AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005.72.04.011126-3/SC RELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional AGRAVADA : DECISÃO DE FOLHAS INTERESSADO : IND/ DE FERRAGENS SANTO ESTEVAO LTDA/ ADVOGADO : Edison Freitas de Siqueira D.E. Publicado em 27/05/2010 EMENTA TRIBUTÁRIO. DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DA RENÚNCIA AO DIREITO SOBRE QUE SE FUNDA A AÇÃO. DISPENSA DE PAGAMENTO DE HONORÁRIOS. POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DA LEI N.º 11.941/09. 1. Consoante se verifica do disposto na Lei n.º 11.941/09 (art. 6º), bem como na Portaria PGFN/RFB n.º 06/09 (art. 13), para a adesão ao parcelamento de que tratam os referidos atos normativos, impõe-se a desistência da ação na qual se discute o débito que se pretende parcelar, com a renúncia ao direito sobre o qual esta se funda. 2. Dessa forma, independentemente de se tratar de ação na qual se discute a inclusão/reinclusão em outros parcelamentos ou de ação na qual se busque desconstituir o crédito tributário objeto de execução fiscal, como no presente caso, aplicável a regra prevista no 1º do art. 6º da Lei n.º 11.941/09, que dispensa a parte renunciante do pagamento da verba honorária, sob pena de afronta ao espírito do aludido diploma legal, que pretende facilitar o pagamento de débitos perante a Receita Federal, mediante a concessão de alguns benefícios aos contribuintes, abreviando demandas que poderiam se estender indefinidamente, tanto na esfera administrativa quanto na judicial, com o risco de, ao final, não haver qualquer pagamento. 3. Dessarte, a Lei n.º 11.941/09, relativamente à verba honorária, deve ser interpretada no seu conjunto, pois, se o próprio legislador, aprioristicamente, remitiu, em todas as hipóteses, o valor integral do encargo legal, o qual, como é cediço e sumulado (Súmula n.º 168 do extinto TFR), substitui os honorários advocatícios, quer na execução, quer nos embargos, não faria sentido que o Judiciário, ao homologar uma condição necessária à adesão ao parcelamento/pagamento à vista nos termos da aludida lei, impusesse a condenação na verba honorária. Isso, a toda evidência, contraria o espírito da lei, que é o de, além de incentivar o pagamento e arrecadação de débitos atrasados, também dar cabo a toda discussão judicial, não se justificando que prosseguissem as ações judiciais apenas para a cobrança da verba honorária, o que, a toda evidência, assoberbaria o Poder Judiciário.
4. Em síntese: a imposição da verba honorária contraria o sistema de que trata a Lei n.º 11.941/09. 5. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 04 de maio de 2010. Desembargador Federal Otávio Roberto Pamplona Relator Documento eletrônico assinado digitalmente por Desembargador Federal Otávio Roberto Pamplona, Relator, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3425713v2 e, se solicitado, do código CRC DBF089D. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): OTAVIO ROBERTO PAMPLONA:50 Nº de Série do Certificado: 4435EAA7 Data e Hora: 05/05/2010 17:44:30 AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005.72.04.011126-3/SC RELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADA : DECISÃO DE FOLHAS INTERESSADO : IND/ DE FERRAGENS SANTO ESTEVAO LTDA/ ADVOGADO : Edison Freitas de Siqueira RELATÓRIO Trata-se de agravo regimental interposto pela União contra decisão que, homologando a renúncia ao direito sobre que se funda a ação, afastou a condenação da parte embargante ao pagamento de honorários advocatícios com fundamento no art. 6º, 1º, da Lei n.º 11.941/09. Sustenta a agravante que tal decisão merece ser reformada, uma vez que o referido dispositivo legal possui aplicação específica, qual seja, apenas às ações nas quais o autor estivesse buscando o restabelecimento de opção ou reinclusão em outros parcelamentos, o que não é o caso dos autos, devendo, pois, a embargante arcar com o pagamento da verba honorária. Cita recente precedente o egrégio STJ nesse sentido. Requer a reforma da decisão da fl. 357, a fim de que a renunciante seja condenada a arcar com o pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. É o relatório. Em mesa. VOTO Insurge-se a agravante quanto à dispensa da parte interessada do pagamento de honorários advocatícios, em face da homologação da renúncia ao direito sobre que se funda a ação (fl. 357), amparada no 1º do art. 6º da Lei n.