2.6-4ª Geração (1980 -?) continuação. O surgimento do PC. Em 1980 a IBM de era uma empresa especializada em mainframes e terminais burros.



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Transcrição:

2.6-4ª Geração (1980 -?) continuação 2 O surgimento do PC Em 1980 a IBM de era uma empresa especializada em mainframes e terminais burros. Um mainframe é (ou era) um computador de grande porte, dedicado normalmente ao processamento de um volume grande de informações.

3 Supercomputadores x mainframes: essa distinção não é clara e direta. Supercomputadores são utilizados na solução de problemas em que o tempo de cálculo é um limite (são construídos para atender uma finalidade específica). São mais complexos do ponto de vista do programador e são otimizados para realização de tarefas complicadas utilizando principalmente a memória.

4 São utilizados em aplicações científicas e militares, enquanto os mainframes são voltados a aplicações civis. A análise de modelos de clima, análise estrutural de proteínas e processamento de filmes digitais são tarefas bastante apropriadas para os supercomputadores. Mainframes são utilizados em tarefas que exigem alta disponibilidade e envolvem alta taxa de transferência de dados

5 O processamento de cartões de crédito, gerenciamento de contas bancárias, negociações mercantis e processamento de seguro social são tarefas realizadas por mainframes. Os mainframes suportam totalmente o software antigo. No caso da IBM, inclusive aplicações escritas na década de 1960 convivem com novas versões. No caso dos supercomputadores, a tendência é ignorar a compatibilidade de software.

6 Servidor: é um sistema ao qual são conectados vários computadores chamados clientes.

7 Esta ligação permite o acesso a arquivos ou a correio eletrônico, entre os vários dispositivos. Estabelece-se a chamada ligação tipo cliente-servidor. Este tipo de evolução (servidores) permitiu a diminuição do uso dos mainframes. Servidor dedicado (também chamado de servidor de alojamento dedicado ou ainda de servidor de hospedagem): é um sistema configurado para realizar o alojamento de arquivos, emails, fóruns ou páginas da Internet.

8 Estes servidores são hospedados em centrais de dados, em diferentes partes do mundo e com pacotes a diferentes preços, conforme a necessidade do usuário. Um servidor dedicado é sempre administrado remotamente. Existem várias ferramentas que possibilitam a sua gestão, disponíveis a partir de um navegador como o Internet Explorer. E os terminais burros? São redes com um servidor e terminais sem poder de processamento, que apenas mostravam imagens na tela e enviavam os comandos digitados pelo usuário.

Continuando... 9 Percebendo a crescente demanda por computadores pessoais, a IBM decidiu criar um pequeno grupo (que originalmente possuía apenas 12 desenvolvedores) para desenvolver um computador pessoal, sem grandes pretensões. O PC era considerado um projeto menor dentro da IBM, apenas uma experiência para testar a demanda do mercado.

10 O projeto chegou a ser marginalizado dentro da empresa, pois muitos executivos acreditavam que o IBM PC poderia concorrer com outros produtos da IBM, canibalizando as vendas. Depois de quase um ano de desenvolvimento, o projeto rendeu frutos e o primeiro PC foi lançado em 12 de agosto de 1981:

Arquitetura aberta e periféricos 11 Para cortar custos e acelerar o desenvolvimento, a equipe decidiu que usaria apenas componentes padronizados e que pudessem ser encontrados facilmente no mercado. O processador escolhido foi o Intel 8088, que havia sido lançado pela Intel em 1978. O 8088 é um processado de 16 bits. O 8088 é capaz de acessar até 1 MB de memória RAM e funciona a 4.77 MHz (um desempenho mais do que respeitável para os padrões da época).

