Alterações climáticas: O fenómeno, os impactes e a resposta: mitigação e adaptação

Documentos relacionados
Água e Alterações Climáticas

Impactos das alterações climáticas no dimensionamento de infra-estruturas

Água e Alterações Climáticas

Estratégia de Adaptação à Alterações Climáticas para os Recursos Hídricos. Departamento dos Recursos Hídricos

Alterações climáticas e gestão da água nos bairros urbanos

Sector Recursos Hídricos Equipa: Rodrigo Proença de Oliveira; Luis Ribeiro; Maria Paula Mendes; João Nascimento.

MEC, 4º ano, 2º sem, Desafios Ambientais e de Sustentabilidade em Engenharia. Alterações globais. 3ª aula Maria do Rosário Partidário

Climate change. Territorial vulnerability. Adaptation and mitigation KÁTIA VIRGÍNIA CAÑELLAS

Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da CIM-RC

Mestrado em Engenharia do Ambiente 4º ano / 2º semestre

RIA DE AVEIRO UM TERRITÓRIO EM PERIGO contributos para uma gestão integrada do risco

MOÇAMBIQUE. Adaptação

Fatores Críticos de Mudança e das Tendências Territoriais

Alterações climáticas e gestão adaptativa da água em meio urbano

Subprograma Ação Climática Programa LIFE Sessão Divulgação Convocatória 2014

Alterações Climáticas Pós Copenhaga

Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC)

MUDANC AS CLIMA TICAS: IMPACTOS, VULNERABILIDADE E

CABO VERDE. Sectores: energia, transportes, resíduos, AFOLU (agricultura, silvicultura e outros usos do solo) e adaptação;

Pegada de Carbono e as Alterações Climáticas. Artur Gonçalves Instituto Politécnico de Bragança

Portugal de regresso de Brasília. Água e clima. Rodrigo Proença de Oliveira.

NAPA - STP PROGRAMA DE ACÇÃO NACIONAL DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMATICAS. Apresentado por: Aderito Santana Sao Paulo, Agosto de 2007

Alterações Climáticas e a Economia Circular

Adaptar o Ciclo Urbano da Água a Cenários de Alterações Climáticas EPAL. 6 Julho

ENAAC - Grupo Sectorial Agricultura, Floresta e Pescas. Estratégia de Adaptação da Agricultura e das Florestas às Alterações Climáticas

CONTRIBUIÇÃO DA ESTRUTURA ECOLÓGICA DE SETÚBAL PARA UMA COMUNIDADE MAIS RESILIENTE AOS RISCOS AMBIENTAIS

Avaliação e Controlo dos Efeitos. decorrentes da Aplicação dos. Paulo Areosa Feio

Estratégia de Acção: ADAPTAÇÃO

Ponte de Lima, 4 de dezembro

NOTA TÉCNICA Valores de referência para o potencial de aquecimento global (GWP) dos gases de efeito estufa versão 1.0

COP-21 em Pauta A indc Brasileira 28/9/2015

Belo Monte e os Gases de Efeito Estufa. 16: O Efeito do Tempo na Comparação com Combustível Fóssil. Philip M. Fearnside

Enquadramento da estratégia da gestão das inundações com os Planos de Gestão de Região Hidrográfica

ESTRATÉGIA CLIMA-MADEIRA

A Cimeira de Copenhaga Que consequências? Francisco Ferreira

Alterações Climáticas e Cenários para o Algarve

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis Integradas na Região Hidrográfica 4

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

TEMPO CLIMA. num dado local ou região (definido através dos valores das variáveis meteorológicas).

Alterações climáticas: perspetiva e tendências

Compensação de gases do efeito estufa. Ricardo Dinato

Semináriode aberturado projeto AdaPT AC: T Adaptação às alterações climáticas no setor do turismo

Brasil submete suas INDCs à Convenção do Clima

Clima vai provocar megaincêndios

Acordo de Paris é aprovado

Testes de Diagnóstico

Curso Gestão Pública e Elaboração de Projetos Sustentáveis. Causas e consequências das mudanças climáticas

Subprograma Ação Climática Programa LIFE Sessão Divulgação Convocatória 2014

Território e Alterações Climáticas

Impactes sectoriais. Impactes Ambientais 5 ª aula Prof. Doutora Maria do Rosário Partidário

Nuno de Santos Loureiro Universidade do Algarve. Combate à Desertificação e Desenvolvimento Sustentável

