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Página: 02 Arte do futuro o cibernético no Itaú Cultural Um robô declamando Hamlet, um jogo de campo minado interativo, uma pista de dança que que muda luzes e efeitos de acordo com os movimentos dos que dançam tudo é possível no mundo de Arte Cibernético do Itaú Cultural. Se você acha que arte e tecnologia não cabem na mesma frase, corra agora para o Itaú Cultural para mudar de ideia. Três andares da sede do Instituto além de uma praça próxima foram tomadas por dez obras de arte cibernética. Tudo altamente interativo. Obra "New(s) Wor(l)d, do artista Ricardo Nascimento A arte cibernética não deve ser confundida com, simplesmente, um misto de arte com tecnologia. Segundo Marcos Cuzziol, o gerente do Núcleo de Arte Cibernética do Itaú Cultural, o termo arte cibernética é mais restrito, pois a poética de tais trabalhos está
Página: 03 fundamentada na interação contínua, que é mais perceptível quando ocorre entre o observador e a obra, mas não está limitada a isso. Essa interação também pode ocorrer independente da participação humana, entre os próprios subsistemas da obra.. Ser ou não ser, eis a questão As obras Ilustração do artista Alexandre Simões, representando seu robô ihamlet A obra ihamlet, do paulistano Alexandre da Silva Simões, dispara frases do clássico de Shakespeare. Basta manipular os elementos em cena, como as espadas e cálices e um novo monólogo da peça é declamado. Difícil não refletir sobre o contraste entre o protagonista príncipe da Dinamarca, atormentado e, digamos assim, demasiadamente humano, e a máquina que declama suas falas. Para os solitários, um outro robô pode parecer mais simpático (ou pentelho). Quando o Amigóide Autômato em Busca de Amizade decide que quer ser amigo de qualquer dos seres humanos que entram em sua arena circular, ele passa a segui-lo pelo ambiente, emitindo sinais sonoros e visuais que culminam com a frase: Você quer ser meu amigo? O robozinho carente é um projeto do ++ CAYCE POLLARD coletivodeartecomputacional que dedica-se à criação de arte computacional voltado ao lúdico.
Página: 04 New(s) Wor(l)d, de Ricardo Nascimento, tem uma ideia complexa que resulta em uma instalação caótica: as notícias produzidas por diferentes veículos de comunicação mundo afora são convertidas em forma de imagens, transformando a instalação em um cenário digital e caótico que representa o nosso mundo. É a metáfora máxima do mundo da informação, em todo seu poder, grandeza e confusão. Outra ótima obra é a instalação Reações Visuais, do mineiro Leandro Araújo. Ela parte de uma ideia bem inusitada: transformar os ruídos da cidade em imagens de plantas da Mata Atlântica. Isso é possível por uma operação matemática que decompõe o sinal das frequências dos sons, permitindo que cada onda sonora seja representada visualmente de forma única. O valor poético é amplificado a cada novo som captado tranformar a poluição sonora em vida, ainda que eletrônica, é concomitantemente uma fresta de esperança e uma ironia cruel. Ilustração do artista Marcio Ambrosio para sua obra "i12 - a Roda da Vida" Para quem prefere uma coisa mais retrô-tecnológico se é que isso existe pode apreciar a obra 12i A Roda da Viva, do também paulistano Márcio Ambrósio. Trata-se de uma releitura moderna do zootrópio. Não sabe o que é o zootrópio? É aquele aparelhinho antigo, que conforme você girava, ia transformando imagens estáticas em animações, criando a ilusão de movimento. Com o 12i, você cria uma animação de uma forma mais moderninha.
Página: 05 Por falar em moderninho, uma das obras mais imperdíveis é a divertida idance pista de dança interativa. O nome já diz tudo. Os movimentos de quem está na pista alteram as sequências de efeitos, formas e cores que disparam na pista. Não vai dar pra ficar parado! E depois (ou antes, se você tiver muito ansioso) corra para a Praça Alexandre de Gusmão, ao lado do Parque do Trianon. Lá, você poderá participar da game-performance de Cláudio Bueno, chamado Campo Minado. Orientado por um mapa, cada jogador caminha sobre uma região, do ponto A ao B, em um tempo máximo de cinco minutos. Mas não é tão fácil assim. É preciso mover-se sem passar sobre as minas. Dá pra jogar todos os dias (menos às segundas-feiras), das 11h às 15h. Para quem não puder ir até lá, dá pra acompanhar o jogo ao vivo, por um telão projetado no Itaú Cultural. A game-performance Campo Minado, de Cláudio Bueno.
Página: 06 Poético e cibernético Obra "Amigóide" em preparação Uma exposição como o Rumos Arte Cibernética nos leva a reflexão sobre os futuros frutos do casamento entre arte e tecnologia, e, mais especificamente, sobre o destino da Arte Cibernética. Além de, curiosamente, todos os artistas selecionados serem jovens, há ênfase na interação entre som e imagem. Outra reflexão interessante é a forma em que a arte concomitantemente afasta-se e aproxima-se da ciência. Enquanto essas obras deixam bastante claro seu sentido artístico e não meramente experimental, trazem a ciência para o campo das artes, tornando-a elemento essencial no sentido poético construído. Em outras palavras, enquanto a arte se afirma como arte, e não como ramo científico, acaba fagocitando a ciência, provando mais uma vez a artificialidade das fronteiras no conhecimento humano. O confronto e interação entre artes e ciência ainda permite que um questione os métodos do outro, sensibilizando, e abrindo novas possibilidades em ambos os campos..
Página: 07 Serviço Rumos Arte Cibernética Itaú Cultural Av. Paulista, 149 [ao lado da estação Brigadeiro do metrô] De 30 de junho a 4 de setembro Terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h / Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h Entrada gratuita