MARIO VEDOVELLO FILHO E COLABORADORES Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 2ª Edição
01 014 HISTÓRIA DA CEFALOMETRIA Mario Vedovello Filho CEFALOMETRIA RADIOGRÁFICA EM ORTODONTIA Carlos Alberto Malanconi Tubel 02 022 03 DESENHO ANATÔMICO 026 Silvia Vedovello Nadia Lunardi PONTOS CEFALOMÉTRICOS Definição, Localização e Demarcação Pontos Cefalométricos Silvia Vedovello Eloísa Marcantonio Boeck 04 033 05 050 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Conceituação e Tipos Clayton Silveira Marden de Oliveira Bastos ANÁLISE CEFALOMÉTRICA USP UNICAMP 06 Adriana Lucato Silvia Vedovello 066 07 MÉTODO ESTRUTURAL DE BJÖRK 088 Heloísa Valdrighi Alciara Alice de Aguiar Young ANÁLISE CEFALOMÉTRICA MCNAMARA 08 Silvia Vedovello Milton Santamaria-Junior 098
ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE JARABAK Paulo César Raveli Chiavini 09 114 10 144 ANÁLISE CEFALOMÉTRICA RESUMIDA DE RICKETTS Heloisa Valdrighi SUMÁRIO PLANILHAS DE CÁLCULO DO ÍNDICE VERT NA ANÁLISE DE RICKETTS Arnô Ferreira 11 158 12 166 ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE BIMLER E ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE LAVERGNE-PETROVIC Eduardo Henrique Carneiro de Paiva Paschoal Alexandre Bello SOBREPOSIÇÃO DE TRAÇADOS CEFALOMÉTRICOS Galdino Iague Neto Sandro Augusto Piragini 13 192 14 202 O ESTUDO PREDICTIVO NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO-CIRÚRGICO COMBINADO Edmar Christovam Cristian Corrêa Fernando Manhães ANÁLISE CEFALOMÉTRICA FRONTAL DE RICKETTS Mario Vedovello Filho Nadia Lunardi 15 240 16 CEFALOMETRIA 3D 276 Júlio Cesar Bento dos Santos
Clayton Silveira Marden de Oliveira Bastos CAPÍTULO 05 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Conceituação e Tipos
localização e posterior demarcação dos pontos cefalométricos completa o desenho anatômico. Faz-se, então, o traçado de orientação unindo-se pontos cefalo- A métricos específicos das estruturas ósseas, dentárias e tegumentares por meio do desenho de linhas que, por sua vez, permitirão a realização das mensurações ditadas pelas diferentes análises cefalométricas. No traçado de orientação, algumas das linhas traçadas representam Planos e, na terminologia utilizada em cefalometria, recebem essa denominação. Por isso se diz que o traçado de orientação é constituído por linhas e Planos. 052 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Todas as linhas traçadas unem dois pontos cefalométricos. Quando pelo menos um deles é bilateral, esta linha representa um Plano. O termo linha é utilizado para designar o traço que une dois pontos situados no Plano sagital mediano. Nesse sentido, um traço que, no cefalograma, une os pontos Gônio e Gnátio (pontos localizados no ângulo da mandíbula e no mento ósseo, respectivamente) representa o Plano Mandibular, uma vez que o Gônio é bilateral. Já, quando se unem os pontos Násio (situado na sutura frontonasal) e Sela (localizado no centro geométrico da sela túrcica), ambas estruturas do Plano sagital mediano, tem-se uma linha (Linha Sela-Násio). Vale lembrar, entretanto, que a utilização do termo Plano, em cefalometria radiográfica, decorre muito mais de uma herança da craniometria e da cefalometria (estudos tridimensionais), do que, propriamente, de uma nomenclatura proposta nos trabalhos cefalométrico-radiográficos, uma vez que, a rigor, os Planos trazidos da craniometria transformam-se, nas radiografias, em linhas, pois, de acordo com o mencionado anteriormente, as imagens das telerradiografias cefalométricas correspondem à projeção de todas as estruturas anatômicas (sagitais medianas e laterais) em um mesmo Plano.
