PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE PEDAGOGIA



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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE PEDAGOGIA I Identificação: Data do Reconhecimento: 23/01/64 Denominação: Curso de Pedagogia Modalidade : Licenciatura Ano de início do funcionamento do Curso: 1959 Data do Reconhecimento: 23/01/64 Duração : mínimo de 07 (sete) semestres; proposto de 08 (oito) semestres máximo de 12 (doze) semestres; Regime Acadêmico : seriado semestral Turnos : matutino e noturno Número de vagas: 80(oitenta), sendo 40(quarenta) para o turno matutino e 40(quarenta) para o turno noturno. II Endereços Instituição : Universidade Federal de Uberlândia, Av. João Naves de Ávila, nº 2166, Bairro: Santa Mônica, Uberlândia-MG Unidade Acadêmica : Faculdade de Educação/FACED, Bloco G, sala lg120 Curso de Pedagogia : Faculdade de Educação/FACED, Bloco G, 1G125 III Apresentação O Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia ora apresentado resulta de discussões, estudos, reflexões e sínteses construídas pelo Colegiado de Curso e pela Comissão de Avaliação Curricular da qual participaram professores e alunos. 1

O Núcleo Docente Estruturante - NDE do Curso de Pedagogia, dentre outras frentes de trabalho, vem desenvolvendo estudos, avaliações e análises com vistas a formulação de proposta de reorganização do Projeto Pedagógico deste curso. Nos anos de 2012 e 2013 diferentes fatores dificultaram esse trabalho e impossibilitaram que ele ocorresse de modo mais sistemático e permanente. Apesar disso, a partir de 2013 o NDE conseguiu se reorganizar e conduziu seus trabalhos em três direções: a) tabular, analisar e discutir os resultados de avaliações realizadas nos anos de 2008 e 2009; b) integrar os NDE dos Cursos de Pedagogia: presencial e a distância e c) definir encaminhamentos quanto à avaliação do curso. Ao mesmo tempo o NDE realizou no seu âmbito estudos e discussões sobre alguns aspectos pertinentes aos fundamentos do Projeto Pedagógico do Curso, em especial, no que se refere aos princípios, objetivos, perfil do egresso e eixos estruturantes. Estes estudos e discussões, ao lado das avaliações mais recentes que se realizaram, evidenciaram que estes aspectos se mostram atuais, pertinentes e em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Pedagogia, ao mesmo tempo em que foram referendadas nas avaliações internas em que participaram o corpo docente e discente do curso. Por sua vez, quanto à execução-implementação do PPC foram objeto de discussão no NDE dois aspectos importantes. O primeiro diz respeito ao funcionamento do curso e o segundo refere-se à sua matriz curricular. Foi possível, com estas discussões, identificar alguns pontos a serem considerados num processo de reorganização do Projeto Pedagógico do curso, especialmente em relação a: Regime de desenvolvimento do curso: anual ou semestral; Horário de funcionamento do curso, com destaque para o horário do curso noturno Carga horária total do curso; Carga horária dos componentes de prática educativa Localização de algumas disciplinas no fluxo curricular do curso Em torno destes aspectos algumas questões foram se apresentando de modo mais sistemático: É necessário e possível diminuir a carga horária total do curso? 2

Qual o melhor regime para desenvolvimento do curso: no regime anual ou semestral? Com ingresso anual ou semestral? E quanto ao horário de funcionamento do curso, com 4 ou com 5 aulas diárias? Seria possível prever aulas aos sábados? No caso de 5 aulas diárias, este horário seria para o turno diurno e noturno? Ou no caso do noturno seriam previstas aulas aos sábados? A duração do curso deve ser 4 anos ou de 5 anos? Ou se organizaria para o mesmo curso dois fluxos curriculares distintos, um para o turno diurno com previsão de 4 anos e outro para o turno noturno com previsão de 5 anos? No que se refere à incorporação de novos temas e conteúdos no currículo, como por exemplo, arte e educação; educação ambiental; educação em direitos humanos; tecnologias da informação e comunicação e educação; arte, ludicidade e educação; corpo e educação, qual a melhor forma de fazê-lo? Por meio de tratamento transversal e interdisciplinar ou por meio da ampliação do leque de disciplinas obrigatórias que venham a abordar temas dessa natureza? Ou por meio do incremento de componentes curriculares optativos ao lado de um tratamento transversal e interdisciplinar de tais temas? No caso de ampliação de tempo destinado ao tratamento de temas e conhecimentos que já são abordados em componentes curriculares que já existem no currículo do curso, como por exemplo, metodologia do ensino de literatura; metodologia do ensino geografia separada da história, qual a melhor maneira de fazêlo? Como, ao mesmo tempo, ampliar o campo teórico das questões abordadas e estudadas do currículo do curso e diminuir a carga horária total nesse currículo? Ao lado destas questões o NDE sempre considerou que neste trabalho de avaliação e revisão curricular será necessário formular propostas ponderando o quadro docente da FACED, uma vez que não estão previstas para a Faculdade novas vagas no cargo do magistério superior, assim como pela trajetória institucional da UFU uma reforma curricular não deve ser definida e implantada condicionada à ampliação do corpo docente do curso. A partir de elementos como esses o NDE do curso de Pedagogia ao longo do ano de 2014 perseguiu os seguintes objetivos: compreender com clareza todos os ordenamentos legais (MEC e UFU) que impactam a formação de docentes e a dinâmica dos cursos de Pedagogia; 3