12 Essa arquitetura permitiu ao PC competir na mesma faixa de preço dos computadores de 8 bits mais populares e, ao mesmo tempo, oferecer um desempenho superior devido ao seu processador de 16. Diferente de outros computadores da época, qualquer fabricante podia desenvolver e vender acessórios para o PC, sem pagar royalties ou fazer acordos de licenciamento. Como todos os componentes podiam ser encontrados no mercado, era possível também desenvolver clones (computadores compatíveis com o PC fabricados por outras empresas).

13 Isso fez com que toda a indústria passasse a orbitar em torno do PC, o que levou a um crescimento da plataforma. Na configuração básica o PC custava "apenas" 1.564 dólares da época. Incluindo mais 48 KB de memória, dois drives de disquete e um monitor mono de 12", o preço chegava a 2.500 dólares, que equivalem a mais de 7.000 dólares em valores atuais. Na época, os HDs ainda eram um componente caro e exótico. Em 1981, um Seagate ST-506 (o modelo mais popular até então) custava mais de mil dólares (da época) e tinha apenas 5 MB de capacidade.

14 Este HD da foto a seguir é um Seagate ST-225, um modelo de 20 MB, lançado em 1984, que foi muito usado nos micros 286: Podia-se também usar um PC sem HD, assim o sistema operacional e todos os programas eram carregados a partir de disquetes de 5¼" de 360 KB.

15 Os disquetes de 3.5", com 1.44 MB passaram a ser usados nos PCs apenas em 1987. Existiu ainda um padrão de disquetes de 2.8 MB, lançado nos anos 90, que acabou não pegando. O PC original era monotarefa, de forma que para carregar outro programa, era preciso primeiro encerrar o primeiro programa e trocar o disquete dentro do drive.

O 2 o drive de disquetes era um item necessário, pois os disquetes de 5¼" eram muito frágeis e a mídia se degradava, de forma que era necessário copiar os discos frequentemente. 16 O sistema operacional usado no PC original era o MS-DOS 1.0 (MicroSoft Disk Operating System) que foi desenvolvido às pressas pela Microsoft. Era baseado num sistema operacional mais simples, o QDOS (em português significa Sistema operacional rápido e de baixa qualidade), que foi comprado da Seattle Computers, uma pequena empresa desenvolvedora de sistemas.

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18 A Microsoft foi fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen. Ela foi a segunda opção da IBM, depois de ter sua proposta de licença recusada pela Digital Research, que desenvolvia versões do seu CP/M para várias arquiteturas diferentes. A IBM acreditava que ganharia dinheiro vendendo as máquinas e não vendendo sistemas operacionais e softwares, o que era considerado um negócio menor, e que acabou sendo dado de bandeja para a Microsoft.

19 Com o passar do tempo, os executivos da IBM se arrependeram da decisão, pois a concorrência entre os diversos fabricantes derrubou os preços e as margens de lucro dos PCs. Enquanto isso a Microsoft conseguiu atingir um monopólio do sistema operacional e, sem concorrentes de peso, passou a trabalhar com margens de lucro cada vez maiores. Um fabricante de memórias, como a Micron, trabalha com margens de lucro abaixo de 1%; e só conseguem ganhar dinheiro apenas por venderem quantidades muito grandes.

20 A Dell trabalha com margens de 3 a 5% (e leva prejuízo às vezes, nas unidades que ficam muito tempo em estoque ou não vendem). A Microsoft (mesmo com toda a pirataria) trabalha com margens superiores a 80% vendendo o Windows e Office: um negócio da China. Hoje em dia, a IBM sequer fabrica PCs. Mesmo os famosos notebooks Thinkpad são agora fabricados e vendidos pela Lenovo, uma empresa Chinesa que comprou os direitos sobre a marca em 2000.

21 A Microsoft é quarta marca mais valiosa do mundo em 2013 O 286 (fonte: http://brandirectory.com/league_tables/table/global-500-2013). Em 1982 a Intel lança o 80286 (famoso 286), que passou a ser utilizado pela IBM em seu PC. Era um processador bem mais rápido que o 8088. Ele usava uma versão de 6 MHz do processador (depois surgiram versões de 8, 12 e 16 MHz), HD de 10 MB, monitor EGA (640 x 350, com 64 cores) e usava disquetes de 5¼" de 1.2 MB.

