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Transcrição:

Legal Letter Agosto/2008 Informe Jurídico - www.oliveiracardoso.com.br Supremo Tribunal Federal - Brasília/DF Foto: Gil Ferreira/SCO/STF Gentilmente cedida pelo S T F Destaques Tributário Supremo Tribunal Federal deve julgar inclusão do ICMS na base da COFINS em 180 dias Legislação Normas de São Paulo que vedam aproveitamento de ICMS não serão apreciadas diretamente pelo STF Majoração da alíquota de 3% da Comércio Exterior COFINS: STF confirma que julgará a questão Afastada cobrança do ICMS em operações de transporte STJ: decisão favorável à isenção interestadual de mercadoria do ICMS nos contratos de destinada ao exterior demanda contratada de potência de energia elétrica Rua José Alexandre Buaiz, 160, conj. 309/311, Vitória/ES Tel/Fax +55 27 3314.3888 / 3314.3681 Boletim produzido por Oliveira Cardoso, Carvalho de Brito, Viana Nassar, Dalmaso Silva Advogados Associados. Direitos Autorais reservados. Ajude-nos a preservar o meio ambiente. Evite imprimir desnecessariamente este Informativo.

Baía de Vitória Espírito Santo STF DEVE DECIDIR SOBRE INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DA COFINS EM 180 DIAS O Supremo Tribunal Federal decidiu, ao suspender o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 18, que deve votar o seu mérito em 180 dias. Esta decisão é importante, pois a decisão suspende até o julgamento final da ADC todos os processos que questionam na Justiça a obrigatoriedade de incluir o valor pago pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP). As ações patrocinadas pelo Escritório já estão sendo atingidas pelo efeito da decisão do STF. Por nove votos a dois, a Corte suspendeu todos os processos judiciais sobre esse tema até que o Supremo decida se a inclusão prevista na Lei 9.718 de 1998 fere ou não a Constituição da República. Caso o STF não julgue a ADC 18 nos próximos seis meses, os processos voltarão a tramitar nas instâncias inferiores. Se o STF excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, a arrecadação do governo cairá em R$ 12 bilhões anuais. Se houver devolução do que foi cobrado nos últimos cinco anos, o prejuízo para os cofres públicos seria de R$ 60 bilhões. Os recursos extraordinários que tratavam do mesmo tema e estavam na pauta do Plenário já receberam seis votos emitidos a favor dos contribuintes. Neste sentido, o Ministro Marco Aurélio sugeriu que, ao invés de julgar a liminar da ADC 18, fosse concluída a votação do julgamento já iniciado do recurso RE 240785, do qual ele é relator: Já que foram tomados seis votos e alcançada uma maioria provisória, vamos liquidar a questão vez por todas, pediu. Os demais Ministros foram contrários, alegando que a ação declaratória, uma vez julgada, produzirá efeitos para todos os casos semelhantes, inclusive os recursos extraordinários. O julgamento do RE 240785 só afetaria as partes envolvidas no processo. 2

STJ MANTÉM DECISÃO QUE CONCEDEU ISENÇÃO DE ICMS SOBRE DEMANDA CONTRATADA DE POTÊNCIA DE ENERGIA ELÉTRICA Uma empresa do estado de Goiás continua isenta do recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a demanda contratada de potência de energia elétrica. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Gomes de Barros, negou pedido do estado de Goiás para que fosse suspensa liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do estado. A decisão provisória determinando ao Estado de Goiás se abstenha de cobrar o ICMS incidente sobre a demanda contratada de potência. A tarifa de energia elétrica de grande consumidores, como as indústrias, diferentemente da tarifa cobrada dos consumidores comuns, é formada por dois elementos, por isso chamada binômia: o consumo e a demanda de potência. O consumo refere-se ao que é efetivamente consumido; a demanda de potência refere-se à garantia de utilização do fluxo de energia. A demanda de potência é estabelecida em contrato com a distribuidora. O STJ está analisando, em um recurso especial, a legalidade da incidência de ICMS sobre a demanda contratada de potência, sendo que a decisão proferida dá sinais de que o posicionamento do Tribunal será favorável aos contribuintes. Fontana Di Trevi Roma Itália 3

