Sobre o Artigo. Searle, John, R. (1980). Minds, brains and programs. Behavioral and Brain Sciences 3(3):

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1 Sobre o Artigo Searle, John, R. (1980). Minds, brains and programs. Behavioral and Brain Sciences 3(3):

2 Searle John Rogers Searle (Denven, 31 de julho de 1932) é um filósofo e escritor estadunidense, professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Searle começou sua filosofia com o estudo do campo da linguagem em Atos de fala, o passo inicial em uma longa viagem ainda inacabada, abraçando não só a língua, mas também nos domínios da consciência e dos estados mentais, da realidade social e institucional, da racionalidade, da conexão do "eu" (self) com a intencionalidade individual e coletiva, da percepção e do realismo direto e, mais recentemente, na busca de uma explicação de uma estrutura racional como base para a existência de livre-arbítrio na filosofia da mente e na filosofia da sociedade.

3 Apontamentos Não tenho objeções às alegações de IA fraca. Minha discussão aqui está direcionada para a IA forte.

4 Sala Chinesa Dentro de uma sala A Sala Chinesa - existe um ser humano que fala inglês (poderia ser qualquer outra língua), mas não fala chinês. A sala possui um mecanismo de entrada e de saída de frases escritas. Dentro desta sala, há um manual com regras em inglês que instruem o ser humano a relacionar certas sentenças em chinês. Estas regras consideram apenas a forma dos símbolos. É pedido para que o sujeito, dentro da sala, observe as frases em chinês que entram pelo mecanismo de entrada na sala, identifique no manual a frase de entrada, siga as instruções do manual em relação a esta entrada, gere uma frase correspondente, de acordo com as instruções do manual e coloque a frase resultante no mecanismo de saída da sala.

5 Apontamentos Por exemplo, amigo, friend é representada por dois caracteres: 朋友 péngyou

6 Sala Chinesa Frase em chinês Humano que sabe inglês e não sabe chinês + Manual Inglês/chinês Resposta em chinês

7 Searle Embora o operador não saiba, ele está respondendo a perguntas em chinês. Do ponto de vista de um observador externo, não haveria como distinguir as respostas dadas pelo indivíduo dentro da sala, daquelas respostas que daria um chinês. Quem está dentro da sala está manipulando as sentenças apenas comparando a forma dos símbolos que entram, com a forma dos símbolos previstos pelas regras do manual, sem saber o significado de qualquer um dos símbolos que manipula. Semelhança com o Teste de Turing.

8 Searle A Sala Chinesa pode ser considerada como um computador que aparenta saber chinês, mas não sabe. Para Searle, um computador que passa pelo Teste de Turing aparenta pensar, mas não pensa, pois não dispõe dos processos mentais inerentes ao pensamento. A habilidade humana de compreensão deve-se à intencionalidade - capacidade apresentada pelos seres vivos, através da qual estados mentais se relacionam com os objetos e estados de coisas no mundo. A intencionalidade só pode manifestar-se em organismos biológicos.

9 Searle Searle afirma que há uma diferença importante entre o operador que está na sala e uma pessoa que domina o idioma chinês e responda às mesmas perguntas sem usar o livro de regras. O operador está apenas seguindo regras sintáticas. O indivíduo que domina o idioma chinês está associando semântica (significado) ao que está fazendo e, portanto, está fazendo muito mais que o primeiro.

10 Searle Para Searle, o pensamento consciente deriva, necessariamente, de processos físico-químicos que não são reproduzidos em computador. A mente não pode ser dissociada do cérebro. A mente não pode ser dissociada de todo o organismo que interage com o cérebro.

11 Russell e Norvig Abordagem empírica, envolvendo hipóteses e confirmação experimental Abordagem que envolve matemática e engenharia Processos de pensamento e raciocínio Comportamento Sistemas que pensam como seres humanos (Modelagem cognitiva) Sistemas que agem como seres humanos (Teste Turing) Sistemas que pensam racionalmente (lógica) Sistemas que agem racionalmente (agentes) Sucesso = fidelidade ao desempenho humano Sucesso = ideal de inteligência: Fazer tudo certo com os dados que possuem

12 Russell e Norvig e Racionalidade Todas as habilidades necessárias à realização do teste de Turing existem para permitir ações racionais. Desse modo, precisamos da habilidade de representar o conhecimento e raciocinar com ele, porque isso nos oferece a possibilidade de tomar boas decisões em uma ampla variedade de situações. Precisamos ter a capacidade de gerar sentenças compreensíveis em linguagem natural, porque enunciar essas sentenças nos ajuda a participar de uma sociedade complexa.

13 Russell e Norvig e Racionalidade Precisamos aprender não apenas por erudição, mas porque ter uma ideia melhor de como o mundo funciona nos permite gerar estratégias mais efetivas para lidar com ele. Precisamos da percepção visual não apenas porque ver é interessante, mas para ter uma ideia melhor do resultado de uma ação por exemplo, ser capaz de ver uma gostosa iguaria ajuda a pessoa a se mover em direção a ela.

14 Russell e Norvig e Agentes Racionais Um agente é simplesmente algo que age. No entanto, espera-se que um agente computacional tenha outros atributos que possam distingui-lo de meros programas, tais como operar sob controle autônomo, perceber seu ambiente, persistir por um período de tempo prolongado, adaptar-se a mudanças e ser capaz de assumir metas de outros. Um agente racional é aquele que age para alcançar o melhor resultado ou, quando há incerteza, o melhor resultado esperado.

15 Russell e Norvig e Racionalidade O estudo da IA como um projeto de agente reacional tem duas vantagens. Primeiro, ele é mais geral que a abordagem de leis do pensamento, porque a inferência correta é apenas um dentre vários mecanismos possíveis para se alcançar a racionalidade. Em segundo lugar, ela é mais acessível ao desenvolvimento científico do que as estratégias baseadas no comportamento ou no pensamento humano, porque o padrão de racionalidade é definido com clareza e é completamente geral.

16 Russell e Norvig e Racionalidade O comportamento humano está bem adaptado a um ambiente específico e em parte é o produto de um complicado e fundamentalmente desconhecido processo evolucionário que ainda está longe de produzir a perfeição. Portanto, este livro se concentrará nos princípios gerais de agentes racionais e nos componentes para construí-lo.

17 Considerações finais Turing: indica que não é necessário definir objetivamente os atributos para a caracterização de uma máquina como um sistema inteligente. Searle: os computadores são máquinas sintática e não semânticas. Computadores não podem pensar porque pensar envolve semântica e portanto, não podem ser inteligentes. Simon e Newel: a inteligência é só uma questão de manipulação física de símbolos. Russell e Norvig: a racionalidade é mais acessível ao desenvolvimento científico do que as estratégias baseadas em comportamento/pensamento humano. O padrão de racionalidade é definido com clareza: obter o melhor resultado esperado.

18 A pergunta Será que um dia serão desenvolvidos computadores digitais capazes de pensar de modo similar ao nosso? Ou será que, independentemente da tecnologia, os computadores digitais estarão sempre limitados a manipularem dados sem compreendê-los? (Maxwell Morais de Lima Filho) Está em andamento o caminho para que as máquinas se tornem autônomas e inteligentes, embora isso não signifique que elas se tornem humanas.