REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA, USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL E ESTREMAÇÃO José Celso Vilela CRI Itabira



Documentos relacionados
Usucapião O que muda com o novo CPC?

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL

MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO SUL. Seminário Ressanear Saneamento e resíduos sólidos em pauta.

14/06/2013. Andréa Baêta Santos

Artigo - Modelo de ata notarial de usucapião extrajudicial e aspectos práticos - Rodrigo Reis Cyrino

NOVO CPC INTRODUZ A USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL NO PAÍS

L E I Nº 3.469, DE 20 DE JANEIRO DE 2016.

A Usucapião Extrajudicial no Novo Código de Processo Civil

Regulamenta o art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.

RECOMENDAÇÃO Nº 03/2016. A Corregedora-Geral da Justiça, Desembargadora Regina Ferrari, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

Projeto de Lei nº 7.093, de 2014

CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA PROVIMENTO N.º 04, DE 18 DE MARÇO DE 2015.

Ordem nº 1988/ lauda 1

GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS GABINETE SECRETÁRIO PORTARIA N º 064, DE 04 DE AGOSTO DE 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

ESTUDO DE CASO USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL DO SÍTIO PICA-PAU AMARELO - PONTA GROSSA PARANÁ

Dispõe sobre a emissão da Certidão de Informações sobre a vinculação de Imóvel com Unidade de Conservação da Natureza

A Reserva Legal Florestal e o Registro de Imóveis Aspectos práticos

SLEA SISTEMA DE LICENCIAMENTO ELETRÔNICO DE ATIVIDADES DA PREFEITURA DE SÃO PAULO

Estado do Rio de Janeiro PODER JUDICIÁRIO Conselho da Magistratura

PROJETO DE LEI Nº, DE 2016

REGISTRADORES ENTREVISTA #3 Entrevistado: Doutor Narciso Orlandi Neto

RESOLUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

RESUMO. É elaborado pelo Executivo municipal e aprovado pela Câmara municipal por meio de lei.

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ nº / PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

O Estado de São Paulo dispõe do Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais - Cidade Legal, doravante denominado de Cidade Legal.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre

ATA NOTARIAL - USUCAPIÃO

RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA PRAZOS NA LEI Nº /2005 OBJETO ARTIGO PRAZO

REGULAMENTO PROJETO SERVIÇOS E CIDADANIA

RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

Informação para quem vai comprar, construir ou reformar.

QUALIFICAÇÃO REGISTRAL. Procedimento de USUCAPIÃO Extrajudicial e seu REGISTRO

MATRICULA CASOS ESPECIAIS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais (CRMV-MG)

PROVA ORAL MALOTE 3 GRUPO I DIREITO CONSTITUCIONAL QUESTÃO 1

ORDEM DE SERVIÇO Nº 08/2014

OAB XIX EXAME PROVA BRANCA Comentário às questões de Direito Empresarial. A prova foi bem elaborada e não ofereceu maiores dificuldades.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PROVIMENTO N 18. CONSIDERANDO a necessidade de racionalizar a tramitação de dados a cargo dos notários;

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

ESTUDO DIRIGIDO 9 RESPOSTAS. 1. Princípios que Regem a Execução Trabalhista. 2. Ação Rescisória na Justiça do Trabalho.

RESOLUÇÃO Nº 396, DE 02 DE OUTUBRO DE 2014.

LEGISLAÇÃO PROVIMENTO

EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 01/14 -Processo nº

[Nota: os instrumentos de alteração contratual devem conter o número de registro da sociedade no CNPJ e o número de inscrição da sociedade na OAB/ES]

PROPOSTA DE LEI N.º 101/VIII AUTORIZA O GOVERNO A LEGISLAR EM MATÉRIA DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Exposição de motivos

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES INICIAIS

ESTADO DE SANTA CATARINA

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE ARACATI, no uso de suas atribuições legais, conforme lhe confere a Lei Orgânica do Município, e

DECRETO Nº 0665DE20DENOVEMBRODE 2015

T E R M O D E C O M P R O M I S S O

18/11/2013. Condomínio e Incorporação Lei 4.591/64 - Código Civil, Provimento 260/CGJ-MG/ Lei /2004

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB XIII EXAME DE ORDEM C006 DIREITO TRIBUTÁRIO


PORTARIA Nº 1 DE 25 DE MAIO DE 2006.

