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Transcrição:

INTERESSADA: Ivan César Félix Rodrigues EMENTA: Responde a consulta do diretor do Centro de Educação de Jovens e Adultos Professor Gilmar Maia de Souza, nesta capital, sobre a idade mínima para expedição de certificados de conclusão do ensino médio aos candidatos que obtiveram êxito no Exame de Certificação Nacional do Ensino Médio ENEM. RELATORA: Nohemy Rezende Ibanez SPU Nº 11347121-1 PARECER Nº 1008/2011 APROVADO EM: 22.12.2011 I RELATÓRIO Ivan César Félix Rodrigues, por meio do processo nº 11347121-1,diretor do Centro de Educação de Jovens e Adultos Prof. Gilmar Maia de Souza, nesta capital, unidade que integra a rede estadual de ensino, consulta este Conselho Estadual de Educação-CEE sobre assunto relacionado à idade mínima para expedição de certificados de conclusão do ensino médio aos candidatos que obtiveram êxito no Exame de Certificação Nacional do Ensino Médio ENEM. Expõe o diretor que os critérios para a expedição do certificado são estes: a) ter dezoito anos completos na data de realização da primeira prova do ENEM; b) obter quatrocentos pontos nas quatro áreas do conhecimento e quinhentos pontos na prova de redação; e optar no ato da inscrição pelo certificado de conclusão do ensino médio. A realidade tem apresuntado entretanto outras situações a considerar: candidatos realizam o exame sem a idade mínima no ato da primeira prova, sendo nela aprovados. Diante do fato, pergunta a este CEE 'se o candidato tem o direito de pleitear certificado de conclusão do ensino médio quando completar a idade mínima exigida, mesmo sendo em data posterior à estabelecida pelo edital do ENEM, que é o dia da primeira prova'. II FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E VOTO DA RELATORA A legislação vigente, a partir da LDB, estabelece de forma clara no art. 38 1º inc. II os chamados 'exames supletivos', atualmente exames para certificação de conclusão do ensino fundamental ou médio para jovens e adultos. 'No nível de conclusão do ensino médio', estabeleceu-se que esses exames seriam realizados para maiores de 18 anos. Parecer e Resolução mais recentes reafirmaram essa idade limite. A mais recente Resolução, tratando das diretrizes operacionais da Educação de Jovens e Adultos - EJA (CNE/CEB nº 03, de 15/06/2010), dispõe no art. 6º que 'a idade mínima para matrícula em cursos de EJA de Ensino Médio e inscrição e realização de exames de conclusão de EJA do Ensino Médio é 18 1/5

(dezoito) anos completos (grifo nosso). Acrescenta ainda em parágrafo único que 'o direito dos menores emancipados para os atos da vida civil não se aplica para o da prestação de exames supletivos'. Por outro lado, estabelece no art. 7º que 'a certificação decorrente dos exames de EJA deve ser competência dos sistemas de ensino'. Parece não haver dúvida nestes instrumentos legais de que, para se inscrever e realizar os exames de conclusão do ensino médio, há uma idade limite a ser considerada: dezoito anos completos. No que se refere ao Exame Nacional do Ensino Médio, a portaria MEC (nº 807, de 18/06/2010, DOU de 21 de junho de 2010) que institui o ENEM (art. 1º) como 'procedimento de avaliação para aferir se o participante do Exame, ao final do ensino médio, demonstra domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna e conhecimento das formas contemporâneas de linguagem', prevê no art. 2º entre outros usos de seus resultados os seguintes: (inc. II) a certificação no nível de conclusão do ensino médio, pelo sistema estadual e federal de ensino, de acordo com a legislação vigente; e (inc. V) a sua utilização como mecanismo único, alternativo ou complementar aos exames de acesso à Educação Superior ou processos de seleção nos diferentes setores do mundo do trabalho. Em se tratando especificamente de certificação, o edital que rege a realização da edição 2011 do ENEM (nº 07, de 18/06/2011), no item 6.9, reafirma a possibilidade de os resultados do Exame serem utilizados para fins de certificação de conclusão de Ensino Médio, ficando a critério das Instituições Certificadoras que firmaram com o INEP o Acordo de Cooperação Técnica definir os procedimentos complementares para esse fim. São estas instituições, se integrantes do Pacto Cooperação celebrado com o INEP, que poderão aproveitar as notas de uma ou mais áreas de conhecimento avaliadas no ENEM, de acordo com o interesse e a solicitação de certificação no nível de conclusão do ensino médio ou declaração de proficiência. O candidato que pretenda obter a certificação de conclusão do Ensino Médio deverá, no ato da inscrição, indicar a Instituição Certificadora em que pleiteará a certificação. A regulamentação dessa certificação, a que se refere o ofício do diretor do CEJA, consta da Portaria Normativa nº 16, publicada em DOU de 28 de julho de 2011. De fato, nesta Portaria, o candidato aprovado no ENEM, para obter sua certificação no nível de conclusão do ensino médio ou declaração de proficiência com base nesse exame, deverá atender aos seguintes requisitos: I - possuir 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do ENEM; II - ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do ENEM; e III ter atingido o mínimo de quinhentos pontos na redação (grifo nosso). 2/5