conhecer e divulgar o texto do Projeto Pedagógico do Curso atual; analisar dados de avaliações do Curso Pedagogia UFU que permitam localizar problemas, recursos e obstáculos; formular propostas para reformulação do Projeto Pedagógico do Curso com base nos problemas, recursos e obstáculos considerados nas avaliações internas e a contribuição dos diversos segmentos da FACED. Orientado por estes objetivos foi definida uma agenda de trabalho em torno dos seguintes aspectos: aprofundamento estudos e discussões em tornos das questões mais presentes como: vantagens-desvantagens; avanços-retrocessos com a transformação do curso de regime anual para regime semestral; funcionamento do curso em regime semestral: periodicidade de ingresso e oferta de disciplinas; tratamento da dimensão teórica e prática da formação do pedagogo ao longo do curso; equilíbrio entre reforma curricular e capacidade de trabalho instalada na FACED em seu quadro docente. continuidade ao trabalho de formulação de proposta(s) de reorganização curricular; apresentar e realizar avaliação do curso junto ao corpo docente e discente; desencadear junto aos Núcleos da FACED um trabalho de atualização das fichas de disciplina do curso; definição e encaminhamentos para avaliação interinstitucional das turmas ofertadas no Curso de Pedagogia modalidade a distância, a partir da avaliação realizada pelo respectivo Colegiado; encaminhamento de estudos e discussões quanto à oferta de nova turma Curso de Pedagogia modalidade a distância, a partir da avaliação interinstitucional. Na implementação desta agenda de trabalho as principais ações desenvolvidas foram: Quanto a compreensão dos princípios e diretrizes de ordenamentos legais nacionais e institucionais relativos a construção de Projetos Pedagógicos do curso de Pedagogia: 4

a. Realização de estudos sobre princípios e diretrizes de ordenamentos legais do MEC e da UFU quanto a construção de Projetos Pedagógicos de cursos de Pedagogia - PPC I. Diretrizes Curriculares para os cursos de Pedagogia do Conselho Nacional de Educação; II. Normas de Graduação UFU, Resolução 15/2011 III. Resolução CONGRAD 2/2004 que dispõe sobre a elaboração e ou reformulação de Projetos Pedagógicos de Cursos de Graduação de acordo com as novas diretrizes curriculares nacionais instituídas pela Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. IV. Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio obrigatório; V. Resolução 24/2012 CONGRAD/ UFU que dispõe sobre o estágio na UFU; VI. Resolução 01/2013 Colegiado de Pedagogia normas para Estágio Supervisionado I e II do curso de Pedagogia; VII. Resolução 03/2005/CONGRAD aprovou o Projeto Institucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação; Estudo e análise do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da FACED/UFU em vigor; Discussão do acumulado das avaliações já realizadas do atual PPC (comissão interna, ENADE, NDE): a. análise dos estudos das avaliações anteriores; b. análise comparativa entre as avaliações anteriores e a última avaliação c. aplicação e discussão de resultados da avaliação do ano letivo de 2013. Definição de elementos a serem considerados no processo de reformulação: a. levantamento de problemas a partir dos resultados das avaliações; b. identificação dos problemas a serem enfrentados ou considerados na reformulação do PPC; c. levantamento de recursos e obstáculos; d. estratégias de ação. Definição de princípios orientadores do processo e do perfil do egresso; Definição de diretrizes para organização curricular. Todo este trabalho culminou na sistematização de algumas diretrizes orientadoras a serem consideradas no processo de atualização e revisão do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia sintetizadas a seguir. 5

IV - Histórico O Projeto do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em vigor, foi implantado em 1987, a partir de significativa reformulação curricular debatida desde 1983, no interior do contexto mais amplo de aprofundamento do debate nacional sobre a formação do profissional da educação. Esse debate tomou corpo ao longo dos anos de 1980, tendo sua gênese no I Seminário de Educação Brasileira, ocorrido na Universidade Estadual de Campinas no ano de 1978. Nos anos que se seguiram realizaram-se as Conferências Brasileiras de Educação, promovidas pela Associação Nacional de Educação (ANDE), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e o Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES). No que se refere especificamente à formação do educador, as discussões aprofundaram-se a partir da criação do Comitê Nacional, que em seguida transformou-se em Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação do Educador (Conarcfe), que em 1990 transformou-se na Associação Nacional pela Formação do Profissional da Educação (ANFOPE). Ao longo desse período alguns elementos se firmaram como centrais na concepção sobre a formação do profissional da educação; tais elementos são sintetizados por Brzezinski (1992 : 80-81) da seguinte forma: a) a docência como base da identidade do profissional da educação; b) a teoria e a prática como núcleo integrador da formação do educador; c) a formulação da Base Comum Nacional dos cursos como uma concepção básica de formação do educador e definida por um corpo de conhecimento fundamental, que não se concretiza somente em um currículo mínimo ou em um elenco de disciplinas; d) o trabalho interdisciplinar e a iniciação científica no campo da pesquisa propiciados pela estruturação dos cursos; e) a prática social global como ponto de partida e de chegada da prática educativa. O debate sobre a formação do pedagogo neste momento assentou-se em algumas preocupações, dentre as quais destacam-se: a fragmentação, hierarquização e burocratização do trabalho escolar; a fragmentação de conhecimentos na formação dos especialistas em educação; a pulverização de disciplinas no currículo, uma vez que a estrutura curricular anterior contava com aproximadamente sessenta disciplinas; a relação teoria e prática ao longo do currículo; a redefinição da relação professor-aluno, a partir da compreensão de que professor e alunos precisam ser 6

