Caro Aluno (a) Porto, 25 de Agosto de 2011 Assuntos: i Introdução ii Breve resumo do que fizemos iii O que vamos fazer a partir de Setembro. x Introdução Tenho três filhos e nenhum joga ténis. É caso para dizer em casa de ferreiro, espeto de pau. Para mim, o mais importante é que façam desporto. Claro que convém que alguém jogue ténis pois, caso contrário, tenho que fazer outra coisa... Mais do que nunca, reforço a minha atenção na questão da formação. Não só pelo que leio, pela minha experiência pessoal ou pelo que vivo através dos meus filhos, cada vez mais acredito que a formação é essencial. E em momentos difíceis, mais ainda.
No que diz respeito a formação (desportiva ou não) para além de questões básicas (organização, pontualidade, materiais adequados), o que os meus filhos mais valorizam nas atividades onde andam é a atitude do professor. Se o professor é atencioso. Se o professor é interessado. Se o professor é exigente. Se o professor se preocupa. E, por norma, o que o professor diz é lei. Tú não sabes nada pai, o professor é que sabe é a resposta que tenho quando sugiro coisas tão simples como onde levar água, usar o chapéu ou como fazer o aquecimento. Enquanto responsável da Cayolla - academia de ténis, esta é a minha principal preocupação: ter um sistema de ensino claro com os melhores professores para o aplicarem. Ricardo Cayolla aporta una nueva visión sobre el entrenamiento del tenis (...) una nueva información sobre el entrenamiento técnico del tenis es su excelente sistematización basada en criterios científicos. Miguel Crespo Technical Researcher International Tennis Federation Como qualquer sistema de ensino, este não é estanque, hermético. É vivo, multidisciplinar e flexível. No entanto, tem limites claros, não vale tudo. Os princípios estão definidos. As seis máximas também. Existe um dossier da academia onde tudo está claro. No entanto, quer na formação, quer no treino, é necessário estar atento. Adequar as aulas aos alunos. Pensar formas de melhorar a pedagogia. Mas sempe dentro do sistema de ensino definido. Acredito que podemos melhorar. Sempre. Mas também sei que estamos atentos, razão pela qual continuamos a ter alunos motivados, a progredir, a evoluir. 2
Dou como exemplo cinco situações. 1º a organização, o equilíbrio das turmas, as atividades e a programação das aulas. O ano programado em Julho (2 meses antes do início do ano letivo), turmas equilibradas no que diz respeito a critérios técnicos e sociais, atividades criadas com fins específicos e criteriosos e aulas escritas e orientadas segundo a grelha pedagógica, integrante do Dossier, que faz parte da Cayolla academia de ténis. Parece fácil, mas não é. É simples. Mas muito complexo. 2º a forma como damos as Notas aos alunos A inovação na forma como damos a nota é um pormenor que nos parece importante. Apresentada de forma muito simples, apenas numa percentagem, a nota final é fruto de um processo matemático e que resulta da interacção de dois ou três professores que, quando fazem a mesma, fazem-no ás cegas, ou seja, não sabem qual a avaliação que o outro(s) professor(s) fez ou fará. Deste modo, a nota final é equilibrada e espera-se, o mais fidedigna possível. De realçar ainda o diferente grau de importância nas percentagens consoante o aluno é do Grupo de Formação ou de Treino. Obviamente, por exemplo, para um aluno que compete, a avaliação psicológica tem uma importância muito maior do que para um aluno que não compete. Trata-se de um processo complexo, quer no conceito, quer na execução, mas extremamente simples no resultado final! 3
3º o Programa Elite Forma Introduzimos um novo programa, o Elite Forma. Este programa surgiu devido ás necessidades que encontramos em resolver problemas que os alunos sentiam, não só na sua atividade propriamente dita (o ténis), mas também na sua vida em geral na organização do saco, nos medos dos exames, etc. Independentemente do Grupo de Treino em que o aluno está, pode participar. O principal objetivo é, através de experiências vividas em situações diferentes ou novas, ser capaz de ajudar o aluno a superar o medo inicial, depois a ansiedade e encontrar as ferramentas necessárias para ter êxito nessa atividade. Quando fomos ao Dragão Caixa ver um jogo de basquetebol, constatamos as diferenças abissais no aquecimento dos jogadores (comparativamente ao ténis). Ou quando fomos aos karts, em que uma aluna que começou em último lugar, cheia de medo, acabou em segundo lugar. Ou no paint ball, com alunos kamikaze e outros que gelaram com medo, não saindo do sítio. Foi um êxito enorme, com resultados práticos claros. 4