CIRCULAR N Documento normativo revogado pela Circular nº 3.432, de 3/2/2009.

Estatuto da Cidade - Lei 10257/01

DECRETO Nº , DE 6 DE OUTUBRO DE 2008 Regulamenta o artigo 50 da Lei nº , de 26 de setembro de 2006, o qual dispõe sobre a celebração de

São Paulo, 15 de fevereiro de

RIO GRANDE DO NORTE LEI Nº , DE 29 DE DEZEMBRO DE 2015.

Prof. Anderson Nogueira Oliveira Roteiro de Aula Redação Jurídica Aplicada

Relação de documentos para o consorciado contemplado em consórcio de imóveis (Pessoa Física com utilização do FGTS)

CONTRATO DE SOCIEDADE DA IMPRESA SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS, S.A. I Denominação, objecto e sede

DIREITO EMPRESARIAL. Falência e Recuperação de Empresas

Documento II da Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 13 de junho de PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

Presidência da República Subchefia para Assuntos Jurídicos

Informativo 26/2015. SEGURO-DESEMPREGO PARA EMPREGADOS DOMÉSTICOS Resolução nº 754, de

CASO ABRAPP X FND, BNDES, UF PROCEDIMENTOS PARA COBRANÇA JUDICIAL

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE GESTÃO E NEGÓCIOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5.

L E I Nº 1.250/2016 INSTITUI A POLÍTICA MUNICIPAL DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Simulado Virtual: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA EM ÁREA DE INTERESSE ESPECÍFICO VILA SEVERO (CONTINUAÇÃO)

JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

1. Registro com valor declarado DISCRIMINAÇÃO (R$) OFICIAL ESTADO CARTEIRA REG CIVIL T JUSTIÇA TOTAL

SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC

SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. Regimento Interno do Conselho de Administração

3. QUEM PODE PRESTAR O SERVIÇO DE RADCOM?

Conselho Nacional de Justiça

ICMS - A ETERNA DIFICULDADE DE COMPROVAR O INTERNAMENTO DE MERCADORIAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS

<CABBCDAAADBCAADACBBCBACCBABCADCABDAAA DDABCAAD>

ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPORÃ GABINETE DO PREFEITO Administração 2013/2016. Um Novo Tempo. Uma Cidade Para Todos.

Assunto: Emissão de Tempo de Contribuição/Serviço e Averbação de Tempo de Contribuição/Serviço

CONTRATO POR INSTRUMENTO PARTICULAR DE LOCAÇÃO

REGULAMENTO - PROCEDIMENTO ARBITRAL NA ÁREA TRABALHISTA

PREFEITURA DE GOIÂNIA 1 GABINETE DO PREFEITO

PORTARIA Nº1006/2009. O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARA, no exercício de suas atribuições legais, e

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA INCRA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO MARANHÃO

Telma Sarsur Assessora jurídica da SERJUS-ANOREG/MG Especialista em Direito Público pela Universidade Gama Filho Professora do curso de pós-graduação

João Pedro Lamana Paiva Registrador de Imóveis da 1ª Zona de Porto Alegre

Estado do Rio Grande do Sul Município de Caxias do Sul

REGULAMENTO DA CAMPANHA FIDELIDADE PREMIADA

Estatuto da Cidade 22/05/2015. Lei Nº , de 10/07/2001. Medida Provisória Nº 2.220, de 04/09/2001. MP Nº 103, de 01/01/2003. Conselho das Cidades

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAÚNA - MG Edital de Chamamento para Cadastro nº 01/2013

MINERAÇÃO - RECUPERAÇÃO DE ÁREA. Modelo de termo compromisso de ajustamento de conduta

Processo nº 37758/2014. ML-27/2015 Encaminha Projeto de Lei.