educados. Esses estudos e análises culminaram na elaboração de uma reforma curricular do Curso: Projeto Plano de Curso da Habilitações em Pedagogia e agrupou as disciplinas do currículo em grupos temáticos 1. Nas mudanças introduzidas no referido Projeto de Curso, as diretrizes do curso e o perfil pretendido para o egresso visavam: superação de um modelo de formação marcada pela fragmentação traduzida na formação do chamado especialista em educação (orientador educacional, supervisor escolar, administrados escolar, inspetor escolar), dissociada da formação do docente das séries iniciais do Ensino Fundamental, da Educação Infantil e do Magistérios das Matérias Pedagógicas do Ensino Médio; definição da docência como a base da formação do profissional da educação no Curso de Pedagogia da UFU; compromisso com a formação do profissional da educação, pedagogo, capaz de ter não só uma visão do todo na escola mas também uma ação no todo dessa escola; trabalho acadêmico no curso, inclusive o processo ensinoaprendizagem, norteado pelo esforço coletivo no sentido da superação da dicotomia entre conteúdo e método, entre teoria e prática. Neste momento, optou-se pela estrutura de currículo anual em que as disciplinas são organizadas em séries, substituindo o regime de créditos semestrais em vigor até então. No debate educacional empreendido ao longo dos anos de 1980 e parte dos 1990 evidenciou-se os prejuízos decorrentes da implantação do regime semestral e de créditos, que levou a uma fragmentação e pulverização das disciplinas e conteúdos curriculares, a um tratamento superficial nos conteúdos de cada disciplina, haja vista o curto espaço de tempo compreendido em um semestre; a uma maior 1 Grupo Temático I. Compreensão da sociedade e do homem do ponto de vista geral: Sociologia; Filosofia; Métodos e Técnicas de Pesquisa; Grupo Temático II. Compreensão da educação escolar do ponto de vista da sociedade e do homem: História da Educação; Psicologia da Educação; Sociologia da Educação; Educação e Saúde; Filosofia da Educação; Grupo Temático III. Compreensão da organização escolar como mediação da prática social: Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º graus; Currículos e Programas; Didática; Grupo Temático IV. Compreensão da prática pedagógica do ponto de vista das habilitações: Comuns a todas habilitações - Princípios e Métodos de Alfabetização; Seminários de Educação; Planejamento Curricular na Pré-Escola; MAGISTÉRIO (1ª À 4ª série e Disciplinas Pedagógicas do 2º grau) - Didática e Metodologia de Português; de Matemática; de Ciências e de Estudos Sociais; Fundamentos da Linguagem e Prática de Ensino; MAGISTÉRIO (PRÉ- ESCOLA) - Organização e Funcionamento da Pré-Escola; Princípios e Métodos da Educação Pré-Escolar; Psicologia da Pré- Escola; Expressão Lúdica na Pré-Escola; Prática de Ensino; PEDAGOGO (Orientação Educacional; Supervisão; Administração; Inspeção Escolar) - Princípios e Métodos de Orientação Educacional; Supervisão; Administração e Inspeção Escolar; Didática e Metodologia de Português; de Matemática; de Ciências e de Estudos Sociais; Estágio Supervisionado; Grupo Temático V. Disciplinas Obrigatórias por Lei: Estudos de Problemas Brasileiros; Educação Física; Grupo Temático VI. Disciplinas de enriquecimento do currículo: Educação de Adultos; Estatística; Português/Produção de Textos 7

dispersão dos alunos, uma vez que gerava um fluxo curricular inconstante ao longo da formação e dificultava sensivelmente a organização política dos estudantes e, ainda, a uma crescente burocratização do trabalho administrativo na organização do curso. Outro problema sério trazido pelo regime semestral e de créditos era o distanciamento na relação professor-aluno, que dificultava para o professor o conhecimento de seus alunos, o que dificultava também a realização da avaliação desses alunos. Em 1992, os trabalhos realizados por uma Comissão Emergencial de Avaliação Curricular 2 resultaram em alguns ajustes que não alterou a concepção de formação do pedagogo presente no Projeto de Curso de 1986. Esses ajustes objetivaram resolver, basicamente, três problemas identificados na estrutura curricular: a desvinculação entre a formação da Pré-Escola e do Magistério e do Pedagogo constituída por estruturas curriculares distintas; a separação do currículo em dois blocos distintos de disciplinas: na 1ª e 2ª série concentravam-se os fundamentos da educação e na 3ª e 4ª série as disciplinas de instrumentalização; a separação das disciplinas de didática e metodologia de ensino de conteúdos específicos entre as habilitações do magistério e do pedagogo. Em 1996 novas avaliações 3 foram realizadas e novos ajustes foram promovidos de modo a alcançar melhoria na integração entre as estruturas curriculares de cada habilitação do curso, uma vez que a formação docente estava sendo colocada como base da formação do pedagogo. Também era preciso viabilizar uma organização curricular que propiciasse maior flexibilidade e redução no tempo de duração do turno noturno na formação do aluno. No mesmo período em que o Curso de Pedagogia da UFU promovia esses últimos ajustes, em âmbito nacional, era promulgada a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº. 9.394/96). A partir dessa LDB, várias alterações ocorreram na educação superior e na formação do profissional da educação que incluía nova regulamentação pelo Conselho Nacional de Educação. Das medidas adotadas destaca-se a publicação do Decreto 3276/99, que definiu, dentre outros aspectos, que a formação do professor, inclusive a formação do professor para educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental, poderia 2 Participaram dessa Comissão as professoras: Graça Aparecida Cicillini, Elfrida Félix, Helenice Camargos Viana, Marisa Lomônaco, Olga Teixeira Damis, Raul Scher, Selva Guimarães Fonseca, Vera Lúcia Abrão. 3 Estiveram a frente desse trabalho as professoras Conceição Maria da Cunha, Luzia Marivalda, Olga Teixeira Damis, Helenice Camargos Viana e o professor Guilherme de Oliveira Saramago. 8