Domínio Prioritário Natureza e Biodiversidade

DESAFIOS DE HOJE PARA O PLANEAMENTO E GESTÃO DA PAISAGEM

A importância da floresta num clima em mudança. Francisco Ferreira /

Modelagem Climática Apresentação dos cenários IPCC AR4 e AR5 e considerações para estudos usando modelagem climática para estudos de IVA

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ( MDL ): o que é e como as cidades podem se beneficiar

QUALIDADE AMBIENTAL: MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS E A AGRICULTURA BRASILEIRA

Filipa Alves Aveiro, 28 de novembro 2015

QUALIDADE AMBIENTAL: MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS E A AGRICULTURA BRASILEIRA

Impactes sectoriais. Sistema edafoclimático, hidrologia, hidrogeologia. Impactes Ambientais 5 ª aula Prof. Doutora Maria do Rosário Partidário

Introdução. Figura 1 - Esquema Simplificado do Balanço Energético da Terra

ESTRATÉGIA 2030 PARA A REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO Sessão de Reflexão Desafio Temático: Sustentabilidade Subtema: Água e riscos

Ecossistemas.indd :28:44

CLIMADAPT.LOCAL ELABORAÇÃO DE 26 ESTRATÉGIAS DE ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Visão para o Futuro - Programa de Ação para Adaptação na RAM

A Ciência das Mudanças Climáticas: Relatório do IPCC-2007 (GT1 e 2) e Relatório de Clima do INPE

A I&I como suporte à política climática: oportunidades de financiamento a nível europeu Horizonte 2020 e Programa LIFE

Riscos de Cheias e Secas: O papel regulador dos aquíferos

Alterações climáticas o recurso água

Seminário Internacional sobre Sustentabilidade Tema: Água Desafios e Tendências Brasília, 6 de outubro de 2017

Workshop da CT 150. SC7 Gestão de gases com efeito de estufa e atividades relacionadas

A importância das Energias Renováveis para São Tomé e Príncipe

AGENDA TEMÁTICA DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

A PRODUÇÃO DE BIOETANOL E A MITIGAÇÃO DOS GASES DE EFEITO DE ESTUFA: O CONTRIBUTO DAS CULTURAS ENERGÉTICAS NO REGADIO DE ALQUEVA

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E INCIDÊNCIAS NOS IGT ENQUADRAMENTO E REFLEXÕES

Alterações Climáticas, Energia e Eficiência Energética no Alto Minho Balanço, Principais Prioridades & Projetos Âncora 2030

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO Under2MoU Compromisso da Região Autónoma dos Açores

PROJETO ADAPTACLIMA-EPAL

1 Introdução Introdução ao Planejamento Energético

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS EM SÉRIES DE DADOS DE LONDRINA E PONTA GROSSA, PR. Mirian S. KOGUISHI, Paulo H. CARAMORI, Maria E. C.

Workshop de Inovação 25 e 26 de agosto de 2016

FINANCIAMENTO DA MITIGAÇÃO E DA ADAPTAÇÃO

Aquecimento global Rise of temperature

WORKSHOP PROWATERMAN, Évora e Faro, 29 e 30 de Novembro de 2012

Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais: Fundação Estadual do Meio Ambiente

EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

2ª CONFERÊNCIA Dia Internacional para a Redução de Catástrofes Naturais

O PO SEUR na Região Norte. Principais Resultados Contratualizados

O rumo para uma UE mais sustentável, competitiva e de baixo carbono

Vulnerabilidade e pacotes de medidas de melhoria e de adaptação

Pegada Ecológica AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE A TEMÁTICA TICA DO AMBIENTE NO CONTEXTO MUNDIAL. António Gonçalves Henriques

ESTRATÉGIA CLIMA-MADEIRA

PLANO DE ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Alfândega da Fé

Carlos H. de Brito Cruz Scientific Director Fapesp. 26/8/2008 mudança climática global.ppt; C.H. Brito Cruz e Fapesp

CAPÍTULO 1 PONTO DE PARTIDA

Plano de Adaptação às Alterações Climáticas

ALQUEVA UMA PLATAFORMA PARA O. Conselho Nacional da Água 49.ª Reunião Plenária Lisboa, 05 julho 2013

FAZER MAIS E MELHOR CONVENÇÃO TEMÁTICA: ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ANÁLISE DO CONSUMO ENERGÉTICO E DA EMISSÃO CO 2 e DA VALLOUREC TUBOS DO BRASIL S.A NO PERÍODO DE 2008 À 2013

Transcrição:

Alterações climáticas: O fenómeno, os impactes e a resposta: mitigação e adaptação Rodrigo Proença de Oliveira

Tópicos As causas das alterações climáticas Os impactos das alterações climáticas A resposta às alterações climáticas: mitigação A resposta às alterações climáticas: adaptação Como planear o futuro? A necessidade de uma nova atitude.

