Gestão de RCC em canteiros de obras

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Transcrição:

Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco Mestrado em Engenharia Civil Gestão de RCC em canteiros de obras Metodologia Prof.ª Dra. Kalinny P. V. Lafayette

INTRODUÇÃO EXTRAÇÃO MATÉRIA-PRIMA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I M P A C T O S CONSTRUÇÃO Manutenção e reforma Demolição RCC A M B I E N T A I S 1

INTRODUÇÃO Elevada taxa de geração de RCC Falta de gestão adequada Destinação inadequada Estreitamento de leitos Enchentes Poluição das águas e solo Fonte: Lima et al. (2014) 2

REFERENCIAL TEÓRICO Classificação dos RCC Classe A B C D Quadro 1: Classificação dos RCC de acordo com a CONAMA nº 307/2002. Definição São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como tijolos, concreto, argamassa, blocos, telhas, placas de revestimento, solos provenientes de terraplenagem, etc. São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeira e gesso*. São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros Fonte: Resolução CONAMA nº 307/2002 3

REFERENCIAL TEÓRICO Caracterização quantitativa dos RCC Geração de RCC Perdas de materiais na construção Consumo desnecessário de material 4

REFERENCIAL TEÓRICO Instrumentos legais para a gestão de RCC Quadro 3. Normas técnicas da ABNT relativas ao RCC. Norma NBR 15.112/04 NBR 15.113/04 NBR 15.114/04 NBR 15.115/04 NBR 15.116/04 Título Resíduos da construção civil e resíduos volumosos Áreas de Transbordo e Triagem Diretrizes para projeto, implantação e operação. Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos Fonte: Adaptado de Cabral e Moreira (2011) 5

REFERENCIAL TEÓRICO Resolução CONAMA nº 307/2002 Lei Municipal nº17.072/2005 Lei Federal nº 12.305/2010 Legislação Ambiental Gestão de RCC nos canteiros Segregação Acondicionamento Transporte Destinação final Qualitativo Quantitativo Conhecimento acerca dos resíduos 6

REFERENCIAL TEÓRICO Gerenciamento de RCC em canteiro de obras Quadro 4. Tópicos previstos no Plano de Gerenciamento de RCC. Tópicos Requisitos do PGRCC Instrumentos necessários Caracterização dos RCC Triagem Acondicionamento dos RCC Transporte - Deve ser feita a identificação e quantificação dos resíduos - A segregação dos resíduos deverá ser realizada pelo gerador preferencialmente na origem, respeitadas as classes de resíduos. - O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte; - Deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos. Fonte: Adaptado de Cabral e Moreira (2011) - Indicadores de geração de RCC. - Indicadores específicos de geração de resíduos por serviços (ex: demolição, assentamento de tijolos, etc.) - Sensibilização dos operários sobre a problemática dos RCC. - Treinamento dos operários para que se faça a segregação dos resíduos. - Definição de recipientes e locais devidamente sinalizados - Transporte dos RCC em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos. 7

REFERENCIAL TEÓRICO Gerenciamento de RCC em canteiro de obras Tipo de RCC Armaz. provisório Transporte interno Armazenamento final Coleta Destino final Cerâmicos Pilhas nos andares e/ou fardos Carrinho e guincho, ou duto vertical Caçamba estacionária Empresa particular especializada Aterros de inertes ou reciclagem Gesso Pilhas nos andares e/ou fardos Carrinho e guincho, ou duto vertical Baias (Intermediário) ou Caçamba Estacionária Empresa particular especializada Aterros de inertes ou reciclagem Material de escavação Pilhas com pequenos volumes ou direcionamento direto ao destino final Carrinho para pequenos volumes ou retroescavadeira para grandes volumes Caçamba estacionária para pequenos volumes ou caminhão basculante para grandes volumes Empresa particular especialziada Aterros de inertes ou reutilização Madeira Bombonas nos andares Sacos de ráfia e guincho Baias ou bags Empresa de coleta de recicláveis, ONGs Aterro sanitário ou reciclagem Plástico Papel Papelão Bombonas nos andares Sacos de ráfia e guincho Baias ou bags Empresa de coleta de recicláveis, ONGs Aterro sanitário ou reciclagem Metal Bombonas nos andares Sacos de ráfia e guincho Baias Empresas de coleta de recicláveis, ONGs Aterro sanitário ou reciclagem Classe D Pilhas nos andares Sacos de ráfia e guincho Baias Empresa de coleta especializada Aterro sanitário 8