ocorrer somente nos Institutos Superiores de Educação, o que foi revertido devido, principalmente, à reação organizada dos educadores por meio de entidades como ANPED, ANFOPE, ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação) e de outros fóruns, como Fórum Nacional dos Diretores de Faculdades de Educação (FORUNDIR) e do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública. Mas além dessa medida, ao longo dos últimos anos, outros atos normativos foram editados no campo da formação dos profissionais da educação. Dentre esses atos destacam-se: Parecer CNE/CP n.º 53/99, aprovado em 28 de janeiro de 1999, que trata das diretrizes gerais para os Institutos Superiores de Educação; Resolução CNE/CEB nº 2, de 19 de abril de 1999, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio, na modalidade Normal; Resolução CNE/CP nº. 01, de 30 de setembro de 1999, que dispõe sobre os institutos superiores de educação; Parecer CP 115/99, de 10 de agosto de 1999, que dispõe sobre os institutos superiores de educação; Parecer CNE/CP nº 9/2001, aprovado em 8 de maio de 2001, que trata das diretrizes curriculares para a formação inicial de professores da educação básica em cursos de nível superior; Parecer CNE/CP nº 21/2001, aprovado em 6 de agosto de 2001, que dispõe sobre a duração e carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena; Parecer CNE/CP nº 27/2001, aprovado em 2 de outubro de 2001, que dá nova redação ao Parecer CNE/CP 9/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em Cursos de Nível Superior; Parecer CNE/CP nº 28/2001, aprovado em 2 de outubro de 2001, que dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior; Resolução CNE/CP Nº. 01, de 18 de fevereiro de 2002, que institui diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, nos cursos de licenciatura, de graduação plena; Resolução CNE/CP Nº. 2, de 19 de fevereiro de 2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Em 1997, esse Conselho desencadeou o processo para definir as novas diretrizes curriculares para os cursos de graduação em nível superior. 9

Em 1999, a Comissão de Especialistas de Ensino de Pedagogia MEC/SESu, propôs ao CNE as novas diretrizes curriculares para o Curso Pedagogia e definiu o seguinte perfil para o egresso: profissional habilitado a atuar no ensino, na organização e gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção e difusão do conhecimento em diversas áreas da educação, tendo a docência como base obrigatória de sua formação e identidade profissionais Sobre as áreas de atuação do pedagogo, o documento propõe: docência na educação infantil, nas séries iniciais do ensino fundamental e nas disciplinas da formação pedagógica do nível médio Indica, ainda, que o pedagogo poderá atuar: na organização de sistemas, unidades, projetos e experiências educacionais escolares e não-escolares na produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional nas áreas emergentes do campo educacional Em 2002, como resultado de novo trabalho da Comissão de Especialistas de Pedagogia, em conjunto com a Comissão de Especialistas de Formação de Professores-SeSU/MEC, foi reafirmada a proposta da Comissão de 1999 definindo como áreas de atuação do Pedagogo: 1. Docência na Educação Infantil, nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental ( nas diversas modalidades, tais como escolarização de crianças, jovens e adultos; Educação Especial; Educação Indígena ) e nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores ( conteúdos específicos da docência e do processo de ensino e aprendizagem em diferentes âmbitos: Curso Normal em nível médio e superior, programas especiais de formação pedagógica, programas de educação continuada, etc) destaca-se que a atuação do pedagogo em nível superior- Normal Superior e Licenciaturas, supõe a necessária qualificação profissional em nível de pós-graduação. 2. Gestão educacional, entendida como a organização do trabalho pedagógico em termos de planejamento, coordenação, acompanhamento e avaliação nos sistemas de ensino e nos processos educativos formais e não formais; 3. Produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional; 4. Atuação docente/técnica em áreas emergentes no campo educacional, em função dos avanços teóricos e tecnológicos. 10

Ao mesmo tempo em que no cenário educacional mais amplo se discutiam diretrizes e propostas de formação do profissional da educação, inclusive do pedagogo, a UFU passava por momento de significativas mudanças na estrutura de organização e na dinâmica de funcionamento, resultado da aprovação e implantação de seu novo Estatuto e Regimento Geral. De acordo com tal mudança o Curso de Pedagogia, que era vinculado a dois Departamentos Fundamentos da Educação e Princípios e Organização da Prática Pedagógica - passou a integrar a Faculdade de Educação, criada a partir de janeiro de 2000 como uma das Unidades Acadêmicas da UFU. Além desse curso a então recém-criada Faculdade de Educação integrou, também, o Programa de Pós-Graduação em Educação. Em 1998, a Coordenação do Curso de Pedagogia constituiu um primeiro grupo de trabalho para iniciar o processo de avaliação de seu projeto acadêmico. Já naquele momento, foram desenvolvidas várias ações com vistas a avaliação curricular, como por exemplo, atualização das Fichas de Disciplina do Curso, discussão sobre a sistemática de oferecimento de disciplinas optativas e revisão das normas de funcionamento do mesmo. Ao longo do ano de 2000 as discussões se aprofundaram e, em janeiro de 2001, foi constituída nova Comissão de Avaliação e Revisão Curricular 4, com a finalidade de promover estudos sobre o atual projeto acadêmico do Curso, analisar a pertinência da proposta de formação acadêmica nele delineada e iniciar um processo de reformulação, visando atender as novas demandas colocadas para a formação do pedagogo. Como decorrência dos estudos e análises desenvolvidas nesse momento, algumas mudanças foram implementadas no currículo do Curso, ao longo dos anos de 2001 e 2002, com vistas a possibilitar seu aprimoramento, mesmo sem a intenção de proceder alterações substantivas no Projeto Acadêmico em vigor. Dentre essas ações destacam-se: reflexões sobre as dificuldades e as possibilidades para promover efetiva articulação entre teoria e prática ao longo da formação; elaboração, implementação e avaliação do Projeto de Prática Pedagógica, integrando as 4 Ao longo desses anos fizeram parte da Comissão os seguintes professores e alunos: Profa. Edna Mariana Machado, Profa. Elfrida Felix de Sousa Gomide; Profa. Geovana Ferreira Melo Moura, Profa. Helenice Camargos Viana, Profa. Lázara Cristina da Silva, Profa. Luzia Marivalda Barreiro da Costa (Valda), Profa. Marcelo Soares Pereira da Silva, Profa. Maria Veranilda Soares Mota, Profa. Myrtes Dias da Cunha, Profa. Olga Teixeira Damis, Profa. Robson Luiz de França, Profa. Valéria Aparecida Dias Lacerda de Resende, Profa. Vanessa T. Bueno Campos, Profa. Vera Lúcia Abrão Borges, alunas Andréia Cristina R. Rodrigues, Zeli Alvim de Oliveira, Paola Leal de Oliveira e Cláudia Aparecida Morais Mariano. 11

