COORDENAÇÃO DO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RIO GRANDE DO NORTE

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Transcrição:

PROGRAMA ÁGUA AZUL REDE COMPARTILHADA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Avaliação das Condições de Balneabilidade das Praias do Litoral Potiguar no Período de Março a Maio/2010 NATAL-RN, JUNHO DE 2010 1

PROGRAMA ÁGUA AZUL REDE COMPARTILHADA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Avaliação das Condições de Balneabilidade das Praias do Litoral Potiguar no Período de Março a Maio/2010 Governo do Estado do Rio Grande do Norte Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte - SEMARH Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN - IDEMA Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte - IGARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte - EMPARN Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN - IFRN Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA COORDENAÇÃO GERAL SÉRGIO LUIZ MACÊDO - IDEMA Eng o Civil, Mestre em Engenharia Sanitária, Núcleo de Monitoramento Ambiental NMA/IDEMA NELSON CÉSIO FERNANDES SANTOS- IGARN Eng o Civil, Mestre em Recursos Hídricos, Coordenador de Gestão Operacional IGARN MANOEL LUCAS FILHO- UFRN Eng o Civil, Doutor e Pós Doutor em Engenharia de Recursos Hídricos, Professor e Diretor do Centro de Tecnologia da UFRN COORDENAÇÃO DO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RIO GRANDE DO NORTE RONALDO FERNANDES DINIZ Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental, Professor do IFRN PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN

PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Avaliação das Condições de Balneabilidade das Praias do Litoral Potiguar no Período de Março a Maio/2010 EQUIPE TÉCNICA DO IFRN (EXECUTORA DO PEBPRN) ANDRÉ LUIS CALADO ARAÚJO Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia Sanitária, University of Leeds, England ANDRÉA LESSA DA FONSECA Engenheira Química, Doutora em Engenharia Química, UFRN DOUGLISNILSON DE MORAES FERREIRA Químico - UFRN LUIZ EDUARDO LIMA DE MELO Biólogo, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPB MILTON BEZERRA DO VALE Engenheiro Químico, Mestre em Engenharia Sanitária, UFRN RONALDO FERNANDES DINIZ Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental, UFBA JOÃO MODESTO DE MEDEIROS JÚNIOR Aluno do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, IFRN RICARDO FERNANDES FIDELIS Aluno do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, IFRN JOSÉ CUSTÓDIO DA SILVA Técnico em Controle Ambiental, IFRN LARISSA CAROLINE S. FERREIRA Técnico em Controle Ambiental, IFRN MIRLENE NEYCE SOARES PEREIRA Técnico em Controle Ambiental, IFRN PRISCILLA VANESSA A. DA SILVA Técnico em Controle Ambiental, IFRN RICARDO DE SOUZA RODRIGUES Aluno do Curso de Geologia/Mineração, UFRN PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN

I. APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS São apresentados neste trabalho os resultados do estudo de balneabilidade das principais praias da zona costeira norte-rio-grandense, parte integrante do projeto Estudo de Balneabilidade das Praias do Estado do Rio Grande do Norte, inserido no Programa Estadual Água Azul e executado conjuntamente pelo IDEMA (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte) e pelo IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte), durante período dezembro/2009 a fevereiro/2010. Este projeto tem como principais objetivos: (i) (ii) (iii) (iv) Estabelecer a qualidade atual das águas das principais praias do Estado do Rio Grande do Norte e classificá-las conforme os padrões e critérios de balneabilidade determinados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA; Divulgar os resultados e orientar a sinalização das praias monitoradas; Identificar os principais responsáveis pela contaminação das praias, fornecendo subsídios para atuação das prefeituras e dos órgãos de fiscalização ambiental; Sugerir aos órgãos competentes medidas mitigadoras e ações visando à redução ou eliminação dos agentes causadores das contaminações recebidas pelas praias estudadas. PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 4

