AVALIAÇÃO DO PROJETO DE EXTENSÃO IMPLEMENTADO NO MUNICÍPIO DE OURO FINO-MG

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Transcrição:

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG AVALIAÇÃO DO PROJETO DE EXTENSÃO IMPLEMENTADO NO MUNICÍPIO DE OURO FINO-MG Jennifer S.M. da SILVA¹; José Adriano dos SANTOS²; Matheus D. LAIRA³; Bruno M. R. de MELO 4 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar o impacto das ações de extensão na comunidade rural de Ouro Fino e paralelamente identificar as prioridades dos produtores com relação a investimentos na atividade cafeeira. O IFSULDEMINAS Câmpus Inconfidentes, em parceria com a ASSOPRO, certificadora Fair Trade, realizou um dia de campo destinado a estudantes, agricultores e interessados na área de cafeicultura. Foi realizado um debate sobre os aspectos técnicos da ferrugem do cafeeiro; amostragem de solo: importância e metodologia de execução; e aspectos sobre a qualidade do café. Com este trabalho pode se verificar que este modelo de difusão tem potencial para atender demandas de trabalho de extensão voltado para agricultores familiares baseado na construção do conhecimento de forma co-participativa. Com relação a adoção de tecnologia para cafeicultura, o trabalho demonstra que os produtores estão mais propensos a investir em assistência técnica e melhoria da qualidade do café. INTRODUÇÃO A região sul de Minas Gerais é a maior produtora de café do Estado e do Brasil, respondendo por 51,5% da produção mineira e 26,8% da produção nacional (CONAB, 2010). No aspecto social, a cafeicultura sul-mineira representa uma expressiva capacidade de absorção de mão-de-obra, pois gera 672 mil empregos diretos e indiretos e constitui importante fonte de renda para os produtores rurais (ROMANIELLO et all, 2007). 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: jsmeira@live.com; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: adriano_tricolor_@hotmail.com; 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: matheussallolaira@gmail.com; 4 Universidade Federal de Lavras - UFLA, email: bruno.melo@ifsuldeminas.edu.br

Visando à manutenção de destaque da cafeicultura sul-mineira no cenário nacional, o Estado de Minas Gerais, por meio de suas instituições públicas, criou um programa de desenvolvimento regional que constitui-se como o canal formal para a difusão de informações, inovações e tecnologias provenientes dos estabelecimentos de pesquisa, ensino e extensão, para atender aos principais problemas referentes à cafeicultura regional.(romaniello et all,2014). Estas tecnologias estão disponíveis para aumentar a produtividade, mas nem todos os produtores têm acesso e/ou usam a informação. Isso caracteriza claramente um problema de extensão e difusão (MARCHENSAN, SENSEMAN, 2010). Para facilitar o acesso dos produtores ás tecnologias, os trabalhos de extensão precisam ser eficientes e atuantes. A partir desse princípio os impactos das atividades necessitam ser mensurados para validar e julgar o modelo proposto sendo a avaliação uma das fases de qualquer programa de desenvolvimento a qual permite identificar distorções durante o processo de sua operacionalização e redirecionar ações para que ele venha alcançar os objetivos propostos. Nesse contexto o objetivo do trabalho é avaliar o impacto das ações de extensão na comunidade rural de Ouro Fino e paralelamente identificar as prioridades dos produtores com relação a investimentos na atividade cafeeira. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi realizado na Associação de pequenos produtores de Ouro Fino (ASSOPRO) na cidade de Ouro Fino-MG, sendo executado no Sítio São José, localizado no Bairro do Pinhalzinho, Ouro Fino-MG Com base no levantamento feito entre o coordenador do projeto e o responsável técnico da Assopro, ações voltadas para promover conhecimentos dentre as técnicas de amostragem de solo, monitoramento da ferrugem e qualidade cafeeira foram promovidas pelos alunos do IFSULDEMINAS Câmpus- Inconfidentes. As atividades foram desenvolvidas em um dia de campo abordando os temas solicitados. Para avaliação da metodologia o produtor no ato da inscrição recebeu um formulário das atividades onde este atribuiu opiniões em uma tabela