disciplinas de cada série do Curso; avaliação e definição de novas diretrizes para as disciplinas optativas Monografia 1 e 2 e Pesquisa em Educação1 e 2; redefinição de política de oferecimento e criação de novas disciplinas optativas; regulamentação do funcionamento das disciplinas de Prática de Ensino e de Estágio Supervisionado. Ao mesmo tempo, e em diferentes momentos, após a aprovação da Lei n. 9.394/96 que define as diretrizes e bases da educação nacional, ocorreram, no âmbito do Curso, estudos e debates, envolvendo o conjunto dos docentes e alunos, sobre as novas implicações na formação do pedagogo e a definição de Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia em processo de definição no CNE. Os Seminários Regionais sobre a Formação do Educador promovidos pelo Curso de Pedagogia e pela FACED, nos últimos dez anos, especialmente a partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), tiveram contemplados a temática da formação do profissional da educação, em diferentes atividades - minicursos, palestras, conferências, mesas-redondas. No III Seminário Regional sobre a Formação do Educador, em 1996, ocorreram, um mini curso - A formação de professores no projeto da nova LDB - e duas palestras - A formação e atuação dos especialistas em educação e A Prática Pedagógica e Formação do Educador: desafios da atualidade; no IV Seminário Regional, em 1997, foram realizadas duas conferências: Perspectivas de formação do educador na nova LDB e A formação do educador no curso de Pedagogia frente a atual configuração sócio-política; no VI Seminário Regional sobre a Formação do Educador: elementos para repensar a prática pedagógica, em 1999, foi realizada uma mesa redonda com o tema: Os Institutos Superiores de Educação e as novas diretrizes curriculares: perspectivas para a formação do profissional da educação; no VII Seminário Regional, em 2.000, ocorreu uma mesa redonda sobre Políticas e modelos institucionais de formação do profissional da educação e uma palestra sobre Impactos das novas diretrizes nas propostas curriculares dos cursos de formação dos profissionais da educação. No VIII Seminário Regional, em 2.002, foi realizada a conferência: A Formação do Cientista da Educação e o Curso de Pedagogia; e as palestras O lugar da docência na formação do pedagogo, A Contribuição da ANFOPE no Debate e A proposta da prática pedagógica nas diretrizes curriculares para a formação do educador; também em 2002, no I Congresso Nacional de Educação Formação de professores: história, política e desafios, ocorreram duas conferências com os temas: Formação 12

de professores na Atualidade e Formação de Professores: campo de pesquisa e de atuação profissional; uma mesa redonda: Políticas Públicas e Formação Docente; e um seminário temático: A Formação Docente no Brasil: história e Política. Em 2003, no I Seminário de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado nos Cursos de Formação de Professores, ocorreu a conferência: Organização do Estágio e Prática de Ensino frente as novas diretrizes para a formação de professores. No mesmo ano, no IX Seminário Regional sobre a formação do Educador foi realizada uma conferência com o tema - Propostas Curriculares e Formação do Profissional de Educação: caminhos em construção e uma mesa redonda reuniu várias Instituições regionais para debater o tema - Reformas Curriculares: experiências. Em 2004, no II Congresso Nacional de Educação Práticas Docentes, História e Política Educacional /FACED foi realizada uma mesa redonda com o tema: Formação de Professores. Em 2005, na II Semana Acadêmica realizada pela UFU, a temática foi abordada em duas mesas redondas com os títulos: Proposta de Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia e; Projeto Institucional de Formação de Professores na UFU. Em 2002, foram realizadas reuniões de Curso com a finalidade de debater temas relativos à formação do pedagogo como, por exemplo, Concepções de Competência e Flexibilização na Organização Curricular do Curso de Pedagogia e; Reformulação Curricular: tendências e diretrizes sobre a formação do pedagogo. Neste mesmo ano foi também realizado um Seminário para alunos e professores do Curso com o objetivo apresentar e discutir os fundamentos e a proposta curricular em processo de elaboração pela Comissão de Avaliação e Revisão Curricular. Em seguida, uma primeira síntese da atual proposta foi apresentada e discutida durante o VIII Seminário Regional sobre a Formação do Educador, realizado de 02 a 04 de abril de 2002, na UFU. Posteriormente, novamente, em reuniões do Curso de Pedagogia realizadas em 29 de maio, 10 de julho e 16 de outubro de 2003, essa síntese foi objeto de análise por parte de professores e de alunos. Também, ao longo do ano de 2004, em diferentes momentos, a Comissão de Reformulação Curricular e o Colegiado de Curso continuaram seus estudos no sentido de ajustar a proposta inicial aos diferentes momentos de avaliações e às sugestões encaminhadas. 13

