Efeitos das estações do ano sobre as características produtivas, morfogênicas e estruturais do capim Piatã

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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO RESUMO EXPANDIDO DO ALUNO (BOLSISTA OU VOLUNTÁRIO) DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ( )

Transcrição:

Efeitos das estações do ano sobre as características produtivas, morfogênicas e estruturais do capim Piatã Stanley Ribeiro Centurion 1 ; Ana Carolina Amorim Orrico 2, Marco Antonio Previdelli Orrico Junior 3, Arley Borges de Morais Oliveira 4, Natália da Silva Sunada 4, Débora Mauricio Manarelli 1 ; André Henrique Nucci de Moura 1 1 Graduando do Curso de Zootecnia UFGD/Dourados-MS. Bolsista UFGD/PIBIC 2 Orientadora, Profa. Dra. da Faculdade de Ciências Agrárias UFGD/Dourados-MS 3 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia UNESP/Jaboticabal-SP. Bolsista do CNPq. 4 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia UFGD/Dourados-MS. Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos das estações do ano sobre as características produtivas, morfogênicas e estruturais da Brachiaria brizantha cv. Piatã. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente ao acaso em esquema de parcela subdividida com seis repetições. O corte de uniformização foi realizado 45 dias após o plantio a 10 cm da superfície do solo e após atingir a altura de corte (30 cm) os cortes foram feitos a 15 cm do solo. As características produtivas, morfogênicas e estruturais avaliadas foram: produção de matéria seca (MS), taxa de alongamento de folha (TAlF), taxa de aparecimento de folha (TApF), taxa de alongamento de pseudocolmo (TAlC), filocrono, número de folhas verdes (NFV) e comprimento final de folha (CFF). As variáveis TAlF, TAlC, TApF, Filocrono, NFV e CFF tiveram melhores resultados durante o verão, já para a variável produção de MS os maiores resultados foram encontrados durante o outono. Palavras-chave: 1) Brachiaria brizantha 2) Filocrono 3) Produção de forragem. Introdução Na pecuária brasileira, as gramíneas do gênero Brachiaria são de reconhecida importância, pois ocupam 85% das áreas de pastagens (MOREIRA et al 2009). Na tentativa de melhorar os índices produtivos, muitos pecuaristas optam por utilizar os novos cultivares Brachiaria brizantha de alta produção como é o caso do Capim Piatã que foi lançada no país em 2007 pela Embrapa Gado de Corte. Apesar de ser considerado um cultivar extremamente interessante do ponto de vista técnico é comum observar um desempenho abaixo do esperado, principalmente quando não há o atendimento das condições mínimas exigida pela planta para um pleno desenvolvimento. Por ser um lançamento ainda há um volume restrito de informações a

respeito dos princípios ecofisiológicos que possam nortear o manejo da pastagem desta cultivar. Para obter um manejo eficiente de pastagem é importante o conhecimento da influencia das diversas estações do ano sobre a produção de uma forrageira. As gramíneas do gênero Brachiaria assim como qualquer outra gramínea tropical (fisiologia C4) apresentam diminuição da atividade fotossintética à medida que há redução na temperatura e luminosidade. Desta forma é comum observar queda na produção e qualidade das plantas durante o inverno. Esta redução pode ser medida de forma mais precisa através das taxas de aparecimento de folhas, taxa de alongamento de folhas, taxa de alongamento de colmos, bem como a duração de vida das folhas que são as características morfogênicas que determinam diretamente o crescimento das plantas forrageiras. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos das estações do ano sobre as características produtivas, morfogênicas e estruturais da Brachiaria brizantha cv. Piatã. Material e Métodos O experimento foi instalado na casa de vegetação pertencente à FCA da Universidade Federal da Grande Dourados, MS os dados meteorológicos observados durante o experimento estão apresentados na Tabela 1. TABELA 1: Valores meteorológicos durante o período experimental. Tmx Tmn Tmd Urmx Urmn Urmd Rs Rn Mês ( C) (%) (W.m -2 ) Fev 32,16 21,84 25,92 94,99 51,53 78,72 220,94 91,16 Mar 32,77 20,04 25,59 92,20 40,90 70,28 221,27 91,29 Abr 29,01 17,68 22,80 91,03 47,46 71,75 171,13 70,62 Mai 23,71 12,64 17,82 97,05 55,41 79,46 149,57 61,73 Jun 26,10 14,20 19,70 90,00 45,80 69,80 151,70 62,60 Jul 24,59 12,57 18,20 86,82 44,70 66,63 127,41 52,59 Fonte: Serviço Meteorológico da UFGD. Tmx: Temperatura máxima; Tmn: Temperatura miníma; Tmd: Temperatura média; Urmx: Umidade relativa máxima; Urmn: Umidade relativa minima; Urmd: Umidade relativa média Rs: Radiação solar; Rn: Radiação liquida.

