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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba

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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba DESPACHO/DECISÃO. Retomo despachos anteriores.

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: MIN. TEORI ZAVASCKI

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Transcrição:

FIC 1 of 7 14/06/2018 11:21 Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba Av. Anita Garibaldi, 888, 2º andar - Bairro: Cabral - CEP: 80540-400 - Fone: (41)3210-1681 - www.jfpr.jus.br - Email: prctb13dir@jfpr.jus.br AÇÃO PENAL Nº 5021365-32.2017.4.04.7000/PR OFÍCIO Nº 700005067478 Ao Exmo. Sr. Ministro Dias Toffoli Relator da Reclamação 30372 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal Brasília - DF Sr. Relator, Curitiba, 13 de junho de 2018. Relativamente ao pedido de informações formulado na Reclamação 30372 pela Defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, venho informar o que segue. Tramita por este Juízo a ação penal 5021365-32.2017.4.04.7000 contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em apertada síntese, o Ministério Público Federal alega que o Grupo Odebrecht e o Grupo OAS mantinham, cada um, uma espécie de conta corrente geral de propinas (vantagem indevida) com agentes políticos do Partido dos Trabalhadores e que estas contas teriam sido utilizadas para o custeio de benefícios patrimoniais em favor do ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de reformas e benfeitorias entre 2010 a 2014 no assim denominado Sítio de Atibaia/SP Também teria custeado as reformas José Carlos Costa Marques Bumlai.

2 of 7 14/06/2018 11:21 A soma dos valores atingiria cerca de R$ 920.000,00 em valores históricos. Segundo a denúncia acertos de corrupção em contratos da Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás teriam composto o saldo das contas correntes de propinas. Especificamente: Do Grupo Odebrecht: a) contratos da Petrobrás com o Consórcio RNEST- CONEST para obras na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima/RNEST; b) contrato da Petrobrás com o Consórcio Pipe-Rack para obras no Complexto Petroquímico do Rio de Janeiro/COMPERJ; e c) contrato da Petrobrás com o Consórcio TUC para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro/COMPERJ. Do Grupo OAS: a) contrato da TAG - Transportadora Associada de Gás, subsidiária da Petrobrás, com a Construtora OAS para construção do Gasoduto Pilar-Ipojuca (Pilar/AL a Ipojuca/PE); b) contrato da Transportadora Urucu Manaus S/A, subsidiária da Petrobrás, com o Consórcio GASAM, integrado pela Construtora OAS, para construção do GLP Duto Urucu-Coari (Urucu/AM a Coari/AM); e c) contrato da Petrobrás com o Consórcio Novo Cenpes para a construção predial para ampliação do CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello). Parte dos valores acertados nos contratos teria sido destinado a executivos da Petrobrás e outra parte a agentes políticos, entre eles o ex-presidente. defesa. A ação penal ainda tramita, com oitiva de testemunhas de A denúncia foi recebida em 01/08/2017 (evento 7). Relativamente à competência deste Juízo, foram interpostas exceções de incompetência pelas Defesas, ainda pendentes de julgamento. Relativamente à r. decisão tomada pela Colenda 2ª Turma