II. O ESTUDO E A CLASSIFICAÇÃO DA BALNEABILIDADE O estudo da balneabilidade é a medida das condições sanitárias, objetivando a classificação das praias para o banho, em conformidade com as especificações da resolução CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente nº 020/86, modificada pela resolução CONAMA nº 274/00, que definem os critérios para a classificação de águas destinadas à recreação de contato primário. A balneabilidade é, portanto, a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água (natação, mergulho, esqui-aquático, etc.), onde a possibilidade de ingerir quantidades significativas de água é também expressiva. Para a avaliação das condições de balneabilidade de uma praia é necessário o estabelecimento de critérios objetivos, os quais devem se basear em indicadores a serem monitorados e seus valores confrontados com padrões pré-estabelecidos, para que se possa identificar quando as condições são favoráveis ou não para o banho. Segundo as resoluções do CONAMA nº s 020/86 e 274/00, as águas doces, salobras e salinas, destinadas à recreação de contato primário, podem ser classificadas em quatro categorias, a saber: EXCELENTE, MUITO BOA, SATISFATÓRIA ou IMPRÓPRIA (Tabela 1). Neste estudo, o critério de enquadramento nessas categorias tomou como base as concentrações de coliformes fecais, encontradas em um conjunto de cinco amostras coletadas durante semanas consecutivas. As categorias de balneabilidade EXCELENTE, MUITO BOA e SATISFATÓRIA podem ser reunidas em uma única categoria denominada PRÓPRIA. Mesmo apresentando valores de coliformes fecais inferiores a 1000, uma praia poderá ainda ser classificada como IMPRÓPRIA quando: houver incidência relativamente elevada ou anormal de doenças por veiculação hídrica; apresentar sinais de poluição por esgotos, perceptíveis pelo olfato ou visão; acusar recebimento regular intermitente ou esporádico de esgotos por intermédio de valas, corpos de água ou canalizações, inclusive galerias de PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 5

águas pluviais; indicar presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive óleos, graxas e outras substâncias capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável à recreação; apresentar ph menor que 5 ou maior do que 8,5; acusar, na água, presença de parasitas que afetem o homem ou a constatação da existência de seus hospedeiros intermediários infectados e outros fatores que contra-indiquem, temporária ou permanentemente, o exercício de recreação de contato primário. Tabela 1. Enquadramento das condições de balneabilidade com base nas resoluções CONAMA 20/86 e 274/00. CATEGORIA EXCELENTE MUITO BOA SATISFATÓRIA IMPRÓPRIA LIMITE DE NMP DE COLIFORMES FECAIS / 100 ml Máximo de 250 em 80% ou mais das amostras Máximo de 500 em 80% ou mais das amostras Máximo de 1000 em 80% ou mais das amostras Acima de 1000 em mais de 20% das amostras PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 6

III. AS ESTAÇÕES MONITORADAS Os estudos envolveram o levantamento sistemático das condições de balneabilidade em 30 (trinta) estações de monitoramento, distribuídas no litoral oriental potiguar, compreendendo os municípios de Nísia Floresta, Parnamirim, Natal e Extremoz, num total de 28 (vinte e oito) praias oceânicas, 01 (uma) praia fluvial e 01 (uma) Estação de Controle, cujas identificações e localizações georeferenciadas estão apresentadas na tabela abaixo (Tabela 2). Estações de Monitoramento Tabela 2. Localização precisa dos pontos de coleta de amostras de água. Município Praia/Local da Coleta Coordenadas UTM ESTE SUL NF-01 Nísia Floresta Tabatinga 267510 9328042 NF-02 Nísia Floresta Búzios/Rio Doce 267511 9328038 NF-03 Nísia Floresta Búzios/Barracas 266395 9336092 NF-04 Nísia Floresta Pirangi do Sul/Igreja 265398 9337990 PA-01 Parnamirim Rio Pirangi/Ponte Nova 264611 9338124 PA-02 Parnamirim Pirangi do Norte/APURN 264971 9338824 PA-03 Parnamirim Pirangi do Norte/Barracas 264577 9339500 PA-04 Parnamirim Cotovelo/Barramares 262422 9340384 PA-05 Parnamirim Rio Pirangi-Pium/Balneário 260627 9341446 NA-01 Natal Ponta Negra/Morro do Careca 260046 9349179 NA-02 Natal Ponta Negra/Acesso principal 259680 9349347 NA-03 Natal Ponta Negra/Free Willy 259152 9349887 NA-04 Natal Ponta Negra/Final do Calçadão 258698 9350841 NA-05 Natal Via Costeira/Cacimba do Boi 258612 9351454 NA-06 Natal Via Costeira/Barreira D Água 258376 9354778 NA-07 Natal Via Costeira/Mãe Luíza 258458 9358850 NA-08 Natal Miami/Relógio Solar 257937 9359259 NA-09 Natal Areia Preta/Praça da Jangada 257590 9359784 NA-10 Natal Artistas/Centro de Artesanato 257182 9360452 NA-11 Natal Do Meio/Iemanjá 256876 9361497 NA-12 Natal Do Forte 256678 9362510 NA-13 Natal Redinha/Rio Potengi 255996 9363613 NA-14 Natal Redinha/Igreja 256049 9363809 NA-15 Natal Redinha/Barracas 255859 9365009 EX-01 Extremoz Redinha Nova/Espigão 255936 9365628 EX-02 Extremoz Redinha Nova/Tômbolo 256257 9367460 EX-03 Extremoz Jenipabu/Barracas 255707 9370202 EX-04 Extremoz Barra do Rio/Cata-vento 254248 9372516 EX-05 Extremoz Graçandu/Barracas 254441 9374320 EX-06 Extremoz Pitangui 254206 9377110 PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 7