4º o estágio em Madrid Criado com o intuito de proporcionar conhecimento específico aos elementos do Grupo Barcelona, este estágio permitiu que os alunos estivessem ao lado dos melhores do mundo. Ao lado pois viam-nos treinar, jogar, a um metro. Dos melhores do mundo pois dos vinte melhores do mundo masculino femininos (10+10) estiveram 17! A final do Estoril Open foi uma primeira ronda na Caja Mágica! Estiveram muitas horas, viram muitos jogadores, conversaram muito, refletiram muito, sonharam mais. Chegávamos ao estádio ás 11h e saímos apenas após o último encontro, já noite dentro. Conto uma breve história. Num dos dias, o encontros atrasaram-se muito. Assim, o encontro final do dia no court central (12.500 espectadores) em vez de começar ás 21h 30m começou perto da meia noite. Jogavam a ex número 5
um mundial, a russa Dinara Safina contra a espanhola Nuria Gallardo. Safina, a tentar recuperar a sua boa forma e de problemas pessoais graves, está longe da jogadora que foi. Gallardo tem tudo menos uma figura atraente e um ténis vistoso. Resultado? É que ás 1h 30m da manhã continuávamos no court a ver o encontro. Quem estava? Nós e os treinadores de cada jogadora, num estádio completamente vazio. Ah! E mais alguns seguranças... Acabamos a jantar pizza ás 2h e 15m da manhã na Plaza de Sol, a falar de ténis. Momentos inesquecíveis!!! 5º o 48h Esta foi a oitava edição. O torneio foi inventado para sermos diferentes, fazermos algo, no ténis, que nunca ninguém tinha feito. Com segurança mas arriscando. E assim nasceu o 48h. Jogam-se 48h de ténis, ininterruptamente. Na 1ª edição foram 32 jogadores. Ao longo dos anos, a academia foi crescendo, os alunos foram jogando melhor, novas realidades se impuseram. Começamos a fazer um 24h Jr. Fomos criando formatos de acordo com os interesses dos jogadores. Até que, no ano de 2011, fizemos três torneios de 48h e três torneios de 24h. Jogaram setenta e dois jogadores, foram disputados centenas de sets, quase duas centenas de encontros. Só para terminar, lembro as infra-esruturas em que fazemos o 48h. Um court de taco, um de piso rápido e mais dois courts de piso rápido a 10m a pé... 6
A Cayolla academia de ténis não compete contra outras academias de ténis. Estamos muito á frente. Competimos contra instituições de formação pois para nós o ténis é uma ferramenta para formar um ser humano. Quer no caso da criança que vem ter a sua primeira experiência desportiva, quer no adulto que apenas vem para relaxar depois de um dia de trabalho. O professor tem de ter abordagens diferentes e únicas para cada caso. É por isso que os conteúdos das aulas vão ter mais volume e densidade e vão ser abordados novos exercícios coordenativos. É preciso uma nova forma de pensar. Mas mantendo os princípios. O domínio das novas tecnologias, a mobilidade, o acesso á informação, a falta de tempo para uma educação base, tudo isto são factores determinantes para termos uma nova forma de estar, de ver a realidade, de actuar sobre a mesma. Mas, não nos enganemos: a educação é base. É por isso que disse e repito: contrariamente ao que se possa pensar, a Cayolla academia de ténis é uma academia de formação, onde mais de 95% do seus alunos têm um ensino de formação e pedagogia base, onde a sua continuidade na academia é uma realidade. 7
i Breve resumo do que fizemos em 2010-2011 No plano educativo/formativo: Ao longo do ano fomos capazes de manter os serviços com qualidade. As aulas sempre definidas anteriormente, bons materiais, atividades internas para todas as idades e de forma sistemática, enfim, conseguimos situarmonos no nível a que já habituamos os alunos. Conseguimos treinar melhor em todos os grupos, em Leça acrescentamos preparação física específica (musculação). Globalmente não tenho qualquer dúvida que, enquanto sistema, treinamos melhor, de uma forma mais evoluída. 8
