Assédio Moral no Trabalho Reaja e Denuncie



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Transcrição:

Assédio Moral no Trabalho Reaja e Denuncie Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde Brasília/DF - 2007

Assédio Moral no Trabalho Reaja e Denuncie Assédio moral no trabalho é toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Marie-France Hirigoyen, psicanalista e escritora francesa, autora das obras Assédio Moral - A Violência Perversa no Cotidiano e Mal-estar no Trabalho Redefinindo o Assédio Moral. Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde Brasília/DF - 2007

Diretoria Efetiva Presidente: José Lião de Almeida (SP) Vice-Presidente: João Rodrigues Filho (PB) 1º Vice-Presidente: Jânio Silva (SC) 2º Vice-Presidente: Domingos Jesus de Souza (MS) Secretário-Geral: Valdirlei Castagna (RS) 1º Secretário: Paulo Pimentel (SP) 2ª Secretária: Clotilde Marques (MS) Tesoureiro-Geral: José Caetano Rodrigues (SC) 1º Tesoureiro: Adair Vassoler (SC) 2º Tesoureiro: Antonio Lemos (PR) Diretora de Patrimônio: Dalva Maria Selzler (PR) Diretora Social e de Assuntos Legislativos: Lucimary Santos Pinto (MA) Diretor de Assuntos Internacionais: Clair Klein (RS) Diretor de Assuntos Culturais e Orientação Sindical: Edson Clatino de Souza (RS) Diretor de Assuntos Trabalhistas e Judiciários: Joaquim José da Silva Filho (SP) Diretor de Assuntos de Seguridade Social: Mário Jorge dos Santos Filho (AL) Diretores Suplentes Carlos José Suzano da Silva (SP); Terezinha Perissinotto (RS); Claudionor José da Silva (PE); Mario Luiz Cordeiro (PR); Sidney José Gomes Bettu (SC); Aparecida dos Santos Lima (MS); Silas da Silva (SP); Carlo Geovani de Oliveira Corrêa (RS); José Bernardo da Silva (AL); Sueli Aparecida Koupak (PR); Carlos Cesar Rodrigues (SC); José Souza da Silva (SP); Emerson Cordeiro Pacheco (RS); Domingos da Silva Ferreira (RN); Milton Carlos Sanches (SP); Jaime Ferreira dos Santos (PR). Conselho Fiscal Efetivos: Remi Borazo (PR); José Paulo da Silva (RS); Walter José Bruno D Emery (PE). Suplentes: José Carlos dos Santos (SC); Ana Maria Mazarin da Silva (SP); Vaina Dias de Paula Silva (MS). Delegação Internacional Maria de Fátima Neves de Souza (SP); Maria Salete Cross (SC); Lúcia Maria Flach (RS); Severino Ramos de Souto (PB); Leodália Aparecida de Souza (SC); Nadia Sloboda Chaneiko (PR); Lamartine dos Santos Rosa (MS); Carlos Eduardo Martiniano de Souza (SP); Rosana Araújo Pestana (MA).

Apresentação Não bastassem os problemas relacionados às mudanças no mercado de trabalho, reflexo da globalização, que levou à precarização das relações trabalhistas e redução de direitos, das inovações tecnológicas e das crises financeiras, os trabalhadores passaram a conviver com mais um inimigo no dia-a-dia de suas atividades: o assédio moral no ambiente de trabalho. A violência psicológica, o constrangimento e a humilhação são práticas que passaram a ser adotadas de formas variadas no cotidiano. Seu poder de destruição, porém, afirmam estudiosos do tema, vai além da sua prática, levando à degradação das condições de trabalho, com efeitos nocivos à dignidade, às relações afetivas e sociais e à saúde física e mental do trabalhador, além de prejuízos para as empresas e órgãos públicos. O terror, presente no cenário internacional, atinge homens e mulheres, trabalhadores da iniciativa privada e do setor público, de todos os níveis e categorias. Levantamento da Organização Internacional do Trabalho em diversos países revela que a proporção do assédio moral no trabalho é tamanha que, para coibi-lo, vários países passaram a inserir dispositivos legais em seus ordenamentos jurídicos. Para as próximas décadas, o prognóstico da OIT é sombrio: predominarão depressões, angústias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização do trabalho, desafiando a mobilização da sociedade e a adoção de medidas concretas, especialmente visando à prevenção do problema e à reversão dessas expectativas. O assédio moral, muitas vezes, é praticado de forma dissimulada, por meio de atitudes dificilmente identificadas no início, com a intenção de baixar a auto-estima e desestabilizar, emocionalmente e profissionalmente, a vítima. No entanto, atinge proporções que levam ao desequilíbrio no local de trabalho, a prejuízos para a empresa ou órgão e ameaçam a dignidade e a saúde do trabalhador. A intensificação do assédio, apontam pesquisadores, pode

resultar no isolamento da vítima, diante da omissão dos próprios colegas, pelo temor de perder o emprego ou de se tornarem alvos da violência. Estudiosos do assunto definem esse comportamento do grupo como um pacto de tolerância e do silêncio, sendo comum os colegas de trabalho cortarem laços afetivos com a vítima e, às vezes, repetirem ações e atos agressivos no ambiente de trabalho. Os procedimentos e atitudes se tornam constantes, repetitivos, sempre com o objetivo de expor o assediado a humilhações e constrangimentos. As condutas mais comuns vão desde a atribuição de tarefas estranhas ou incompatíveis com o cargo, ou em condições e prazos inexeqüíveis, à tortura psicológica, em que o assediador ignora e/ou humilha a vítima, isolando-a do contato com colegas e superiores hierárquicos. Os atos passam, ainda, pela atribuição de funções triviais a funcionários qualificados ou especializados; pela apropriação de idéias, projetos ou trabalhos; pela sonegação de informações necessárias ao desempenho das funções ou relativas à vida funcional; limitação da autonomia; cerceamento das atividades; por não repassar serviços ao trabalhador, deixando-o propositalmente ocioso; até a imposição de prendas que o exponham ao ridículo e a divulgação de comentários maldosos ou críticas reiteradas. O comportamento agressivo passou a ser estudado, nos últimos anos, por psicólogos, médicos, administradores e advogados no intuito de conceituar o assédio moral. Embora não seja um fenômeno novo, o debate é recente no Brasil e teve como marco inicial a pesquisa feita pela médica do trabalho Margarida Barreto. Em sua tese de mestrado, Jornada de Humilhações, defendida em maio de 2000, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, ela ouviu 2.072 trabalhadores de 97 empresas no Estado de São Paulo, dos quais 42% declararam ter sofrido repetitivas humilhações no trabalho. Desde então, os poderes legislativos federal, estadual e municipal iniciaram a discussão de projetos no sentido de aprovar leis que proíbam e punam a prática do assédio moral nas relações de trabalho. Também aumentaram as denúncias

