Proposta de Redação. A Quarta Revolução Industrial já chegou, e agora? TEXTO I

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Transcrição:

Proposta de Redação A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A implementação da 4ª Revolução Industrial: caminhos para uma transição sem muitas transformações sociais apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I A Quarta Revolução Industrial já chegou, e agora? A humanidade vivenciou profundas mudanças no decorrer dos últimos séculos, que afetaram significativamente todas as esferas de nossas vidas. Em síntese, muitos pesquisadores vêm se dedicando a compreender todas essas transformações. Em especial, como essa nova revolução irá nos impactar a curto, médio e longo prazo. Dentre os estudiosos, Klaus Schwab é seguramente um dos nomes que merece destaque. Após quatro décadas estudando assuntos globais, o economista alemão está convencido de que estamos no início de uma revolução capaz de modificar fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em resumo, todas estas transformações são temas que explora em seu recente livro The Fourth Industrial Revolution (2017). Só para ilustrar: num proposital salto histórico Schwab relembra que o surgimento da máquina a vapor e seu posterior aprimoramento originou a Primeira Revolução Industrial, permitindo que utilizássemos a força motriz ao invés da força muscular dos animais. Em seguida, a eletricidade e a produção em massa trouxeram melhorias significativas à sociedade, acarretando a Segunda Revolução Industrial. Mais recentemente, a ascensão de microprocessadores e da computação possibilitaram um novo salto em eficiência e produtividade, levando à Terceira Revolução Industrial. Bem-vindos à Quarta Revolução Industrial De acordo com Schwab, a Quarta Revolução Industrial já está acontecendo. O livro descreve que esta nova revolução é caracterizada pela fusão de tecnologias e consequente estreitamento de limites entre mundos físicos, biológicos e digitais, gerando oportunidades e desafios. Em síntese: Engenharia genética; Veículos não tripulados; Impressoras 3D; Nanotecnologia; Biotecnologia; Internet das Coisas; Robótica; e Inteligência artificial. Estas são apenas algumas evidências desta mudança radical, que se expandem em velocidade exponencial.

Só para ilustrar: Klaus Schwab fala sobre o livro no World Economic Forum (Crédito: The Huffington Post) No livro, Schwab não somente apresenta as mudanças que se desenvolveram nos últimos séculos. Mas descreve fundamentalmente as principais tecnologias que impulsionaram essa revolução, buscando compreender de que forma tais avanços vão impactar os governos, as empresas e a sociedade no futuro. Embora o mundo tenha o potencial de conectar bilhões de pessoas a redes digitais nos próximos anos, melhorando drasticamente a eficiência das organizações, o autor expõe sua preocupação de que as organizações sejam incapazes de se adaptar ao novo contexto tecnológico, e que toda a digitalização poderá fragmentar nossas sociedades. Em resumo, o mundo está mudando com uma velocidade surpreendente. E todas as decisões tomadas por nós, seres humanos, afetarão a vida das gerações vindouras. The Fourth Industrial Revolution analisa o futuro que está se desenvolvendo hoje. E como podemos assumir a responsabilidade coletiva para garantir um mundo melhor para todos nós. Fonte: https://futuroexponencial.com/quarta-revolucao-industrial/ Texto II Indústria 4.0: entenda o que é a quarta revolução industrial A expressão criada por Klaus Schwab é uma mudança de paradigma que está transformando a forma como consumimos e nos relacionamos entenda os impactos para o seu emprego e para a economia A quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, é um conceito desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial. Hoje, é uma realidade defendida por diversos teóricos da área. Segundo ele, a industrialização atingiu uma quarta fase, que novamente transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. É, portanto, uma mudança de paradigma, não apenas mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico. A revolução informacional ou terceira revolução industrial trouxe eletrônicos, tecnologia da informação e das telecomunicações. Utilizando estas tecnologias como fundação, a indústria 4.0 tende a