Julho permitiu, a exemplo de anos anteriores, a possibilidade de promovermos uma formação única para todos os alunos mais jovens. Todos os alunos tiveram as aulas a que têm direito e muito mais horas de formação. Horas essas que foram oferta da academia. Nas instalações da Póvoa de Varzim, para o grupo de competição bem como para um vasto grupo de alunos, todos os dias os treinos começavam ás 11h e acabavam ás 22h. Á 2ª 4ª e 5ª feira os elementos dos Selecções (711, 1114 e 1400) jogaram a partir das 18.30, 19.00 e 19.30.00 respectivamente. Não só jogaram mais horas como fizeram preparação física e jogaram com os alunos dos Magníficos e de Barcelona. Deste modo, todos os alunos deste grupos específicos puderam jogar mais sempre com orientação e conhecimento da parte de quem ensina. E em segurança, dentro do complexo. Para todas estas actividades estavam presentes sempre dois professores e os campos existentes foram, mais uma vez, poucos. É a confirmação/continuação do êxito dos anos anteriores. Nas instalações ao ar livre da Associação de Ténis de Matosinhos (ao lado do Maria Rapaz), todos os alunos puderam jogar das 17h ás 19h. Com a manutenção do grupo dos Magníficos de Leça permitimos que houvesse uma maior segmentação e um programa mais adequado aos objectivos de cada aluno. O mesmo se passou com os Magníficos Jr. Em Barcelos repetimos a dose do ano passado, começando mais cedo. Mais um êxito. Em Agosto as aulas decorreram com normalidade com a introdução, uma vez mais, dos cursos de verão. Um sucesso para todos aqueles que pretendem aprender a jogar ténis de uma forma mais concentrada ou apenas querem 9
uma primeira sensibilização para com a modalidade. A presença de alunos pelo terceiro ano consecutivo, vindos de cidades diferentes como Guimarães, Vizela, Famalicão, Braga e Porto bem como de alunos espanhóis e franceses, atesta bem da consistência destes cursos. Quanto a torneios e estágios, este foi mais um ano pleno. Disputamos os diversos Campeonatos Nacionais de cada categoria. Ao longo do ano disputamos vários torneios. Fizemos outra vez o estágio de Natal, mais uma vez em Espanha. Outra vez muito frio, outra vez um sucesso. Também fizemos o estágio do Estoril Open bem como a visita de um dia. O Estágio em Madrid, na Caja Mágica, ilustra bem a importância de conhecer bem aquilo que se quer. Jogar no central, vazio, á 1h 40m da manhã, não é para todos... e nós estávamos lá! O Marathon Break, criado para saberem reagir a dificuldades, para terem uma rápida capacidade de adaptação, neste segundo ano, já se tornou uma tradição. O 48 h, a maior aventura desportiva no ténis não federado, teve o seu melhor ano de sempre. Três torneios de 48h e três torneios de 24h, ininterruptamente sempre a jogar, 72 jogadores... palavras para quê? 10
No geral, a colocação em prática do conceito da academia tem decorrido com sucesso. A presença regular e constante de dezenas de alunos, diariamente, assim o atesta. Num ano difícil a todos os níveis (social, económico, financeiro) conseguimos manter a qualidade do serviço e acrescentar novas atividades. Atividades extra:. uma vez mais realizamos diversas atividades ao longo do ano tais como Night Sessions, Elite, Magníficos, Selecção, Júnior vs Senior, Super, Weekend Tour, Masters, Future Champions, bem como torneios federados em Leça, Barcelos e Póvoa de Varzim, disputados em todos os escalões: sub 12 anos, 14, 16, 18 Sénior e Veteranos.. fizemos pela primeira vez o Elite Forma e o estágio de Madrid.. em Barcelos o torneio 48 Horas teve a sua maior edição de sempre. Foi uma verdadeira festa da academia.. o WKD Tour de Matosinhos manteve a tradição. Infra-estruturas: Todos os anos escrevo sobre o que se pode vir a passar nos diversos locais onde leccionamos. Este ano não vou escrever nada. Não por não estar interessado ou por não estar envolvido em projetos. Longe disso. É para ver se não dá azar! Durante a época 2010-2011 realizamos, para lá do funcionamento regular a formação e treino ao longo dos 7 dias da semana, 88 atividades! 11
iii O que vamos fazer a partir de Setembro. Vamos manter todos os programas da atualidade. Vamos fazer um novo programa de formação, o C7. Vamos segmentar ainda mais o tempo de treino qualitativo dos Magníficos e Barcelona (trabalho de court e preparação física geral e específica). Enviaremos informação sobre estes programas mais tarde. Obrigado pela Sua presença! Ricardo Cayolla 12