22 Como a memória RAM ainda era um item muito caro, existiam versões com de 256 KB a 2 MB de RAM. Era raro usar mais de 2 MB, mas existia a possibilidade de instalar até 16 MB.

23 O 386 e a era dos 32 bits Compaq SLT/286 Laptop Em outubro de 1985 a Intel lançou o 80386 (386), que marcou o início dos tempos modernos, trazendo a arquitetura de 32 bits, o que tornou possível acessar até 4 GB.

24 Intel i386 DX de 33 MHz Ter um processador 386 é (ou melhor, era) o requisito mínimo para rodar qualquer sistema operacional moderno. Os processadores de 64 bits atuais são perfeitamente compatíveis com os aplicativos de 32 bits, mas programas otimizados para eles não rodam mais nas máquinas antigas.

25 Embora mais suave e gradual, estamos assistindo a uma migração similar à que ocorreu na transição do 286 para o 386. Outro componente exótico usado na época era o co-processador aritmético, um processador adicional, que executava cálculos complexos (operações de ponto flutuante). Até o 386, o co-processador aritmético era um componente opcional, instalado na placa-mãe. Ele era necessário para rodar programas de engenharia, modelagem 3D e alguns jogos, mas não era muito popular, pois custava quase tanto quanto o processador principal.

26 A partir do 486 ele passou a ser incorporado diretamente ao processador. Com a miniaturização dos transistores, os processadores passaram a trazer cada vez mais componentes. As placas-mãe da época do 386 eram muito caras, por isso existiam várias opções de upgrade. O 386SX, por exemplo, podia ser instalado em muitas placas para 286.

27 Existiam também os processadores 486 DLC e 486 SLC que podiam ser instalados em placas para o 386, servindo como uma opção de upgrade. Outra mudança importante é a popularização dos processadores dual-core e quad-core (e octa-core), onde temos dois ou quatro processadores completos dentro do mesmo encapsulamento, prontos para dividirem o processamento.

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29 A cada ano são lançados novos processadores, cada vez mais velozes.

Como são fabricados os processadores? 30 O componente básico para qualquer chip é o wafer de silício que é obtido através da fusão do silício. O silício é um dos materiais mais abundantes da natureza (mesmo areia de construção possui 25% de silício). O grande problema é que os wafers de silício precisam ser compostos de silício 99,9999% puro, o que demanda um caro e complicado processo de purificação. Qualquer impureza que passe despercebida nessa fase acabará resultando em um chip defeituoso mais adiante.

31 Inicialmente são produzidos cilindros (ingots) com de 20 a 30 centímetros de diâmetro, que são posteriormente cortados em fatias bastante finas: Essas "fatias" são polidas e tratadas, obtendo os wafers de silício. A qualidade do wafer determinará o tipo de chip que poderá ser construído com base nele.

32 Wafers de baixa qualidade são usados para construir circuitos rudimentares e que podem ser comprados a preços mais baixos. Para produzir um processador moderno, é preciso utilizar wafers de altíssima qualidade, que são extremamente caros. Toda a tecnologia necessária para produzir os wafers faz com que eles estejam entre os produtos mais caros produzidos pelo homem. Um wafer de 30 centímetros custa mais de 20 mil dólares para um fabricante como a Intel.

33 Terminado o processo de fabricação do circuito integrado, os processadores são testados individualmente, testando-se cada núcleo dentro do wafer, em um processo automático. Cada wafer é usado para produzir vários processadores, que no final da produção são separados e encapsulados individualmente. O wafer é então cortado e os processadores funcionais são encapsulados e rotulados, dando origem aos diferentes modelos dentro de cada família

34 Então o encapsulamento é basicamente uma proteção que envolve um circuito integrado. Sua principal função é garantir a conexão segura entre os circuitos e as placas físicas. Esta proteção é composta por pinos de metal. O encapsulamento dos processadores é feito em instalações mais simples, construídas em países onde a mão de obra é mais barata, como Malásia, Filipinas e Costa Rica.