IV. OS RESULTADOS As Praias da Região Metropolitana de Natal O estudo da qualidade ambiental das praias da Região Metropolitana de Natal constou do monitoramento durante 13 semanas de março a maio de 2010, em 30 estações de coletas distribuídas nos municípios de Nísia Floresta (4 estações), Parnamirim (5 estações), Natal (15 estações) e Extremoz (6 estações). A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos em todas as estações monitoradas no período março-junho/2010, enquanto a Tabela 4 destaca os resultados da estatística descritiva básica. Os testes de normalidade aplicados aos dados demonstraram que os mesmos não apresentam comportamento normal. Dessa forma, a mediana será utilizada como o valor de tendência central mais representativo do banco de dados em estudo. Os resultados indicaram que as praias da Região Metropolitana de Natal possuem boa qualidade ambiental, onde 26, entre as 30 estações de coleta, apresentaram valores medianos inferiores a 250 NMP/100 ml, podendo ser classificadas como PRÓPRIOS para banho, na categoria EXCELENTE, sendo que em 7 estações (NF-01, NF-02, NF-03, PA-03, PA-04, NA-15, EX-02) tivemos 100% das semanas analisadas classificadas como EXCELENTE. No entanto, vale destacar negativamente que os pontos PA-01, PA-05, NA-01, NA-07, NA-11, NA-13, e EX-06, apresentaram valores superiores a 1000 NMP/100 ml em mais de 20% das semanas analisadas, sendo, dessa forma, classificadas como IMPRÓPRIAS para banho. Destacaram-se como praias com as melhores condições ambientais, mostrando-se PRÓPRIAS para banho em 100% das vezes na categoria EXCELENTE as praias NF-01, NF-02 e NF-03, no município de Nísia Floresta. Por outro lado, as estações do Rio Pium/Ponte Nova (PA-01), Balneário do Rio Pium (PA-05), no município de Parnamirim, Morro do Careca (NA-01), Redinha/Rio Potengi (NA-13), foram identificadas como aquelas que apresentaram as maiores concentrações medianas de coliformes. Considerando todas as praias de cada município estudado, os municípios de Nísia Floresta (13) e Natal (79) foram aquelas que apresentaram as menores quantidades medianas de coliformes fecais, seguidas de Extremoz (27) e Parnamirim (340), conforme apresentado na Figura 1. Comparando com os resultados apresentados anteriormente. PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 8

