A cidade de Manaus e a questão dos Resíduos Sólidos



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Transcrição:

A cidade de Manaus e a questão dos Resíduos Sólidos Maria Cristina Vieira da Rocha 11 de Dezembro de 2014

A cidade de Manaus e a questão dos Resíduos Sólidos Diferenças entre Lixão e Aterro Sanitário: Local inadequado para esta finalidade; Danos ao ar atmosférico, ao solo e subsolo, ao lençol freático, à flora, à fauna e, principalmente, à saúde humana; Atração de insetos, urubus, roedores, etc. Local submetido ao EIA; Lixo depositado é coberto por uma camada de terra no final; Realizado estudos sobre os ventos para evitar emanação de odores à vizinhança; Gases queimados por meio de queimadores próprios; Chorume armazenado em poços apropriados e tratados em estações de esgoto.

A cidade de Manaus e a questão dos Resíduos Sólidos Aterro Controlado: Categoria intermediária entre o lixão e o aterro sanitário; Célula próxima ao lixão, que foi remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila. Há uma contenção do lixo que, depois de lançado no depósito, é coberto por uma camada de terra; Minimiza o mau cheiro e o impacto visual, além de evitar a proliferação de insetos e animais. Porém, não há impermeabilização de base (o que evitaria que o material contamine o solo e o lençol d água), nem sistema de tratamento do chorume ou do biogás.

Local atual de disposição final de resíduos sólidos de Manaus: Foto tirada em novembro de 2014, em vistoria do LabGeo - Único adequado à Lei de Resíduos Sólidos - Utilizado como lixão à céu aberto por 18 anos - Localizado no Km 19, da AM-010 (Manaus Itacoatiara) - Único complexo de destino final de resíduos de Manaus

Local atual de disposição final de resíduos sólidos de Manaus: Fotos tiradas em novembro de 2014, em vistoria do LabGeo - Inserido na bacia do igarapé do Matrinxã, afluente do igarapé Acará, o qual se une ao igarapé de Santa Etelvina, para formar o igarapé da Bolívia.

Comunidades que se localizam no entorno do aterro: União da Vitória Ismael Aziz 23 de Setembro Lagoa Azul Áurea Braga

PROCESSO N 0011561-03.2000.8.04.0001 Ação Civil Pública instaurada no ano de 1990 pela Dra. Promotora de Justiça Maria José da Silva Nazaré e pelo Dr. Promotor de Justiça Aluízio Pereira de Lima Partes: Construtora Marquise Tumpex Empresa Amazonense de coletagem de lixo LTDA SENAL Seringueira da Amazônia LTDA Prefeitura Municipal de Manaus Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas Honorino Dalberto

Histórico do aterro As terras, a princípio eram de propriedade do Sr. Honorino Dalberto. Por meio do Decreto Municipal n 2694/1995 foi adquirido pela Prefeitura para fins de construção do aterro. Lixo depositado à margem da estrada; depósito de excrementos coletados dos caminhões-fossas e lixo hospitalar; incidência de bactérias e fungos nos igarapés próximos; comprometimento do lençol freático de toda área da Ponte da Bolívia e Tarumã.

Histórico do Aterro Compromissários: Manaus e Tumpex 09/06/2008 Assinado por Antônio Ademir Stroski, à época, assessor do IPAAM. 2010 Licenciado pela SEMMAS - Recuperação de área degradada; - Monitoramento da Contaminação dos Recursos Hídricos; - Prevenção sanitária na área do entorno do aterro; Modificação do órgão responsável para licenciar a atividade: IPAAM SEMMAS L.M.O. N 109/2010

Cláusulas do Termo de Conciliação Judicial:

Cláusulas do Termo de Conciliação Judicial:

Cláusulas do Termo de Conciliação Judicial:

Principais problemas estruturais e operacionais atualmente: - Distância mínima de 20 km do aterro ao aeroporto não é atendida; - O aterro está aproximadamente a 9 km do Aeroporto Eduardo Gomes; - Destaca-se o grande número de colisões entre os aviões e urubus; - Danos em aeronaves e vultosos custos em reparos; - Possibilidade da ANAC adotar medidas restritivas quanto aos horários considerados críticos, na tentativa de evitar colisões 19/08/2009.

Principais problemas estruturais e operacionais atualmente: - Distância mínima de 200 metros do aterro aos recursos hídricos não é atendida, visto a proximidade com o igarapé do matrinxã; - Não há monitoramento da qualidade dos efluentes de saída das lagoas de contenção e tratamento de chorume que são lançados diretamente ao meio ambiente; - Águas pluviais são lançadas diretamente na bacia do Matrinxã, onde não passam por nenhum sistema de tratamento.

Principais problemas estruturais e operacionais atualmente: - Contaminação dos Recursos Hídricos na área do entorno do Aterro Sanitário de Manaus.

Metas do Plano de Resíduos Sólidos: Aquisição de nova área para o aterro (prazo era em 2012, mas não foi cumprido); Implantação definitiva do novo aterro sanitário, até 2021; Encerramento e recuperação ambiental do aterro atual, até 2021; Implantação de unidade pra a compostagem dos resíduos orgânicos, até 2016; Processo de inserção dos catadores, até 2016.

OBRIGADA!