35 No caso dos Phenom II da AMD, por exemplo, a fabricação do circuito integrado é feita em Dresden (Alemanha) e o encapsulamento é feito na Malásia, o que dá origem ao "Made in Malaysia" impresso nos processadores: Mesmo quando produzidos na mesma fábrica e sobre o mesmo wafer, não existem dois processadores exatamente iguais.

36 Pequenas diferenças ocorridas durante a fabricação fazem com que alguns processadores sejam capazes de operar a frequências mais elevadas, ou apresentem diferenças no consumo elétrico. Os processadores são testados individualmente e vendidos de acordo com a frequência de operação em que são capazes de trabalhar. Um antigo Core Duo 6600 (2.4 GHz) não é diferente de um Core Duo 6800 (2.96 GHz). Ambos compartilham a mesma arquitetura e passaram pela mesma linha de produção (pode ser que os dois tenham até mesmo compartilhado o mesmo wafer).

37 A única diferença é que o 6800 teve a "sorte" de sair mais perfeito e, graças a isso, ser capaz de operar a frequências mais altas. 5ª Geração?? Fala-se em biochips. Computadores capazes de entender a linguagem natural do homem, e a inteligência Artificial será a fonte de diversos avanços.

38 3 - As primeiras versões do Windows e o Linux Os primeiros PCs vinham com quantidades muito pequenas de memória RAM e para rodar o Windows, era preciso primeiro carregar o MS-DOS. Os dois juntos já consumiam praticamente toda a memória do PC e mesmo nos PCs mais "parrudos" não era possível rodar vários aplicativos ao mesmo tempo, por falta de memória. Como os aplicativos Windows eram muito raros, poucos usuários viram necessidade de utilizar o Windows para rodar os mesmos aplicativos que rodavam (com muito mais memória disponível) no MS-DOS. Além disso, a versão inicial do Windows era bastante lenta e tinha muitos bugs.

39 O Windows começou a fazer algum sucesso na versão 2.1, quando os micros 286 com 1 MB ou mais de memória já eram comuns.

40 Com uma configuração mais poderosa, mais memória RAM e mais aplicativos, finalmente começava a fazer sentido rodar o Windows.

41 O sistema ainda tinha muitos problemas e travava com frequência, mas alguns usuários começaram a migrar para ele. O Windows só emplacou a partir da versão 3.11, que foi também a primeira versão do Windows com suporte a rede. Ele era relativamente leve para os PCs da época e suportava o uso de memória swap (memória virtual), que permitia abrir vários aplicativos, mesmo que a memória RAM se esgotasse. A base de aplicativos para o Windows já era maior (os títulos mais usados eram o Word e o Excell) e sempre existia a opção de voltar para o MS-DOS quando alguma coisa dava errado.

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44 O Windows 3.11 era ainda um sistema de 16 bits, que funcionava mais como uma interface gráfica para o MS-DOS, do que como um sistema operacional propriamente dito. Ao ligar o PC, o MS-DOS era carregado e era preciso digitar "win" no prompt para carregar o Windows. Era possível configurar o PC para carregar o Windows por default, mas muitos (possivelmente a maioria) preferiam chamá-lo manualmente, para ter como arrumar as coisas pelo DOS caso o Windows passasse a travar durante o carregamento.

45 Em agosto 1995 foi lançado o Windows 95, que marcou a transição da plataforma para os 32 bits. Além de melhorias na interface, o Windows 95 trouxe duas mudanças importantes: o suporte a multitarefa preemptiva e proteção de memória.