Tabela 3 - Número de coliformes fecais/100 ml de água encontrados nas praias da Região Metropolitana de Natal durante o monitoramento (março a maio/2010). Estação Município/ Local da Coleta Março Abril Maio 04/03 11/03 18/03 25/03 31/03 08/04 15/04 22/04 29/04 06/05 13/05 20/05 27/05 NF-01 Nísia Floresta/Tabatinga 79 2 8 2 27 --- 2 8 22 2 23 2 8 NF-02 Nísia Floresta/Búzios (Rio Doce) 94 2 13 2 4 --- 5 2 10 33 11 8 33 NF-03 Nísia Floresta/Búzios (Barracas) 13 13 13 2 79 --- 2 2 11 170 5 49 13 NF-04 Nísia Floresta/Pirangi do Sul (Igreja) 79 280 49 10 22 --- 33 8 23 1100 130 33 49 PA-01 Parnamirim/Rio Pium (Ponte Nova) 1600 2400 1600 920 2400 --- 330 220 790 35000 920 350 540 PA-02 Parnamirim/Pirangi do Norte (APURN) 170 170 220 49 2600 --- 220 350 170 3000 70 140 79 PA-03 Parnamirim/Pirangi do Norte (Coqueiros) 920 240 33 2 920 --- 140 49 920 920 240 79 140 PA-04 Parnamirim/Cotovelo (Barramares) 280 2 23 7 49 --- 23 17 47 350 23 2 8 PA-05 Parnamirim/Rio Pium (Balneário Pium) 2400 2400 2400 1600 2400 --- 2400 540 1300 16000 1700 920 2400 NA-01 Natal/Pta. Negra (Morro do Careca) 1600 16000 540 21 540 920 130 3500 11 23 350 17 22 NA-02 Natal/Pta. Negra (Acesso principal) 8 2400 220 23 600 540 920 220 49 110 170 11 350 NA-03 Natal/Pta. Negra (Free Willy) 17 2400 140 17 34 17 240 7 33 79 350 4 170 NA-04 Natal/Pta. Negra (Final do Calçadão) 5 130 2400 8 130 2 350 8 5 79 2 2 14 NA-05 Natal/Via Costeira (Cacimba do Boi) 5 47 2400 11 350 2400 240 49 13 540 2 2 2 NA-06 Natal/Via Costeira (Barreira D Água) 8 1600 22 920 170 14 2 540 8 2 8 23 8 NA-07 Natal/Mãe Luíza 2 16000 79 31 14 110 2400 79 7 5400 170 13 49 NA-08 Natal/Miami (Relógio Solar) 5 2400 170 13 9 170 2 5 2 13 23 22 33 NA-09 Natal/Areia Preta (Praça da Jangada) 2 920 2400 23 79 240 920 220 22 170 33 17 110 NA-10 Natal/Artistas (Centro de Artesanato) 2 220 240 2 130 2400 350 22 27 13 79 130 350 NA-11 Natal/Meio (Iemanjá) 4 1600 24000 5 70 2400 33 79 5 4 2 13 4 NA-12 Natal/Forte 10 2400 540 240 220 2400 540 240 2 79 220 23 2 NA-13 Natal/Redinha (Rio Potengi) 350 2400 920 920 920 2400 140 540 170 3000 240 350 350 NA-14 Natal/Redinha (Igreja) 110 130 920 110 540 2400 49 8 3500 110 11 8 6 NA-15 Natal/Redinha (Barracas) 8 130 170 110 240 920 49 23 17 920 8 2 2 EX-01 Extremoz/Redinha Nova (Espigão) 2 49 350 33 540 920 2400 23 170 1600 2 2 23 EX-02 Extremoz/Redinha Nova (Tômbolo) 2 2 39 8 130 350 22 49 130 350 5 2 7 EX-03 Extremoz/Jenipabu (Barracas) 23 26 22 33 27 1600 7 7 11 17 13 17 2 EX-04 Extremoz/Barra do Rio (Cata-vento) 13 14 7 240 2 920 2 11 49 1600 79 4 33 EX-05 Extremoz/Graçandu (Barracas) 2 46 140 33 49 2400 33 2 33 240 11 2 2 EX-06 Extremoz/Pitangui 17 34 2400 170 1600 9200 540 8 2 79 130 23 9 PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 9

Tabela 4 Estatística descritiva básica do número de coliformes fecais/100 ml de água encontrados nas praias da Região Metropolitana de Natal durante o monitoramento (março a junho/2010). Nº de % Estação Média Mediana Mínimo Máximo DP Semanas Própria NF-01 12 15 8 2 79 22 100 NF-02 12 18 9 2 94 26 100 NF-03 12 31 13 2 170 49 100 NF-04 12 151 41 8 1100 308 92 PA-01 12 3923 920 220 35000 9816 58 PA-02 12 603 170 49 3000 1033 83 PA-03 12 384 190 2 920 403 100 PA-04 12 69 23 2 350 117 100 PA-05 12 3038 2400 540 16000 4135 17 NA-01 13 1821 350 11 16000 4371 77 NA-02 13 432 220 8 2400 651 92 NA-03 13 270 34 4 2400 649 92 NA-04 13 241 8 2 2400 656 92 NA-05 13 466 47 2 2400 874 85 NA-06 13 256 14 2 1600 490 92 NA-07 13 1873 79 2 16000 4522 77 NA-08 13 221 13 2 2400 658 92 NA-09 13 397 110 2 2400 681 92 NA-10 13 305 130 2 2400 642 92 NA-11 13 2171 13 2 24000 6602 77 NA-12 13 532 220 2 2400 849 85 NA-13 13 977 540 140 3000 975 77 NA-14 13 608 110 6 3500 1095 85 NA-15 13 200 49 2 920 328 100 EX-01 13 470 49 2 2400 749 85 EX-02 13 84 22 2 350 126 100 EX-03 13 139 17 2 1600 439 92 EX-04 13 229 14 2 1600 483 92 EX-05 13 230 33 2 2400 655 92 EX-06 13 1093 79 2 9200 2546 77 Extremoz 27 Natal 79 Parnamirim 340 Nísia Floresta 13 0 50 100 150 200 250 300 350 NMP/100 ml Figura 1 Quantidades medianas de coliformes fecais encontradas nas praias da Região Metropolitana de Natal-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 10

