Cólera. Introdução: 1) Objetivo Geral



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Transcrição:

Cólera Introdução: A cólera se originou provavelmente na Índia e em Bangladesh, espalhando para outros continentes a partir de 1817. A descoberta da bactéria que a provoca foi feita por Robert Koch em 1884. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991, a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas. 1) Objetivo Geral Aprofundar os conhecimentos sobre a cólera (formas de contaminação, sintomas, tratamento, prevenção), assim como a relação com a falta de saneamento básico. 2) Objetivo Específico Conhecendo melhor a doença, fazer com que os alunos sejam agentes de saúde na implantação de medidas relativas à reciclagem de materiais e cuidados com o meio ambiente. 3) Público Alvo: Ensino Médio 4) Número de Aulas: O trabalho se desenvolverá em quatro etapas, divididas em aulas a critério do professor.

5) Áreas Contempladas Biologia o Doenças Cólera Prevenção, contaminação, sintomas e tratamento. o Água Estação de Tratamento de Água. Filtros de água Enchentes e alagamentos. o Preparo dos alimentos Pasteurização do Leite; Cuidados com a higiene Alimentos mais propensos às doenças. Temas Transversais o Meio Ambiente Saneamento básico 6) Metodologia Aplicada O trabalho será desenvolvido em etapas. 1ª etapa Fazer com que os alunos assimilem o que é a doença, como se transmite e tratamento: A cólera é uma infecção intestinal aguda que causa diarréia, devido a uma bactéria, a Vibrio cholerae (vibrião colérico), que produzi uma enterotoxina. É transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados (transmissão fecal-anal). o Quando ingerida, a bactéria Vibrio cholerae ao vencer a acidez estomacal, chega ao intestino delgado (onde o meio é alcalino), multiplicando-se no duodeno e no jejuno, produzindo a enterotoxina e a diarréia. o A pessoa infectada elimina a Vibrio cholerae nas fezes de 7 a 14 dias. São essas fezes que podem contaminar alimentos e água.

Para fazer a contaminação, a pessoa não necessita apresentar os sintomas (quase 90%); algumas vezes, tem apenas diarréia leve. A falta de sintomas é um grande problema, pois a pessoa não tem consciência do que está ocorrendo. o A infecção direta entre humanos é muito difícil, porque necessita uma quantidade muito grande de bactérias. o Em alimentos, a bactéria pode sobreviver até cinco dias em temperatura ambiente e dez dias em temperaturas mais baixas (de 5º a 10º C). Quando o alimento é congelado, a bactéria pode resistir, mas sua multiplicação é mais lenta. o A bactéria não resiste à temperatura de 80º C. O ideal é o cozimento do alimento, servindo-o ainda quente. Ela também não resiste à exposição ao cloro. Quando instalada a cólera (depois de uma incubação que pode variar de algumas horas até cinco dias) pode ocorrer uma diarréia aquosa, potencialmente fatal, com evolução rápida para a desidratação grave e diminuição da pressão sanguínea. o No início, a diarréia pode ser confundida com uma diarréia comum; Sua cor é esbranquiçada como água de arroz. o Podem aparecer vômitos, mas geralmente não são acompanhados de dores abdominais ou febre. Esses vômitos também servem como transmissores da doença. o Outros sintomas são: perda rápida de líquidos e eletrólitos (sais), com desidratação forte (causando sede); perda de peso; prostração; olhos encovados; turgor da pele; câimbras musculares. Em crianças, vê-se hiperglicemia e até convulsões. Óbito pode ocorrer em até 50% dos casos não tratados. o A confirmação do diagnóstico é feito através do isolamento da bactéria em cultivo a partir das fezes; Esse diagnóstico é importante para se evitar uma epidemia e, para o paciente, para a pesquisa de susceptibilidade aos antimicrobianos.

O tratamento é feito através da reidratação do doente: o Em casos mais simples, com o uso do soro fisiológico ou soro caseiro: Uma pitada de sal, meia xícara de açúcar e meio litro de água tratada. o Nos casos mais sérios, deve-se procurar um Serviço de Saúde. o Os remédios antidiarréicos são contraindicados, porque diminuem os movimentos intestinais (peristaltimo), facilitando a multiplicação da bactéria com piora ou aumento na duração da diarréia. o No caso de vômitos, também não se deve dar remédios que evitem esse sintoma, porque podem ocasionar a intoxicação, além de se notar que eles desaparecem logo após a reidratação. Existe também a vacina contra cólera, mas seu uso tem restrições, sendo usadas apenas como medida complementar, em caso de risco de infecção elevado e em pessoas cujas secreções ácidas estomacais são reduzidas. 2ª etapa O trabalho é a relação entre os problemas de saneamento básico e a infecção.