levadas à Justiça Trabalhista que, mesmo sem uma legislação específica, tem se baseado na Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho para julgar os casos. Nos julgamentos, considera essenciais aspectos como a continuidade dos ataques e a determinação de desestabilizar emocionalmente a vítima, visando afastá-la do trabalho. Diante das denúncias de assédio moral na área da saúde, feitas aos sindicatos e federações filiadas, a Diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde - CNTS decidiu pela edição da presente cartilha, Assédio Moral no Trabalho: Reaja e Denuncie. Este documento tem como objetivo ampliar o debate e o conhecimento sobre o que vem a ser assédio moral, alertar sobre as condutas mais comuns adotadas pelos agressores e orientar os trabalhadores para a denúncia dos casos. Certamente, o tema não se esgota nesta cartilha e muitos debates ainda virão. Segundo denúncias levadas aos sindicatos e federações filiadas à CNTS, os trabalhadores da saúde são ainda vítimas do assédio moral por parte de clientes usuários do sistema de saúde, por meio de humilhações e desrespeito ao profissional, principalmente os da área da Enfermagem, que atuam no cuidado direto e próximo do paciente. Diante do grave problema, a Confederação considera extremamente necessária a mobilização dos dirigentes sindicais, em todos os níveis, no sentido de denunciar e exigir o fim da prática do assédio nos locais de trabalho e pressionar os parlamentares pela aprovação de propostas que coíbam e tipifiquem como crime no Código de Processo Penal o assédio moral nas relações trabalhistas. Mais importante ainda é a conscientização dos trabalhadores, vítimas em potencial, dos empregadores e da sociedade em geral, a adoção de medidas preventivas e o combate à omissão. O assédio moral é uma prática inadmissível e condenável e deve ser estirpada do ambiente de trabalho. A ação dos companheiros de trabalho e das entidades sindicais é fundamental para ajudar as vítimas e combater a violência. Diretoria da CNTS

CNTS Assédio moral é a deliberada degradação das condições de trabalho através do estabelecimento de comunicações não éticas (abusivas) que se caracterizam pela repetição por longo tempo de duração de um comportamento hostil que um superior ou colega(s) desenvolve(m) contra um indivíduo que apresenta, como reação, um quadro de miséria física, psicológica e social duradoura. Heinz Leymann, estudioso alemão, radicado na Suécia, que identificou como doença profissional enfermidades de natureza psicossomáticas, derivadas do mobbing.

O que é assédio moral O Dicionário Aurélio traz a seguinte definição para assédio moral - Rebaixamento moral, vexame, afronta, ultraje. Ato ou efeito de humilhar (-se). Humilhar. Tornar humilde, vexar, rebaixar, oprimir, abater, referir-se com menosprezo, tratar desdenhosamente, com soberba, submeter, sujeitar (...). Com relação ao assédio moral nas relações de trabalho, psicanalistas, médicos, psicólogos e estudiosos do assunto apresentam definições que levam a um ponto comum: trata-se de conduta abusiva, adotada por palavras, gestos ou atitudes, que, intencional e freqüentemente, atinge a dignidade e a integridade física e/ou psíquica da vítima, ameaçando seu emprego e degradando o ambiente de trabalho. Para a CNTS, o assédio moral é um comportamento desumano e anti-ético, abominável, que afeta a dignidade do trabalhador, com prejuízos moral, social e econômico, e o bom desempenho de suas atividades. Mobbing, assédio moral e terror psicológico no trabalho são sinônimos destinados a definir a violência pessoal, moral e psicológica, vertical, horizontal ou ascendente no ambiente de trabalho. O termo mobbing foi empregado pela primeira vez pelo etiologista Heinz Leymann, ao definir o comportamento de certos animais que, circundando ameaçadoramente outro membro do grupo, provocam sua fuga por medo de um ataque, destaca Márcia Novaes Guedes, Juíza do Trabalho substituta da 5ª Região (BA) e membro do Instituto Bahiano de Direito do Trabalho, em seu artigo Mobbing Violência Psicológica no Trabalho. Segundo ela, Leymann definiu o mobbing como um conflito cuja ação visa à manipulação da pessoa no sentido não amigável e essa ação pode ser analisada em três grupos de comportamentos: um que se desenvolve sobre a comunicação com a pessoa atacada, tendendo a levar a pessoa ao absurdo ou à interrupção da comunicação; outro que se assenta sobre a reputação da pessoa; e um terceiro que tende a manipular a dignidade profissional.