4.1. Município de Nísia Floresta No município de Nísia Floresta, nas praias de Tabatinga e Búzios (NA-01, NA-02 e NA-03) foram registrados índices de coliformes fecais muito baixos, qualificando-as como PRÓPRIAS e na subcategoria EXCELENTE para banho em 100% das semanas, com quantidades medianas de coliformes fecais abaixo dos 15 NMP/100 ml de água (Figura 2). A estação monitorada que apresentou maiores valores de coliformes fecais foi a NA- 04 (mediana = 49), na praia de Pirangi do Norte, provavelmente devido sua proximidade com a foz do Rio Pirangi, mas encontrando-se IMPRÓPRIA somente em uma semana. NMP/100 ml 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 41 13 8 9 NF 01 NF 02 NF 03 NF 04 Figura 2 Medianas de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Nísia Floresta-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). Analisando a variação temporal (março a maio/2010) das concentrações de coliformes fecais nas praias monitoradas no município de Nísia Floresta (Figura 3), observou-se que as maiores concentrações foram encontradas na estação NF-04, embora esta tenha sido considerada PRÓPRIA na grande maioria das semanas analisadas. PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 11

NF 01 NF 02 NF 03 NF 04 10000 NMP/100 ml 1000 100 10 1 4/3 11/3 18/3 25/3 1/4 8/4 15/4 22/4 29/4 6/5 13/5 20/5 27/5 Figura 3 Variação temporal de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Nísia Floresta-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 12

4.2. Município de Parnamirim Mais uma vez Parnamirim destacou-se como o município da Região Metropolitana de Natal que apresentou as praias com as mais elevadas concentrações de coliformes (Figura 4), mostrando-se IMPRÓPRIAS para banho durante várias semanas, como verificado nas estações PA-01 (42%), PA-02 (17%), e PA-05 (83%). As praias fluviais nos pontos PA-01 e PA-05, situadas no rio Pirangi, se apresentaram como aquelas de pior qualidade ambiental entre todas as praias monitoradas no município, com quantidade mediana de coliformes fecais em torno de 920 e 2400 NMP/100 ml, respectivamente. Como conseqüência, a estação PA-02 (Pirangi do Norte/APURN), próximo à foz do rio Pirangi, também apresentou elevadas concentrações, atingindo uma mediana de 170 NMP/100 ml. Na Figura 4 evidencia-se que as concentrações medianas de coliformes diminuem na medida em que as estações de coleta se afastam da foz do rio Pirangi, atingido quantidade mediana de 23 coliformes na Praia de Cotovelo (PA-04). Tais resultados sugerem que o rio Pirangi é o principal responsável pela grande concentração de coliformes encontrada no município de Parnamirim, com influência direta nos resultados das praias próximas à sua foz. 2500 2400 NMP/100 ml 2000 1500 1000 500 0 920 170 190 23 PA 01 PA 02 PA 03 PA 04 PA 05 Figura 4 Medianas de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Parnamirim-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 13

Analisando-se a Figura 5 observa-se que em todas as semanas analisadas as estações PA-03 e PA-04 foram classificadas como PRÓPRIAS (EXCELENTE), enquanto que os maiores índices de resultados IMPRÓPRIOS ocorreram no rio Pirangi (PA-01 e PA-05) e na praia oceânica de Pirangi do Norte/APURN (PA-02). Ao longo de todo o período de monitoramento foram observadas elevadas concentrações de coliformes, comumente superando o valor de 1000 NMP/100 ml nas estações PA-01 e PA-05 (Figura 5). 100000 10000 PA 01 PA 02 PA 03 PA 04 PA 05 NMP/100 ml 1000 100 10 1 4/3 11/3 18/3 25/3 1/4 8/4 15/4 22/4 29/4 6/5 13/5 20/5 27/5 Figura 5 Variação temporal de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Parnamirim-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 14