º 11.941/09. Sustenta, em síntese, que o referido dispositivo legal possui aplicação específica, qual seja, apenas às ações nas quais o autor busca o restabelecimento de opção ou reinclusão em outros parcelamentos, o que não se verifica na hipótese dos autos, devendo, pois, a parte renunciante ser condenada ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. Sem razão a recorrente. Consoante se verifica do disposto na Lei n.º 11.941/09 (art. 6º), bem como na Portaria PGFN/RFB n.º 06/09 (art. 13), para a adesão ao parcelamento de que tratam os referidos
atos normativos, impõe-se a desistência da ação na qual se discute o débito que se pretende parcelar, com a renúncia ao direito sobre o qual esta se funda. Dessa forma, tenho que, independentemente de se tratar de ação na qual se discute a inclusão/reinclusão em outros parcelamentos ou de ação na qual se busque desconstituir o crédito tributário objeto de execução fiscal, como no presente caso, aplicável a regra prevista no 1º do art. 6º da Lei n.º 11.941/09, que dispensa a parte renunciante do pagamento da verba honorária, sob pena de afronta ao espírito do aludido diploma legal, que pretende facilitar o pagamento de débitos perante a Receita Federal, mediante a concessão de alguns benefícios aos contribuintes, abreviando demandas que poderiam se estender indefinidamente, tanto na esfera administrativa quanto na judicial, com o risco de, ao final, não haver qualquer pagamento. Dessarte, a Lei n.º 11.941/09, relativamente à verba honorária, deve ser interpretada no seu conjunto, pois, se o próprio legislador, aprioristicamente, remitiu, em todas as hipóteses, o valor integral do encargo legal, o qual, como é cediço e sumulado (Súmula n.º 168 do extinto TFR), substitui os honorários advocatícios, quer na execução, quer nos embargos, não faria sentido que o Judiciário, ao homologar uma condição necessária à adesão ao parcelamento/pagamento à vista nos termos da aludida lei, impusesse a condenação na verba honorária. Isso, a toda evidência, contraria o espírito da lei, que é o de, além de incentivar o pagamento e arrecadação de débitos atrasados, também dar cabo a toda discussão judicial, não se justificando que prosseguissem as ações judiciais apenas para a cobrança da verba honorária, o que, a toda evidência, assoberbaria o Poder Judiciário. Em síntese: a imposição da verba honorária contraria o sistema de que trata a Lei n.º 11.941/09. Ante o exposto, voto por negar provimento ao agravo regimental. Desembargador Federal Otávio Roberto Pamplona Relator Documento eletrônico assinado digitalmente por Desembargador Federal Otávio Roberto Pamplona, Relator, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3425712v2 e, se solicitado, do código CRC 1EE80474. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): OTAVIO ROBERTO PAMPLONA:50 Nº de Série do Certificado: 4435EAA7
Data e Hora: 05/05/2010 17:44:33 EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 04/05/2010 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005.72.04.011126-3/SC ORIGEM: SC 200572040111263 INCIDENTE : AGRAVO RELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA PRESIDENTE : LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH PROCURADOR : Dr(a)LAFAYETE JOSUÉ PETTER APELANTE : IND/ DE FERRAGENS SANTO ESTEVAO LTDA/ ADVOGADO : Edison Freitas de Siqueira APELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional Certifico que o(a) 2ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO REGIMENTAL. RELATOR ACÓRDÃO VOTANTE(S) : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH : Juiza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA Diretora de Secretaria Documento eletrônico assinado digitalmente por MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA, Diretora de Secretaria, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e a Resolução nº 61/2007, publicada no Diário Eletrônico da 4a Região nº 295 de 24/12/2007. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://www.trf4.gov.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 3443881v1 e, se solicitado, do código CRC 1D1D12C2.
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