A juíza Márcia Novaes lembra que a primeira tentativa de dar uma definição jurídica para o assédio moral partiu de uma comissão da União Européia, segundo a qual mobbing é uma situação na qual a pessoa vem maltratada ou perseguida em circunstância ligada ao trabalho, surgindo uma explícita ou implícita ameaça à sua segurança e saúde. Ela ressalta que o mobbing não é uma ação singular nem é um conflito generalizado. Portanto, não configura assédio moral atos praticados pelo empregador relativos ao poder de comando e aqueles com propósito de acompanhar e fiscalizar a execução dos serviços. O terror psicológico é uma estratégia, uma ação sistemática, estruturada, repetida e duradoura. O mobbing não é um conflito furioso ocasional entre subordinado e superior hierárquico, uma transferência do empregado de um local de trabalho para outro, ainda que desvantajosa e prejudicial; não é a diminuição ou o excesso exagerado de trabalho; não é uma ordem de prestação de serviço humilhante; não é a determinação de prestar serviço em local incômodo e ergonomicamente desaconselhável; não é a anotação desabonadora na Carteira de Trabalho, acusando o empregado de falta grave, mesmo que se registre a suposta falta. Também não se pode caracterizar como assédio moral o terror psicológico generalizado e continuado dentro de um ambiente de trabalho doentio, dominado pelo estresse, onde impera o autoritarismo e a inobservância de normas trabalhistas e de segurança elementares, afirma a juíza. A vítima do assédio moral ou terror psicológico é violentada no conjunto de direitos que compõem a personalidade. São os direitos fundamentais, apreciados sob o ângulo das relações entre os particulares, aviltados, achincalhados, desrespeitados no nível mais profundo. O mais terrível é que essa violência se desenrola sorrateiramente, silenciosamente a vítima é uma caixa de ressonância das piores agressões e, por não acreditar que tudo aquilo é contra ela, por não saber como reagir diante de tamanha violência, por não encontrar apoio junto aos colegas nem na direção da empresa, por medo de perder o emprego e, finalmente, porque se considera culpada de toda a situação, dificilmente consegue escapar das garras do perverso com equilíbrio emocional e psíquico para enfrentar a situação 10

e se defender do terrorismo ao qual foi condenada, explica a juíza Márcia Novaes, em seu artigo resumo do estudo publicado no livro de sua autoria Terror Psicológico no Trabalho. Ainda segundo o texto de Márcia Novaes, o assédio moral não deve ser confundido com o assédio sexual em que a agressão normalmente é uma violência vertical, de cima para baixo, o agressor ocupa posição hierarquicamente superior ou detém posição privilegiada na empresa e abusa do poder que possui para chantagear a vítima, ameaçando-a com o desemprego, para obter favores sexuais. Assédio Sexual é crime (art. 216-A, do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 10.224/91). 11

Condutas mais comuns que caracterizam o assédio moral A pesquisa realizada pela médica do trabalho Margarida Barreto exemplifica as situações/ações de assédio moral mais freqüentes: - Dar instruções confusas e imprecisas; - bloquear o andamento do trabalho alheio; - atribuir erros imaginários; - ignorar a presença de funcionário na frente de outros; - pedir trabalhos urgentes sem necessidade; - pedir a execução de tarefas sem interesse; - fazer críticas em público; - sobrecarregar o funcionário de trabalho; - não cumprimentar e não dirigir a palavra ao empregado; - impor horários injustificados; - fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre a pessoa; - forçar a demissão; - insinuar que o funcionário tem problemas mentais ou familiares; - transferir o empregado de setor ou de horário, para isolálo; - não lhe atribuir tarefas; - retirar seus instrumentos de trabalho (telefone, fax, computador, mesa); - agredir preferencialmente quando está a sós com o assediado; - proibir os colegas de falar e almoçar com a pessoa. Outras formas de controle e pressão sobre o trabalhador: - Retirar ou limitar a autonomia do profissional; - ignorar ou contestar as decisões e opiniões; - apoderar-se das idéias da outra pessoa; - descumprir o código de ética e as leis trabalhistas; - fazer gestos de desprezo, tais como suspiros e olhares; - marcação sobre o número de vezes e tempo que vai ou fica 12

no banheiro; - vigilância constante sobre o trabalho que está sendo feito; - desvalorizar a atividade profissional do trabalhador; - exigir desempenho de funções acima do conhecimento do empregado ou abaixo de sua capacidade ou degradantes; - induzir o trabalhador ao erro, não só para criticá-lo ou rebaixá-lo, mas também para que tenha uma má imagem de si mesmo; - repetir a mesma ordem para tarefa simples; - criticar o trabalho feito ou dizer que o mesmo não é importante; - induzir a vítima ao descrédito de sua própria capacidade laborativa; - recusa à comunicação direta com a vítima, dando-lhe ordens através de um colega, por bilhete ou e-mail; - censurar de forma vaga e imprecisa, dando ensejo a interpretações dúbias e a mal entendidos; - exigir tarefas impossíveis de serem executadas ou realização de atividades complexas em tempo demasiado curto; - exigir que cumpra tarefas fora da jornada de trabalho; - suprimir documentos ou informações importantes para a realização do trabalho; - não permitir ao trabalhador que se submeta a treinamentos; - marcar reuniões sem avisar o empregado e cobrar sua ausência na frente dos colegas; - ridicularizar as convicções religiosas ou políticas do trabalhador. (Fonte: www.assediomoral.com.br) 13

Quem são as vítimas potenciais? CNTS Contrariando o que seus agressores tentam fazer crer, as vítimas, de início, não são pessoas portadoras de qualquer patologia, ou particularmente frágeis. Pelo contrário, freqüentemente o assédio se inicia quando uma vítima reage ao autoritarismo de um chefe, ou se recusa a deixar-se subjugar. É sua capacidade de resistir à autoridade, apesar das pressões, que a leva a tornar-se um alvo. O assédio torna-se possível porque vem precedido de uma desvalorização da vítima pelo perverso, que é aceita e até caucionada posteriormente pelo grupo. Essa depreciação dá uma justificativa a posteriori à crueldade exercida contra ela e leva a pensar que ela realmente merece o que lhe está acontecendo. No entanto, as vítimas não são franco-atiradoras. Pelo contrário, encontramos entre elas inúmeras pessoas escrupulosas, que apresentam um presenteísmo patológico : são empregados perfeccionistas, muito dedicados a seu trabalho e que almejam ser impecáveis. (Hirigoyen, 2001) Segundo a psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, autora dos livros Assédio Moral A Violência Perversa no Cotidiano e Mal-estar no Trabalho Redefinindo o Assédio Moral, a definição do perfil da vítima está intimamente ligada ao ambiente de trabalho, à personalidade do agressor e à capacidade de resistência do próprio assediado. Uma das estratégias adotadas pelos que praticam o assédio moral no local de trabalho é passar uma imagem irreal da vítima, atribuindo-lhe um perfil neurótico, de mau caráter, de difícil convivência e profissionalmente incompetente. De acordo com Hirigoyen, os funcionários-modelo são o alvo principal do agressor, uma vez que ele sente que poderá perder um funcionário em função de uma situação particular; e pela ameaça à posição de liderança do agressor, com a possibilidade de ascensão do funcionário na organização. 14