objetiva onde cada item relacionava-se a notas de 0, pior nota e 10 melhor pontuação. Outro parâmetro de interesse foi verificar o que os produtores consideram mais importante para o desenvolvimento econômico da cafeicultura. Na abertura de cada estação 6 alunos extensionistas se dividiram em duplas e realizaram um trabalho de socialização com o grupo, dois grupos com 9 participantes e um com 8, realizando um debate no inicio, durante e após as atividades de forma a conhecer as experiências das atividades realizadas pelos produtores, de forma que cada participante foi também um disseminador de boas práticas agrícolas. Cada explanação durou aproximadamente 40 minutos. 1º estação: Monitoramento da ferrugem enfatizando sua importância na cafeicultura, reconhecimento dos sintomas provocados pelo patógeno, fatores que a favorecem, métodos para realizar o monitoramento, medidas preventivas e prejuízos provocados. 2º estação: Amostragem de solo, importância e metodologia preconizada. 3º estação: Qualidade do café, fatores que influenciam na perda da qualidade no processo de condução da lavoura, colheita e pós colheita do café. Foi demonstrado aos produtores cada defeito encontrado em amostras de café explanando fatores que influenciam e medidas preventivas. Ocorreu também uma degustação de cafés (bebida riada, dura e mole) expondo a importância do produtor investir em aspectos de qualidade. As notas referentes aos questionários foram tabuladas para realizar a análise de frequência absoluta, percentual e acumulada. RESULTADOS E DISCUSSÕES No dia de campo participaram 26 produtores rurais e de acordo com as avaliações na Tabela 1 que referia se o dia de campo atendeu as expectativas dos produtores. Na pesquisa, 3,85% dos produtores atribuíram regular, 53,85% atribuíram muito, 42,30% atribuíram excelente. Ou seja 96,15 % dos produtores atribuíram nota igual ou superior a oito. Este resultado se deve provavelmente a proposta dinâmica que as palestras foram ministradas e a abertura dos produtores quanto a informações novas. O que corrobora com a opinião de Delgado (2013), em que a extensão rural é de extrema importância para a difusão conhecimento e técnicas até o pequeno agricultor.

Tabela 1- O quanto o dia de campo atendeu suas expectativas? Opiniões Notas Frequência Frequência Absoluta Percentual Acumulado(%) Nada 2 0 0 0 Pouco 5 0 0 0 Regular 6 1 4 4 Muito 8 14 54 58 Excelente 10 11 42 100 Total - 26 100 - Fontes: Dados da pesquisa. Uma das perguntas do formulário após o dia de campo foi se os produtores tinham a pretensão de colocar em prática o que foi visto. Cerca de 58% dos produtores disseram que estavam dispostos a executar a maioria do conhecimentos obtido em suas propriedades e 38% disseram que aplicariam todo conhecimento adquirido em suas lavouras. Segundo Pereira (2014) para proporcionar um bom desenvolvimento rural torna-se necessário uma maior participação dos produtores, com o intuito de aprender e colocar em prática as informações a eles repassadas. Tabela 2- Pretende colocar em prática o que foi visto no dia de campo? Opiniões Notas Frequência absoluta Frequência percentual Acumulado (%) Não 2 0 0 0 Pouco 4 0 0 0 Algumas práticas 4 1 4 4 A maioria 6 15 58 62 Tudo 8 10 38 100 Total - 26 100 - Fontes: Dados da Pesquisa A tabela 3 aborda o que o produtor está disposto a fazer para tornar a atividade cafeeira mais lucrativa, sendo que poderia assinalar mais de uma alternativa. De acordo com a tabela a maior carência dos produtores está relacionada a falta de assistência técnica especializada. Pereira (2001) confirma com seu estudo, que o desenvolvimento rural só será obtido com quando os profissionais de ciências agrárias estiverem capacitados para atuarem nas áreas de pesquisa, assistência técnica, ensino e extensão rural, possuindo sólida formação técnico-científica nos diversos campos das ciências agrárias, aliada a larga experiência vivencial do meio rural e de seus problemas. O que demonstra que o papel desempenhado pelas Instituições de ensino, com os trabalhos de extensão

