CÓDIGO COOPERATIVO 2015 (Lei n.º 119/2015, de 31 de Agosto) em vigor a partir de 30 de Setembro de 2015

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Transcrição:

() em vigor a partir de 30 de Setembro de 2015 UM PRIMEIRO BALANÇO DE APLICAÇÃO JOSÉ ANTÓNIO RODRIGUES 2018 1

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES SUBSTANTIVAS - MEMBROS INVESTIDORES - NÚMERO MÍNIMO DE COOPERADORES NAS COOPERATIVAS DE 1.º GRAU - MODELOS DE GOVERNAÇÃO - VOTO PLURAL NAS COOPERATIVAS DE 1.º GRAU - CAPITAL MÍNIMO PARA A CONSTITUIÇÃO DE COOPERATIVAS DE 1.º GRAU - REFORÇO DA REGULAMENTAÇÃO DAS MATÉRIAS DOS DEVERES, IMPEDIMENTOS E RESPONSABILIDADES DOS TITULARES DOS CARGOS DE ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO - 2

OS MEMBROS INVESTIDORES - ADMITIDOS artigo 5.º, n.º 4, do Código Cooperativo - SÃO ADMITIDOS EM ASSEMBLEIA GERAL, POR PROPOSTA DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO artigo 20.º, n.º 3, do Código Cooperativo - A PROPOSTA DE ADMISSÃO DEVE INCLUIR: O CAPITAL A SUBSCREVER; O N.º DE VOTOS A ATRIBUIR E O CRITÉRIO DE ATRIBUIÇÃO; DIREITOS E DEVERES ESPECIAIS; DATA DE DESVINCULAÇÃO; SE A ADMISSÃO FOR COM PRAZO, CONDIÇÕES DE DESVINCULAÇÃO; EVENTUAIS RESTRIÇÕES À INTEGRAÇÃO NOS ÓRGÃOS SOCIAIS artigo 20.º, n.º 4, do Código Cooperativo 3

OS MEMBROS INVESTIDORES - O TOTAL DO CAPITAL SUBSCRITO PELOS MEMBROS INVESTIDORES NÃO PODE SER SUPERIOR A 30% DO TOTAL DO CAPITAL DA COOPERATIVA artigo 20.º, n.º 1, do Código Cooperativo - SE INTEGRAREM ÓRGÃOS SOCIAIS, OS MEMBROS INVESTIDORES NÃO PODEM OCUPAR MAIS DE 25% DOS CARGOS EFECTIVOS EM CADA ÓRGÃO artigo 29.º, n.º 8, do Código Cooperativo 4

OS MEMBROS INVESTIDORES - SE A COOPERATIVA TIVER VOTO PLURAL, NENHUM MEMBRO INVESTIDOR PODE TER DIREITOS DE VOTO SUPERIORES A 10% DO TOTAL - artigo 41.º, n.º 6, do Código Cooperativo - SE A COOPERATIVA TIVER VOTO PLURAL, O TOTAL DOS VOTOS DOS MEMBROS INVESTIDORES NÃO PODE EXCEDER 30% DO TOTAL DE VOTOS DOS COOPERADORES - artigo 41.º, n.º 7, do Código Cooperativo 5

MEMBROS INVESTIDORES NA UNIÃO EUROPEIA (dados de 2010 não inclui a Croácia) PAÍSES QUE ACEITAM MEMBROS INVESTIDORES ALEMANHA ÁUSTRIA BÉLGICA ESLOVÉNIA - ESPANHA FINLÂNDIA FRANÇA GRÉCIA (para coop. agrícolas) HUNGRIA ITÁLIA PORTUGAL - REINO UNIDO (12 de 27 Estados membros) 6

NÚMERO MÍNIMO DE COOPERADORES - COOPERATIVAS DE PRIMEIRO GRAU - 3 - artigo 11.º, n.º 1, do Código Cooperativo Anteriormente: 5 Mantém-se a excepção para as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo 50 - artigo 18.º do Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo - COOPERATIVAS DE GRAU SUPERIOR - 2 - artigo 11.º, n.º 1, do Código Cooperativo 7