Características do perfil da vítima segundo Marie- France Hirigoyen, Margarida Barreto e Mauro Azevedo: - Trabalhadores com mais de 35 anos; - os que atingem salários muito altos; - saudáveis, escrupulosos, honestos; - as pessoas que têm senso de culpa muito desenvolvido; - dedicados ao trabalho, perfeccionistas, impecáveis, não hesitam em trabalhar nos fins de semana, ficam até mais tarde e não faltam ao trabalho mesmo quando doentes; - não se curvam ao autoritarismo, nem se deixam subjugar; - são mais competentes que o agressor; - pessoas que estão perdendo a resistência física e psicológica para suportar humilhações; - portadores de algum tipo de deficiência; - mulher em um grupo de homens; - homem em um grupo de mulheres; - os que têm crença religiosa ou orientação sexual diferente das daquele que assedia; - quem tem limitação de oportunidades por ser especialista; - aqueles que vivem sós. (Fonte: www.assediomoral.com) Assédio na área da saúde Na área da saúde são alvos frequentes os trabalhadores com estabilidade, criativos e donos de iniciativas, com mais idade, que sejam acometidos de doença ou sofram acidente de trabalho estes últimos geralmente são assediados também por colegas quando retornam ao trabalho. De acordo com denúncias feitas a sindicatos e federações, é comum aos adoecidos e acidentados a ridicularização da doença, com menosprezo ao sofrimento, o controle das idas ao médico, o isolamento ou a transferência do local de trabalho, o desvio de função, a demora na entrega de documentos necessários à realização de perícia médica, não ter reconhecidos seus direitos, conselho para que peça demissão, falta de orientação sobre os riscos existentes no setor ou posto de trabalho. Para fugir do assédio, 15

muitos continuam trabalhando mesmo doentes e em condições físicas e mentais que não permitem o mesmo desempenho. Assédio às mulheres Historicamente discriminadas no mercado de trabalho, seja recebendo menores salários e com menor acesso às promoções, programas de capacitação ou indicação para cargos de chefia, as mulheres são vítimas potenciais do assédio moral. Muitas vezes, o assédio é praticado ainda na fase da procura por emprego. As mulheres, além de alvo das condutas comuns, se deparam com exigência rígida quanto à aparência e de exames desnecessários. A agressão atinge, geralmente, as trabalhadoras casadas, que estejam grávidas ou que tenham filhos pequenos. Determinação de tarefas repetitivas e de menor importância, permanência por mais tempo em períodos de experiência, primeiras a serem demitidas quando há cortes de gastos nas empresas, alijamento nos cursos de qualificação, desvio da função e submissão a tarefas além de suas forças são algumas das agressões dirigidas especialmente às trabalhadoras. Assédio no Serviço Público A forma de gestão e relações humanas propiciam a prática do assédio moral no setor público, onde as repartições tendem a ser locais marcados por situações agressivas, muitas vezes por falta do preparo de alguns chefes imediatos ou por perseguição política. Além das condutas mais comuns nos casos de assédio, no serviço público há, ainda, a negação de promoções por conta das avaliações dos superiores e a retirada de cargos em comissão ou funções gratificadas, prejudicando financeiramente o servidor. 16

Perfil do agressor Pesquisadores apontam que, embora a situação mais frequente de assédio moral seja aquela em que um superior agride um subordinado, há também os casos em que um colega agride outro colega e quando um superior é agredido por subordinados caso mais difícil de acontecer. O agressor, geralmente, julga-se superior em todos os sentidos com relação às outras pessoas; é dotado do sentimento de grandeza e tem necessidade de ser admirado e aprovado; critica as falhas dos demais, mas não aceita ser contestado. Com esse comportamento busca encobrir as próprias deficiências. Características: - Tem senso grandioso da própria importância; - é absorvido por fantasias de sucesso ilimitado, de poder; - acredita ser especial e singular; - tem excessiva necessidade de ser admirado; - pensa que tudo lhe é devido; - explora o outro nas relações interpessoais; - não tem a menor empatia; - inveja muitas vezes os outros; - dá provas de atitudes e comportamentos arrogantes. Em sua obra O Assédio Moral no Direito do Trabalho, a juíza do Trabalho em Minas Gerais, doutora em Direito pela Universidade de Paris II, Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, enumera as características que definem o perfil do assediador, baseado em observações de trabalhadores: 1 - Profeta - Considera como missão demitir indiscriminadamente os trabalhadores para tornar a máquina mais enxuta. Para ele demitir é uma grande realização. Gosta de humilhar com cautela, reserva e elegância. 2 - Pit-bull - Humilha os subordinados por prazer, é agressivo, violento e até perverso no que fala e em suas ações. 3 - Troglodita - É uma pessoa brusca, que sempre tem razão. As normas são implantadas sem que ninguém seja consultado, pois acha que os subordinados devem obedecer sem reclamar. 17

4 - Tigrão - Quer ser temido para esconder sua incapacidade. Tem atitudes grosseiras e necessita de público para conferi-las, sentindo-se respeitado pelo temor que tenta incutir aos outros. 5 - Mala-babão - Bajula o patrão e controla cada um dos subordinados com mão-de-ferro. Também gosta de perseguir aos que comanda. 6 - Grande Irmão - Finge que é sensível e amigo dos trabalhadores. Quer saber dos problemas particulares de cada um para depois manipular o trabalhador, usando o que sabe para assediá-lo. 7 - Garganta - Vive contando vantagens apesar de não conhecer bem o seu trabalho e não admite que seus subordinados saibam mais que ele. 8 - Tasea ( tá se achando ) - Confuso e inseguro, não sabe como agir em relação às demandas de seus superiores. Não tem clareza de seus objetivos, dá ordens contraditórias. Se algum projeto ganha os elogios dos superiores ele apresenta-se para recebê-los, mas em situação inversa responsabiliza os subordinados pela incompetência. (Fonte: www.assediomoral.com.br) 18