Transcrição:

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA, USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL E ESTREMAÇÃO José Celso Vilela CRI Itabira

Apresentação Função do Registrador Usucapião Extrajudicial Regularização Fundiária Urbana Estremação Quadro Resumo

REGISTRO DE IMÓVEIS Principal função: Segurança Jurídica

REGISTRO DE IMÓVEIS Legitimação da atividade: Universalização dos serviços

ITABIRA 65.000 inscrições cadastrais urbanas e...

ITABIRA Apenas 19.000 matrículas de imóveis urbanos, o que representa um percentual de 29%*.

REGISTRO DE IMÓVEIS Princípio da instância: Sistema registral inerte

Evolução legislativa: Releitura da Função

MOVIMENTO LEGISLATIVO RECENTE Lei Federal nº 11.977/2009. Reconhecimento de situações consolidadas à margem das normas de parcelamento e de aquisição da propriedade formal. Objetivo: permitir o acesso registral a situações mediante normas de exceção às vias formais de transmissão da propriedade e parcelamento do solo. Artigo 46, da Lei 11.977: Art. 46. A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Matriz constitucional: Função social da propriedade urbana; Direito à moradia; Dignidade da pessoa humana; Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Princípio implícito a ser perseguido pelo registrador > viabilização do acesso registral. Muito mais que in dubio pro registro (Serpa Lopes). Requer postura ativa.

Flexibilizações presentes na Regularização Fundiária: 1). Art. 52*, da Lei 11.977/09: Redução de tamanho de lotes; Redução de percentual de transferência de imóveis ao Município. *Interesse social ou específico. 2). Art. 15, do Provimento 44, do CNJ: Autorizada a abertura de matrícula com o Auto de Demarcação Urbanística para, entre outras hipóteses: Área sem matrícula ou transcrição anterior (abre-se matrícula com proprietário não-identificado ); Área com descrição diversa da existente*, seja parte de imóvel maior, ou área descrita em mais de uma matrícula (proprietário registral é transportado). *Exceção ao princípio da unitariedade matricial. 3). Lei Federal 8.212/91 (Previdência Social): Art. 47. E exigida Certida o Negativa de De bito CND, fornecida pelo o rga o competente, nos seguintes casos: [...] 6o Independe de prova de inexiste ncia de de bito: [...] e) a averbac a o da construc a o civil localizada em a rea objeto de regularizac a o fundia ria de interesse social, na forma da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.

USUCAPIÃO EXTRAJUDICAL

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL Usucapião é forma de aquisição da propriedade imobiliária. Num contexto amplo, é considerado regra, ao lado das demais formas de aquisição da propriedade levadas a registro. Não é informado por normas expressas de exceção ao sistema registral, mas há apenas construção jurisprudencial nesse sentido. Usucapião concorre com as formas de alienação (compra e venda, doação, inventário e partilha, etc.). Usucapião extrajudicial será utilizada como forma de superação de diversos óbices ao registro de títulos de alienação defeituosos.

Risco da Bala de Prata? Abandono das demais vias ordinárias de transmissão da propriedade e parcelamento do solo urbano. Estímulo ao Clandestinismo das transmissões X Publicidade do Sistema Registral

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL Larga escala: Sérias implicações tributárias e urbanísticas. Questões tributárias: Transmissões intermediárias: Entendimento do CORI registrador não é obrigado a aferir tributação de contratos intercorrentes. Sobre a usucapião: Discussão sobre aquisição originária ou derivada. Questões urbanísticas: A usucapião é forma de aquisição da propriedade, de titulação formal, mas não pode se converter em forma principal de parcelamento do solo urbano. Deslocamento da ordenação do território urbano municipal do Poder Público para o particular. Burla ao artigo 182 da Constituição Federal: 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL Usucapião Extrajudicial para imóveis sem matrícula localizada: Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes; ( ) 2 o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como discordância. 3 o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido.