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO (CORPORATE GOVERNANCE) * artigos 27.º a 70.º do Código Cooperativo 3 MODELOS DE GOVERNAÇÃO * * artigo 28.º, n.º 1, do Código Cooperativo - MODELO CLÁSSICO - MODELO ANGLO-SAXÓNICO - MODELO DUALISTA * CORPORATE GOVERNANCE SISTEMA ATRAVÉS DO QUAL AS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS SÃO DIRIGIDAS E CONTROLADAS (OCDE) ** TITULARES DE CARGOS SOCIAIS: EXCLUSIVAMENTE COOPERADORES, SALVO O ROC E SALVO O CASO DAS CAIXAS DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO 8

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO Razão de ser da alteração em 2015: - PROMOVER A COMPETITIVIDADE DAS COOPERATIVAS, PERMITINDO O SEU ALINHAMEMTO COM OS MODELOS ORGANIZATIVOS SOCIETÁRIOS - AMPLIAR A AUTONOMIA SOCIETÁRIA, ABRINDO AS OPÇÕES QUANTO ÀS SOLUÇÕES DE GOVERNAÇÃO - APROVEITAR AS SOLUÇÕES COMUNITÁRIAS CONCLUÍDAS SOBRE OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO E DIRECÇÃO DAS SOCIEDADES ANÓNIMAS (após 2003 4.ª, 7.ª e 8.ª Directivas) 9

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO artigos 27.º a 70.º do Código Cooperativo MODELO CLÁSSICO ( LATINO ) artigo 28.º, n.º 1, alínea a), do Código Cooperativo Modelo hierárquico (ASSEMBLEIA GERAL) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO FISCAL (ADMINISTRADOR) (FISCAL) REVISOR OFICIAL DE CONTAS NÃO MEMBRO DO CONSELHO FISCAL * * COOPS. OBRIGADAS À CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS 10

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO artigos 27.º a 70.º do Código Cooperativo MODELO ANGLO-SAXÓNICO ( One Tier *) artigo 28.º, n.º 1, alínea b), do Código Cooperativo CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO com: (ASSEMBLEIA GERAL) COMISSÃO DE AUDITORIA (mínimo de 3) e REVISOR OFICIAL DE CONTAS * One Tier Um único órgão principal o Conselho de Administração 11

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO MODELO ANGLO-SAXÓNICO - MODELO APONTADO A EMPRESAS DE CAPITAL DISPERSO (Cooperativas) - O MODELO IMPORTA O CONSELHO FISCAL PARA DENTRO DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO O FISCALIZADOR DEIXA DE SER UM MERO GABINETE DE COMPLIANCE ( fiscal ), PARA SER INTERVENIENTE E INFLUENTE NAS REUNIÕES DA ADMINISTRAÇÃO 12

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO MODELO ANGLO-SAXÓNICO - REFORÇA O PAPEL DA FISCALIZAÇÃO, FOMENTANDO A FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA, BEM COMO A COOPERAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO COM A SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO DA COOP. POR VIA DO FUNCIONAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA DENTRO DO CONS. ADMIN. - DEFINE UMA FISCALIZAÇÃO POLÍTICA INCIDINDO NA ACTIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO AO NÍVEL DA REPRESENTAÇÃO E VINCULAÇÃO DA SOCIEDADE. DIFERENTE DA FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA A AUDITORIA ÀS CONTAS, A FAZER PELO ROC 13

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO MODELO ANGLO-SAXÓNICO - UMA CLARA VANTAGEM DESTE MODELO: QUEM FISCALIZA DETÉM FÁCIL ACESSO A TODA A INFORMAÇÃO RELEVANTE Limites deste modelo no Código Cooperativo: - OS TITULARES DOS ÓRGÃOS SÃO ELEITOS DE ENTRE COOPERADORES, EXCLUSIVAMENTE (SALVO C.A.M.). O QUE LIMITA A CONSAGRAÇÃO DOS REQUISITOS DE INDEPENDÊNCIA e QUALIFICAÇÃO DOS TITULARES DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO ver art.ºs 46.º, n.º 1, 60,.º e 71.º, n.º 1 C.C. 14

