Considerando-se as premissas básicas e critérios adotados determinam-se duas situações que estão representadas nos gráficos a seguir:



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Transcrição:

RT 2.001 Página 1 de 6 1. OBJETIVO Estabelecer parâmetros técnicos para subsidiar a padronização dos critérios para adoção de tensões mecânicas de projeto quando da utilização de cabos singelos de alumínio sem alma de aço em projetos de Redes de Distribuição Aérea. 2. PREMISSAS BÁSICAS Na Norma PND 2.2 Projeto de Redes de Distribuição Aérea Primária, existem critérios de dimensionamento mecânico das Redes de Distribuição Aérea baseado nos cabos antigamente utilizados na Eletropaulo e atualizando as condições adotadas na época para o cabo 556,5MCM verificamos tensões de projeto a 0 C superiores a 900 dan por condutor, tornando o custo da rede elevado devido a utilização de postes especiais de grande capacidade. Como a tensão mecânica do condutor é inversamente proporcional a flecha da catenária do perfil da rede, adotou-se tensões admissíveis menores que resultam em fechas maiores com conseqüente redução de tensão mecânica do condutor. Na PND 2.2 é considerada a tensão admissível no condutor igual a 1/7 da tensão de ruptura do mesmo e nesta Recomendação Técnica adota-se a tensão admissível igual a 1/10 da tensão de ruptura. 3. CRITÉRIOS ADOTADOS Os critérios para dimensionamentos mecânicos dos cabos em Redes de Distribuição Aérea são oriundos das normas e critérios de projetos para Redes de Transmissão que são baseados na Norma ABNT NBR-5422 Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica. Como o processo de dimensionamento mecânico de flechas e tensão em cabos está associado a valores de temperatura, peso do cabo e pressão do vento sob o cabo, a NBR- 5422 estabelece a verificação de três condições básicas para definição da tensão de projeto, considerando-se o pior caso. 1ª Condição: A carga que atua na rede com maior período de duração supondo a temperatura média da região e sem incidências de ventos (a tensão admissível deve ser inferior a 21% da tensão de ruptura). 2ª Condição: A flecha mínima que atua na rede devido a temperatura mínima da região sem a incidência de ventos (a tensão admissível deve ser inferior a 33% da tensão de ruptura). 3ª Condição: A carga crítica com atuação de ventos na temperatura média mínima da região (a tensão admissível deve ser inferior a 50% da tensão de ruptura). 4. VALORES DE TENSÃO MECÂNICA DE PROJETO Considerando-se as premissas básicas e critérios adotados determinam-se duas situações que estão representadas nos gráficos a seguir:

RT 2.001 Página 2 de 6 4.1. ÁREAS DE BAIXA URBANIZAÇÃO E/OU EDIFICAÇÕES HORIZONTAIS As áreas onde existam grandes espaços abertos caracterizados como áreas rurais, periferias urbanas com edificações baixas (horizontais) e/ou estradas onde possam ocorrer maior incidência de ventos adota-se o limite da NBR-5422 de ventos com velocidade máxima de 100 km/h. Tensões de Projeto x Vãos Regiões com Predominância de Construções Horizontais Tensão de Projeto (dan) por condutor 520 480 440 400 360 320 280 240 200 160 120 Cabo 556 Cabo 336 Cabo 3/0 Cabo 1/0 80 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Vãos (m) 4.2. ÁREAS DE ALTA URBANIZAÇÃO COM EDIFICAÇÕES VERTICAIS Nas áreas onde exista uma grande ocupação do espaço urbano com edificações altas (verticais) que possam minimizar a incidência direta de ventos sobre a rede adota-se valor de vento com velocidade máxima de 60 km/h resultando no gráfico a seguir.

RT 2.001 Página 3 de 6 Tensões de Projeto x Vãos Regiões com Predominância de Construções Verticais Tensões de Projeto (dan) por condutor 440 400 360 320 280 240 200 160 120 Cabo 556 Cabo 336 Cabo 3/0 Cabo 1/0 80 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Vãos (m) 5. FLECHAS MÁXIMAS As características mecânicas dos cabos singelos de alumínio sem alma de aço são estabelecidas na Norma ABNT NBR-7271 Cabos de Alumínio para Linhas Aéreas, onde se verifica que o Módulo de Elasticidade varia em função da quantidade de tentos que compõem o cabo, e dessa forma, apesar das diversas bitolas de cabos serem constituídas do mesmo material, as deformações terão uma pequena variação que em grandeza não é representativa de modo a permitir que se estabeleça o valor médio de flecha que atende as diversas bitolas de cabos. As maiores flechas ocorrem com as maiores temperaturas, assim deve ser verificado no projeto, se as flechas máximas atendem às distâncias de altura, pricipalmente, no caso de travessias de vias e demais redes que ocupam o poste. O gráfico a seguir apresenta o valor de flecha para projeto considerando a temperatura de 50 C para qualquer bitola de cabo.

RT 2.001 Página 4 de 6 1200 Flechas x Vãos (Temperatura 50 C) 1100 1000 900 800 Flechas (mm) 700 600 500 400 300 200 100 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Vãos (m) 6. CONCLUSÃO Como as Redes de Distribuição Aérea apresentam, normalmente, vãos contínuos e o lançamento dos cabos é feito em vários vãos simultaneamente, devemos considerar o vão equivalente de projeto. Normalmente o vão das redes em áreas urbanas está condicionado ao projeto de iluminação pública onde os postes com luminárias são espaçados em aproximadamente 35 m, porém em função do projeto podem ocorrer variações nos vãos e para esses casos deve-se utilizar o conceito de vão equivalente também conhecido como vão regulador. Sendo L1, L2, L3,..., Ln os vãos correspondentes ao lançamento de um trecho de rede, o vão equivalente (Leq) é determinado pela expressão: Leq = L1³ + L2³ + L3³ +... + Ln³ (O Leq deverá ser usado como vão de referência L1 + L2 + L3 +... + Ln para utilização dos gráficos acima) Observação: Para que se possa utilizar as tensões mecânicas de projeto apresentadas e flechas máximas é necessário que em campo os cabos sejam instalados conforme as tabelas anexas que consideram os critérios desta Recomendação Técnica: Tração e flechas para Instalação de Cabo: Alumínio 1/0 AWG Nú; Tração e flechas para Instalação de Cabo: Alumínio 3/0 AWG Nú; Tração e flechas para Instalação de Cabo: Alumínio 336,4 MCM Nú; e Tração e flechas para Instalação de Cabo: Alumínio 556,5 MCM Nu.

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