NORMAS DE SÃO PAULO QUE VEDAM APROVEITAMENTO DE ICMS NÃO SERÃO APRECIADAS DIRETAMENTE PELO STF O Plenário do Supremo Tribunal Federal indeferiu recurso interposto pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga, contra a decisão da Corte de arquivar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3350. Esta ação versava sobre pedido de declaração de inconstitucionalidade da norma do estado de São Paulo que impede o aproveitamento dos créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de outros estados, e teria o condão de levar a matéria diretamente ao STF, com efeitos para todos os contribuintes. O ministro Gilmar Mendes entendeu que a natureza das instruções normativas como a paulista não pode ser alvo de ação de controle de constitucionalidade, como é o caso das ADIs. Ou seja, tais normas restritivas de aproveitamento de crédito devem ser questionadas por meio de ações propostas nas instâncias inferiores, individualmente, por cada contribuinte que se sinta lesado. O governador alegou que a norma paulista prejudica as operações celebradas no Estado do Amazonas, de empresas beneficiadas com incentivos decorrentes de isenções de impostos na Zona Franca de Manaus. O estado de São Paulo, por outro lado, justifica a norma porque tais benefícios fiscais teriam sido instituídos e concedidos independentemente da celebração de convênio, o que teria desrespeitado a Constituição Federal. Este entendimento torna-se relevante para os contribuintes localizados no estado do Espírito Santo, e que enviam mercadorias para São Paulo após realizar importações via sistema FUNDAP, haja vista as recentes vedações de aproveitamento de crédito por parte do fisco paulista. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal sinaliza no sentido de que os questionamentos sobre questões idênticas devem ser feitos individualmente, junto às instâncias inferiores, pelos próprios contribuintes. A estátua da Justiça Supremo Tribunal Federal Foto: U.Dettmar/SCO/STF Gentilmente cedida pelo S T F 4

STF RECONHECE POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO SOBRE AUMENTO DA ALÍQUOTA DA COFINS O Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá julgar questão sobre o artigo 8º da Lei 9.718/98, que majorou de 2% para 3% sobre o faturamento das empresas a alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Trata-se de Recurso Extraordinário da empresa Innova S.A., do Rio Grande do Sul, contra decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que reconheceu a constitucionalidade do referido artigo e, com isso, reformou sentença de primeiro grau proferida a favor da empresa contribuinte. No recurso, a companhia alega que o tema debatido no processo deverá ser, em breve, apreciado pelo Plenário do STF, em razão da decisão proferida pela Segunda Turma do Tribunal em 30 de outubro passado, no sentido de afetar ao Plenário o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 527602, em que esta questão da Cofins está em debate. A Ministra Ellen Gracie, aceitou a possibilidade de julgamento da controvérsia com base no artigo 544, parágrafo 3º e 4º Código de Processo Civil (CPC), concluindo seu voto favoravelmente, uma vez que existentes, nos autos, todos os subsídios necessários ao perfeito exame da controvérsia, sendo indiscutível a sua existência diante da sua relevância econômica, social e jurídica. S Segundo a Ministra, é fato público e notório a expectativa, por grande parcela do segmento empresarial brasileiro, de um claro e definitivo pronunciamento da atual composição desta casa sobre o impasse, há muito surgido quanto à alíquota a ser considerada no cálculo da Cofins. Para muitos, a discussão em torno da majoração da alíquota da Cofins já havia sido encerrada por conta de julgamento anterior, pelo qual o próprio STF entendeu que não era competente para apreciar a matéria. Com efeito, este posicionamento foi alterado, o que fará com que a questão seja apreciada pela Suprema Corte em breve. Estátua da Liberdade Nova Iorque EUA 5

Superior Tribunal de Justiça Brasília/DF Foto: U.Dettmar /SCO/STF Gentilmente cedida pelo S T F DEFERIDA A UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS ORIUNDOS DE PRECATÓRIOS JUDICIAIS PARA QUITAÇÃO DE DÉBITOS DE ICMS O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela legalidade quanto à utilização de créditos oriundos de precatórios judiciais adquiridos por cessão pública para compensar o pagamento do ICMS. A questão foi levantada numa medida cautelar em favor da empresa goiana Fabiantex Comércio de Roupas e Aviamentos Ltda., que pretendia garantir a compensação de créditos de precatório judicial no valor de R$ 100 mil para sanar as dívidas de montante similar com a Secretaria do Estado de Goiás. A discussão começou quando a empresa solicitou ao secretário de Fazenda daquele estado o pagamento do imposto ICMS pela via da compensação do precatório. Antes que o pedido fosse analisado, a fiscalização passou a autuar a empresa como inadimplente, impondo o bloqueio da inscrição estadual da companhia, a apreensão de mercadorias nas barreiras do estado de Goiás e a inscrição da Fabiantex no cadastro da dívida ativa com o acréscimo de multa de 120%. A decisão favorável ao contribuinte foi baseada no art, 78 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: Art. 78. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o art. 33 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e suas complementações e os que já tiverem os seus respectivos recursos liberados ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão dos créditos. 2º As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não liquidadas até o final do exercício a que se referem, poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora. O mérito da discussão deverá ser apreciado pelo STJ nos próximos meses, sendo que a decisão proferida ainda em sede provisória já demonstra o provável posicionamento do Tribunal. 6