Ressalta-se ainda em um outro artigo (4º) da Portaria citada que essa certificação pelo ENEM destina-se, prioritariamente, às pessoas que não concluíram o Ensino Médio em idade apropriada, inclusive às pessoas privadas de liberdade e que estão fora do sistema escolar regular. Nos instrumentos supracitados, constata-se também de forma explícita, em particular na normativa específica da certificação, de que é preciso ter dezoito anos completos na data da primeira prova para fazer jus à certificação de conclusão do ensino médio pela via do ENEM. (grifo nosso) É necessário também evidenciar o que estabelece a Resolução CEC nº 363/2000 que normatiza a educação de jovens e adultos, e ainda vigente. Primeiramente, reafirma a idade limite de '18 anos para a realização dos exames supletivos' (art. 9º, 2º, inc. II e art. 10); e, referindo-se nas Disposições Gerais e Transitórias (art. 26) à circularidade entre cursos regulares e os de educação de jovens e adultos como norma geral no sistema de ensino, veda a 'recusa de matrícula de aluno oriundo de curso regular com insucesso em disciplina isolada em curso ou exame supletivo, obrigando-se a instituição recipiendária a proceder aos exames solicitados e emitir os respectivos certificados, respeitados os limites de idade estabelecidos nos incisos I e II do 2º do artigo 9º desta Resolução (grifo nosso). O esforço até aqui empreendido foi na direção de evidenciar que, de uma forma geral, a legislação em vigência vem reafirmando que a idade de dezoito anos é parâmetro a ser respeitado no que concerne à conclusão de ensino médio pela via dos exames de certificação seja de âmbito nacional ou estadual. Ainda no contexto da questão aqui tratada, em 2004, dois pareceres emitidos pelo CNE/CEB, de autoria dos Conselheiros Sylvia Figueiredo Gouveia (nº 10/2004) e Arthur Fonseca Filho (nº 28/2004) responderam a consultas sobre expedição de certificados para alunos aprovados em vestibular e que não haviam concluído o ensino médio ou que tiveram sua escolaridade regular de ensino médio interrompida por uma artificial 'aceleração de estudos ou reclassificação', respectivamente. Estes dois conselheiros, avaliando o conteúdo das solicitações, posicionaram-se da seguinte forma em seu voto final: a) 'os institutos da reclassificação e da aceleração de estudos não podem ser utilizados para aligeiramento do ensino médio e a consequente expedição de certificado de conclusão do ensino médio para fins de prosseguimento de estudos em nível superior'; b) 'É ilegal a reclassificação que implica na conclusão de estudos e não na adequação do aluno à série ou etapa da própria instituição', ou seja, 'a reclassificação destina-se a inserir o aluno numa série ou etapa da educação básica e não a lhe dar um certificado a partir de alguns exames feitos às pressas'. Ressaltam os referidos Conselheiros que a reclassificação deve estar prevista no 3/5