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 053 Quanto à sua finalidade, os Planos cefalométricas podem ser classificados em três diferentes tipos. O dito de orientação é o que permite reencontrar a mesma posição fisiológica da cabeça, quando da obtenção de radiografias em intervalos de tempo variados. Esses Planos são importantes, em Ortodontia, na avaliação do grau de prognatismo, na análise craniofacial. Os chamados Planos de Referência são os que servem de parâmetro nas avaliações cefalométricas. Finalmente, os Planos de Sobreposição são aqueles empregados na avaliação das modificações que se processam durante o tratamento e/ou o crescimento. Esta classificação, não obstante esteja originalmente relacionada exclusivamente aos Planos, também pode ser aplicada para as linhas cefalométricas, especialmente no sentido de Referência e de Sobreposição, uma vez que, assim como os Planos cefalométricos, as linhas também podem apresentar finalidades distintas. A linha Sela-Násio, por exemplo, pode ser utilizada tanto como referência como para sobreposição. Mencionou-se, anteriormente, que, quando da realização do traçado das linhas e Planos propriamente dita, deve-se interromper o traçado nas proximidades dos pontos cefalométricos envolvidos para que a sua visualização seja sempre clara. Além disso, não se deve traçar todas as linhas por inteiro. Extensões desnecessárias do traçado tendem a complicar o cefalograma, dificultando a sua interpretação. Quando, por outro lado, são traçados apenas os segmentos dos Planos e linhas de interesse para as mensurações, o resultado é um traçado cefalométrico limpo e de fácil leitura. Ressaltamos também que os autores preconizam a utilização de Planos Cefalométricos usando diferentes pontos de referência. Como exemplo podemos citar os Planos Oclusal e Mandibular. O Plano Oclusal utilizado pela Análise Cefalométrica Padrão USP-UNICAMP foi preconizado por Steiner (1953); o utilizado pelas Análises Cefalométricas de Ricketts e McNamara é o Plano Oclusal Funcional que foi preconizado por Ricketts, em 1965. cap. 05
O Plano Mandibular também é construído por meio de diferentes pontos de referência. Na Análise do Padrão USP-U- NICAMP pode ser encontrado pela união dos pontos Go.Gn (preconizado por Steiner) e Go. Me (preconizado por Interlandi). Também pode ser determinado, segundo Ricketts, pela linha que passa pelo ponto mentoniano e é tangente ao ponto mais inferior do ramo mandibular. Plano Horizontal de Frankfurt: Formado entre os pontos Po e Or (Fig. 01). 054 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Plano Palatino: Formado entre os pontos ENA e ENP (Fig. 02). Plano Oclusal: Segundo Interlandi, o plano oclusal tem como referências a borda incisal do incisivo inferior e o ponto médio, tangente à face oclusal, na direção posteroanterior do último molar inferior em oclusão. Utilizado na análise cefalométrica USP - UNICAMP (Fig. 03). Plano Oclusal Funcional: Linha que passa pelo ponto de contato oclusal dos primeiros molares e pré-molares ou segundos molares decíduos. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts e McNamara (Fig. 04). 01 02 Fig.01 Plano horizontal de Frankfurt. Fig.02 Plano palatino.
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 055 03 04 05 06 Fig.03 Plano oclusal. Fig.04 Plano oclusal funcional. Fig.05 Plano oclusal (Análise de Ricketts). Fig.06 Plano mandibular. cap. 05
Plano Mandibular: Formado pelos pontos Go e Me. Preconizado por Interlandi e utilizado na análise cefalométrica USP - UNICAMP (Fig. 07). Plano Mandibular: Linha que passa pelo ponto Mentoniano e é tangente ao ponto mais inferior do ramo mandibular. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts. Plano Mandibular (Me-Goc): É o plano que, passando pelo ponto Me (mentoniano), tangencia a borda inferior da mandíbula, na região goníaca. Utilizado na análise cefalométrica de Jarabak (Fig. 08). 056 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Plano do Ramo da Mandíbula (Ar-Goc): É o plano que, passando pelo ponto Ar (articular), tangencia a borda posterior do ramo ascendente da mandíbula, no seu contorno inferior mais saliente. Utilizado na análise cefalométrica de Jarabak (Fig. 09). Plano Ba-Na: Este plano constitui o limite entre a face e o crânio. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 10). Plano Facial: Linha que passa pelos pontos Násio ao Pogônio. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 11). Plano Vertical Pterigoide: Linha que passa pelo bordo posterior da Fossa Pterigomaxilar e é perpendicular ao Plano de Frankfurt. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts e McNamara (Fig. 12). Plano Dentário: Conhecido também como Linha Facial Inferior, liga o ponto A ao Pogônio. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 13). Plano Estético: Linha que passa pelo ponto mais anterior da ponta do nariz (EN) ao ponto mais anterior do mento (EM). Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 14). 07 08 Fig.07 Plano mandibular (Análise de Ricketts). Fig.08 Plano mandibular Me-Goc (Análise de Jarabak).