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL Cotejo valorativo: Segurança jurídica X Viabilização de acesso registral Interpretação que confere maior segurança jurídica: (DR LEONARDO BRANDELLI) Só se pode processar extrajudicialmente a usucapião quando houver matrícula ou transcrição para o imóvel. Interpretação literal do NCPC quanto à necessidade de anuência de proprietário e confrontantes. Facilitação de buscas e atenuação da responsabilidade do registrador: (Requerente indica a matrícula ou transcrição do imóvel usucapiendo). Interpretação que confere maior viabilização de acesso registral: Interpretação ampliativa (restritiva da exigência de anuência). Fragilidade inicial: carece de uma corroboração jurisprudencial que a fortaleça. Dificuldade já conhecida de certificação de inexistência de matrícula/transcrição: especialização objetiva precária de matrículas e transcrições antigas.

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL Quando não se encontra matrícula para a área objeto de usucapião: Procedimento judicial: Registrador certifica inexistência, apondo ressalvas na certidão (especialidade objetiva precária). Juiz avalia conjunto probatório e decide. Oficial registra aquisição da propriedade em cumprimento a mandado judicial. Questões de dúvida são oferecidas em Nota Devolutiva. Se Juiz confirmar ordem, registra-se. Procedimento extrajudicial: Registrador certifica para ele mesmo chancelar a aquisição da propriedade. * Quanto à possibilidade de se tratar de terra devoluta: Prazo de 15 dias para manifestação do Estado, ou é obrigatória a sua manifestação?

Impugnação pelo Município: Fundamentos para impugnação pelo Município no procedimento da usucapião extrajudicial: Hipóteses: Não se localiza matrícula para o imóvel; ou Há matrícula para a área maior. Burla ao artigo 182 da Constituição Federal. Falta de aprovação de parcelamento, com consequente falta de transferência de percentual de áreas ao Município, etc; Desrespeito à área mínima dos lotes; etc.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: Instrumentos: 1. Auto de demarcação urbanística: Maior segurança territorial; Cria-se contraditório mais amplo. Antecipa-se manifestação dos entes públicos. Há maior divulgação, chamamento público, envolvimento social. Maior segurança com intercâmbio documental entre CRI e Prefeitura no procedimento. Aspectos urbanísticos são verificados pelo próprio Município. 2. Flexibilização do tamanho de lotes: Na usucapião extrajudicial, as restrições legais urbanísticas (por exemplo: tamanho de lotes) devem ser respeitadas (oficial não tem jurisdição; não se pode afastar norma de ordem pública de direito urbanístico). Entendimento do CORI: Em princípio, há consenso somente na usucapião constitucional para usucapião de área inferior ao módulo (decisão do STF).

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Procedimento da Regularização Fundiária: PERÍMETRO EXTERNO > PARCELAMENTO > TITULAÇÃO 1). Auto de Demarcação Urbanística para o perímetro externo. Proprietário na o-identificado (STJ). Entendimento firmado com MP, OAB ADU para Interesse específico. (Código de Normas) 2). Aprovação e Registro do Parcelamento criação das unidades imobiliárias individuais (lotes). FMP urbana pode ser mitigada art. 52 ad Lei 11.977. 3). Titulação aos beneficiários: A. Usucapião extrajudicial de matrícula usucapia o tabular ; B. Usucapião Administrativa* - Legitimação de posse posse tabular por 5 anos. *Utilização em regularização de interesse social ou específico**, em que titular registral se mantém inerte (não impugna nem dá anuência). **Entendimento com MP e OAB utilização da LP para interesse específico.

USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA: Usucapião administrativa ( posse tabular Dr. Marcelo Couto): Título de legitimação de posse (título administrativo, confeccionado pelo Poder Público) confere propriedade após os 5 anos de registro de maneira incontestavelmente originária e livre de ônus. Art. 47, da Lei 11.977/09: V legitimação de posse: ato do poder público destinado a conferir título de reconhecimento de posse de imóvel objeto de demarcação urbanística, com a identificação do ocupante e do tempo e natureza da posse; Possibilidade de ata notarial para subsidiar trabalho do Município (?) Aplicação: Regularização Fundiária de Interesse Social ou Específico. Matrícula localizada, com proprietário inerte. Matrícula não localizada (proprietário inexistente).