AS CAUSAS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 01

O efeito de estufa

Quais são os gases com efeito de estufa (GEE)? Atmospheric lifetime and GWP relative to CO2 at different time horizon for various greenhouse gases. Gas name Chemical formula Concentration in the atmosphere (ppm) Water vapout H 2 0 10-50 000 Lifetime (years) Global warming potential (GWP) for given time horizon 20-yr 100-yr 500-yr Carbon dioxide CO 2 400 30 95 1 1 1 Methane CH 4 1.8 12 72 25 7.6 Nitrous oxide N 2 O 0.3 114 289 298 153 CFC-12 CCl 2 F 2 0,0005 100 11 000 10 900 5 200 HCFC-22 CHClF 2 00002 12 5 160 1 810 549 Tetrafluoromethane CF 4 -- 50 000 5 210 7 390 11 200 Hexafluoroethane C 2 F 6 -- 10 000 8 630 12 200 18 200 Sulfur hexafluoride SF 6 -- 3 200 16 300 22 800 32 600 Nitrogen trifluoride NF 3 -- 740 12 300 17 200 20 700 The global warming potential (GWP) depends on both the efficiency of the molecule as a greenhouse gas and its atmospheric lifetime

Evolução da concentração de CO2 ~400 ppm 280 ppm IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Concentração de CO2 vs Temperatura

Fonte: IPCC 2014 (AR5) Evolução das emissões dos principais GEE

Evolução da concentração dos principais GEE

Fonte: IPCC 2014 (AR5) Emissão de gases com efeito de estufa por setor de atividade

Principais países emissores de GEE

Emissões per capita dos principais emissores

OS IMPACTOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 02

Quadro de análise Gases com efeito de estufa Cenários socio-económicos Estimulo climático Modelos climáticos - Global (~400 km x 400 km) - Regional (~25 km x 25 km) Energia Zonas Costeiras Recursos hídricos Agricultura Florestas Pescas Saúde Modelos setoriais(e.g.): - Modelos hidrológicos - Modelos de produção de alimentos - Modelos ecológicos - Modelos de comportamento estrutural - etc. Bio diversidade Turismo Outros sectores

Cenários de emissão de GEE IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Fonte: IPCC 2014 (AR5) Cenários de emissões de GEE

Cenários de emissões e seus impactos na média global da temperatura do ar Source: Knutti & Sedlacek (2012). IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Temperatura média do ar IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Precipitação anual média IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Intensidade de precipitação Source: IPCC Fourth Assessment Report

Nível médio do mar IPCC (2013) Intergovernmental Pannel on Climate Change Fifth Assessment Report (AR5)

Impactos das alterações climáticas em infra-estruturas

DASE 24 2017/18: @Rodrigo Proença de Oliveira Main impacts on Europe Increasing of temperature throughout Europe; Increasing precipitation in northern Europe; Decreasing precipitation and increasing precipitation seasonality and variability in Southern Europe; Decreasing snow cover and melting glaciers in mountainous regions; Rising sea levels affecting coastal areas; Increasing frequency and severity of extreme weather events. Climate change is greatly affecting the whole Europe. Climate change impacts on: Precipitation Temperature Snow melt Sea level Societal impacts

Principais impactos esperados em Portugal Impacto Aumento da temperatura Aumento do nível médio do mar Diminuição da precipitação e do escoamento (sobretudo no Sul) Aumento da assimetria espacial da precipitação e escoamento Aumento da variabilidade da precipitação e do caudal Diminuição da qualidade da água Implicações Comportamento térmico das infra-estruturas Alteração do conforto térmico Aumento do risco de incêndio Risco de inundações costeiras Contaminação de aquíferos costeiros Aumento do nível freático Aumento das necessidades de água para irrigação Problemas de abastecimento de água Aumento do risco de cheias Diminuição do nível freático Ecossistemas em risco Problemas de abastecimento de água