Neste momento, em nível institucional, também, ocorriam discussões no sentido de regulamentar as reformulações curriculares dos Cursos de Graduação que contribuíram para reforçar o debate. Em 29 de abril de 2004 foi aprovada Resolução nº 02/2004/CONGRAD/UFU que definiu as diretrizes para a elaboração e/ou reformulação do projeto pedagógico dos Cursos de Graduação. Em 30 de março de 2005, foi aprovada a Resolução nº 03/2005/CONSUN que regulamentou o Projeto Institucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação. Da elaboração desta última, participaram, de forma sistemática, professores que constituíam o Colegiado de Curso e a Comissão de Avaliação e Revisão Curricular do Curso de Pedagogia. V- DIRETRIZES ORIENTADORAS PARA O PROCESSO DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE PEDAGOGIA No processo de revisão e atualização do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia um aspecto importante de se ter presente refere-se às orientações emanadas dos atos normativos que fundamentam a organização dos currículos na educação superior em geral e nos cursos de Pedagogia em específico. Nesse sentido, além das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia e demais diretrizes curriculares do CNE pertinentes à educação das relações étnicoraciais e indígenas, educação especial, educação ambiental, educação em direitos humanos; há que se considerar, também, nas normas institucionais no âmbito da UFU que tratam da organização dos currículos de graduação em geral, bem como, de modo mais específico, aquelas normas referentes aos currículos dos cursos de formação de professores. 5.1 - Elementos postos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia As DCN para o Curso de Pedagogia explicitam a finalidade da formação inicial a ser desenvolvida nesse curso nos seguintes termos: Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicamse à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. 1º Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e 14

objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, propiciará: I - o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas; II - a aplicação ao campo da educação, de contribuições, entre outras, de conhecimentos como o filosófico, o histórico, o antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o linguístico, o sociológico, o político, o econômico, o cultural. Em seguida, quanto ao repertório de informações que devem ser consideradas na formação profissional e acadêmica a ser desenvolvida no curso de Pedagogia, as DCN preveem que: Art. 3º O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. Parágrafo único. Para a formação do licenciado em Pedagogia é central: I - o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania; II - a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional; III - a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino. Ainda de acordo com as DCN para o Curso de Pedagogia, este deve destinar-se à formação do seguinte profissional: Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. 15

Estes elementos iniciais destacados as partir das DCN para o Curso de Pedagogia evidenciam que, por um lado, mostram-se pertinentes aquelas avaliações que consideram atualizadas as definições quanto ao perfil do egresso previsto no Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da UFU em vigor, e nesse sentido, não haveria muito a se alterar. Por outro lado, estes mesmos elementos colocam em evidência a complexidade do campo e processo formativo a ser desenvolvido no curso de Pedagogia, uma vez que além de contemplar aspectos específicos do campo do exercício magistério, também precisam voltar-se para a formação no campo do planejamento, execução e avaliação de outras tarefas concernentes ao campo da educação, escolar e não escolar; ao lado da formação para a pesquisa, comprometida com a produção e difusão do conhecimento científico. Frente a essa complexidade, o Projeto Pedagógico de cada curso delimitará com clareza as opções institucionais que serão perseguidas ao longo da formação acadêmico-profissional que se realizará, com a clareza de que esta complexidade somente pode ser adequadamente abordada e trabalhada ao longo do curso no diálogo e articulação de diferentes campos de conhecimentos filosófico, histórico, antropológico, ambiental-ecológico, psicológico, linguístico, sociológico, político, econômico, cultural, dentre outros. Esse tratamento teórico ao longo do curso, por sua vez, possibilitará trabalhar a formação para o exercício do magistério no contexto da formação para a docência, Isso porque a concepção de docência expressa nas DCN para o Curso de Pedagogia ultrapassa em muito aquelas visões que tentar reduzir esta docência aos processos específicos de organização do ensino que culminam no ato de ministrar aulas. A docência deve ser apreendida e trabalhada enquanto como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, que pode se desenvolver em diferentes espaços e que deve ser compreendida de maneira contextualizada. 5.2- Elementos postos pelas normas institucionais no âmbito da UFU No que se refere às normas institucionais, no âmbito da UFU, a Resolução nº 07/2004/CONGRAD estabelece os seguintes princípios orientadores para organização dos Projetos Pedagógicos dos cursos: Art. 7o. Os princípios que orientam os projetos pedagógicos são: 16

