À Congregação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP Campus de Rio Claro (IGCE/UNESP) Rio Claro, 28 de outubro de 2014 Assunto: Manifestação da Congregação em relação à avaliação docente na UNESP Prezado Diretor do IGCE Prof. Dr. Sergio Roberto Nobre e demais Membros da Congregação, A Comissão criada na última reunião da Congregação do IGCE, realizada no mês de outubro de 2014, com objetivo de elaborar documento relativo à manifestação do Instituto em relação à avaliação docente atualmente em curso na UNESP, vem apresentar para análise e deliberação documento contendo a integração das diferentes discussões e manifestações por parte de docentes e departamentos relativo ao tema em questão. Ressalta-se que todos os membros da Comissão tiveram a oportunidade de se manifestar e muitos pontos tiveram consenso, contudo devido à existência de algumas divergências sobre determinadas questões, o que é bastante normal e já esperado considerando o escopo do tema, as propostas do documento foram elaboradas na forma de itens para facilitar a discussão e a votação durante a reunião da Congregação, possibilitando inclusive que as divergências fossem apresentadas para apreciação. A Comissão entende que a avaliação docente tem fundamental importância para a Universidade, mas se trata de um assunto polêmico que precisa permear constantemente a pauta da Congregação, mesmo após a aprovação de um documento de manifestação do Instituto. Nesse sentido, a Comissão apresenta em anexo o referido documento, esperando que possa refletir os anseios de nossos docentes e contribuir para a melhoria de nossa Universidade. Desde já colocamo-nos a disposição para esclarecer quaisquer dúvidas, Cordialmente, Prof. Adj. João Peres Vieira Prof. Adj. Ricardo Egydio de Carvalho Prof. Dr. Paulo Roberto Teixeira de Godoy Prof. Dr. César Augusto Moreira Prof. Dr. Fábio Augusto Gomes Vieira Reis
À Reitoria e ao Conselho Universitário da UNESP Exmo. Sr. Prof. Dr. Julio Cezar Durigan Rio Claro,... de... de 2014. Magnífico Reitor Prof. Dr. Julio Cezar Durigan e Membros do Conselho Universitário da UNESP, A Congregação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, campus de Rio Claro (IGCE/UNESP), com o objetivo de fortalecer as discussões sobre temas fundamentais para o desenvolvimento de nossa Universidade e de buscar a valorização constante de seu maior patrimônio, seus docentes, discentes e funcionários, vem, por este documento, apresentar considerações relativas ao processo de avaliação docente da Universidade, requerendo que o tema seja apreciado e discutido no CEPE e no Conselho Universitário para que os procedimentos atualmente em vigor sobre avaliação docente, na forma de planilha, sejam revistos, buscando um aperfeiçoamento do processo de avaliação em direção à valorização e o estímulo aos docentes na melhoria da qualidade de suas atividades diárias. A Congregação do IGCE entende que o processo de avaliação docente é de fundamental importância para a melhoria contínua de nossa Universidade em suas diferentes atribuições e não pode ser transformado em um instrumento: que prioriza a quantidade em detrimento da qualidade; que foca em uma pontuação mínima e não a excelência; que primazia o caráter punitivo para estimular os docentes em suas atividades diárias em detrimento ao estímulo pelo incentivo e reconhecimento da produtividade; que não pondera as especificidades de cada área do conhecimento, nem as realidades locais, buscando tornar todos iguais em uma realidade complexa e diversificada; que transforma a análise da avaliação docente pela CPA em um processo distante da realidade e do planejamento de cada Departamento, Instituto, Faculdade e Unidade; e, que, principalmente, busca incumbir as atribuições institucionais de ensino, pesquisa, extensão e gestão às funções individuais dos docentes, sem considerar que cada docente possui diferentes características, capacidades e habilidades para cada uma das dimensões citadas.