Alterações climáticas e recursos hídricos Emissões de GEE Área Impactos Precipitação Concentração de GEE Temperatura do ar Nível médio do mar Saúde Biodiversidade Energia Industria Turismo Agricultura Sócioeconomia Disponibilidade de água Procura de água Redução do escoamento anual e da recarga anual dos aquíferos, sobretudo no sul; Aumento da variabilidade do escoamento e da assimetria regional da disponibilidade da água; Aumento do risco de secas. Possível aumento da procura de água para a agricultura; Aumento da procura de água para produção de energia para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Fenómenos extremos Cheias e Secas Quantidade de água Disponibilidades de água Qualidade da água Necessidades de água Qualidade da água Diminuição da qualidade da água devido à redução do escoamento, ao aumento da temperatura da água e ao possível aumento da erosão do solo e da contaminação difusa; Salinização dos aquíferos costeiros devido ao aumento do nível médio do mar e à diminuição da recarga dos aquíferos; Degradação da saúde dos ecossistemas. Balanço hídrico Risco de cheias e inundações Aumento do risco de cheias, sobretudo no norte do país e nas zonas costeiras.

Impactos nos sistemas de abastecimento de água Redução do escoamento fluvial Redução da recarga de aquíferos Aumento do nível médio do mar Aumento da variabilidade climática Alterações sócioeconómicas Aumento da temperatura da água Diminuição da qualidade da água Alterações dos padrões de consumo de água Redução da disponbilidade de água Aumento do risco de secas prolongadas Alteração das condições de operação das infraestruturas Aumento de conflictos com outros usos

Impactos nos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais Redução do escoamento fluvial Aumento da temperatura da água Aumento do nível médio do mar Diminuição da capacidade de assimiliação de contaminantes Diminuição das possibilidade de descargas de efluentes em massas de água Aumento das necessidades de drenagem de caudais elevados Redução da capacidade de drenagem Aumento da variabilidade climática Alterações sócioeconómicas Alteração das condições de operação das infra-estruturas Aumento do risco de inundação

A RESPOSTA ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: MITIGAÇAO 03

Os dois pilares da respostas às alterações climáticas Mitigação Concentração GEE Adaptação Emissões GEE Clima Mitigação Actividade económica Adaptação Impactos

Returno do investimento Inaction scenario (Conc > 700 ppm) 2,500 a 10,000 mil milhões de USD (5% a 20% do PNB) Scenario 550 ppm (Prob DT> 4ºC ~ 0.24) Mitigation 500 mil milhões de USD (1% do PIB) Adaptation?? Curto prazo: 26 a 86 mil milhões de USD Residual costs? Scenario 500 ppm (Prob DT> 4ºC ~ 0.11) Mitigation 1000 mil milhões de USD (2% do PIB) Residual costs Adaptation?? Curto prazo 26 a 86 mil milhões de USD? Fonte: Stern (2007, 2009), IPCCC(2007), PNUD (2007). Annual costs during 50 years (thousands of millions of USD)

Mitigação Objetivo: Reduzir emissões GEE para controlar a alteração climática e os seus impactos Principais acordos internacionais: UNCCC (UN Framework Convention of Climate Change) (1992) Quadro geral Protocolo de Quioto (Assinatura: 1997; em vigor: 2005) Compromisso de controlo de emissões apenas para os países desenvolvidos Crédito de emissões para projetos noutros países signatários; Mercado de direitos de emissão e de créditos de emissão. Acordo de Paris (Assinatura: 2015; em vigor: 2016) Envolve todas as partes e tem um carater voluntário (INDC Intended National Determined Contributions); Objetivos: Manter o aumento da temperatura media global abaixo de 2ºC e procurar manter esse aumento abaixo de 1,5 ºC; Atingir o pico das emissões o mais rapidamente possível e atingir neutralidade carbónica na 1ª metade do século XXI. Kigali (Rwanda) 2016) Reduzir usos de CFC a partir de 2019.

Fonte: IPCC 2014 (AR5) Cenários de emissões de GEE

Emissões por GEE Carbon dioxide (CO 2 ): Fossil fuel use Land use: deforestation, land clearing for agriculture, and degradation of soils. Methane (CH 4 ): Agricultural activities, Waste management Energy use Biomass burning Nitrous oxide (N 2 O): Agricultural activities, such as fertilizer use Biomass burning Fluorinated gases (F-gases): Industrial processes, refrigeration, and the Use of a variety of consumer products

Emissões por sector económico

A RESPOSTA ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: ADAPTAÇÃO 04

Adaptação Goal: to prepare society for climate change; to reduce society vulnerability to climate change It is mainly a local issue; International agreements: mainly on funding by developed countries to support developing countries in their adaptation efforts Nairobi (2007) Bali (2008) Paris (2015) Main sectors requiring adaptation Water sector Land planning sector