46 O Windows 3.11 usava um tipo de multitarefa, batizado de multitarefa cooperativa. Nele, não é usada proteção de memória (os aplicativos possuem acesso completo a todos os recursos do sistema). A ideia era que cada aplicativo usasse o processador por um certo tempo, passasse para outro programa e esperasse novamente chegar sua vez para executar mais operações. Esse sistema dava margem para todo o tipo de problemas, já que os aplicativos podiam monopolizar os recursos do processador e travar completamente o sistema em caso de problemas.

47 Outro grande problema era que sem a proteção de memória, os aplicativos podiam invadir áreas de memória ocupados por outros, causando a erro geral que gerava a famosa tela azul do Windows.

48 A proteção de memória consiste em isolar as áreas de memória utilizadas, impedindo que aplicativos acessem áreas de memória usadas por outros. Mais um problema: embora fosse um sistema de 32 bits, o Windows 95 ainda conservava componentes de 16 bits e mantinha compatibilidade com os aplicativos de 16 bits do Windows 3.11. Enquanto eram usados apenas aplicativos de 32 bits, as coisas funcionavam relativamente bem, mas sempre que um aplicativo de 16 bits era executado, o sistema voltava a utilizar a multitarefa cooperativa, o que dava margem aos mesmos problemas.

49 Na época, o Windows enfrentava a concorrência do OS/2 da IBM, que era uma opção de sistema mais robusto, destinado ao público corporativo. O OS/2 surgiu de uma parceria entre a IBM e a Microsoft para o desenvolvimento de um novo sistema operacional para a plataforma PC, capaz de suceder o MS-DOS (e também as primeiras versões do Windows, que rodavam sobre ele). Entretanto, o sucesso do Windows 3.x fez com que a Microsoft mudasse de ideia, passando a enxergar o Windows (e não o OS/2) como o futuro da plataforma PC.

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51 As tensões foram aumentando, até que a parceria foi rompida, o que levou a Microsoft e a IBM a se tornarem concorrentes. A IBM continuou investindo no desenvolvimento do OS/2, enquanto a Microsoft usou o código desenvolvido para iniciar o desenvolvimento do Windows NT, que passou a desenvolver paralelamente ao Windows 95. Embora o OS/2 fosse tecnicamente superior ao Windows 95, foi a Microsoft quem acabou levando a melhor, pois o Windows 95 era mais fácil de usar e contava com a familiaridade dos usuários com o Windows 3.11, enquanto a IBM derrapava numa combinação de falta de investimento, falta de apoio aos desenvolvedores e falta de marketing.

52 Graças aos termos do acordo anterior, a IBM foi capaz de incluir suporte aos aplicativos Windows no OS/2. Entretanto, rodar aplicativos do Windows dentro do OS/2 era mais problemático e o desempenho era inferior, fazendo com que mais e mais usuários preferissem usar o Windows diretamente. O tiro acabou saindo pela culatra, pois desestimulou ainda mais o desenvolvimento de aplicativos nativos para o OS/2, fazendo com que ele acabasse concorrendo com o Windows em seu próprio território. Embora esteja oficialmente morto, o OS/2 ainda é utilizado por algumas empresas e alguns grupos de entusiastas.

De volta à história do Windows: 53 Com o lançamento do NT a Microsoft passou a manter duas árvores de desenvolvimento separadas, uma dela com o Windows 95, destinada ao mercado de consumo e a outra com o Windows NT, destinado ao público corporativo. A árvore do Windows 95 deu origem ao Windows 98, 98 SE e ME, que, apesar dos avanços, conservaram os problemas fundamentais do Windows 95 em relação à estabilidade.

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55 Outro grande problema é que estas versões do Windows foram desenvolvidas sem um modelo de segurança, em uma época em que os arquivos eram trocados através de disquetes e as máquinas eram acessadas apenas localmente. Isso permitiu que o sistema fosse fácil de usar e rodasse com um bom desempenho nas máquinas da época. Mas começou a se tornar um pesado fardo conforme o acesso à web se popularizava e o sistema passava a ser alvo de todo tipo de ataques.