Fazer com que os alunos percebam a relação entre a água tratada e a não tratada na transmissão de infecções. o Trabalhar a importância das Estações de Tratamento de Água Quais as etapas pelas quais a água deve passar; Importância do cloro e flúor adicionados à água. o No caso de localidades onde a água é retirada de poços ou fontes como rios e lagos, o professor deverá ressaltar a necessidade de análise, tratamento da água a ser utilizada e formas de prevenção de doenças. A água a ser usada para consumo ou preparação de alimentos, deve ser clorada e iodada (compostos alogenados). Deve-se tomar cuidado com o uso do iodo, que pode afetar a tireóide, quando usado em longos períodos ou em pessoas que apresentem uma predisposição. Outro grupo que pode vir a ter problemas com esse uso é o das gestantes. Outro tema a ser pesquisado é a importância da água fervida: vantagens e desvantagens. o Pesquisar os tipos de filtros de água e a sua utilização Servem para as bactérias, protozoários, mas não eliminam os vírus. o Mesmo em cidades onde exista água tratada, é possível a existência da cólera, mas transmitida através dos alimentos contaminados. Pesquisar a relação entre a qualidade do saneamento básico e a incidência de cólera.

Outro dado a ser ressaltado é a higiene pessoal: o Lavagem das mãos após o uso do banheiro e antes da alimentação; o Lavar as frutas e verduras em água corrente e deixá-las de molho em água com limão (um limão para cada litro) ou cloro (10 gotas para 1 litro de água). o Não ter contato com água de enchentes e alagamentos, porque podem trazer doenças como a cólera, leptospirose, entre outras. Trabalhar a importância da coleta inadequada do lixo e as enchentes. Para a contaminação dos alimentos, um dos vetores mecânicos são as moscas e as baratas, pois transportam o vibrião para a água e para o alimento. 3ª etapa Pesquisar alimentos que apresentam os maiores riscos de transmissão da cólera: Alimentos mal cozidos ou crus (como as saladas); Maionese; Frutos do mar; Peixes crus; Alimentos a base de ovos; Molhos; Leite não pasteurizado o Pesquisar sobre o processo de pasteurização do leite; Importância para a saúde. Bebidas não engarrafadas de forma industrial; Legumes; Gelo; Sorvetes. o Ressaltar que muitas vezes a aparência do alimento infectado não se modifica, o que prejudica a identificação dos mesmos.

Outro dado a ser pesquisado é a alimentação realizada em locais sem uma condição de higiene satisfatória, como por exemplo, carrinhos que vendem lanches e refeições. Fazer um levantamento de quais são as condições ideais para esse comércio. o Sugestão: Os alimentos devem ser bem cozidos, servidos logo após a preparação (ainda quentes, saindo fumaça ); caso isso não ocorra, deverão ser novamente aquecidos; A manipulação deve ser feita com o uso de luvas descartáveis. Não deixar moscas e outros insetos pousar nos alimentos. 4ª etapa É a pesquisa sobre as medias necessárias para a prevenção de doenças: Coleta de lixo rigorosa, para evitar a proliferação de vetores;

Enterrar as fezes longe das fontes de água, quando não houver saneamento básico adequado; Reaquecimento dos alimentos cozidos; Lavar as mãos constantemente; Evitar alimentos aquáticos das regiões que tiveram surto de cólera. 7) Atividades Pesquisar formas de investigação e higiene dos alimentos, principalmente aqueles servidos de forma crua (como as saladas). Visita a uma Estação de Tratamento de Água. Montagem de um Guia de Prevenção da Cólera com desenhos ilustrativos, para servir como material de apoio na atividade de Agente de Saúde na Prevenção de Doenças. Montagem de uma Carrocinha de Sanduíches com os cuidados de higiene e prevenção de doenças. 8) Sites Pesquisados http://www.cives.ufrj.br/informacao/colera/col-iv.html http://www.todabiologia.com/doencas/colera.htm http://www.portalbrasil.net/medicina_colera.htm http://www.brasilescola.com/doencas/colera.htm http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=293&sid=6 &tpl=printerview