Como podemos reduzir a nossa vulnerabilidade? Reduce sensivity / Increase system robustness Sensitivity / Robustness Potential impact Reduce exposure Exposure Vulnerability Improve resilience Recovering capacity Exemplos Reduzir a exposição: Reduzir factores de risco Remover pessoas e bens em zonas em risco Aumentar a robustez, i.e. da capacidade de resistir Rever dos regulamentos e códigos Melhorar dos sistemas de protecção Promover a redundancia dos sistemas Aumentar a resiliência, i.e. da capacidade de recuperar de situações adversas Melhorar dos sistemas de monitorização e alerta Melhorar sistemas de apoio a emergências Melhorar sistemas de seguro

Strategies for managing high temperatures (1) At the neighbourhood level Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

At the building level Strategies for managing high temperatures (2)

Strategies for managing flood risks (1) At the catchment level Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

At the neighbourhood level Strategies for managing flood risks (2) At the building level

Strategies for managing water resources and water quality risks (1) At the catchment level

Strategies for managing water resources and water quality risks (2) At the catchment level Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

Strategies for managing water resources and water quality risks (3) At the neighbourhood level At the building level Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

Strategies for managing ground conditions (1) At a larger scale Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

Strategies for managing ground conditions (2) At the neighbourhood scale At the building scale Source: Shaw, R., Colley, M., and Connell, R. (2007) Climate change adaptation by design: a guide for sustainable communities. TCPA, London

Soluções de adaptação. Image Under ordinary circumstances, deployable flood walls are evident only through slots in a building facade or anchors in the sidewalk (Frame 1). With enough warning, vertical posts and horizontal slats can be erected (Frame 2). These hold the water back during a flood (Frame 3). CreditSamantha Yost/Enterprise Community Partners

Soluções de adaptação

Soluções de adaptação

Soluções de adaptação

Soluções de adaptação An example of an AquaFence, a deployable flood barrier. Panels can be from four to seven feet tall. Credit AquaFence

Soluções de adaptação Con Ed has installed curtains made of Kevlar around the power plant that can be deployed to prevent flooding. Credit Todd Heisler/The New York Timeso

Australia: Fire risk Source: CLIMATE CHANGE ADAPTATION ACTIONS FOR LOCAL GOVERNMENT Report by SMEC Australia to the Australian Greenhouse Office Department of the Environment and Water Resources

Principais impactos esperados em Portugal Impacto Implicações Possíveis soluções Aumento da temperatura Aumento do nível médio do mar Comportamento térmico das infraestruturas Alteração do conforto térmico Aumento do risco de incêndio Risco de inundações costeiras Contaminação de aquíferos costeiros Aumento do nível freático Alteração dos critérios de dimensionamento Utilização de materiais alternativos Alteração dos critérios de dimensionamento Deslocalização de infra-estruturas e populações Reforço das infra-estruturas de protecção Redução das captações Recarga artificial de aquíferos Reforço das fundações Melhoria dos sistemas de impermeabilização e isolamento

Principais impactos esperados em Portugal Impacto Implicações Possíveis soluções Diminuição da precipitação e do escoamento (sobretudo no Sul) Aumento da assimetria espacial da precipitação e escoamento Aumento da variabilidade da precipitação e do caudal Diminuição da qualidade da água Aumento das necessidades de água para irrigação Problemas de abastecimento de água Aumento do risco de cheias Diminuição do nível freático Ecossistemas em risco Problemas de abastecimento de água Controlo da procura de água e redução de perdas Melhoramento da gestão dos recursos disponíveis Origens de água alternativas (aproveitamento de águas residuais ou dessalinização da água do mar) Reforço da capacidade de captação e armazenamento Deslocalização de infra-estruturas; Reforço das infra-estruturas de protecção; Aumento da capacidade de escoamento de infraestruturas ou da atenuação do pico de cheias Reforço das fundações das infra-estruturas Controlo da contaminação do meio hídrico Reforço dos sistemas de tratamento de água e de tratamento de águas residuais

É assim tão simples? Custos Quanto devemos investir em adaptação? Benefícios: Custos evitados Custos de adaptação Quando é que devemos implementar as medidas adaptação? Custos residuais Como integramos todas as ameaças para evitar más decisões (maladaptation)? Medidas de adaptação Quando é que abandonamos um processo de adaptação incremental e assumimos escolhas estratégicas? Quem paga a adaptação? Nível de risco aceitável Risco Não adaptar Adaptação progressiva Adaptação por precaução Decisão Tempo

Qual deve ser o nível adequado de adaptação? Custos Benefícios: Custos evitados Custos de adaptação Custos residuais Medidas de adaptação Dificuldades: Incerteza associada aos cenários climáticos, sobretudo no que se refere a eventos raros e extremos; Avaliação dos custos de inacção e dos benefícios da adaptação (ou dos custos residuais); Consideração dos impactos irreversíveis; Avaliação dos beneficios e custos indirectos; Uso de taxas de desconto para horizontes de rojecto muito longos.