56 A árvore do Windows NT, por outro lado, teve muito mais sucesso em criar um sistema operacional moderno, bem mais estável e com uma fundação bem mais sólida do ponto de vista da segurança. O Windows NT 4 deu origem ao Windows 2000, que por sua vez foi usado como fundação para o Windows XP e o Windows 2003 Server, dando início à linhagem atual, com o Vista (que devido a uma combinação de fatores acabou compartilhando da má fama do Windows ME), o Windows 7, o Windows 2008 Server e o Windows 8.

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A história do Linux 60 A Microsoft é uma página recente na história da informática. Enquanto o MS-DOS ainda dava seus primeiros passos, o Unix já era um sistema maduro, usado na maioria dos computadores de grande porte e em estações de trabalho. A história do Unix começou em 1969, na frente de um computador igual a este:

61 Este é um PDP-7, um "minicomputador" da década de 1960 que possuía apenas 8 kbytes de memória RAM e utilizava fitas magnéticas para o armazenamento de dados.

62 Na época era um equipamento relativamente poderoso, que custava US$ 72.000. Devido às limitações da máquina, o sistema operacional deveria ser enxuto e otimizado, de forma a extrair o máximo de desempenho e consumir o mínimo possível de memória. A combinação da criatividade dos desenvolvedores, a necessidade e as limitações impostas pelo equipamento, resultou em um sistema bastante otimizado, o Unix. O Unix evoluiu durante a década de 1970, passando a ser usado em cada vez mais equipamentos e ganhando mais recursos.

63 Quase sempre ele era usado em aplicações "sérias", incluindo instalações militares, bancos e outras áreas onde não existe margem para falhas. Devido a isso, o sistema se tornou muito robusto e estável. Os primeiros sistemas Unix foram desenvolvidos de forma colaborativa, dentro de universidades e centros de pesquisa. Embora naquela época ainda que não existisse a Internet como a conhecemos hoje, existia uma grande colaboração entre os desenvolvedores.

64 Isso mudou na década de 1980, quando empresas como a AT&T, Sun e SCO, que detinham os direitos sobre o sistema, passaram a desenvolver versões proprietárias e a concorrerem entre si. A colaboração deixou de acontecer e a plataforma foi fragmentada em versões incompatíveis. Outro fator foi a falta de investimento em versões destinadas a PCs, que na época eram vistos como computadores muito limitados, incapazes de rodar sistemas Unix completos.

65 Somados, estes dois fatores fizeram com que a plataforma definhasse, deixando o caminho livre para o crescimento da Microsoft e das diferentes versões do Windows. Chegamos, então, ao Linux. Tudo começou em 1991, quando Linus Torvalds começou a trabalhar no desenvolvimento de um sistema Unix para rodar em seu 386. Na época, o único sistema similar era o Minix, um sistema operacional para uso acadêmico, que era bastante limitado.

66 No início, Linus usava o Minix para rodar o editor, compiladores e outras ferramentas de desenvolvimento que utilizava para desenvolver o kernel Linux, mas, a partir de um certo ponto, ele passou a usar o próprio Linux. Ou seja, depois de um breve período de encubação dentro do Minix, o Linux passou a ser desenvolvido dentro do próprio Linux. De início, o kernel Linux era um projeto muito pequeno, o hobby de um único programador.

67 O núcleo do sistema operacional é a parte mais próxima do nível físico (hardware). É composto de chamada ao sistema, de acesso aos dispositivos de entrada e saída e de gerência de recursos da máquina.