CONTRIBUINTES DEVERÃO PAGAR MAIS TRIBUTOS EM 2009 O anúncio de que os contribuintes deverão pagar mais tributos em 2009 foi feito pelo próprio governo, ao enviar ao Congresso a proposta da lei orçamentária. Segundo o projeto, a receita de impostos e contribuições será 13% maior que o último valor estimado para este ano. O crescimento previsto para a economia é menor do que isso. A previsão oficial prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 10,53% em termos nominais, isto é, calculado a preços correntes. A fatia entregue ao Tesouro e à Previdência passará, portanto, de 24,83% para 25,38% do valor dos bens e serviços produzidos no País. Em outras palavras, cada brasileiro vai dedicar uma parcela maior de suas horas de trabalho ao custeio da máquina e das operações do poder central. O governo editou neste ano quatro medidas provisórias com aumentos salariais para o funcionalismo e mais duas serão editadas. O efeito financeiro será diluído nos próximos anos, até 2012, quando todas as parcelas de aumento estarão em vigor. O impacto na folha de salários será de R$ 9,9 bilhões neste ano e chegará a R$ 39,5 bilhões no segundo ano de mandato do próximo presidente. Como de costume, as despesas obrigatórias consumirão mais de 90% do orçamento federal. Sobrará uma fatia de apenas 9,58% para os chamados gastos discricionários - investimentos, Bolsa-Família e parte do custeio dos Três Poderes. O governo disporá de apenas R$ 145,48 bilhões para despesas tão variadas e tão importantes quanto o financiamento de programas educacionais em todos os níveis, o reequipamento das polícias, o reaparelhamento das Forças Armadas, a pesquisa científica e as obras de infraestrutura. A rigidez do orçamento brasileiro, engessado por vinculações de verbas e por velhos padrões administrativos, é um fato internacionalmente conhecido. Neste ano, até 6 de agosto, o governo empenhou apenas R$ 6,4 bilhões dos R$ 17,98 bilhões previstos no orçamento para as obras do PAC. Da verba estipulada para este ano, o total desembolsado, no entanto, não passou de modestíssimos R$ 576 milhões. Outros R$ 4,62 bilhões, pagos até o começo de agosto, correspondem a restos a pagar do orçamento de 2007. (Informações baseadas em matéria do Jornal Estado de São Paulo). Vitória Espírito Santo 7

Vitória/Vila Velha Espírito Santo STJ ENTENDE QUE OBRIGAÇÕES AO PORTADOR DA ELETROBRÁS NÃO SERVEM PARA OFERECIMENTO À PENHORA As denominadas obrigações ao portador da Eletrobrás, decorrentes de empréstimo compulsório de energia elétrica, não podem servir como penhora por não possuir valor econômico. Com este posicionamento, a primeira turma do STJ, rejeitou recurso da rede de supermercados Asun e manteve decisão que penhorou cinco por cento do faturamento do grupo econômico para pagamento de débito em ação de execução fiscal. O entendimento reconsidera manifestação anterior do Tribunal favorável à empresa. A princípio, o STJ entendeu que o caso envolvia debêntures da Eletrobrás. Entretanto, a Fazenda Nacional interpôs um recurso contra essa decisão alegando que os títulos indicados à penhora pela rede de supermercados não eram debêntures da Eletrobrás, mas obrigações ao portador, decorrentes de empréstimo compulsório de energia elétrica, não possuindo qualquer valor econômico, não se aplicando a eles a Lei das Sociedades Anônimas. Desta forma, as empresas devem redobrar o cuidado na aquisição de tais títulos. 8

STJ: NÃO INCIDE ICMS NA OPERAÇÃO DE TRANSPORTE DE MERCADORIA A SER EXPORTADA Segundo a relatora do processo, ministra Eliana Calmon, a finalidade da exoneração tributária prevista da lei é a de tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional. Dessa forma, entende que, se o transporte pago pelo exportador faz parte do preço do bem exportado, tributar o transporte no território nacional equivale a tributar a própria operação de exportação, o que contraria o espírito da LC 87/96 e da própria Constituição Federal. A relatora entende que dar à questão interpretação diferente acarretaria ofensa aos princípios da isonomia e do pacto federativo, na medida em que se privilegiariam empresas que se situam em cidades portuárias e trataria de forma desigual os diversos estados que integram a Federação. O transporte interestadual das mercadorias destinadas à exportação é isento de Imposto Sobre Circulação de Serviços e Mercadoria (ICMS). A decisão da Primeira Seção uniformiza a questão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O entendimento é que a Lei Kandir (Lei Complementar 87, de 1996) determina a não-incidência do tributo sobre as operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, nas quais se inclui o transporte interestadual dessas mercadorias. A discussão se deu em um recurso apresentado por uma indústria contra o estado de Rondônia, no qual se pede seja definida se incide o ICMS na operação de transporte interestadual quando a mercadoria se destina ao exterior Domingos Martins Espírito Santo Boletim produzido por Oliveira Cardoso, Carvalho de Brito, Viana Nassar, Dalmaso Silva Advogados Associados. Direitos Autorais reservados Fotografias: Fabiano Carvalho de Brito, além de obras gentilmente cedidas pelo Supremo Tribunal Federal. Visite nosso site: www.oliveiracardoso.com.br 9