ANO XXVI - 2015 4ª SEMANA DE ABRIL DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 17/2015 IPI ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO - ASPECTOS GERAIS... Pág. 133 ICMS - ES FOMENTO MERCANTIL - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES... Pág. 133 LEGISLAÇÃO - ES DECRETO Nº 3.791-R, de 17.03.2015 (DOE de 22.04.2015) - Lei Complementar Nº 225/2002 Retificação... Pág. 136
IPI ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO Aspectos Gerais Sumário 1. Introdução 2. Emissão de Nota Fiscal - Procedimentos 3. Utilização Dos Mesmos Livros e Documentos Fiscais 1. INTRODUÇÃO Não constitui fato gerador do IPI a saída de produtos por motivo de mudança de endereço do estabelecimento. Contudo, a não-incidência do imposto não exime o contribuinte de emitir Nota Fiscal para acobertar o transporte das mercadorias. Neste trabalho, iremos abordar os procedimentos que devem ser observados para fins de emissão do documento fiscal supracitado. 2. EMISSÃO DE NOTA FISCAL PROCEDIMENTOS Por ocasião da mudança, o contribuinte emitirá tantas Notas Fiscais quantas forem necessárias para acobertar as remessas de mercadorias e de outros bens. A Nota Fiscal será emitida sem lançamento do imposto, a qual conterá, além de outros requisitos legalmente exigidos, a circunstância detalhada do fato e a indicação da seguinte expressão: Não-incidência do IPI - art. 38, inciso IV, do RIPI/2010. Lembramos que o CFOP para esta operação é o 5.949. 3. UTILIZAÇÃO DOS MESMOS LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS Se o contribuinte pretender utilizar os mesmos livros e talonários de Notas Fiscais, deverá providenciar a lavratura de termo na coluna Observações de todos os livros fiscais no dia da primeira remessa de mercadorias, os quais continuarão a ser utilizados no novo estabelecimento. Para a adoção dos mesmos talonários de Notas Fiscais, serão adotadas as seguintes providências: a) no verso da última nota emitida com o endereço anterior, será consignada a mudança de endereço mediante aposição de carimbo; b) as Notas Fiscais em branco (seguintes àquela referida na letra a anterior) serão carimbadas, de forma a constar o novo endereço (e demais alterações, se houver). Fundamentos Legais: Os citados no texto. ICMS - ES Sumário 1. Introdução 2. Como Funciona 3. Modalidades 4. Diferenciação Entre Factoring e Desconto Bancário 5. Vedações Legais 6. Aspectos Tributários 7. Cadastro no Conselho de Controle de Atividades Financeiras 8. Registros Das Transações 9. Prazo 1. INTRODUÇÃO FOMENTO MERCANTIL Algumas Considerações IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO ABRIL - 17/2015 133
A atividade de factoring na aquisição de créditos de empresas, resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços realizadas a prazo, é feita por sociedades de fomento mercantil, registradas e arquivadas nas Juntas Comerciais. O ilustre doutrinador Waldirio Bulgarelli, em sua obra Contratos Mercantis, define factoring como sendo um contrato bilateral (pois há dois pólos, duas partes convergentes), consensual (as partes visam o mesmo fim), comutativo, oneroso, de execução continuada, intuito personae, interempresarial e atípico. Nos itens a seguir analisaremos os principais aspectos desta atividade e a forma de elaboração de um contrato de faturização. 2. COMO FUNCIONA A atividade de factoring é um mecanismo de fomento mercantil, isto é, de capitalização, em que a empresa fomentada vende para a factoring os créditos gerados por suas vendas e serviços a prazo e obtém dinheiro à vista, o que aumenta seu poder de negociação na aquisição de matéria-prima para a continuidade de suas atividades. Normalmente, essa atividade consiste em 4 (quatro) etapas fundamentais: a) a empresa vende seu bem ou serviço a prazo, gerando um crédito no valor correspondente; b) a empresa negocia este crédito com a factoring; c) de posse deste crédito, a factoring informa o sacado sobre o fato e a forma de cobrança; d) findo o prazo negociado inicialmente, o sacado pagará o valor cobrado à factoring, encerrando a operação. 3. MODALIDADES No mercado brasileiro, quase que a totalidade das operações é feita na modalidade convencional, embora existam outras espécies, conforme relacionaremos: a) convencional: é a compra dos direitos de crédito das empresas, através de um contrato de fomento mercantil; b) maturity: a factoring passa a administrar as contas a receber da empresa fomentada, eliminando as preocupações com cobrança; c) trustee: além da cobrança e compra de títulos, a factoring presta assessoria administrativa e financeira à empresa fomentada. 4. DIFERENCIAÇÃO ENTRE FACTORING E DESCONTO BANCÁRIO Segundo Paulo Gustavo Bastos de Souza, a diferença fundamental entre factoring e desconto bancário está no direito de regresso, na hipótese de inadimplemento pelo terceiro devedor. Tal direito não existe na faturização, mas está presente no desconto. Assim, a empresa de factoring, ou seja, o factor, assume os riscos da cobrança e, eventualmente, da insolvência do devedor, recebendo uma remuneração ou comissão, ou fazendo a compra dos créditos com redução em relação ao valor dos mesmos. Tal preceito é consagrado também por nossos tribunais. Nota jurisprudencial: Tratando-se de contrato de factoring, incabível o direito de regresso contra o faturizado, uma vez que, operada a transferência definitiva do crédito, exonera-se de responder pela satisfação da dívida, sendo da essência da avença a responsabilidade do faturizador pelos riscos da impontualidade e da insolvência do sacado (6ª Câm. do TAMG, Apel. 1882104/95). 