68 O Linux tinha uma grande vantagem em relação aos sistemas UNIX que o precederam, o fato de ser disponibilizado sob a licença GPL. GNU General Public license (ou Licença Pública Geral GPL): Segundo essa licença você pode usar o software para qualquer propósito, alterá-lo de acordo com suas necessidades e compartilhá-lo, bem como as eventuais versões modificadas que você vier a produzir. Isso permitiu que outros programadores adotassem o projeto, passando a contribuir com melhorias e correções.

69 Toda a demanda em relação a um sistema Unix para o PC foi canalizada em torno do Linux, fazendo com que o sistema passasse a crescer em um ritmo cada vez mais acelerado, chegando ao que temos nos dias de hoje. Embora o kernel seja o componente mais importante do sistema (e também o mais complexo), ele não é o único. Qualquer sistema operacional moderno é a combinação de um conjunto de drivers, bibliotecas, aplicativos e outros componentes. O kernel é apenas uma base sobre a qual todos eles rodam.

70 O Linux se beneficiou de diversos outros projetos anteriores e inúmeros utilitários, bibliotecas, linguagens de programação, compiladores e assim por diante. A eles se soma uma grande lista de interfaces e aplicativos que surgiram nos anos seguintes, tais como o GNOME, o KDE, o Firefox e o OpenOffice. Entre as ferramentas usadas desde os primeiros dias, estão o Emacs e o GCC, desenvolvidos pela Free Software Fundation, como parte do projeto GNU.

71 O Emacs é um editor de texto que combina uma grande quantidade de recursos e ferramentas úteis para programadores. O GCC é o compilador que permite transformar o código escrito nele em arquivos executáveis. Isso deu origem a uma das maiores flame-wars da história da informática, com Richard Stallman passando a exigir o uso do termo "GNU/Linux" (guínû barra Linux) para designar o sistema, em vez de simplesmente "Linux", argumentando que o projeto GNU foi iniciado antes e que por isso merece crédito.

72 Este é um caso em que as opiniões se dividem, com alguns dando razão à ele e realmente usando o GNU/Linux. Outros argumentam que os componentes do projeto GNU correspondem a apenas uma pequena parte do sistema e que por isso se fosse para dar o crédito devido a todos os inúmeros componentes que formam uma distribuição atual, seria preciso chamar o sistema de: X/Qt/KDE/GTK/GNOME/Mozilla/Firefox/OpenOffice/...longalista.../GNU/Linux.

73 O fato é que, excluindo a discussão filosófica, o nome "Linux" puro e simples é mais fácil de pronunciar, o que faz com que o "GNU/Linux" não seja usado fora de alguns círculos específicos. Embora o Linux tenha sido originalmente desenvolvido para ser usado em micros PC, a modularidade do sistema, o fato de ele ter sido escrito inteiramente em C e as boas práticas empregadas no desenvolvimento permitiram que ele ganhasse versões (ou ports) para outras plataformas. Hoje em dia, o Linux roda em praticamente todo o tipo de sistemas: de PCs domésticos equipados com chips de 32 ou 64 bits, a equipamentos especializados, usados em maquinário industrial.

74 Existe até mesmo um do kernel Linux que é capaz de rodar em processadores 8088 e 286. Embora estejam obsoletos nos PCs, versões modernizadas desses chips são relativamente populares em sistemas embarcados. É justamente essa versatilidade que faz com que o Linux seja usado em tantas áreas diferentes, de celulares (Android) a supercomputadores. O uso do Linux em micros domésticos, pelo grande público, é uma coisa relativamente recente.

75 Antes de chegar aos desktops, o Linux cresceu entre os desenvolvedores e usuários avançados; dominou os servidores; invadiu o mundo dos dispositivos embarcados e se tornou o sistema dominante no mundo dos supercomputadores. http://www.top500.org/statistics/list/

76 Referências: Hardware Curso Completo 4ª Edição - Gabriel Torres Hardware O Guia Definitivo II - Carlos E. Motimoto Na próxima aula: Organização básica de um sistema de computação Algoritmos e programas