FIC 3 of 7 14/06/2018 11:21 do Supremo Tribunal Federal em 24/04/2018 na PET 6780 e que é invocada pela Defesa como base para a Reclamação, este Juízo proferiu o seguinte despacho em 26/04/2018 (evento 693): "Trata-se de ação penal que tem por objeto supostos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro. Em apertada síntese, alega o Ministério Público Federal que o ex- Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva teria participado conscientemente do esquema criminoso que vitimou a Petroleo Brasileiro S/A - Petrobras., inclusive tendo ciência de que os Diretores da Petrobrás utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor próprio e também de agentes políticos e partidos políticos. A partir dessa afirmação, alega o MPF que, como parte de acertos de propinas destinadas a sua agremiação política em contratos da Petrobrás, o Grupo Odebrecht, o Grupo OAS e José Carlos Costas Marques Bumlai teriam pago vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consubstanciada em reformas no Sítio de Atibaia por ele utilizado. Também denunciados os supostos pagadores de propina, outros supostos beneficiários e associados. A denúncia foi recebida em 01/08/2017. Foram ouvidas as testemunhas de acusação. Já foram designadas as oitivas das testemunhas de defesa. Sobreveio notícia de respeitável julgamento da maioria dos eminentes Ministros da Colenda 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal em 24/04/2018 na PET 6780, em embargos de declaração do quarto agravo regimental, no sentido de determinar a remessa de termos de depoimentos colhidos em acordos de colaboração com executivos da Odebrecht e atinentes ao custeio do Sítio em Atibaia para a Justiça Federal de São Paulo. Diante da decisão, manifestou-se o MPF no sentido de que a r. decisão não afeta a competência deste Juízo para a presente ação penal (evento 690). Peticionou a Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva requerendo a remessa da ação penal à Justiça Federal de Brasília (evento 691). Decido. Entendo que há aqui com todo o respeito uma precipitação das partes, pois, verificando o trâmite do processo no Egrégio Supremo Tribunal Federal, o respeitável acórdão sequer foi publicado, sendo necessária a medida para avaliar a extensão do julgado do colegiado.

4 of 7 14/06/2018 11:21 Pelas informações disponíveis, porém, acerca do respeitável voto do eminente Relator Ministro Dias Toffoli, redator para o acórdão, não há uma referência direta nele à presente ação penal ou alguma determinação expressa de declinação de competência desta ação penal. Aliás, o eminente Ministro foi enfático em seu respeitável voto ao consignar que a decisão tinha caráter provisório e tinha presente apenas os elementos então disponíveis naqueles autos. Oportuno lembrar que a presente investigação penal iniciou-se muito antes da disponibilização a este Juízo dos termos de depoimentos dos executivos da Odebrecht em acordos de colaboração, que ela tem por base outras provas além dos referidos depoimentos, apenas posteriormente incorporados, e envolve também outros fatos, como as reformas no mesmo Sítio supostamente custeadas pelo Grupo OAS e por José Carlos Costa Marques Bumlai. É certo que a r. decisão deverá ser considerada para a avaliação da competência deste Juízo para a presente ação penal, mas isso não é algo automático. Por outro lado, o local próprio para discutir competência na ação penal é a exceção de incompetência e não o corpo da própria ação penal. Já foi interposta pela Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva a exceção de incompetência 5036131-90.2017.4.04.7000 em relação a presente ação penal, pendente de julgamento. Aliás, foi a única parte, entre treze acusados, a reclamar da competência. Aqui assiste razão à Defesa ao reclamar da falta de julgamento da exceção, o que, no entanto, é produto do acúmulo de processos perante este Juízo e da própria sucessão de requerimentos probatórios das Defesas na presente ação penal. Não obstante, não tendo a exceção sido julgada, o mais apropriado é nela reabrir, à luz da r. decisão da maioria da Colenda Segunda Turma do Egrégio Supremo Tribunal Federal, o prazo para manifestação das partes e, após, decidir acerca dos possíveis reflexos na competência para a presente ação penal. Assim, as partes poderão formular todos os argumentos possíveis e a questão poderá ser examinada considerando a r. decisão e todos os elementos probatórios constantes na presente ação penal. Observo, contudo, que a reabertura da questão e dos prazos na exceção precisam aguardar, por todo evidente, a publicação do acórdão para melhor análise do julgado." A situação permanece desde então a mesma. O ora julgador aguarda a publicação do v. acórdão na PET 6780, após o que pretende julgar as exceções de incompetência.