5. VEDAÇÕES LEGAIS À sociedade de fomento mercantil é proibido, por lei, fazer captação de recursos de terceiros no mercado e emprestar dinheiro, pois esta é uma atribuição dos bancos, que dependem de autorização do Banco Central para operarem livremente. Ressaltamos que, ocorrendo descaracterização da essência e finalidade desta atividade, a factoring poderá responder processo administrativo e criminal. IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO ABRIL - 17/2015 134
Factoring não desconta títulos e não faz financiamentos; portanto, operações em que o contratante não seja pessoa jurídica, empréstimos via cartão de crédito, alienação de bens móveis e imóveis e operações privativas de instituições financeiras não constituem factoring. 6. ASPECTOS TRIBUTÁRIOS No que se refere à sujeição a impostos, os que incidem sobre a atividade de factoring são os seguintes: a) Federais: PIS, COFINS, IR e CSSLL; b) Estaduais: não há incidência; c) Municipais: ISS sobre a prestação de serviços. 7. CADASTRO NO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS A Resolução COAF nº 12, de 31.05.2005, publicada no Diário Oficial da União de 13.07.2005, estabelece que as empresas de Fomento Mercantil deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no Conselho de Controle de Atividades Financeiras, fornecendo as seguintes informações: a) nome empresarial (razão social); b) número de inscrição no CNPJ; c) endereço completo, inclusive eletrônico e telefones; e d) identificação do diretor responsável. As empresas de factoring deverão, ainda, identificar as empresas contratantes e manter cadastro atualizado, que deverá conter, no mínimo, as informações a seguir mencionadas: a) qualificação da empresa contratante: a.1) nome empresarial (razão social); a.2) data de constituição da empresa; a.3) número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; a.4) endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da Federação, CEP), telefone; a.5) atividade principal desenvolvida; e a.6) demonstrações financeiras atualizadas até a data da última operação realizada e análise de risco da operação; b) qualificação do(s) proprietário(s), controlador(es), representante(s), mandatário(s) e preposto(s) da contratante: b.1) nome, sexo, data de nascimento, filiação, naturalidade, nacionalidade, estado civil e nome do cônjuge ou companheiro ou razão social; b.2) número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou passaporte, se estrangeiro, ou número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; b.3) endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da Federação, CEP), telefone; e b.4) atividade principal desenvolvida. Caso o controlador da empresa seja pessoa jurídica, as informações cadastrais deverão abranger as pessoas físicas que efetivamente a controlam e, se pessoa jurídica estrangeira, o mandatário residente no Brasil. 8. REGISTROS DAS TRANSAÇÕES IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO ABRIL - 17/2015 135
As empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring) deverão manter registro de todas as transações que realizarem. Do registro da transação deverão constar, além da qualificação da contratante, no mínimo, as seguintes informações: a) especificação dos títulos ou recebíveis envolvidos na operação e seus elementos essenciais; b) data de concretização da transação, demonstrativo discriminando valor total, fator de compra, comissão de serviços ad valorem e valor líquido; e c) descrição dos serviços prestados. Os registros e controles internos deverão permitir verificar a compatibilidade entre a correspondente movimentação de recursos, a atividade econômica desenvolvida pela empresa cliente e a sua capacidade financeira, bem como as de seus sacados devedores. 9. PRAZO Os cadastros e registros exigidos pela Resolução COAF nº 12/2005 deverão ser conservados pelas empresas de fomento mercantil durante o período mínimo de 5 (cinco) anos, a partir da conclusão da transação. Fundamentos Legais: Os citados no texto. LEGISLAÇÃO - ES LEI COMPLEMENTAR Nº 225/2002 RETIFICAÇÃO DECRETO Nº 3.791-R, de 17.03.2015 (DOE de 22.04.2015) Ret. - Altera a estrutura organizacional básica da Secretaria de Estado da Fazenda - SEFAZ, instituída pela Lei Complementar nº 225, de 08 de janeiro de 2002, sem elevação da despesa fixada, e, introduz alteração no RICMS/ES, aprovado pelo Decreto nº 1.090-R, de 25 de outubro de 2002. Na redação do Parágrafo único, do Art. 1º do Decreto nº 3.791-R, de 17.03.2015, publicado no Diário Oficial de 18.03.2015, Onde se Lê:.., passa a denominar-se Subgerente de Orientação e Legislação Tributária, Ref. QCE-05,... Leia-se:..., passa a denominar-se Subgerente de Legislação e Orientação Tributária, Ref. QCE-05,... IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO ABRIL - 17/2015 136