel projeto, na redução da alíquota para imóveis financiados, através do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), desonerar-se o contribuinte da declaração de único imóvel financiado. Pode utilizar-se da redução de alíquotas para quantos financiamentos pretender. As alíquotas progressivas propostas, nas opções de financiamento, têm por objeto beneficiar os adquirentes de imóveis de menor valor, enveredando pelo trilho da justiça fiscal e contemplando a capacidade contributiva de cada contribuinte.
ML-57/2014 Cont. fls. 2 Cabe destacar que na apuração da cota parte da participação do Município (ICMS), prevista no inciso IV do art. 260, da LOM, tem papel importante este tributo, vez que a Lei Paulista prevê que 5% da receita própria dos municípios compõe a apuração do índice de repasse. Resulta que incremento da receita própria ITBI aqui incluso, tende a incrementar diretamente o valor de repasse do ICMS. Consta do projeto de lei, conforme se assinalou inicialmente, alterações em parte da legislação tributária municipal, que visam ao seu aperfeiçoamento e ampliam a capacidade de arrecadação do Município, sem que haja criação de novos tributos, salientando finalmente que, se o presente projeto for aprovado na íntegra, resultará em acréscimo na receita tributária, imprescindível ao atendimento das crescentes demandas sociais. Desse modo, Senhor Presidente, tendo em vista a relevância e o interesse público de que se reveste o projeto de lei que ora se encaminha a essa Casa Legislativa, para a modernização e o aperfeiçoamento da Administração Tributária, como uma das precondições para a melhoria e ampliação da oferta de serviços públicos, e para os investimentos que a Cidade reclama, busco em Vossa Excelência o acolhimento necessário para aprovar o novel Projeto de Lei, para o qual aguardamos o beneplácito dessa augusta Casa, solicitando que sua apreciação se opere em regime de urgência, em conformidade com o disposto no art. 127 do Regimento Interno da egrégia Câmara. Ao ensejo, renovamos a Vossa Excelência e nobres Pares nossos protestos de elevada estima e distinta consideração. LUIZ MARINHO Prefeito A Sua Excelência o Senhor SEBASTIÃO MATEUS BATISTA Presidente da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo Palácio João Ramalho SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP Anexo: Projeto de Lei. PGM/iac.
P R O J E T O D E L E I N. 67/14 P.G. N. 5.212/14 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acrescenta o 3º ao art. 1º e altera os arts. 5º, 6º, 8º, 10, 12 e 15 da Lei Municipal nº 3.317, de 21 de abril de 1989; revoga o art. 3º da Lei Municipal nº 4.162, de 28 de dezembro de 1993, e dá outras providências. A Câmara Municipal de São Bernardo do Campo decreta: Art. 1º A Lei Municipal nº 3.317, de 21 de abril de 1989, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art.1º...... 3º Estão compreendidas no campo da incidência do imposto sobre transmissão "inter-vivos" de bens imóveis e direitos a eles relativos: I - a compra e venda; II - a dação em pagamento; III - a permuta, inclusive nos casos em que a copropriedade se tenha estabelecido pelo mesmo título aquisitivo ou em bens contíguos; IV - a arrematação e adjudicação e a remição; V - a cessão de direitos do arrematante ou adjudicatário, depois de assinado o auto de arrematação ou adjudicação; VI - a cessão de direitos à sucessão aberta; VII - a cessão de direitos à aquisição de bens imóveis; VIII - a cessão de direito de superfície; IX - o valor dos imóveis, que na divisão de patrimônio comum ou na partilha, forem atribuídos a um dos coproprietários acima da respectiva meação ou quinhão;
Projeto de Lei (fls 2) X - a cessão de benfeitorias e construções em terreno alheio ou compromissado à venda; XI - a instituição e a extinção do direito de superfície; e XII - todos os demais atos translativos de imóveis por natureza ou acessão física e constitutivos de direitos reais sobre imóveis. (NR) Art. 5º São contribuintes do imposto: I - os adquirentes dos bens ou direitos transmitidos; II - os superficiários, nas instituições de direito de superfície; III - os proprietários, nas extinções de direito de superfície; e IV - os cedentes, nas cessões de direitos à aquisição de bens imóveis e nas cessões de direito de superfície. (NR) Art. 6º Sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, respondem solidariamente pelo imposto devido: I - os transmitentes dos bens ou direitos transmitidos; II - os superficiários, nas extinções de direito de superfície; III - os proprietários, nas instituições de direito de superfície; IV - o cessionário, nas cessões de direitos à aquisição de bens imóveis e nas cessões de direito de superfície; e V - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício que lavrarem, registrarem, inscreverem ou averbarem os atos e termos a seu cargo. (NR) Art. 8º A base de cálculo não poderá ser inferior ao valor mensalmente apurado pela Secretaria de Finanças, por meio de processos matemáticos e estatísticos empregados para avaliação dos preços praticados no mercado imobiliário. 1º A base de cálculo apurada nos termos deste artigo deverá refletir o valor do bem colocado à venda no mercado imobiliário, de maneira consciente e voluntária, em condições normais e de livre negociação.