I contextualização expressa na apresentação e discussão dos conhecimentos de forma crítica e historicamente situada; II indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão de modo a desenvolver atitudes investigativas e instigadoras da participação do graduando no desenvolvimento do conhecimento e da sociedade como um todo; III interdisciplinaridade evidenciada na articulação entre as atividades que compõem a proposta curricular, evitando-se a pulverização e a fragmentação de conteúdos; IV flexibilidade de organização expressa na adoção de diferentes atividades acadêmicas, levando-se em conta as especificidades de cada curso, como forma de favorecer a dinamicidade do Projeto Pedagógico e o atendimento às expectativas e interesses dos alunos; V rigoroso trato teórico-prático, histórico e metodológico no processo de elaboração e socialização dos conhecimentos; VI ética como uma referência capaz de imprimir identidade e orientar as ações educativas; e VII avaliação como prática de re-significações na forma de organização do trabalho docente e de aperfeiçoamento do Projeto Pedagógico do curso. Complementarmente, a Resolução 03/2005/CONGRAD aprovou o Projeto Institucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação. Nela foram definidos os seguintes princípios adicionais Articulação teoria-prática pedagógica Esse princípio orienta a Instituição para a compreensão de que as especificidades dos conteúdos de cada área do conhecimento e as especificidades da prática pedagógica formam um conjunto integrado e necessário à formação do profissional da educação. Adotar esse princípio significa conceber a articulação como um eixo fundamental do processo formativo. Trata-se de valorizar a teoria e a prática pedagógica, interligando-as no decorrer do curso de formação. Os estudos teóricos relativos aos diferentes conteúdos transpõem-se para o âmbito pedagógico, dando realce àquilo que, nos espaços educativos, se constituirão como ferramentas para a intervenção docente. A experiência ou a prática pedagógica, desenvolvida ao longo do processo de formação profissional, deve, nesse sentido, possibilitar ao futuro professor a compreensão da complexidade dos processos educativos e deve auxiliá-lo, também, na reflexão sobre alternativas para as questões que se apresentarem como problemáticas, podendo, inclusive, constituírem-se como objetos de investigação científica. A prática é o objeto de investigação permanente do professor, durante sua formação e na ação profissional. Deste modo, a articulação entre teoria e prática pedagógica, proposta para os cursos de formação dos profissionais da educação na UFU, não se refere a uma mera justaposição em uma grade curricular, mas se expressa pela forma como as atividades acadêmicas envolvidas se coordenam entre si, orientando a dinâmica do processo de formação do professor. A adoção desse princípio exige, pois, uma nova forma de organização curricular. 17

Articulação entre Formação Inicial e Continuada, Bacharelado e Licenciatura, Universidade e Escola Básica e outras instâncias educativas Este princípio leva-nos a considerar que, tanto a formação inicial quanto a formação continuada constituem, juntas, a idéia de um processo, um percurso ou uma trajetória de vida pessoal e profissional, cuja construção é contínua e permanente. O caráter de continuidade que une as duas modalidades de formação, certamente, serve não só para nos orientar para uma sólida formação inicial desenvolvida nos âmbitos científico, cultural, social e pedagógico, mas também chama nossa atenção para o desenvolvimento teórico-prático do professor que se encontra em pleno exercício da profissão. Outra relação importante, presente nesse princípio, é aquela que procura permanente integração entre o Bacharelado e a Licenciatura. Assegurar esta articulação significa mais do que apresentar uma estrutura curricular que compartilha disciplinas ou cargas horárias entre as duas modalidades; significa a implementação da idéia de que os futuros professores, além de elaborar um entendimento sólido sobre a prática docente e sobre a teoria pedagógica, precisam não só dominar o campo de conhecimentos das disciplinas que irão ministrar, mas também suas relações com outras áreas do conhecimento humano, tendo em vista o objetivo final que é a formação do professor-pesquisador. Vale ressaltar que, para propiciar esta formação é necessário lançar este sujeito no caminho da investigação, da interrogação, da invenção e da descoberta por meio do incentivo à realização de trabalhos de iniciação científica, pela organização de grupos de pesquisa, voltados, também, para a análise de temas pedagógicos ou educacionais. E por fim, a aproximação entre a Universidade, a Escola Básica e outras instâncias educativas é mais uma preocupação que deve estar presente na formação do profissional da educação. Se reconhecermos a escola e outras instâncias educativas como responsáveis pela formação do cidadão e do trabalhador, não é possível desconsiderar que, também essas instâncias participam do processo formativo. Assim, essa articulação necessita ser confirmada por meio de planejamentos conjuntos e convênios interpartes. (UFU, Projeto Institucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação, p. 18-19) Como se depreende, os princípios definidos nas diretrizes institucionais são precisos. Todavia, o desafio que se coloca é o de dar efetividade no processo de organização e desenvolvimento curricular dos cursos de graduação na instituição. Essa efetividade, por sua vez, deverá estar traduzida tanto no Projeto Pedagógico propriamente dita, quanto também, e, principalmente, no processo de implementação e desenvolvimento deste currículo nas práticas educativas e nos saberes mobilizados por professores e alunos ao longo da formação realizada. São tarefas que certamente exigirão um trabalho permanente de auto avaliação, individual e institucional; de articulação entre os docentes do curso; de participação 18

dos estudantes; de trabalho colaborativo e coletivo de professores e alunos ao longo de toda a formação. 5.3 - Alguns aspectos a serem considerados na organização do fluxo curricular do curso de Pedagogia da UFU Orientados por estas diretrizes e princípios e considerando os estudos, avaliações e análises desenvolvidas até o momento, o NDE do Curso de Pedagogia apresenta alguns aspectos de caráter mais geral e organizacional a serem considerados na sistematização de uma proposta de reformulação da organização do fluxo curricular deste curso: a) As alterações curriculares no curso que vierem a ser propostas precisam ter como referência o corpo docente existente na Faculdade de Educação e demais Unidades Acadêmicas da UFU, uma vez que, nesse momento a reforma curricular não pode ser concebida e/ou implantada condicionada à ampliação ou diminuição do corpo docente lotado na FACED e, quando for o caso, também nas demais Unidades Acadêmicas da Instituição. b) Os componentes curriculares precisam considerar três eixos básicos de desenvolvimento da formação profissional-acadêmico a ser desenvolvida: conhecimento e pesquisa; formação docente; gestão educacional. Estes eixos serão organizados de modo a permitir que o acadêmico tenha oportunidade de vivenciar, logo no 1º semestre do curso, estudos que potencializem sua inserção profissional e investigativa no campo da educação. Ao lado destes eixos, seria oportuno que fossem definidos eixos articuladores de caráter anual que serem perseguidos pelos componentes curriculares organizados semestralmente. Assim, eixos articuladores contribuirão para que o curso, organizado em regime semestral, mantenha uma integração crescente. Nesse sentido, poderiam ser definidos os seguintes eixos articuladores anuais: 1º ano do curso (1º e 2º semestre): Educação na universidade: A produção do conhecimento acadêmico científico e as funções da universidade; 2º ano do curso (1º e 2º semestre): Docência: lugares, tempos e espaços Educação Infantil 3º ano do curso (1º e 2º semestre): Docência: lugares, tempos e espaços Séries Iniciais do Ensino Fundamental 19