Este problema é de recente reconhecimento no âmbito das relações de trabalho e tem-se expandido notavelmente nos últimos 10 anos, influindo no meio ambiente de trabalho, com conseqüências póstraumáticas ao trabalhador assediado, quando a situação é habitual e inerente às condições de trabalho e o ambiente de trabalho é hostil, intimidatório e humilhante. Lydia Guevara Ramírez, professora e secretária da Diretoria Nacional da Sociedade Cubana de Direito do Trabalho e Seguridade Social. 19

Conseqüências da violência moral CNTS Depois de uma longa série de insucessos, as vítimas se desencorajam e já antecipam cada novo fracasso. O que agrava nelas o estresse é a inutilidade das tentativas de defesa.... O que é espantoso, nesta fase, é que, quando vemos empregados perseguidos em seu próprio local de trabalho e propomos uma licença para tratamento, é raro que ela seja aceita: Se eu parar, vai ser pior! Vão me fazer pagar caro por isso! O medo faz com que aceitem tudo. (Assédio Moral - A Violência Perversa no Cotidiano Marie- France Hirigoyen, 2001) A combinação entre ambiente insalubre e pressão psicológica pode levar à deterioração do local de trabalho, ao surgimento de doenças profissionais das mais diversas e a acidentes de trabalho, com efeitos físicos, psicológicos, sociais, familiares e no ambiente de trabalho. Depressão uma das principais causas de afastamento entre os trabalhadores da saúde, ansiedade, insônia ou sonolência excessiva, palpitações, hipertensão arterial, distúrbios cardiovasculares, tremores, sensações de falta de ar, de fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, perturbações digestivas, dores abdominais, crises de choro e diminuição da libido são alguns dos males sofridos pela vítima do assédio moral. Vêm sendo observados, ainda, casos de alcoolismo, anorexia, transtornos, síndrome do pânico pessoas com medo de ir trabalhar e síndrome de Burnout ou da exaustão, caracterizada pelo desgaste físico e emocional associado ao trabalho profissional, que acomete principalmente aqueles que trabalham em contato direto com pessoas, expostos ao estresse crônico. As reações variam de mulheres para homens e devem ser consideradas doenças do trabalho. Segundo a psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, em seu livro Assédio Moral A Violência Perversa no Cotidiano, quanto mais a vítima vive a situação do assédio moral, as doenças deixam de ser de caráter psicológico e passam a ser fisiológico, sendo necessário não somente o afastamento do trabalho, como tratamento médico, com utilização de medica- 20

mentos. Ela revela que o assédio moral deixará algum tipo de seqüela, seja psicológica, psicossomática ou fisiológica, sendo o seu tratamento de baixa eficácia, uma vez que os médicos consultados podem tratar do sintoma e podem não verificar a causa dele. Hirigoyen afirma, ainda, que as agressões ou humilhações permanecem inscritas na memória e são revividas por imagens, pensamentos... são emoções intensas e repetitivas, que apresentam distúrbio de memória e de concentração. As vítimas por vezes perdem o apetite, ou têm, pelo contrário, condutas bulímicas, que aumentam seu consumo de álcool ou de fumo. Ela acrescenta: O assédio moral é um fenômeno destrutivo, uma vez que seu poder de destruição vai além da sua prática, além de produzir os sintomas, agrava situações ou vícios já presentes na vítima. Ela cita no livro, por exemplo, que a vítima pode passar de um consumidor social de bebidas alcoólicas para um viciado. Esse sintoma que não é característico da prática do assédio moral, mas sim uma conseqüência dele, faz com que a vítima esteja vulnerável a doenças relacionadas ao uso excessivo do álcool e, portanto, totalmente sensível à contração de doenças não catalogadas como sendo da prática do assédio moral, alerta. Ao considerar que o problema passa a ser crônico para a vítima, a psicanalista ressalta que a possibilidade de recuperação é pequena, uma vez que está vivendo constantemente, mesmo não sendo mais assediada, o sentimento de baixa auto-estima, levando-a a possíveis fracassos inconscientes, pois qualquer situação semelhante à do assédio moral, porém não sistemático, possivelmente a fará entender que todo o processo de assédio está retornando, deixando-a insegura e induzindo-a ao sentimento de incapacidade. Assédio pode levar a acidentes de trabalho Muitas das ações praticadas pelo assediador podem levar o trabalhador à ansiedade e insegurança e provocar acidentes ocupacionais, exigindo-se da empresa a emissão da Comuni- 21

cação de Acidente do Trabalho (CAT). Pesquisadores apontam como exemplos o fato de não municiar o empregado das informações necessárias para a execução do trabalho; determinar a execução de função para a qual o empregado não foi treinado ou orientado; determinar a execução de função perigosa a empregado despreparado; negar o fornecimento de equipamento individual de proteção; não dar espaço a questionamentos do empregado. Consequentemente, as perdas para a empresa serão muitas. Estatísticas apresentadas por estudiosos no assunto apontam as principais consequências da prática do assédio moral nos locais de trabalho: - Queda da produtividade; - alteração na qualidade do serviço/produto; - menor eficiência; - baixo índice de criatividade; - absenteísmo; - doenças profissionais; - acidentes de trabalho; - danos aos equipamentos; - alta rotatividade da mão-de-obra, gerando aumento de despesa com rescisões contratuais, seleção e treinamento de pessoal; - aumento de demandas trabalhistas com pedidos de reparação por danos morais; - abalo da reputação da empresa. Esses efeitos negativos são gerados pela instabilidade que o empregado sente e pelo clima desfavorável de apreensão e competição que se cria na empresa, além de atingir a imagem da empresa junto ao público consumidor e ao próprio mercado de trabalho. (Fonte: www.assediomoral.com.br) 22