Projeto de Lei (fls. 3) 2º Na aquisição de imóvel em construção para entrega futura, a base de cálculo do imposto será o valor equivalente ao do imóvel pronto. 3º No caso de aquisição de terreno, ou sua fração ideal, relativa a imóvel construído ou em construção, a base de cálculo do imposto será o valor do terreno, acrescido do valor da construção existente até o momento em que o adquirente tenha assumido o ônus da construção. 4º Na hipótese do 3º deste artigo, o contribuinte deverá comprovar que assumiu o ônus da construção, por conta própria ou de terceiros, mediante a apresentação dos seguintes documentos: I - contrato particular de promessa de compra e venda do terreno ou de sua fração ideal, com firmas reconhecidas; II - contrato de prestação de serviços de construção civil, celebrado entre o adquirente e o incorporador ou construtor, com firmas reconhecidas; III - documentos fiscais ou registros contábeis de compra de serviços e de materiais de construção; e IV - quaisquer outros documentos que, a critério do fisco municipal, possam comprovar que o adquirente assumiu o ônus da construção. (NR) Art. 10. Nas cessões de direitos à aquisição de bens imóveis e nas cessões de direito de superfície, a parcela do preço ainda não paga pelo cedente será deduzida do valor tributável. (NR) Art. 12. As alíquotas do imposto são as seguintes: I nas transmissões compreendidas no Sistema Financeiro da Habitação: a) sobre o valor efetivamente financiado: 1. 0,5% (meio porcento), até R$ 50.000,00; 2. 1,0% (um porcento) de R$ 50.000,01 a R$ 100.000,00; 3. 1,5% (um e meio porcento) de R$ 100.000,01 a R$ 150.000,00; b) sobre o valor restante, 2,5% (dois e meio porcento); e
Projeto de Lei (fls. 4) II nas demais transmissões a qualquer título, 2,5% (dois e meio porcento) (NR) Art. 15. Sem prejuízo da exigência do imposto, a infração às obrigações acessórias ou a prática de atos que visem impedir ou dificultar a fiscalização do tributo sujeitará os infratores à penalidade de multa. (NR) Art. 16. O contribuinte ou responsável pelo imposto deverá apresentar na unidade competente da Administração Municipal os documentos e informações necessários ao lançamento do imposto, dentre eles, a Declaração de Transação Imobiliária DTI, na forma, prazo e demais condições estabelecidas em ato normativo expedido pelo Diretor do Departamento da Receita, a qual subsidiará as informações necessárias à emissão da competente guia de arrecadação do imposto. (NR) Art. 17. Antecedendo os atos relativos à lavratura de escrituras, inscrição, averbação ou registro de instrumentos públicos ou particulares, os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício deverão exigir a apresentação da guia de arrecadação mencionada no art. 16 desta Lei. (NR) obrigados: Art. 18. Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício ficam I - a transcrever o número da guia e o valor do imposto recolhido ou não exigido nos instrumentos ou termos que lavrarem; II - no prazo de 5 (cinco) dias, mediante notificação da fiscalização tributária municipal: a) colocar à disposição livros, autos e papéis que interessem à arrecadação do imposto para exame em cartório; b) a fornecer certidão dos atos lavrados, inscritos, averbados ou registrados, concernentes a imóveis ou cessão de direitos a eles relativos; e c) a fornecer quaisquer dados referentes às guias relativas ao imposto. (NR) Art. 18-A. O descumprimento das obrigações acessórias sujeitará os infratores às seguintes penalidades: I - pela infração ao art. 17 desta Lei, a aplicação de multa equivalente a R$ 213,53 (duzentos e treze reais e cinquenta e três centavos);
Projeto de Lei (fls. 5) II - pela infração ao inciso I do art.18 desta Lei, a aplicação de multa equivalente a R$ 71,18 ( setenta e um reais e dezoito centavos); III - pela infração ao inciso II do art. 18 desta Lei, a aplicação de multa equivalente a R$ 355,89 ( trezentos e cinquenta e cinco reais e oitenta e nove centavos); e IV - pela infração ao art. 16 desta Lei, multa equivalente a R$ 213,53 (duzentos e treze reais e cinquenta e três centavos). (NR) Art. 2º Os valores fixados no art. 18-A da Lei Municipal nº 3.317, de 1989, com a redação dada pelo art.1º desta Lei, serão atualizados monetariamente, com base nos índices oficiais adotados para atualização dos tributos municipais. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ressalvadas as disposições dos arts. 8º e 12, que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2015, produzindo seus efeitos após 90 (noventa) dias da data da publicação desta. Art. 4º Fica revogado o art. 3º da Lei Municipal nº 4.162, de 28 de dezembro de 1993. São Bernardo do Campo, 9 de dezembro de 2014 LUIZ MARINHO Prefeito PGM/iac.