FIC 5 of 7 14/06/2018 11:21 Não vislumbro, com todo o respeito à Defesa, e na linha da r. decisão de V.Ex.ª, que haja desrespeito ao acórdão ainda não publicado da Colenda 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Quando do julgamento das exceções de incompetência, pretende-se analisar a competência considerando os termos da imputação penal e se há elementos que justificam a vinculação do suposto benefício recebido pelo ex-presidente a acertos de corrupção em contratos da Petrobrás. Afigura-se inviável nessas informações analisar as provas existentes e antecipar juízo. De todo modo, em uma avaliação sumária, destaco alguns elementos que talvez sugiram essa vinculação. Em depoimento prestado em 20/04/2017 ao MPF, Emílio Alves Odebrecht (evento 2, anexo351, da ação penal 5021365-32.2017.4.04.7000) revelou reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 30/12/2010, que teve por pauta, entre outros assuntos, a reforma do sítio. No depoimento declarou que a reforma seria uma retribuição do Grupo Odebrecht pela atuação dele "em prol da organização", com referência expressia em seguida ao setor petroquímico e à Petrobrás, entre outros. Em suposto papel com anotações de pontos para essa reunião de 30/12/2010, consta referência a diversos assuntos de interesse do Grupo Odebrecht junto ao Governo Federal, incluindo contratos com a Petrobrás, bem como referência ao "obras sítio (15/1)" (evento 2, anexo350, da ação penal 5021365-32.2017.4.04.7000). Em laudo pericial efetuado pela Polícia Federal 808/2018 (evento 815 da ação penal 5021365-32.2017.4.04.7000), há apontamento de que contratos internacionais da Petrobrás teriam alimentado as contas utilizadas pelo Grupo Odebrecht para distribuição de vantagens indevidas a agentes públicos Por outro lado, em relação ao Grupo OAS, o coacusado José Adelmário Pinheiro Filho ainda não prestou depoimento sobre os fatos na ação penal ou no inquérito. Não obstante, na ação penal conexa, de n.º 5046512-94.2016.4.04.7000 (evento 809), relacionou, em seu interrogatório, expressamente a vantagem indevida concedida ao ex- Presidente na forma da atribuição a ele de um apartamento triplex sem pagamento do preço correspondente a uma conta geral de propinas formada também por acertos de corrupção em contratos da Petrobrás com o Grupo OAS.

6 of 7 14/06/2018 11:21 Cumpre ainda destacar que o relevante é determinar se acertos de corrupção em contratos da Petrobrás figuram entre as causas das reformas do Sítio em Atibaia. Não parece ser necessário demonstrar que teriam sido especificamente utilizados, nas reformas, os mesmos valores recebidos pelo Grupo OAS ou pelo Grupo Odebrecht da Petrobrás para custeá-las, uma vez que o dinheiro é fungível, mistura-se na rede bancária e é objeto de operações de compensação em contas de um grupo empresarial. A caracterização de crime de corrupção jamais exigiu que a vantagem indevida destinada ao agente público seja proveniente da vantagem patrimonial obtida pelo corruptor com o acerto de corrupção. De forma semelhante, o crime de lavagem de dinheiro consiste na ocultação e dissimulação do produto do crime de corrupção, no caso a vantagem indevida destinada ao agente público e naõ da vantagem patrimonial obtida pelo corruptor. Se esses elementos são suficientes ou não para a vinculação das reformas do Sítio a acertos de corrupção em contratos da Petrobrás, ainda é uma questão ainda a analisar na ação penal e nas exceções de incompetência. Era o que tinha a informar. Fico à disposição para esclarecimentos. Em anexo, encaminham-se cópias das peças citadas, da decisão de recebimento da denúncia (evento 7), do despacho de 26/04/2018 (evento 693), do depoimento de Emílio Alves Odebrecht (evento 2, anexo351), do referido papel com anotações para a reunião dele com o ex-presidente (evento 2, anexo350), do laudo pericial 808/2018 (evento 815), e do depoimento de José Adelmário Pinheiro Filho na ação penal conexa (evento 809 da ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000). Cordiais saudações. Documento eletrônico assinado por SÉRGIO FERNANDO MORO, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 700005067478v12 e do código CRC 3d441e10. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): SÉRGIO FERNANDO MORO Data e Hora: 13/6/2018, às 17:50:30

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