Prevenir e Denunciar armas contra o assédio A primeira e mais decisiva forma de defesa é a prevenção. Muito embora não se desprezem as causas psicológicas do fenômeno, os especialistas advertem sobre a necessidade de se aprofundar o conhecimento em torno das causas sociais da violência psicológica no trabalho. O marketing social desenvolvido através da ação sindical organizada, aliado à difusão de informações junto aos trabalhadores acerca da dinâmica, métodos empregados pelos perversos, é, sem dúvida, uma das melhores armas no combate ao assédio moral. É o que afirma a Juíza do Trabalho substituta da 5ª Região (BA) e membro do Instituto Bahiano de Direito do Trabalho, Márcia Novaes Guedes, em seu artigo Mobbing Violência Psicológica no Trabalho. Segundo ela, no âmbito individual, é aconselhável desenvolver estratégias de defesa, seja anotando e datando fatos, seja buscando aliados que, no futuro, poderão servir como testemunhas num possível processo judicial. O trabalhador deve guardar documentos que provem a determinação de tarefas impossíveis ou inúteis e/ou perda de vantagens financeiras, anotar e/ou gravar o teor da conversa, evitar ficar ou conversar a sós com o agressor, buscar apoio dentro e fora da empresa, dar visibilidade às agressões, exigir as críticas por escrito, encaminhar carta ao departamento de pessoal ou recursos humanos com recibo, relatando os fatos e pedindo providências, não se deixar abater, buscar apoio de familiares e profissionais para cuidar dos danos morais e psicológicos, procurar a CIPA, não temer represálias, não se demitir. A prevenção passa, ainda, pelo estreitamento das relações afetivas entre os colegas de trabalho, criando um clima de solidariedade que beneficiará a todos contra o comportamento agressivo. Fora do âmbito do local de trabalho, a vítima da violência moral deve denunciar o fato ao Sindicato, à Delegacia Regional do Trabalho, a órgão do Ministério da Saúde, ao Ministério 23

Público do Trabalho, ao conselho profissional e comissões de direitos humanos do Poder Legislativo e de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil, entre outras instituições e entidades. Denunciar é a mais forte arma contra o assédio e para por fim à impunidade. É possível ao trabalhador pleitear a tutela de seus direitos com base no dano moral trabalhista e no direito ao meio-ambiente de trabalho saudável, garantidos na Constituição Federal. Responsabilidade da empresa Consolidação das Leis do Trabalho Art. 483. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:... e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama calúnia, difamação, injúria, dano moral. Como prevê o artigo 483, alínea e, da CLT, o empregador será penalizado com o pagamento de indenização caso um empregado ou familiar seja vítima de dano moral praticado por um superior hierárquico, ou mesmo colegas. Além da rescisão indireta do contrato de trabalho e da conseqüente indenização trabalhista, a conduta pode ensejar o pagamento de indenização por danos morais e materiais à vítima, na forma da lei civil. Portanto, cabe ao empregador, diante da denúncia de assédio no âmbito da empresa, apurar e eliminar o problema, além da adoção de medidas de punição ao assediador e reparadoras em relação à vítima. Fingir que o problema não existe e/ou adotar uma solução inadequada pode reforçar a prática do assédio moral, alertam estudiosos do tema. Os estudos mostram ser fundamental a instituição de programa de prevenção por parte da empresa, que deve envolver a forma de organização do trabalho e seus métodos de gestão de pessoal e a adoção de uma política de recursos humanos voltada para a conscientização dos empregados de todos os 24

níveis hierárquicos. Já a prevenção promovida pela empresa é certamente a mais eficaz forma de combate dessa violência tanto silenciosa quanto destruidora, todavia apenas razões de natureza econômica não são suficientes para convencer organizações a ensarilhar armas contra o assédio moral, ressalta a juíza Márcia Novaes Guedes. Formar uma equipe multidisciplinar de representante da empresa, CIPA, médico do trabalho, psicólogo, sociólogo, assistente social, advogado trabalhista, representante do Sindicato e acompanhamento do Ministério do Trabalho - DRT, com a finalidade de avaliar os fatores psicossociais, identificar, determinar e admitir a existência dos problemas, definir a violência moral, informar e sensibilizar o conjunto dos funcionários acerca dos danos e agravos à saúde, em conseqüência do assédio, são algumas das medidas que devem ser adotadas pelas empresas, orienta a equipe do sítio www.assediomoral. com.br. A comissão deve, ainda, informar o empregador dos custos para a empresa e difundir o resultado das práticas preventivas para o conjunto dos trabalhadores. Também é aconselhável a adoção de um código de ética, que vise ao combate de todas as formas de discriminação e de assédio; a difusão do respeito à dignidade e à cidadania; criar, na empresa, ouvidorias ou comitês para que as vítimas possam apresentar suas denúncias sobre intimidações e constrangimentos... sem esquecer a importância de postura solidária dos colegas, em relação ao assediado. 25

Existem várias definições que variam segundo o enfoque desejado (médico, psicológico ou jurídico). Juridicamente, pode ser considerado como um abuso emocional no local de trabalho, de forma maliciosa, não-sexual e não-racial, com o fim de afastar o empregado das relações profissionais, através de boatos, intimidações, humilhações, descrédito e isolamento. Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, Juíza do Trabalho em Minas Gerais, Conselheira da Escola Judicial do TRT da 3ª Região, Doutora em Direito pela Universidade de Paris II (Panthéon-Assas) e Professora licenciada da UNA em Belo Horizonte. 26

Aumentam denúncias à Justiça do Trabalho Constituição Federal de 1988 (EC 45/04) Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:... VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. Levantamento realizado em 2006 pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho Maria Cristina Hirigoyen Peduzzi indica que o tema assédio moral nas relações de trabalho, embora ainda recente, já foi examinado por quase todos os 24 TRTs e que a partir de 2005 ocorreu um substancial aumento, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Os fatos mais recorrentes são a inação compulsória quando o empregador se recusa a repassar serviço ao empregado, humilhações verbais por parte de superiores inclusive com palavras de baixo calão, coações psicológicas visando à adesão do empregado a programas de desligamento voluntário ou à demissão, ressalta a ministra, em matéria divulgada no sítio do TST. Os processos que chegam à Justiça do Trabalho buscando reparação por danos causados pelo assédio moral, ainda segundo o levantamento, revelam que, em muitas empresas, o ambiente de trabalho é um circo de horrores. Ameaças, ofensas, sugestões humilhantes, isolamento e até agressões físicas fazem parte do roteiro. Outra prática, alvo de várias reclamações trabalhistas, é o pagamento de prendas e os castigos vexatórios, quando os empregados são submetidos a constrangimentos como desfilar de saia rodada, perucas e batom diante dos colegas e mesmo de visitantes. Segundo o TST, o processo trabalhista considerado pioneiro na abordagem do assédio moral no Brasil veio do Espírito Santo, no qual o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região classifica e enquadra como assédio moral as perseguições so- 27