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO artigos 27.º a 70.º do Código Cooperativo MODELO DUALISTA ( GERMÂNICO ) artigo 28.º, n.º 1, alínea c), do Código Cooperativo (ASSEMBLEIA GERAL) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO REVISOR OFICIAL DE CONTAS 15

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO MODELO DUALISTA ( GERMÂNICO ) - SOLUCIONADOR DE PROBLEMAS DE EMPRESAS COM CAPITAL MAIS CONCENTRADO, OPTANDO OS ACCIONISTAS DE RELEVO POR ENTREGAR A GESTÃO A PROFISSIONAIS, MAS CONTROLANDO-A A CURTA DISTÂNCIA, INTEGRANDO O CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO (aplicabilidade a cooperativas?) - O CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO É UM ÓRGÃO DE SUPERVISÃO, COM FUNÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO artigo 67.º Código Cooperativo 16

OS MODELOS DE GOVERNAÇÃO MODELO DUALISTA ( GERMÂNICO ) - O MODELO SEGREGA AS FUNÇÕES FISCALIZAÇÃO E REVISÃO DE CONTAS (ROC) - O MODELO ASSENTA NA SEPARAÇÃO ENTRE GESTÃO E CONTROLO, SURGINDO O CONTROLO COM PODERES REFORÇADOS, INCLUINDO A PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO (Nas cooperativas não é o Conselho Geral e de Supervisão que designa o Conselho de Administração Executivo inclusive no Crédito Agrícola Mútuo) 17

O FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS artigos 27.º a 70.º do Código Cooperativo - MANDATO DOS TITULARES DOS ÓRGÃOS SOCIAIS 4 ANOS CIVIS (fixos?) artigo 29.º, n.º 2, do Código Cooperativo - LIMITE DE 3 MANDATOS CONSECUTIVOS PARA O PRESIDENTE DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO - não abrange os mandatos já exercidos ou em curso - artigo 29.º, n.º 4, do Código Cooperativo - A ASSEMBLEIA GERAL PODE SER CONVOCADA PELA COMISSÃO DE AUDITORIA, PELO CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO OU PELO CONSELHO FISCAL - artigo 36.º, n.º 1, do Código Cooperativo - A ASSEMBLEIA GERAL PODE SER CONVOCADA POR MEIOS ELECTRÓNICOS- artigo 36.º, n.ºs 3 e 4, do Código Cooperativo 18

OS DEVERES, OS IMPEDIMENTOS E A RESPONSABILIZAÇÃO DOS TITULARES DE CARGOS DE ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO artigos 46.º e 71.º a 79.º do Código Cooperativo - ENUNCIADO DO DEVER DE DILIGÊNCIA DOS ADMINISTRADORES NO EXERCÍCIO DAS SUAS FUNÇÕES artigo 46.º, n.º 1, alínea b), do Código Cooperativo - PREVISÃO DA POSSIBILIDADE DA PERDA DE MANDATO POR VIOLAÇÃO GRAVE DOS DEVERES FUNCIONAIS - artigo 30.º, alínea c), do Código Cooperativo 19

VOTO PLURAL artigo 41.º do Código Cooperativo - ADMITIDO NAS COOPERATIVAS DE 1.º GRAU COM UM MÍNIMO DE 20 COOPERADORES - ADMITIDO NAS COOPERATIVAS DE 1.º GRAU DOS SEGUINTES RAMOS: AGRÍCOLA COMERCIALIZAÇÃO - CRÉDITO CULTURA ENSINO HABITAÇÃO E CONSTRUÇÃO SERVIÇOS (7) (NÃO ADMITIDO NOS RAMOS: ARTESANATO CONSUMIDORES PESCAS PRODUÇÃO OPERÁRIA SOLIDARIEDADE SOCIAL) - VOTO PLURAL APENAS ATRIBUÍDO EM FUNÇÃO DA ACTIVIDADE DO COOPERADOR 20