Calendarização da estratégia de adaptação Risco Não adaptar Nível de risco aceitável Adaptação progressiva Adaptação por precaução Decisão Tempo Faseamento das medidas de adaptação: Tempo de implementação da medida; Vida útil da medida, face à tendência de variação climática; Possibilidade de adaptação gradual versus por investimentos significativos.

Que medidas de adaptação devemos aplicar? Yes! Do it! Hum, Maybe Probably not CC impacts reduction benefits CC Costs Costs impacts reduction Costs benefits Other benefits Other benefits Measure A Measure B Measure C CC impacts reduction benefits

Princípios de uma estratégia de adaptação

Estratégia Nacional de Adaptação aos Impactos das Alterações Climáticas nos Recursos Hídricos Objetivo estratégico Redução das pressões sobre o meio hídrico Reforço da segurança da disponibilidade de água Gestão do risco Aprofundamento e divulgação do conhecimento Objetivo específico Gestão da procura de água (redução da dependência da disponibilidade de água) Proteção das massas de água e dos ecossistemas dependentes Aperfeiçoamento dos processos de planeamento e gestão dos recursos hídricos Reforço das infraestruturas de captação, regularização e adução Avaliação do risco de diferentes naturezas Promoção de programas de medidas de proteção Implementação de sistemas de monitorização, deteção e alerta precoce Sensibilização pública e reforço de uma atitude individual pró-ativa de gestão do risco Reforço dos sistemas de monitorização e análise Avaliação dos riscos resultantes dos impactos das alterações climáticas Análise da viabilidade de possíveis medidas de adaptação Revisão das metodologias de análise e de dimensionamento de sistemas e infraestruturas Sensibilização pública e capacitação técnica

Estratégia Nacional de Adaptação aos Impactos das Alterações Climáticas nos Recursos Hídricos Setor Planeamento e gestão dos recursos hídricos Ecossistemas aquáticos e biodiversidade Serviços da água Agricultura e florestas Produção de eletricidade Turismo Zonas costeiras Programa Proteção das massas de água Aperfeiçoamento dos processos de planeamento e gestão dos recursos hídricos Reforço e diversificação das origens de água Aumento da capacidade de armazenamento e de regularização do escoamento Controlo do risco de cheias Aprofundamento e divulgação do conhecimento Proteção e melhoria da qualidade físico-química e biológica e da biodiversidade dos ecossistemas Proteção e melhoria da integridade hidrológica e hidromorfológica Aprofundamento e divulgação do conhecimento Promoção do uso eficiente da água Reforço e diversificação das origens da água Controlo da qualidade para abastecimento à população Manutenção das condições de operação dos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais Controlo do risco de cheias Aprofundamento e divulgação do conhecimento Promoção do uso eficiente da água de culturas temporárias Reforço e diversificação das origens da água Promoção do uso eficiente da água em áreas florestais Aprofundamento e divulgação do conhecimento Aumento da robustez do setor produtor Gestão do risco de operação Aprofundamento e divulgação do conhecimento Promoção do uso eficiente da água Aprofundamento e divulgação do conhecimento Gestão do risco Reforço da eficácia e da articulação dos instrumentos de gestão do risco e de ordenamento do território Aprofundamento e divulgação do conhecimento

COMO PLANEAR O FUTURO? A NECESSIDADE DE UMA NOVA ATITUDE. 05

Um futuro desconhecido Aumento da variabilidade, da incerteza e do risco; Possíveis efeitos cataclísmicos pontos de não retorno Da variabilidade/incerteza de curto prazo para variabilidade/incerteza de longo prazo; Interconectividade de questões wicked problems. Unknown Future, John McPherson

Uma nova atitude Aprender a viver com o risco: Aceitar probabilidades maiores de concretização de perigos associados a danos menores; Promover a resiliência. Forget about Sustainability. It s about Resilience! Learning to Bounce Back November 2, 2012 By Andrew Zolli, Published Adotar soluções flexíveis e manter opções abertas; Fazer bem o que temos de fazer.

Adaptação é também uma oportunidade