fridas por um técnico de publicidade e propaganda: A tortura psicológica, destinada a golpear a auto-estima do empregado, visando forçar sua demissão ou apressar sua dispensa através de métodos que resultem em sobrecarregar o empregado de tarefas inúteis, sonegar-lhe informações e fingir que não o vê, resultam em assédio moral, cujo efeito é o direito à indenização por dano moral, porque ultrapassa o âmbito profissional, eis que minam a saúde física e mental da vítima e corrói a sua auto-estima, registra o acórdão do Recurso Ordinário nº 1315.2000.00.17.00.1, relatado pela juíza Sônia das Dores Dionízio. Formas de Reparação Os resultados dos processos que envolvem alegações de assédio moral, quando favoráveis ao empregado, geram basicamente três tipos de reparação. A primeira é a rescisão indireta do contrato de trabalho, hipótese semelhante à justa causa, só que em favor do empregado, que se demite, mas mantém o direito ao recebimento de todas as verbas rescisórias, como se tivesse sido demitido sem motivação. Outra é a indenização por danos morais, que na esfera trabalhista visa à proteção da dignidade do trabalhador. A terceira é a indenização por danos materiais, nos casos em que os prejuízos psicológicos causados ao trabalhador sejam graves a ponto de gerar gastos com remédios e tratamentos. Além dessas, há a hipótese de dano moral coletivo, cuja indenização é revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A fixação de valores para dano moral, conforme vem sendo adotada pelo TST, tem dupla finalidade: compensar a vítima pelo dano moral sofrido e punir o infrator, a fim de coibir a reincidência nesse tipo de prática. O que se busca é um possível equilíbrio entre as possibilidades do lesante o porte e o poder econômico da empresa e as condições do lesado a extensão do dano causado. O ministro Ives Gandra Martins Filho, numa das primeiras decisões do TST relativas ao tema (RR 122/2001-036-12-00.0), ressalta que a ausência de critérios específicos para fixação de dano moral na legislação trabalhista leva o julgador a lançar 28

mão do princípio da razoabilidade, cujo corolário é o princípio da proporcionalidade, pelo qual se estabelece a relação de equivalência entre a gravidade da lesão à imagem e à honra e o valor monetário da indenização imposta. Para que o trabalhador alcance uma decisão judicial favorável, no entanto, é preciso que conheça bem os seus direitos e esteja consciente sobre as características que definem o assédio moral. Os julgamentos nas instâncias do Poder Judiciário só se estabelecem a partir de provas concretas, materiais e testemunhais. Portanto, é essencial que a vítima junte o máximo de provas da ocorrência do assédio, como comprovantes de trocas de correspondências, e-mail s e mesmo a gravação de conversas entre a vítima e o agressor, além de testemunhas. (Fonte: TST) 29

Mais que leis, é preciso conscientização O assédio moral ainda não é definido no Código de Processo Penal, porém, no campo dos direitos humanos e da cidadania, há possibilidades de proteção via Código de Processo Civil. E também há dispositivos na Consolidação das Leis do Trabalho que permitem enquadrar processos de assédio moral, inclusive no que diz respeito à saúde, relacionando suas conseqüências como doença vinculada ao trabalho. Portanto, é fundamental buscar a proteção jurídica que o sindicato pode e deve oferecer. A Justiça do Trabalho tem se posicionado independentemente da existência de leis específicas. A teoria do assédio moral se baseia no direito à dignidade humana, fundamento da República Federativa do Brasil, como prevê o artigo 1º, inciso III, da Constituição, observa a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho. É possível citar também o direito à saúde, mais especificamente à saúde mental, abrangida na proteção conferida pelo artigo 6º, e o direito à honra, previsto no artigo 5º, inciso X, também da Constituição, acrescenta. Porém, o trabalhador precisa ter consciência de que o problema não terá solução apenas com a sanção de leis. Mais que isso, é necessária a conscientização de cada vítima em potencial sobre como identificar e reagir ao assédio moral; do assediador, quanto às consequências do seu ato; e também da sociedade, aí incluídas as entidades sindicais, que não podem ser omissas diante da violência moral. Legislação e projetos No Brasil a primeira lei a tratar do assédio moral, a Lei 1.163/00, foi regulamentada em 2001 em Iracemápolis/SP. O Rio de Janeiro foi o primeiro Estado a adotar legislação específica sobre o tema a Lei Estadual nº 3.921/02, voltada especificamente para os órgãos dos três poderes estaduais e concessionárias de serviços públicos. Hoje, existem vários projetos de lei em tramitação nas câmaras de vereadores e assembléias legislativas. Em nível federal, tramitam no Congresso Nacional 30

propostas de alteração do Código Penal, da Lei nº 8.112/80, que instituiu o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, e outros projetos relativos ao tema. O PL nº 2.369/03, do ex-deputado Mauro Passos (PT-SC), dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho, transformando-o em ilícito trabalhista, que pode gerar o direito à indenização, com valor mínimo equivalente a dez vezes a remuneração do empregado, calculada em dobro em caso de reincidência. A proposta define esse assédio como o constrangimento causado por atos repetitivos que degradam as relações de trabalho e que pode ser praticado tanto por superiores hierárquicos quanto por colegas. Para configurar assédio moral, essas ações devem atentar contra a dignidade do funcionário ou afetar sua saúde física e/ou mental, comprometendo sua carreira profissional. Em conjunto com o projeto tramita o PL 2.593/03, da deputada Maria do Rosário (PT- RS), que altera a CLT, com o mesmo objetivo de proibir a prática de assédio moral nas relações trabalhistas. O Projeto de Lei 4.742/01, do ex-deputado Marcos de Jesus (PL-PE), prevê a introdução do crime de assédio moral no trabalho no Código Penal Brasileiro. A proposta define o assédio como a desqualificação por meio de palavras, gestos ou atitudes da auto-estima, da segurança ou da imagem do servidor público ou do empregado em razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral. A proposta prevê pena de detenção de três meses a um ano, e multa, para quem for condenado. Ao projeto de Marcos de Jesus estão apensados o PL 4.960/01, do ex-deputado Feu Rosa (PP-ES); o PL 5.887/01, do deputado Max Rosenmann (PMDB-PR); e o PL 5.971/01, do ex-deputado e atual senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Esses projetos também tipificam o assédio moral como crime no Código Penal. Os textos foram aprovados na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e estão prontos para ser apreciados pelo plenário da Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 1.060/07, da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática do assédio moral nas dependências da administração pública federal, direta e indireta, por servidores públicos federais. 31