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente ao acaso em esquema de parcela subdividida com 36 vasos plásticos com capacidade para 9 dm 3 de solo. O solo utilizado apresentou as seguintes características: phcacl 2 = 4,3; P = 0 mg.dm -3 ; K = 0,3; Ca = 4,0; Mg = 3,0; Al+H = 94,0; soma de bases = 7,3 e CTC 101,3 mmol.dm -3 ; saturação por bases = 7,3%; matéria orgânica = 47,1 g.dm -3 ; areia = 12,2; silte = 72,8%; argila = 15,0%. Considerando os resultados da análise química do solo, foi realizada a calagem (60 dias antes do plantio) com o intuito de elevar a saturação de bases para 50%. Antes do plantio foi realizada uma adubação de formação em cada vaso com superfosfato simples (818 mg.dm -3 de P 2 O 5 ), cloreto de potássio (187 mg.dm -3 de K 2 O) e uréia (204 mg.dm -3 de N). A umidade dos vasos foi controlada visando manter o solo com 70% da capacidade de campo. A semeadura foi realizada no dia 02 de janeiro de 2010, sendo semeadas dez sementes de Brachiaria brizantha cv Piatã por vaso e 7 dias após a emergência, fez-se o desbaste, deixando-se três plantas por vaso. O corte de uniformização foi realizado 45 dias após o plantio a 10 cm da superfície do solo. A massa de forragem produzida foi medida como sendo o peso total da forragem verde (MV) retirada dos vasos após o corte a 15 cm do solo, sendo encaminhada para a secagem em estufa de circulação forçada, para a obtenção da matéria seca (MS). O estudo das características morfogênicas e estruturais foi realizado utilizando-se dois perfilho por vaso, identificados com fios coloridos e iniciado no terceiro dia após o corte de uniformização, com medições a cada três dias até que as plantas atingissem a altura de corte estabelecida de 30 cm. A taxa de alongamento foliar (TAlF), taxa de aparecimento foliar (TApF), filocrono, taxa de alongamento do pseudocolmo (TAlC), comprimento final de folha (CFF) e número de folhas verdes (NFV) foram calculados de acordo com metodologia descrita por SILVA et al (2009). Os resultados foram submetidos à análise de variância, considerando como fonte de variação os diferentes períodos de corte. As médias dos diferentes períodos de corte foram comparadas entre si pelo teste de Scott-Knott a 1% de probabilidade. Resultado e Discussão Todas as variáveis estudadas foram influenciadas pelos diferentes períodos de corte (Tabela 2). Tabela 2. Características produtivas, morfogênicas e estruturais Brachiaria brizantha cv Piatã em diferentes períodos de corte.