4º ano do curso (1º e 2º semestre): Docência: gestão e organização dos sistemas educacionais c) É importante que, além da indicação/definição dos componentes curriculares em cada período e respectivas cargas horárias, sejam discutidos de maneira mais articulada e ampliada os principais temas/conteúdos que deverão ser considerados na organização das Fichas de Disciplina destes componentes. Nesse sentido, o NDE considera necessário haver a sistematização de algumas linhas gerais em torno dos componentes que vierem a ser propostos, de caráter preliminar, referenciada na trajetória institucional do próprio curso e no desenvolvimento dos diferentes campos de conhecimento que informam sobre o curso. d) Na indicação/definição dos temas/conteúdos dos diferentes componentes curriculares, além dos eixos básicos de desenvolvimento da formação alguns aspectos tratados de maneira transversal e interdisciplinar ao longo do curso, em especial aqueles relativos a: educação inclusiva (relações étnico-raciais e indígenas, pessoas com deficiência); educação ambiental; educação em direitos humanos; ludicidade; arte; corpo; movimento; gênero; sexualidade; tecnologias e educação. Essa perspectiva possibilitará assegurar uma sólida formação teórica em torno destes aspectos, sem que isso implique um inchaço do currículo e/ou sua fragmentação e um número muito grande de disciplinas, que certamente, teriam cargas horárias reduzidas. Além disso, estes aspectos poderão receber tratamento teórico mais específico para aprofundamento em componentes curriculares optativos, além de outras atividades curriculares como Trabalhos de Conclusão de Curso, monografias, projetos de iniciação científica e iniciação à docência, dentre outros. e) Deseja-se buscar uma abertura crescente destinada à carga horária de disciplinas optativas que permitam ao acadêmico em sua formação inicial linhas/temas que se mostrem mais instigantes, assim como estudos em questões mais específicas em sua formação. Além disso, a perspectiva de uma organização curricular mais flexível e aberta, capaz de incorporar demandas mais imediatas postas pela sociedade em geral, pela educação em particular e pelos próprios discentes e docentes do curso, implica a ampliação de componentes curriculares desta natureza. f) A carga horária dos componentes curriculares precisa ser concebida considerando, além do tempo necessário para um adequado desenvolvimento dos conteúdos básicos pertinentes à um curso em nível de graduação, também o cuidado 20

de se evitar uma distribuição de carga horária que implique grande fragmentação de disciplinas no curso e ao longo da semana de aulas. g) Ao longo do curso algumas disciplinas poderão prever uma carga horária destinada a atividades práticas diretamente vinculada à respectiva disciplina e sob a responsabilidade do professor dessa disciplina. Nesses casos, no fluxo curricular e na Ficha de Disciplina estariam especificadas a total de carga horária teórica e o total de carga horária prática da disciplina que prever essa situação. O desenvolvimento destas atividades práticas na(s) disciplina(s) que vierem a contemplar carga horária teórica e carga horária prática, precisa ser tomado de modo a, por um lado, evitar a sobreposição do caráter prático sobre o caráter teórico da disciplina, o que poderia conduzir a uma sobrecarga de carga prática no curso em relação à carga teórica. Por outro lado, para se evitar o prolongamento da duração do curso, a carga horária destinada a estas atividades práticas precisará ter sua previsão de realização em turno contrário ao destinado à parte teórica das disciplinas que o aluno cursa. Nesse sentido, essas atividades poderiam ser organizadas na direção de orientar e induzir o aluno a ter contatos iniciais e mais específicos com as realidades que envolvem os respectivos campos disciplinares de componentes que tiverem carga horária teórica e carga horária prática. h) No caso dos componentes de Estágio Supervisionado, a carga horária destinada às atividades de campo, também terão sua previsão de realização em turno contrário ao destinado à parte teórica das disciplinas que o aluno cursa. i) Considera-se pertinente manter a duração do curso em quatro anos, com ingresso de duas turmas por ano, sendo uma no turno da manhã (matutino) e outra no turno da noite (noturno). A carga horária diária de aulas, tanto no turno matutino quanto turno noturno, de 20 aulas semanais, o que implica 4 aulas por dia. Nesse sentido, se observará na definição da carga horária dos componentes curriculares, de cada semestre do curso, uma distribuição tal que, ao mesmo tempo possibilite um adequado tratamento teórico dos conteúdos das disciplinas, também evite a organização de horários desiguais ao longo da semana, como ocorre atualmente com aquelas disciplinas de 4 aulas semanais e que se veem obrigadas a estar previsto no horário do curso 3 aulas em um dia e 1 aula em outro dia da semana. Como se depreende, estas indicações implicarão que o curso poderá ter sua carga horária total reduzida das atuais 3590 horas para algo próximo do mínimo previsto nas DCN para 21