Leis Municipais Lei nº 1.163/00 - Câmara Municipal de Iracemápolis (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal direta por servidores públicos municipais. Lei n 2.982/01 - Câmara Municipal de Jaboticabal (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal, por servidores ou funcionários públicos municipais efetivos ou nomeados para cargos de confiança. Lei n 1.078/01 - Prefeitura de Sidrolândia (MS) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral no âmbito da administração municipal. Lei nº 358/01 - Câmara Municipal de Guarulhos (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal por servidores públicos municipais. Lei nº 3.243/01 - Câmara Municipal de Cascavel (PR) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal, por servidores ou funcionários públicos municipais efetivos ou nomeados para cargos de confiança. Lei nº 13.288/02 - Câmara Municipal de São Paulo (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal. Lei nº 11.409/02 - Câmara Municipal de Campinas (SP) - Veda o assédio moral no âmbito da administração pública municipal. Lei n 3.671/02 - Prefeitura de Americana (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal direta e indireta. 32

Lei nº 189/02 - Câmara Municipal de Natal (RN) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal, por servidores públicos municipais nomeados para cargos de confiança. Lei nº 12/02 - Câmara Municipal da Estância Turística de Ribeirão Pires (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal direta. Lei nº 12/02 - Câmara Municipal de São José dos Campos (SP) - Dispõe sobre a caracterização do assédio moral nas dependências da administração pública municipal e aplicação de penalidades à prática do mesmo. Lei nº 511/03 - Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste (MS) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral no âmbito da administração pública do município. Lei nº 2.377/03 - Prefeitura de Presidente Venceslau (SP) - Dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral nas dependências da administração pública municipal, por servidores públicos municipais. (Fonte: www.assediomoral.com.br) 33

Onde denunciar? Denunciar é a melhor forma de reação contra a prática do assédio moral. Munido do máximo de provas e testemunhas, o trabalhador deve fazer a denúncia à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e/ou ao sindicato da categoria profissional. Se não houver solução, a denúncia deve ser encaminhada ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho. ACRE Ministério da Saúde - Coordenadoria da Saúde do Trabalhador Av. Nações Unidas nº 700, Bosque Hospital das Clínicas - Rio Branco (AC) CEP: 69908-620 Fone: (68) 3223-4266 Fax: (68) 3224-5793 Delegacia Regional do Trabalho Núcleo de Combate à Discriminação no Trabalho Rua Marechal Deodoro nº 257, Centro - Rio Branco (AC) CEP: 69900-210 ALAGOAS Ministério da Saúde - Núcleo do Trabalhador do Estado Av. Duque de Caxias nº 978, Jaraguá - Maceió (AL) CEP: 57020-950 Fone: (82) 3315-1114 Fax: (82) 3338-8899 Delegacia Regional do Trabalho Núcleo de Combate às Desigualdades de Oportunidades no Trabalho Rua do Livramento nº 91, Centro - Maceió (AL) CEP: 57020-030 Fone: (82) 3215-4333 fax: (82) 3215-4335 AMAPÁ Ministério da Saúde - Divisão de Saúde do Trabalhador Av. Fab. nº 69, Centro - Macapá (AP) CEP: 68900-010 Fone: (96) 3212-6119 / 6100 Fax: (96) 3212-6182 Delegacia Regional do Trabalho - Núcleo Ecoando Igualdade Av. Salgado Filho nº 61, Santa Rita - Macapá (AP) CEP: 68906-570 Fone: (96) 3223-4485 fax (96) 3223-9407 34

AMAZONAS Ministério da Saúde Coordenadoria de Vigilância Sanitária em Saúde Av. André Araújo nº 701, Aleixo - Manaus (AM) CEP: 69060-001 Fone: (92) 3663-4826 Fax: (92) 3611-4566 Delegacia Regional do Trabalho - Núcleo de Cidadania e Trabalho Av. André Araújo nº 140, Aleixo - Manaus (AM) CEP: 69069-001 Fone: (92) 3663-1244 r.231 Fax: (92) 3664-4139 BAHIA Ministério da Saúde Rua Pedro Lessa nº 123, Canela - Salvador (BA) CEP: 40110-050 Fone: (71) 3336-1627 /3249-7888 Fax: (71) 3336-1788 E-mail: cesat@saude.ba.gov.br Delegacia Regional do Trabalho Núcleo de Igualdade de Oportunidades da Bahia Av. 7 de Setembro nº 698, Mercês - Salvador (BA) CEP: 40060-001 Fone: (71) 3329-0833 Fax (71) 3329-0848 E-mail: nioba.drtba@mte.gov.br CEARÁ Ministério da Saúde - Equipe de Saúde do Trabalhador Rua Almirante Barroso nº 600, Iracema - Fortaleza (CE) CEP: 60060-440 Fone: (85) 3488-2142/5805 Delegacia Regional do Trabalho - Núcleo Pró-Igualdade Rua 24 de maio nº 178, 2º andar, sala 214, Centro - Fortaleza (CE) CEP: 60020-000 Fone: (85) 3255-3994/3925 E-mail: pro-igualdade.drtce@mte.gov.br DISTRITO FEDERAL Delegacia Regional do Trabalho Av. W3 Norte Quadra 509 Bloco E, Ed. Sede, Asa Norte - Brasília (DF) CEP 70750-550 Telefones: (61) 3340-3215 Fax: (61) 3340-3245 35