Característica Período 1ocorte 2ocorte 3ocorte 4ocorte Matéria Seca(g.vaso -1 ) 43,67B 39,10B 65,23A 50,99B TAlF(cm.perfilho -1.dia -1 ) 9,41A 8,46A 7,01B 6,03C TAlC(cm.perfilho -1.dia -1 ) 1,01A 0,90A 0,82B 0,67C TApF(folhas.perfilho -1.dia -1) 0,21 A 0,20 A 0,16 B 0,14 C Filocrono(dias) 5,14 C 5,44 C 6,57 B 7,84 A CFF(cm.perfilho -1 ) 30,33A 29,03A 26,94B 26,81B NFV(folhas -1.perfilho -1 ) 5,70 A 4,89 B 4,83 B 4,28 C Na linha letras distintas diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 1% de probabilidade. Apesar dos dois primeiros cortes terem sido realizados na estação do verão, foi o terceiro corte (outono) que apresentou maior (P<0,01) produção de matéria seca, maior número de perfilhos vivos e maior peso por perfilho. O motivo disto se deve ao fato dos dois primeiros cortes terem sido realizados muito próximos e com uma quantidade menor de perfilhos, o que acabou refletindo na quantidade de biomassa produzida e também sobre o número de perfilhos mortos. O primeiro corte foi o que apresentou os maiores valores de TAlF, TApF, TAlC, CFF, NFV e menores filocrono, sendo que estes valores foram se alterando à medida que se realizavam os cortes, ou seja sofriam redução à medida que terminava o verão e iniciava o outono. Segundo EUCLIDES et al (2008) esse padrão de variação é típico das regiões tropicais em conseqüência da estacionalidade das chuvas, variações de temperatura e fotoperíodo, visto que no caso especifico do experimento em questão houve apenas a influência da temperatura (Tabela 1) e fotoperíodo, pois a umidade do solo foi controlada durante todo período experimental. Houve uma redução de 35,92 e 33,33% na TAlF e TApF respectivamente, na comparação do primeiro com o ultimo corte. BARBOSA (2004) observou maiores valores de TAlF e TApF durante o verão e consequentemente maiores valores de filocrono durante inverno. Segundo GASTAL et al (1992) as taxas de aparecimento e alongamento de folhas aumentam conforme aumenta a temperatura do meio, desta forma o tamanho final da folha que é determinado pela relação taxa de alongamento/taxa de aparecimento, eleva-se com o aumento da temperatura fazendo com que as folhas crescidas no verão apresentem maior tamanho em comparação com as outras estações do ano. Este padrão também foi observado neste experimento onde as

folhas apresentavam em média 30,33 cm de comprimento no primeiro corte e 26,81 cm no ultimo corte. Foram observadas diferenças significativas (P<0,01) no NFV durante os diferentes períodos de corte, sendo constata uma redução no NFV quando se compara os cortes feitos durante o verão e os feitos durante o outono (Tabela 3). O NFV é uma variável determinada geneticamente, e cada espécie ou cultivar mantém seu NFV independente do manejo imposto, no entanto limitações de temperatura e fotoperíodo promovem reduções nestes valores, pois a TApF que também determina o NFV é reduzida (HODGSON, 1990). Assim como as demais características avaliadas a TAlC também sofreu influência ao longo dos cortes. A TAlC é uma importante característica observada nas gramíneas tropicais de hábito ereto, a qual interfere significativamente na estrutura do dossel forrageiro e no processo de competição por luz (SBRISSIA & SILVA, 2001). Esta característica é influenciada enormemente pelo alongamento ou pela duração do alongamento de cada folha, ou seja, quanto maior for a duração do filocrono menor será a TAlC (Tabela 2). Este comportamento foi observado no experimento onde foram encontrado valores de TAlC de 1,01 e 0,67 cm.perfilho -1.dia -1 para o primeiro e quarto corte que foram os que obtiveram o menor e maior filocrono, respectivamente. Conclusão As características estruturais, morfogênicas e produtivas da Brachiaria brizantha são altamente influenciadas pelas estações do ano, sendo necessários estudos mais aprofundados para encontrar estratégias de manejo adequadas para tal forragem. Literatura Citada BARBOSA, R. A. Características morfofisiológicas e acúmulo de forragem em capim-tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia) submetido a freqüências e intensidades de pastejo. 2004.120f. Tese (Doutorado em Zootecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004. EUCLIDES, V. P. B.; MACEDO, M.C.M; VALLE,C. B.; et al. Produção de forragem e características da estrutura do dossel de cultivares de Brachiaria brizantha sob pastejo. Pesquisa. Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 12,2008.

GASTAL, F.; BÉLANGER, G.; LEMAIRE, G. A model of the leaf extension rate of tall fescue in response to nitrogen and temperature. Annals of Botany, v.70, p.437-442, 1992. HODGSON, J. Grazing Management: Science into practice. 3ed. New York:John Wiley & Sons, 1990. 203 p. SBRISSIA, A. F.; Da SILVA, S. C.; MATTHEW, C.; CARVALHO, C. A. B.; CARNEVALLI, R. A.; PINTO, L. F. M.; FAGUNDES, J. L.; PEDREIRA, C. G. S. Tiller size/density compensation in grazed Tifton 85 bermudagrass swards. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 38, n. 12, p. 1459-1468, 2003. SILVA, C. C. F.; BONOMO, P.; PIRES, A. J. V. et al.características morfogênicas e estruturais de duas espécies de Braquiária adubadas com diferentes doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p. 657-661, 2009.