ESTREMAÇÃO URBANA

ESTREMAÇÃO URBANA Previsto no Código de Normas como fase final de processo de regularização fundiária. Não traduz necessariamente problema de acesso registral da cadeia dominial (formal de partilha registrado). Interessado já é condômino na matrícula, ou teve seu título obstado pelo registrador sob o fundamento do artigo 888, do Código de Normas (título aquisitivo é apresentado a registro junto com a estremação). Individualização da área com posse localizada pro diviso de cada condômino. Permite simplificação da especialização da área individualizada (reduz anuência aos confrontantes/condôminos da área de posse localizada). Seria um desdobro consorciado a uma extinção parcial de condomínio. Módulo Urbano: Pode ser fracionada área abaixo do módulo urbano, mediante aprovação municipal (contexto de regularização fundiária de interesse específico).

QUADRO EXPLICATIVO Área não tem registro ADU Obrigatória Registro do Parcelamento Usucapião extrajudicial Usucapião administrativa Interesse Específico art. 47, VIII, LRF; art. 21, Prov. 44/CNJ Área tem registro em nome do Poder Público ADU Registro do Parcelamento Compra e Venda Doação Área tem registro em nome de particular Particular é parceiro ADU Registro do Parcelamento Compra e venda Doação Usucapião extrajudicial Particular inerte ADU Registro do Parcelamento Usucapião administrativa Desapropriação (+ CV ou Doação) Particular impugnante Encerramento da ADU em relação à área impugnada Usucapião judicial Desapropiação (+C&V ou doação).

BOAS PRÁTICAS

PARCERIA COM O MUNICÍPIO Sugestões de mecanismos a serem inseridos na legislação municipal para auxiliar processos de regularização fundiária e usucapião extrajudicial. Exemplo do Futuro Plano Diretor de Itabira: Termo de Cooperação Técnica com os Municípios para intercâmbio de cadastro imobiliário. Permite identificar áreas de maior irregularidade. Certidão com histórico de contribuintes do IPTU para instruir usucapião extrajudicial. Permite dupla pesquisa: comprovação da posse pelo requerente; indicador pessoal pra localizar o imóvel. Conselho Municipal de RF com participação do registrador de imóveis (convite obrigatório, participação facultativa, para o órgão consultivo, indicativo não deliberativo). Georreferenciamento urbano obrigação do particular para qualquer requerimento relativo ao imóvel apresentado ao Município (desdobro, desmembramento, loteamento, anuência em retificação de área, etc).

CONCLUSÕES

CONCLUSÕES DUPLA ABORDAGEM REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Ataque na escala real do problema Ação que demanda MAIS TEMPO devido a necessidade de aprofundamento em diversos temas e interação com outros atores. INÍCIO DOS RESULTADOS DEMORA MAIS, entretanto tem-se mais segurança jurídica e acesso registral mais amplo. USUCAPIÃO Ataca individualmente o problema que potencialmente é geral Ação que demanda MENOS TEMPO para dar uma solução individualizada e menos estruturante. GANHOS INDIVIDUAIS MAIS RÁPIDOS mas depende da ação dos particulares (Princípio da Instância). Conta-gotas. Analogia: Filosofia do lenhador

OBRIGADO! (oficial@registroitabira.com.br) Departamento de Regularização Fundiária

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Adriana França 2º Tabelionato de Notas de Itabira Ana Cristina Maia CRI Mariana Ana Caroline Ceolin CRI São João da Ponte Aníbal Resende 6º CRI de Manaus-AM Eduardo Moreira Reis OAB-MG Equipe do Ofício de Registro de Imóveis de Itabira Fernando Nascimento 1º RI BH Francisco Rezende 4º RI BH Keziah Silva Pinto CRI Brumadinho Lays Lobato Letícia Maculan RCPN e Notas do Barreiro - BH Marcelo Couto RI Tarumirim Marta Larcher Promotora Coordenadoria de Habitação e Urbanismo - MPMG Melila Ribeiro e demais colegas de Departamento de Regularização Fundiária do CORI-MG Funcionários do Município de Itabira Rafael Del-Fraro 1º RI Barbacenq Regina Oliveira CORI-MG Roberto Andrade Dep. Estadual