são de suma importância para o futuro profissional dos discentes. Outras variáveis como a melhoria da qualidade do café, produtividade e a redução de custos estão intimamente ligados ao conhecimento técnicos desses produtores. Investir em assistência técnica resulta unção de todas variáveis. Tabela 3- O que você está disposto para tornar a atividade cafeeira mais lucrativa. Pode assinalar mais de uma resposta? Opções Frequência absoluta Frequência percentual Investir em assistência técnica 16 21 21 Melhorar qualidade do café 14 18 39 Certificar a propriedade 8 10 49 Fazer custo de produção 7 9 58 Aumentar a produtividade 11 14 72 Reduzir custos 10 13 85 Outros 12 15 100 Total Fontes: Dados da pesquisa. 78 100 - Acumulado (%) CONCLUSÕES Com este trabalho pode se verificar que este modelo difusão tem potencial para atender demandas de trabalho de extensão voltado para agricultores familiares baseado na construção do conhecimento de forma co-participativa. Com relação a adoção de tecnologia para cafeicultura, o trabalho demonstra que os produtores estão mais propenso em investir em assistência técnica e melhoria da qualidade do café. AGRADECIMENTOS Ao IFSULDEMINAS-Câmpus Inconfidentes pelo auxílio financeiro à concessão de bolsa pesquisa e extensão.

REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS CONAB. Acompanhamento da Safra Brasileira, Café Safra 2009, primeira estimativa, janeiro/2010 / Companhia Nacional de Abastecimento. - Brasília: Conab, 2010. Disponível em: http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/5cafe_10.pdf. Acesso em: 13 de ago. 2014. DELGADO, Nelson Giordano. Desenvolvimento local e extensão rural e pesqueira: reflexões metodológicas. Estudos sociedade e agricultura, 2013. MARCHESAN, Enio; SENSEMAN, Scott Allen. Brazilian university technology transfer to rural areas. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 40, n. 10, Oct. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-84782010001000031&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 ago. 2014. Epub Oct 29, 2010. PEREIRA, Marly Teresinha. Extensão universitária na ESALQ-USP: o caso dos agricultores de São Pedro-SP. Estud. av., São Paulo, v. 15, n. 43, Dec. 2001.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-40142001000300021&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:19 ago. 2014. PEREIRA, Wanderson AB; DE SOUZA, Murilo MO; FRANCIS, David G. TÍTULO: EXTENSÃO RURAL: O PAPEL DOS ESTUDANTES DE MEDICINA VETERINÁRIA NA ORIENTAÇÃO DE PRODUTORES FAMILIARES. Disponível em: < http://www.prac.ufpb.br/anais/icbeu_anais/anais/trabalho/extencaorural.pdf> Acesso em: 18 ago. 2014. ROMANIELLO, Marcelo Márcio et al. Avaliação do programa de gestão interinstitucional Circuito Sul Mineiro de Cafeicultura na região sul do Estado de Minas Gerais. Revista de Administração Contemporânea, v. 11, n. 1, p. 119-137, 2007. ROMANIELLO, Marcelo Márcio; AMÂNCIO, Robson; DA GRAÇA AMÂNCIO, Cristhiane Oliveira. TRANSFERÊNCIA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA PARA A REGIÃO CAFEEIRA DO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Revista Eletrônica de Administração, v. 11, n. 4,[200-?]. Disponível em: < http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/1599/166733_art348f.pdf?sequenc e=1> Acesso em: 17 ago. 2014.