regimento escolar da instituição, este deve ser aprovado pelos próprios órgãos dos sistemas de ensino e nesse momento o assunto deve ser cuidadosamente examinado e regulamentado. À época, os alunos que estavam implicados na situação tinham dezessete anos e haviam entrado no ensino superior no segundo semestre do 3º ano do ensino médio que estavam cursando. Reconhece-se que o estabelecimento de cortes etários para melhor adequar os processos de formação e escolarização têm sido alvo de inúmeros questionamentos, diante das diferentes situações implicadas no desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, de suas particularidades e histórias de vida, que se manisfestam nas diferentes etapas e níveis da educação básica. E tal fato é tão mais complexo quando se considera a revolução científica e tecnológica que tem impactado o modo de viver e pensar do homem ocidental nestas últimas décadas, portanto de sua cultura e organização social e produtiva. Os estudos e pesquisas sobre o desenvolvimento do ser humano e sua capacidade de aprender e transformar a realidade, no atual estágio de nossa civilização, têm provocado mudanças radicais no modo como concebemos o ensino e a educação, exigindo dos sistemas educacionais e seus instrumentos legais e pedagógicos novas formas de organização para atender e potencializar as capacidades humanas e seu avanço em todos os campos do conhecimento. Objetivando neste ponto uma resposta à solicitação em pauta, para além das breves reflexões sinalizadas até aqui, entende esta Relatora que o 'candidato tem o direito de pleitear', sim, como qualquer outro cidadão de direitos diante da Lei Maior, 'o certificado de conclusão do ensino médio quando completar a idade mínima exigida', mas não com base na Portaria Normativa nº 16 (DOU de 28 de julho de 2011), pois a situação não atende ao que dispõe o primeiro requisito desse texto: apresentar 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do ENEM. Contestar em ato judicial é iniciativa legítima e legal de qualquer cidadão que se sinta prejudicado em seus direitos. Os resultados dessa iniciativa cabem ao poder acionado pelo peticionário. Às instituições cabe cumprir o que foi determinado, se não existirem outros recursos ou instâncias de contestação. Por outro lado, relacionado a esta matéria, este CEE vem orientando o Sistema de Ensino nos seguintes termos: a) aluno que obteve aprovação no vestibular, mas que ainda não concluiu a 3ª série do ensino médio (em razão das escolas estaduais ainda não terem encerrado o ano letivo, no caso 2011), se possuir idade inferior a 18 anos, deverá seu pai ou responsável solicitar neste Conselho autorização para que a Escola possa realizar Avanço Progressivo nos termos do item V, alínea c, Artigo 24 da LDB nº 9394/96. 4/5

Para tanto deverá: - preencher requerimento no CEE; - anexar cópia do Histórico Escolar, acompanhado da Ficha Individual; - comprovação que foi aprovado no Vestibular; Para tal procedimento, a Escola deverá estar devidamente credenciada neste Conselho para poder realizar as avaliações de todos os conteúdos referentes às disciplinas da 3ª série. Se aprovado, o fato deverá constar nas observações do Histórico Escolar e em Ata Especial a ser anexada ao Relatório Anual de Atividades. Se aprovado, fará jus ao Certificado de conclusão do ensino Médio. b) se maior de idade, poderá comparecer a qualquer Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA, acompanhado de Histórico Escolar com a Ficha Individual e solicitar as avaliações ao nível da 3ª série do ensino médio. Se aprovado, fará jus ao Certificado de Conclusão do Ensino Médio. Diante do exposto e analisado, espera-se que o CEJA Prof. Gilmar Maia de Souza, nesta capital, com base neste Parecer, disponha de elementos necessários para construir uma orientação adequada e suficiente para responder às possíveis demandas sobre a situação aqui abordada. É o Parecer, salvo melhor juízo III CONCLUSÃO DA CÂMARA Processo aprovado pela Câmara da Educação Básica do Conselho Estadual de Educação. Sala das Sessões da Câmara da Educação Básica do Conselho Estadual de Educação, em Fortaleza, aos 22 de dezembro de 2011. NOHEMY REZENDE IBANEZ Relatora SEBASTIÃO VALDEMIR MOURÃO Presidente da CEB EDGAR LINHARES LIMA Presidente do CEE 5/5