REFERENCIAL TEÓRICO Caracterização quantitativa dos RCC Quadro 2. Indicadores de geração de RCC em uma edificação. Fase Resíduo gerado Prazo usual Indicador de geração Demolição Classe A (concreto, argamassa, cerâmica) 10 a 30 dias 800 a 1000 kg/m 2 Escavação Classe A (Solo) 10 a 20 dias 1300 a 1400 kg/m 3 Construção Classe A (concreto, argamassa, cerâmica), Classe B (plásticos, papel e madeira), Classe C (gesso) e Classe D (solventes, tintas, ácidos) 6 a 48 meses 100 a 150 kg/m 2 Fonte: Gusmão, 2008 9

REFERENCIAL TEÓRICO Caracterização qualitativa dos RCC Tabela 2. Composição de RCC em alguns municípios brasileiros. Material (%) Olinda/PE 1 Recife/PE 2 São Carlos/SP Município Pelotas/RS 4 Porto Alegre/RS 5 Material Madeira (%) - 2 7 4 - Olinda/PE 1 Recife/PE 2 São Carlos/SP 3 Pelotas/RS 4 Porto Alegre/RS 5 Material cerâmico 3,5 2 40 31 Madeira - 2 7 4-35,6 Papel/papelão - - - 0,3 - Material cerâmico Plástico/PVC 3,5-2 - 40 1 31 2,2 35,6 - Papel/papelão - - - 0,3 - Material miúdo 32 - - - Plástico/PVC - - 1 2,2 - - Pedra/Pedregulho Material miúdo 32 - - 3-10 - - - - Pedra/Pedregulho Gesso - - 3 4 10 1-1 - Argamassa Gesso - 20 4 24 1 8 1 16 - Metal Argamassa 20-24 1 8 2 16-44,2 - Metal - 1 2 - - Concreto 22,6 14 19 16 Concreto 22,6 14 19 16 18,3 18,3 Tijolo Tijolo 14,4 14,4 17 17 - - - - - - Solo Solo - - 23 23 9 9 25 25 1,8 1,8 Fibrocimento - - 2 - - Fibrocimento - - 2 - Vidro - - 1 1 - - Vidro Outros 7,5-10 - - 1 2,5 1 5,1 - Outros 7,5 10-2,5 5,1 Fonte: 1 Falcão (2011),; 2 Carneiro (2005); 3 Marques Neto e Schalch (2010); 4 Tessaro et al. (2010); 5 Lovato (2007) 10-44,2

REFERENCIAL TEÓRICO Sistemas de Apoio à Decisão Os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) constituem uma categoria de sistemas de informação baseados em conhecimento, que se refere a um modelo em que é analisado uma série de variáveis. A decisão é uma escolha entre as alternativas existentes (MOTA et al, 2011). Figura 3. Representação esquemática do ambiente de decisão. Fonte: Massukado (2004) 11

REFERENCIAL TEÓRICO Sistemas de Apoio à Decisão Classificação dos SADs Quadro 5. Classificação dos SADs. Classe Sistemas baseados em dados Sistemas baseados em regras Sistemas baseados em modelos analíticos Definição São sistemas que utilizam técnicas e processamento analítico online para encontrar regularidades em grandes bancos de dados. São representados pelos sistemas especialistas e sistemas baseados em inteligência artificial. Sistemas que utilizam o conhecimento de uma determinada disciplina. Fonte: Wierzbick (2000) 12

REFERENCIAL TEÓRICO Sistemas de Apoio à Decisão Classificação dos SADs Dados de entrada Usuários Base de dados Base de conhecimento Motor de inferência Dados de saída Fonte: Scremin (2007) 13

SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Planejamento Implantação Monitoramento 14

SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Planejamento Visita Inicial levantamento de informações; Planejamento tipo, quantidade e distribuição dos dispositivos; Compra dos dispositivos. 15

FASES E AÇÕES DO SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Planejamento Pessoal Envolvido -Alta direção da empresa. -Engenheiros e técnicos da gerência técnica e de produção. -Técnicos responsáveis pelos sistemas de qualidade e de segurança do trabalho. Ações -Reunião inaugural com a presença da alta direção, gerência técnica, gerência de produção, e técnicos responsáveis pelos sistemas de qualidade e segurança do trabalho da construtora, para apresentação preliminar do sistema de gestão dos RCC. -Visitas ao canteiro para obtenção de todos os dados necessários à implantação do sistema de gestão. -Adequação e detalhamento do PGRCC. 16

SISTEMA Sistema DE GESTÃO de Gestão DE dos RCC RCC Implantação GERENCIAL OPERACIONAL 17

SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Implantação Treinamento de funcionários em canteiro Distribuição dos dispositivos pela obra 18

SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Monitoramento Auditorias com aplicação de Check Lists nos canteiros; Elaboração de Relatórios sobre os problemas encontrados nas visitas de inspeção. AÇÕES CORRETIVAS 19

FASES E AÇÕES DO SISTEMA DE GESTÃO DE RCC Monitoramento Pessoal Envolvido - Auditores internos e externos. Ações - Auditoria da obra envolvendo aspectos de limpeza e varrição; segregação dos resíduos na fonte e no acondicionamento final; destinação compromissada através de comprovantes (CTR); atualização dos cadastros dos transportadores e destinatários de resíduos. - Elaboração de relatórios de auditoria para a direção da obra, com relatos de falhas e soluções. 20

SISTEMA Sistema DE GESTÃO de Gestão DE dos RCC RCC RESULTADOS/BENEFÍCIOS: Exercício da responsabilidade na destinação de resíduos; Redução do risco de multas; Eliminação de custos com remoção de resíduos de plástico, papel e metais; Melhor aproveitamento do espaço em caçambas; Canteiro mais organizado, inclusive quanto à movimentação de materiais; Melhoria do aspecto da obra, satisfazendo cliente interno e externo; Educação dos operários e colaboradores; Maior sustentabilidade dos empreendimentos; Imagem melhor da construtora no mercado. 21

CASOS DE OBRAS Limpeza e Varrição Trecho do corredor com RCC obstruindo parte da circulação da Obra (antes e após o SGRCC) 22

CASOS DE OBRAS Limpeza e Varrição Trecho do pavimento da obra (antes e após o SGRCC) 23

CASOS DE OBRAS Limpeza e Varrição Serviço de assentamento de tijolos (antes e após o SGRCC) 24

CASOS DE OBRAS Acondicionamento Inicial e Segregação de RCC Segregação dos Resíduos na fonte (antes e após o SGRCC) 25

CASOS DE OBRAS Casos de Obras Acondicionamento Inicial e Segregação de RCC Segregação dos Resíduos na fonte 26

CASOS DE OBRAS Acondicionamento Inicial e Segregação de RCC Segregação dos Resíduos na fonte 27

CASOS DE OBRAS Acondicionamento Final de RCC Acondicionamento Final de Resíduos Classe A (antes e após) 28

CASOS DE OBRAS Casos de Obras Acondicionamento Final de RCC Acondicionamento Final de Resíduos Classe B (certo e errado) 29

CASOS DE OBRAS Casos de Obras Acondicionamento Final de RCC Acondicionamento Final de Resíduos Classe C 30

CASOS DE OBRAS Acondicionamento Final de RCC Caçamba colocada no exterior do canteiro de obra, com RCC contaminado com resíduo orgânico 31

CASOS DE OBRAS Destinação Final de RCC Em todas as obras é exigido o completo preenchimento do CTR (Controle de Transporte de Resíduos) para o controle da saída dos resíduos dos canteiros. As empresas optaram por alternativas diversificadas para o encaminhamento dos resíduos gerados. Pode-se citar o encaminhamento dos resíduos Classe B (papel, plástico, metal e madeira) para reciclagem através de carroceiros ligados a ONGs ou cooperativas de reciclagem. Outras empresas chegaram a fazer reciclagem do resíduo Classe A no próprio canteiro, em que o resíduo era utilizado para confecção de cocadas e blocos mestrados. 32

CASOS DE OBRAS Destinação Final de RCC Máquina utilizada para triturar o resíduo de gesso na obra Reutilização de parte do resíduos de Classe A em aterro de partes da obra 33

CASOS DE OBRAS Destinação Final de RCC Moinho utilizado para triturar o resíduo de Classe A na obra Produto da moagem do resíduo de Classe A reutilizado na obra 34

CASOS DE OBRAS Destinação Final de RCC Armazenamento do resíduo de Classe A separado em granulometrias diversas 35

CASOS DE OBRAS Destinação Final de RCC a) Peneiramento b) Blocos Mestrados Reciclagem dos Resíduos Classe A no Próprio Canteiro 36

CUSTOS E BENEFÍCIOS DO SISTEMA DE GESTÃO No sistema de gestão dos resíduos há um controle da saída de todos resíduos. Há também um controle dos custos de transporte e das receitas decorrentes das vendas dos resíduos, especialmente os resíduos Classe B. Um dos ganhos mais visíveis após a implantação do sistema de gestão é a redução do volume de RCC transportado nas caçambas estacionárias. De um modo geral, os resíduos Classe B pesam pouco, mas ocupam um considerável volume das caçambas quando estão misturados aos resíduos Classe A. 37