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 057 09 10 11 12 13 14 Fig.09 Plano ramo mandibular Ar-Goc (Análise de Jarabak). Fig.10 Plano Ba-Na (Análise de Ricketts). Fig.11 Plano facial (Análise de Ricketts). Fig.12 Plano vertical pterigóide. Fig.13 Plano dentário. Fig.14 Plano estético. cap. 05
Linha Sela-Násio: Traçada entre os pontos S e N. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 15). Linha N-A: Formada entre os pontos N e A. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 16). Linha N-B: Formada entre os pontos N e B. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 17). Linha N-D: Formada entre os pontos N e D. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 18). 058 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS Linha I: Preconizada por Holdaway, é formada pelos pontos P e E (Eminência) e traçada cruzando o Plano Oclusal. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 19). Linha Z: Preconizada por Merrifield, é formada pela união do ponto Pg (pogônio mole) ao lábio mais proeminente. Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 20). Linha H: Formada pelo ponto mais saliente do perfil do lábio superior, e pogônio (ponto mais saliente do mento tegumentar). Utilizada na análise cefalométrica USP UNICAMP (Fig. 21). Linha AP: Formada pelos pontos A e Pogônio. Utilizado na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 22). 15 16 Fig.15 Linha Sela-Násio (SN). Fig.16 Linha N-A.
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 059 17 18 19 20 Fig.17 Linha N-B. Fig.18 Linha N-D. Fig.19 Linha I. Fig.20 Linha Z. cap. 05
Linha N-perp: Para a construção da Linha N-perp deve-se traçar o Plano Horizontal de Frankfurt, usando como pontos de referência o Pório anatômico e a Órbita. Uma linha vertical é construída a partir do ponto Násio, ortogonalmente ao Plano Horizontal de Frankfurt. Utilizada na análise cefalométrica de McNamara (Fig. 23). Linha N-lábio superior: Linha formada pelo ponto N e até a tangente do lábio superior. Utilizada na análise cefalométrica de McNamara (Fig. 24). 060 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS 21 22 Fig.21 Linha H. Fig.22 Linha AP. Base do nariz: Linha tangente à base do nariz (Fig. 25). Lábio superior: Linha tangente ao lábio superior (Fig. 26). Linha S-Goc: Altura facial posterior, determinada pela união dos pontos S (sela) e Goc (gônio construído). Utilizada na análise cefalométrica de Jarabak (Fig. 27). Linha N-Goc: Profundidade facial, determinada pela união dos pontos N (násio) e Goc (gônio construído). Utilizada na análise cefalométrica de Jarabak (Fig. 28). Linha S-Ar: Base posterior do crânio, determinada pela união dos pontos S (sela) e Ar (articular). Utilizada na análise cefalométrica de Jarabak (Fig. 29). Linha Facial Superior: Linha que liga o ponto Násio ao ponto A. Utilizada na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 30).
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 061 23 24 25 26 Fig.23 Linha N-perp. Fig.24 Linha N-labio superior. Fig.25 Base do nariz. Fig.26 Lábio superior. cap. 05
062 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS 27 28 29 30 Fig.27 Linha S-goc. Fig.28 Linha N-goc. Fig.29 Linha S-Ar. Fig.30 Linha facial superior.
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 063 Linha Xi ENA: Linha que liga os pontos Xi e Ena (Espinha Nasal Anterior). Utilizada na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 31). Eixo Facial: Linha que une o ponto Pterigóide e o ponto Gnátio Virtual. Utilizada na análise cefalométrica de Ricketts e McNamara (Fig. 32). Eixo do Corpo Mandibular: Linha que vai do ponto Xi ao ponto Pm. Utilizada na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 33). Eixo Condilar: Linha que vai do ponto Xi ao ponto Dc (condilar). Utilizada na análise cefalométrica de Ricketts (Fig. 34). Eixo Y: Preconizado por Downs, é a linha que vai do ponto Sela ao ponto Gn. Longo Eixo dos Incisivos Superiores: Linha que passa pelo longo eixo do incisivo superior, respeitando a incisal e o ápice (Fig. 35). Longo Eixo dos Incisivos Inferiores: Linha que passa pelo longo eixo do incisivo inferior, respeitando a incisal e o ápice (Fig. 36). cap. 05
064 LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS 31 32 Fig.31 Linha Xi-ENA. Fig.32 Eixo facial.
Cefalometria Técnicas de Diagnóstico e Procedimentos 065 33 34 35 36 Fig.33 Eixo do corpo mandibular. Fig.34 Eixo condilar. Fig.35 Longo eixo do incisivo superior. Fig.36 Longo eixo do incisivo inferior. cap. 05
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