Nesse sentido, a Congregação do IGCE considera que atualmente a avaliação docente se tornou um instrumento de pressão aos docentes na busca constante de atividades que melhorem sua pontuação em termos quantitativos, ao invés de ser um instrumento de estímulo a criatividade, inovação e à excelência. Ressalta-se que uma avaliação eficiente no âmbito de uma Universidade deve estimular a criatividade, inovação e excelência, sem criar um ambiente de competição individual por números e sim incentivar o desenvolvimento de ambientes saudáveis e colaborativos entre docentes, que reforcem as qualidades, talentos e aptidões individuais, na busca de metas coletivas de melhoria institucional do ensino, pesquisa, extensão e gestão. Destaca-se, ainda, que a Lei Federal n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 52 o estabelece as Universidades como...instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano..., ou seja, define as atribuições da Universidade em ensino, pesquisa e extensão. Em nenhum momento, a LDB estabelece como atribuição individual de cada docente, a pesquisa, ensino e extensão. Portanto, a Universidade não pode e não deve incumbir como atribuição individual do docente algo que é de forma clara e legal uma atribuição institucional. Com bases nessas premissas, são apresentadas a seguir algumas considerações e propostas para melhoria e aprimoramento da avaliação docente: 1. A avaliação docente deve-se fundamentar no estímulo à criatividade, inovação e excelência, considerando as características e aptidões individuais e as especificidades de cada área do conhecimento. A UNESP deve propiciar condições para que o tempo do docente seja mais bem aproveitado, evitando que ele se ocupe com atividades meios e burocráticas (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO. 2. A avaliação docente deve ser um instrumento orientador e informativo, que auxilie a gestão dos departamentos e institutos/faculdades/unidades complementares em seus Planos de Desenvolvimento Institucional. A UNESP não deve seguir a linha punitiva e meramente quantitativa adotada atualmente (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO). 3. Deve-se estabelecer de forma clara os critérios da avaliação para cada dimensão, descrevendo exatamente quais atividades podem ser consideradas na avaliação ou não, sem prejuízo de outras atividades não previstas, mas que fazem parte das habilidades acadêmicas do docente. Não deve-se realizar mudanças constantes nos critérios,
especialmente, quando os docentes estão durante seu período de avaliação (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO). 4. A UNESP deve ter uma ação mais construtiva no sentido de elaborar um processo de avaliação que premie os docentes que atingirem metas claras de produção acadêmica, na forma de recursos financeiros para desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa, extensão e gestão ou mesmo na forma abono salarial (ESSA PROPOSTA NÃO FOI CONSENSO NA COMISSÃO) 5. A Dimensão Ensino (especialmente, a graduação) deve ter um adequado peso a sua importância, considerando que se refere à principal atividade fim da Universidade, devendo ser avaliada não somente de forma quantitativa e sim qualitativa. Devem-se buscar ferramentas que possibilitem a avaliação qualitativa do ensino (A PARTE FINAL DESSA PROPOSTA NÃO FOI CONSENSO NA COMISSÃO); 6. A avaliação deve considerar e destacar que cada docente possui capacidades, habilidades e aptidões diferentes em termos das dimensões Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão e que a pontuação seja distribuída igualmente em todas as dimensões de modo que o docente, conjuntamente com seu Departamento e com base no Plano de Desenvolvimento Institucional do Departamento, possa eleger a forma de compor sua pontuação mínima (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO). 7. Os Institutos, Faculdades e Unidades devem ter maior peso no processo de análise da avaliação docente, já que são as instâncias que realmente conhecem a realidade e importância das atividades docentes desenvolvidas no seu âmbito (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO); 8. A CPA deve ser uma instância de avaliação do Departamento e não do docente individualmente. O Departamento e os Institutos/Faculdades/Unidades conhecem melhor as realidades individuais e são mais capazes de analisar o contexto da avaliação de cada docente no contexto de seu Plano de Desenvolvimento Institucional (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO); 9. A avaliação docente deve ser diferente conforme a realidade dos Departamentos, ou seja, considerar as diferenças entre as áreas do Conhecimento Exatas, Humanas e Biológicas, além de considerar a existência de departamentos mistos que possuem docentes de diferentes formações (ESSA PROPOSTA FOI CONSENSO NA COMISSÃO);
Portanto, a Congregação do IGCE apresenta o presente documento para apreciação e discussão na CEPE e no Conselho Universitário, esperando que mudanças rápidas, claras e democráticas sejam feitas no atual processo de avaliação docente da UNESP, a fim de se evitar que a insatisfação e o descontentamento com o atual modelo crie nos docentes uma aversão ao processo de avaliação e gere uma evasão de jovens talentos para outra IES. Consideramos que a avaliação é um instrumento fundamental para melhoria da qualidade e estímulo à produtividade, mas que atualmente está sendo utilizado de forma equivocada. A Congregação do IGCE se coloca a disposição para esclarecer quaisquer dúvidas. Cordialmente, Congregação do IGCE