4.3. Município de Natal No conjunto, as análises efetuadas durante o período de estudo no município de Natal definem uma quantidade mediana de 79 NMP/100 ml de coliformes fecais (Figura 1), destacando a excelente qualidade ambiental das praias da capital potiguar. A praia da Redinha/Rio Potengi (NA-13) destacou-se como a de pior qualidade ambiental entre todas as praias estudadas na Grande Natal (Figura 6), estando IMPRÓPRIA para banho em 23% das semanas do monitoramento e com uma mediana de coliformes fecais de 540 NMP/100 ml. A praia de Ponta Negra/Morro do Careca (NA-01) foi a segunda com pior qualidade, se apresentando em condições IMPRÓPRIAS para banho em 23% das semanas do monitoramento, mas com uma concentração mediana de coliformes fecais de 350 NMP/100 ml. Também merecem destaque negativo as estações NA-07 (praia da Via Costeira/Mãe Luíza) e NA-11 (praia do Meio/Iemanjá), também IMPRÓPRIAS tem 23% das semanas monitoradas, mas com apenas 79 e 13 coliformes de medianas, respectivamente. Todas as outras praias avaliadas se apresentaram PRÓPRIAS em, pelo menos, 80% das semanas avaliadas, com valores medianos de coliformes fecais variando de 8 a 220 NMP/100 ml. Positivamente, destaca-se principalmente a estação NA-15 (praia de Redinha/Barracas), esteve PRÓPRIA ao longo de todo o período do monitoramento, com valor da mediana de 49 coliformes. Com relação às concentrações medianas de coliformes fecais, destacaram-se as estações NA-01 (praia de Ponta Negra/Morro do Careca) e NA-13 (Redinha/Rio Potengi) como aquelas que apresentaram as maiores concentrações (Figura 6). Também se destacaram negativamente as estações NA-02 (praia de Ponta Negra/Acesso Principal) e NA-12 (praia do Forte), pois, além de IMPRÓPRIAS durante algumas semanas do monitoramento, apresentaram valores medianos muito altos. Na Figura 7 pode-se observar a variação das concentrações de coliformes fecais ao longo do período de monitoramento (março a maio/2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 15

600 540 500 NMP/100 ml 400 300 200 100 0 350 220 34 8 47 14 79 13 110 130 13 220 110 49 NA 01 NA 02 NA 03 NA 04 NA 05 NA 06 NA 07 NA 08 NA 09 NA 10 NA 11 NA 12 NA 13 NA 14 NA 15 Figura 6 Medianas de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Natal, durante o monitoramento (março a maio de 2010). 100000 10000 NA 01 NA 02 NA 03 NA 04 NA 05 NMP/100 ml 1000 100 10 1 4/3 11/3 18/3 25/3 1/4 8/4 15/4 22/4 29/4 6/5 13/5 20/5 27/5 100000 10000 NA 06 NA 07 NA 08 NA 09 NA 10 NMP/100 ml 1000 100 10 1 4/3 11/3 18/3 25/3 1/4 8/4 15/4 22/4 29/4 6/5 13/5 20/5 27/5 100000 10000 NA 11 NA 12 NA 13 NA 14 NA 15 NMP/100 ml 1000 100 10 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Figura 7 Variação temporal de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Natal, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 16

4.4. Município de Extremoz As concentrações medianas de coliformes nas praias do município de Extremoz variaram de 2 a 49 NMP/100 ml, podendo ser classificadas como PRÓPRIAS paraa banho, na subcategoriaa EXCELENTE. As maiores concentrações medianas de coliformes fecais foram verificadas nas estações EX-01 (praia da Redinha Nova/Espigão) e EX-05 (praia de Graçandu/Barracas), com 49 e 33 NMP/100 ml, respectivamente. Nos demais pontos as concentrações medianas foram inferiores a 25 NMP/100 ml. A Figura 8 apresenta monitoramento. as concentrações medianas ao longo do período de A variação temporal de Figura 9. coliformes fecais nas praias de Extremoz é destacada na 50 49 ENMP/100 ml ml EX 01 10000 1000 100 10 1 1 EX 02 EX 03 EX 04 EX 05 EX 06 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 40 33 30 22 17 20 14 10 2 0 EX 01 EX 02 EX 03 EX 04 EX 05 EX 06 Figura 8 Medianas de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Extremoz- RN, durante o monitoramentoo (março a maio de 2010). Figura 9 Variação temporal de coliformes fecais encontrados nas praias do município de Extremoz-RN, durante o monitoramento (março a maio de 2010). PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 17