CUSTOS E BENEFÍCIOS DO SISTEMA DE GESTÃO Item Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Bombona plástica reutilizável de 50 litros Caixote (1,0 x 0,8 x 0,8m) Lixeira com tampa Suporte para bag Bag (0,9 x 0,9 x 1,2m) Construção de baia Adesivo para sinalização (tamanho A4) Saco de ráfia (0,9 x 0,6m) Saquinho plático Rolo de barbante Total 38

Exemplos de ações realizadas nos canteiros de obras para melhoria do Sistema de Gestão dos RCC 39

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Certo x Errado 40

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Certo x Errado 41

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Certo x Errado 42

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Problemas comuns É IMPORTANTE DISPOR AS BOMBONAS COM A SINALIZAÇÃO BEM VISÍVEL 43

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Problemas comuns É IMPORTANTE DISPOR OS RESÍDUOS NOS DISPOSITIVOS ADEQUADOS 44

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO Problemas comuns É IMPORTANTE SEGREGAR OS RESÍDUOS NA ORIGEM 45

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO DICAS Bombonas pintadas facilitam na distinção dos materiais Bombonas presas à parede evitam o desaparecimento de alguma 46

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO DICAS 47

GESTÃO DE RCC NO CANTEIRO DICAS Quadros no refeitório com fotos do relatório indicando o que está CERTO e o que está ERRADO 48

ANÁLISE DE CASOS DE OBRAS (APLICAÇÃO SAD) Aquisição de conhecimentos (Qualitativos) Os conhecimentos necessários são: Legislação ambiental referente aos RCC; Metodologias para a caracterização quantitativa e qualitativa dos RCC; Metodologias de gerenciamento de RCC, que envolvem segregação, armazenamento, transporte e destinação final. Informações relativas aos indicadores de geração de resíduos no total e em cada fase da obra; Diagnóstico realizado em 74 obras; Criação e aplicação de indicadores de sustentabilidade. 49

ANÁLISE DE CASOS DE OBRAS (APLICAÇÃO SAD) Aquisição de conhecimentos (Qualitativos) 15 indicadores de sustentabilidade específicos de gestão de RCC: 5 indicadores voltados para a segregação dos resíduos; 5 indicadores para transporte e armazenamento; 5 indicadores para a destinação final dos resíduos. Cada valor + (positivo) = 1 ponto; cada valor +/ (positivo/negativo) = 0,5 ponto; cada valor (negativo) = 0 ponto. Graus de sustentabilidade: Baixo (0 a 1,9 pontos) Médio (de 2 a 3,9 pontos) Alto (de 4 a 5 pontos) 50

ANÁLISE DE CASOS DE OBRAS (APLICAÇÃO SAD) Aquisição de conhecimentos (Quantitativos) Coleta de dados de geração de RCC (74 obras) Obtenção de dados nas obras, Ciclo Ambiental e EMLURB. Número de caçambas coletadas mensalmente Reutilização de resíduos Dados quantitativos Compra de agregados reciclados Custos de gerenciamento de RCC 51

ANÁLISE DE CASOS DE OBRAS (APLICAÇÃO SAD) Aquisição de conhecimentos (Quantitativos) Figura 4 Quantidade de obras analisadas por fase da construção e classe de resíduos. F 6 Obras F + E 12 obras F + A 1 obra Fundação: 47 obras (63%) E 11 obras Estrutura: Dados de geração de RCC nos canteiros de obras 1 A 5 obras 62 obras (84%) 74 obras E + A 11 obras Acabamento: 45 obras (61%) F + E + A 2 28 obras 1 F= Fundação; E= Estrutura; A= Acabamento. 2 F + E + A: Obras com banco de dados completo Total: 74 obras Fonte: O autor (2014) 52

ANÁLISE DE CASOS DE OBRAS (APLICAÇÃO SAD) Aquisição de conhecimentos Diagnóstico das obras: Quadro 1. Indicadores de sustentabilidade para a gestão de RCC em canteiros de obras. INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SEGREGAÇÃO DOS RCC TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DESTINAÇÃO FINAL Geração de resíduos Transporte interno Cooperativas de catadores Capacitação dos trabalhadores Armazenamento final em caçambas Resíduos não recicláveis Acondicionamento dos resíduos Classe B Armazenamento final em bags/baias Resíduos recicláveis como agregados Acondicionamento dos resíduos Classe A Limpeza Utilização de agregados reciclados Sinalização Transporte externo Reaproveitamento de resíduos 53

RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Diagnóstico das obras: Aspectos positivos 54

RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Diagnóstico das obras Aspectos negativos 55

RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Diagnóstico das obras Dentre os canteiros, nenhuma obra obteve grau alto de sustentabilidade nos três grupos de indicadores; Apenas 2 canteiros obtiveram pelo menos dois graus Alto, 2 canteiros de obras obtiveram grau Baixo nos três grupos; Transporte e armazenamento com melhor pontuação Destinação final com pior pontuação 56

Nº de caçambas RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Geração de RCC nos canteiros de obras: Considerando-se um volume de 6 m 3 1200 Figura 12 Número total de caçambas coletadas nas obras analisadas. 1000 Máximo: 1012 caçambas 800 600 400 200 0 Mínimo: 59 caçambas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Obras 57

Geração de resíduos (t) RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Geração de RCC nos canteiros de obras: A fase de acabamento é a que mais gera resíduos. 9000 8000 Figura 13 Geração de resíduos (t) por fase da obra. 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 Geração de RCC (t) - FUNDAÇÃO Geração de RCC (t) - ESTRUTURA Geração de RCC (t) - ACABAMENTO Geração total (t) 0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Obras 58

RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Geração de RCC nos canteiros de obras: A fase de acabamento é a que mais gera resíduos. Figura 14 Percentagem da geração de RCC por fase da obra. Fundação 4% Estrutura 22% Acabamento 74% 59

RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Geração de RCC nos canteiros de obras: Classe A: 1062,24 t Classe B: 29,8 t Classe C: 1,99 t Figura 16 Percentagem de geração de resíduos por classe, segundo a CONAMA nº 307/2002. Classe B 11% Classe C 2% Classe A 87% 60

Geração de RCC (t) RESULTADOS Aquisição de conhecimentos Geração de RCC nos canteiros de obras: 78% de obras com certificação 22% de obras sem certificação Figura 17 Comparativo da geração de RCC entre obras certificadas e não certificadas. 2500 2000 2051 1500 1473 1000 500 0 747 379 132 76 Fundação Estrutura Acabamento Sem certificação Com certificação Fase da obra 61

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 1: Descrição geral do empreendimento Figura 20 Tela de abertura do sistema. 62

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 1: Descrição geral do empreendimento Figura 21 Etapa de cadastro e gerenciamento das obras. 63

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 2: Dimensionamento do SGRCC Figura 23 Tela de apresentação da estimativa total de RCC. 64

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 2: Dimensionamento do SGRCC Figura 25 Tela de apresentação da estimativa da geração de RCC por material. 65

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 3: Gerenciamento da obra Figura 28 Interface da etapa de coleta de resíduos. 66

RESULTADOS Codificação do sistema Fase 3: Gerenciamento da obra Figura 29 Tela de apresentação da análise estatística do gerenciamento de RCC. 67

REFERÊNCIAS CABRAL, A.E.B.; MOREIRA, K.M.V. Manual sobre os Resíduos Sólidos da Construção Civil. Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará. Programa Qualidade de Vida na Construção. Fortaleza, 2011. GUSMÃO, A.D. Manual de Gestão de Resíduos Sólidos da Construção Civil. Camaragibe: CCS Gráfica Editora, 2008. 140 p. LIMA, A.; RODRIGUES, C.; ALBUQUERQUE, PAZ, D.; LAFAYETTE, K. Avaliação dos impactos ambientais e destinação dos resíduos da construção civil em área urbana na cidade do Recife/Brasil. In: Congresso Nacional de Geotecnia, 14, Covilhã, Portugal. Anais... Covilhã, 2014. LUPATINI, G. Desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão em escolha de áreas para aterros sanitários. 2002. 148 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. MASSUKADO, L.M. Sistema de Apoio à Decisão: Validação de cenários de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares. 2004. 230 f. Dissertação (mestrado em Engenharia Urbana) Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2004. RIBEIRO, H.; JACOBI, P.R.; BESEN, G.R.; GUNTHER, W.M.R; DEMAJOROVIC, J. VIVEIROS, M (2009). Coleta seletiva com inclusão social: cooperativismo e sustentabilidade. Annablume, São Paulo, Brasil. SCREMIN, L.B. Desenvolvimento de um sistema de apoio ao gerenciamento de resíduos da construção e demolição para municípios de pequeno porte. 2007. 150 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. 68

OBRIGADA. Prof a : Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, D.Sc. klafayette@poli.br klafayette@gmail.com