VOTO PLURAL artigo 41.º do Código Cooperativo - LIMITE DE VOTOS POR COOPERADOR: - COOPERATIVAS ATÉ 50 COOPERADORES - 3 - COOPER. COM MAIS DE 50 COOPERADORES 5 - VOTO PLURAL NÃO PODE SER EXERCIDO NAS MATÉRIAS PARA AS QUAIS A LEI EXIGE MAIORIA QUALIFICADA: alteração de estatutos e regulamentos, fusão, cisão, dissolução, filiação em cooperativas de grau superior, deliberação sobre accionamento de titulares de órgãos sociais - O VOTO PLURAL DOS MEMBROS INVESTIDORES PODE SER ATRIBUÍDO SEGUNDO OUTROS CRITÉRIOS QUE NÃO A ACTIVIDADE 21

O VOTO PLURAL NAS COOPERATIVAS DE PRIMEIRO GRAU NA UNIÃO EUROPEIA (dados de 2010 não inclui a Croácia) (1) PAÍSES QUE ADMITEM VOTO PLURAL ALEMANHA (limite de 3) ÁUSTRIA BÉLGICA ESLOVÁQUIA - ESLOVÉNIA - ESPANHA (limite de 5 ou 1/3 do total) FINLÂNDIA FRANÇA (para coop. agrícolas) GRÉCIA (para coop. agrícolas limite de 3) HOLANDA - IRLANDA - LITUÂNIA (limite de 5 até 30% do total) LUXEMBURGO MALTA - PORTUGAL REPÚBLICA CHECA SUÉCIA - (17 de 27 Estados membros) (1) Não inclui casos em que o voto plural é admitido para pessoas colectivas ou cooperativas membros de cooperativas de primeiro grau. 22

O CAPITAL SOCIAL MÍNIMO PARA A CONSTITUIÇÃO DE COOPERATIVAS artigo 81.º, n.º 2, do Código Cooperativo - Regra: : 1.500,00 - Anteriormente: : 2.500,00 - Mantêm-se as excepções: - COOPERATIVAS AGRÍCOLAS - : 5.000,00 - CAIXAS DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO INTEGRADAS NO SICAM - : 5.000.000,00 - CAIXAS DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO NÃO INTEGRADAS NO SICAM - : 7.500.000,00 - COOPERATIVAS DE ENSINO SUPERIOR - : 4.987,98 - COOP. ARTESANATO, CULTURA, PRODUÇÃO OPERÁRIA E SERVIÇOS - : 250,00 23

REGIME ECONÓMICO DAS COOPERATIVAS - O ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO PODE SUSPENDER O REEMBOLSO DO CAPITAL AOS COOPERADORES QUE SE DESVINCULAM SE NESSE EXERCÍCIO O VALOR A REEMBOLSAR SUPERAR UMA DETERMINADA PERCENTAGEM DO MONTANTE DO CAPITAL SOCIAL ESTABELECIDA NOS ESTATUTOS DELIBERAÇÃO SUJEITA A RATIFICAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL- artigo 89.º, n.º 2, do Código Cooperativo (O capital social como um recurso próprio ou como um passivo financeiro) - A RESERVA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO COOPERATIVA NÃO RESPONDE PARA A SATISFAÇÃO DE OBRIGAÇÕES COMUNS artigo 97.º, n.º7, do Código Cooperativo 24

OS MEMBROS INVESTIDORES Número de cooperativas que consagraram os membros investidores 19 */ **, das quais 11 do ramo agrícola * Num universo de 615 estatutos analisados (CASES), para um universo global de cerca de 2.300 cooperativas existentes ** Cerca de 3% do universo considerado 25

O VOTO PLURAL Número de cooperativas que previram estatutariamente o voto plural 24 */ **, das quais 11 do ramo agrícola * Num universo de 615 estatutos analisados (CASES), para um universo global de cerca de 2.300 cooperativas existentes ** Cerca de 4% do universo considerado (A maioria dos casos de previsão do voto plural é para os membros investidores) 26

OS NOVOS MODELOS DE GOVERNAÇÃO ANGLO-SAXÓNICO e DUALISTA ( GERMÂNICO ) Número de cooperativas que adoptaram estatutariamente um dos novos modelos de governação 3 * / ** * Num universo de 615 estatutos analisados (CASES), para um universo global de cerca de 2.300 cooperativas existentes ** Duas do ramo ensino (superior) e uma do ramo comercialização. Em todos os casos, adopção do modelo germânico (Conselho de Administração executivo / Conselho Geral e de Supervisão) 27