ser totalmente automatizada a partir de sistemas que combinam máquinas com processos digitais. É a chamada fábrica inteligente. A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital", esclarece Schwab, em seu livro A Quarta Revolução Industrial. As tecnologias que fazem parte do conjunto da Indústria 4.0 não estão restritas aos universos da nanotecnologia, neurotecnologia, biotecnologia, robótica, inteligência artificial e armazenamento de energia. Mesmo quem não trabalha diretamente nas indústrias inteligentes e automatizadas tem sua vida impactada pela quarta revolução industrial. Estamos experienciando novas formas de consumo, maneiras particulares de se relacionar com produtos e, por consequência, com as outras pessoas. Novos empregos estão substituindo velhas atividades. Internet das coisas, inteligência artificial e robótica são alguns dos campos em que é fácil identificar mudanças práticas para a vida das pessoas. A automação está chegando às casas, ao relacionamento com empresas e, claro, aos smartphones dispositivos com raízes na revolução digital mas que, dia após dia, tornam-se mais inteligentes e automatizam as tarefas cotidianas. A indústria é, universalmente, o processo de transformar matéria prima em produtos comercializáveis. Quando ocorre uma grande mudança nesse processo por causa de uma série de inovações tecnológicas, há impactos globais nos âmbitos social, econômico e político. A primeira revolução industrial, que surgiu na Inglaterra no fim do século XVIII, mudou o paradigma mundial por acelerar este processo, que era totalmente artesanal, a partir do uso de carvão, vapor e ferro. A produção atingiu patamares nunca antes vistos na época. Os britânicos tornaram-se a principal potência mundial por conseguir produzir de forma barata e rápida produtos em todos os setores. A segunda revolução industrial ocorreu em meados do século XIX e teve como protagonistas a eletricidade, a química e o petróleo. O período foi marcado pela massificação da manufatura, e do desenvolvimento de tecnologias como o avião, refrigeradores, alimentos enlatados e os primeiros telefones. A terceira revolução industrial, por sua vez, é algo mais próximo das gerações atuais. A partir da segunda metade do século XX, a informação se tornou uma importante matéria prima. Os primeiros computadores surgiram e aumentaram a velocidade para se realizar qualquer processo de desenvolvimento científico. Portanto, revolucionou os avanços em todas as áreas do conhecimento. Desde a manipulação atômica até a tecnologia espacial só foram possíveis com o auxílio de um maquinário digital inovador. Ainda é cedo para prever todos os impactos que serão causados pela quarta revolução industrial. Mesmo assim, é possível afirmar que, em alguns anos, nossa vida será muito diferente do que é hoje assim como ela já é totalmente distinta do que era há uma década. Fonte: https://www.startse.com/noticia/nova-economia/60414/industria-4-0-entenda-o-quee-quarta-revolucao-industrial Texto III O que é a 4ª revolução industrial - e como ela deve afetar nossas vidas Os sistemas ciberfísicos capazes de se comunicar entre si e com os humanos estão no centro da revolução em ascensão. No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se cumpridas as previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade. "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado este ano. A industrialização mudará de uma maneira radical e, com ela, o universo do emprego Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum. No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda. Suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético. Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?

O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do encontro desses desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico. "A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da "revolução". "Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países", diz o Fórum. Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. A primeira revolução industrial deu origem à produção mecanizada graças a novidades como o motor a vapor Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana. A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem. Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas. O que acontecerá com o emprego? O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas. Os números econômicos são impactantes: segundo calculou a consultora Accenture em 2015, uma versão em escala industrial dessa revolução poderia agregar 14,2 bilhões de dólares à economia mundial nos próximos 15 anos. No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D. Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo. No Fórum Mundial de Davos, em janeiro passado, a quarta revolução industrial foi a estrela do debate. Revolução para quem? Os países mais desenvolvidos adotarão as mudanças com mais rapidez, mas os especialistas destacam que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar. A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras, diz Schwab. São as mesmas populações que se beneficiaram com a chegada do mundo digital - e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e pedir um táxi a partir de um celular antigo e barato. Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.

Como a rainha da Inglaterra ganha dinheiro? Por que às vezes temos a sensação de cair quando estamos adormecendo? Um esquema da internet das coisas (IoT, em inglês) sobre a qual essa transformação se apoia "O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou", diz David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico em uma coluna sobre a quarta revolução industrial para o jornal britânico The Guardian. E os empresários parecem entusiasmados - mais que intimidados - pela magnitude do desafio, uma pesquisa aponta que 70% têm expectativas positivas sobre a quarta revolução industrial. Ao menos esse é o resultado do último Barômetro Global de Inovação, uma pesquisa que compila opiniões de mais de 4.000 líderes e pessoas interessadas nas transformações em 23 países. Ainda assim, a distribuição regional é desigual e os mercados emergentes da Ásia são os que estão adotando as transformações de uma forma mais intensa que os de economias mais desenvolvidas. "Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo complicado de se colocar em prática", reconhece o estudo. Os perigos do cibermodelo Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver. E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser mais devastador que aquele gerado pela terceira revolução.

A revolução terá que criar uma nova relação entre pessoas e robôs. No entanto, por trás disso há dilemas éticos e sociais a resolver, dizem os críticos. "No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade que mais me preocupa é a dos valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU). "Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões (políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz. "Considerando que manter o status quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental sobre a forma e os objetivos desta nova economia", diz Ritter, que considera que deve haver um "debate democrático" em relação às mudanças tecnológicas. Os mercados emergentes da Ásia estão na vanguarda da quarta revolução, dizem os especialistas Por um lado, há quem desconfie de que se trata de uma quarta revolução: é certo que as mudanças são muitas e profundas, mas o conceito foi usado pela primeira vez em 1940 em um documento de uma revista de Harvard intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos, que trazia um futuro sombrio para avanço da tecnologia e seu uso representa uma "preguiça intelectual", diz Garbee. Outros, mais pragmáticos, alertam que a quarta revolução só aumentará a desigualdade na distribuição de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de segurança geopolítica. O mesmo Fórum Econômico Mundial reconhece que "os benefícios da abertura estão em risco" por causa de medidas protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que foram exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução deverá enfrentar se quiser entregar o que promete. "O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o entusiasmo não é desculpa para a ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima dos marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso dela", diz Garbee. Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309