V. PRINCIPAIS CAUSAS DA POLUIÇÃO ENCONTRADA NAS PRAIAS MONITORADAS Os dados obtidos durante o presente monitoramento (março a maio/2010) indicam que a afluência de esgotos sanitários às praias é um dos principais responsáveis pela má classificação de algumas destas praias, no que diz respeito às suas condições de balneabilidade. A má qualidade das praias pode ainda ser intensificada pela ação das chuvas, aumentando substancialmente a quantidade de poluentes que chegam à praia. De modo geral, os pontos com pior qualidade ambiental são aqueles localizados em rios ou próximos às suas descargas no mar, como verificado em PA-01 (rio Pirangi/Pium) e NA-13 (praia da Redinha/Rio Potengi). Com relação à estação NA-07 (praia da Via Costeira/Mãe Luíza), o lançamento clandestino de esgoto, através da galeria pluvial, pode ser indicado como o principal responsável pela contaminação deste ponto. No entanto, vale destacar que, embora a mesma ainda fique imprópria para banho com uma freqüência maior que outras praias monitoradas em Natal, sua concentração mediana vem diminuindo drasticamente nos últimos anos. PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 18

VI. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS A grande maioria das praias monitoradas no período de março a maio/2010 apresentou níveis de qualidade ambiental, principalmente no que diz respeito às condições de balneabilidade, melhores que aqueles encontrados no monitoramento executado em igual período no ano de 2009. Em relação às praias oceânicas, as piores condições de balneabilidade encontradas durante o monitoramento realizado nos meses de março a maio/2010 foram verificadas nas estações NA-01 (praia de Ponta Negra/Morro do Careca), NA-07 (praia da Via Costeira/Mãe Luíza), NA-11 (praia do Meio/Iemanjá) e NA-13 (praia da Redinha/Rio Potengi), todas situadas no município de Natal, com cerca de 23% das semanas impróprias. A estação NA-07 tem na descarga de efluentes domésticos não tratados, que chega à praia através de galeria pluvial, a principal causa da poluição encontrada. Salientase que, ao longo de todos os anos de monitoramento, este ponto sempre foi aquele que apresentou a pior qualidade para banho, observando-se que durante o período chuvoso aumenta de maneira significativa o aporte de poluentes, assim contribuindo para a obtenção de elevados índices de coliformes fecais nessa praia. As piores condições verificadas em NA-13 atestam a fragilidade do estuário do rio Potengi diante das mais diversas fontes poluidoras, situação esta que se agrava nos períodos de mais intensa precipitação. Os maus resultados encontrados nas estações fluviais dos rios Pirangi/Pium (PA-01 e PA-05), mostrando-se impróprias para banho em 44 e 83%, respectivamente, refletem a má qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi. De maneira geral, as piores condições de balneabilidade das praias monitoradas geralmente estão associadas à proximidade de desembocaduras de rios, riachos e maceiós, que afluem a estas carreando expressivas quantidades de coliformes fecais. Registrou-se uma melhora na qualidade da grande maioria das praias monitoradas no período de março a maio de 2010, quando comparados com os resultados obtidos em igual período do ano anterior. PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RN 19

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA; AWW; WPCF. Stardard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Washington-DC (EUA), American Public Health Association, American Water Works and Water Pollution Control Federation. 1992. CONAMA Resolução CONAMA N o 20, de 18 de junho de 1986. Brasília-DF (Brasil), Conselho Nacional de Meio Ambiente, Ministério do Meio Ambiente, 1986. CONAMA Resolução CONAMA N o 274, de 29 de novembro de 2000. Brasília-DF (Brasil), Conselho Nacional de Meio Ambiente, Ministério do Meio Ambiente, 2000. Luiz Eduardo Lima de Melo Biólogo, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Responsável pelo monitoramento da Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi André Luis Calado Araújo Eng. Civil, Doutor em Engenharia Sanitária Ronaldo Fernandes Diniz Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental Coordenador do Projeto (ronaldo.diniz@ifrn.edu.br) Natal (RN), junho de 2010 20