DIREITOS HUMANOS Profª. Liz Rodrigues
- O Sistema Europeu de Proteção de Direitos Humanos é o mais antigo e sofisticado dos sistemas (além do americano, existe também um sistema africano de proteção de direitos humanos). - É o único que estabelece um mecanismo judicial compulsório para apreciar petições ou queixas enviadas por pessoas físicas. - O principal tratado é a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais (1950).
- Os primeiros 18 artigos da Convenção Europeia protegem diversos direitos civis e políticos, como o direito à vida, proibição da tortura, escravidão e trabalhos forçados, liberdade e segurança, processo equitativo, direito ao respeito à vida privada e familiar, liberdade de pensamento, consciência e religião, dentre outros. - A proteção dos direitos sociais, econômicos e culturais só foi adequadamente regulamentada em 1961, com a Carta Social Europeia.
- Originalmente, o sistema europeu tinha dois órgãos, a Comissão e a Corte Europeia de Direitos Humanos. - Porém, o Protocolo n. 11 unificou as competências dos órgãos e extinguiu a Comissão. Hoje, apenas a Corte está em funcionamento e os indivíduos podem peticionar diretamente a ela, desde que atendidos alguns requisitos.
- A Corte é composta por tantos juízes quantos forem os Estados-Partes da Convenção Europeia de Direitos Humanos. - O Protocolo n. 14 organizou a estrutura da Corte, que passou a funcionar com juízes singulares, comitês compostos por três juízes, sessões compostas por sete juízes e um tribunal pleno, composto por dezessete juízes. - Cada um destes órgãos tem suas competências estabelecidas na própria Convenção ou no Protocolo.
- Outra mudança trazida pelo Protocolo n. 14 é que a União Europeia passou a poder aderir à Convenção Europeia de Direitos Humanos. - Vale a pena mencionar também o Protocolo n. 13, de 2002, que proíbe a pena de morte, mesmo em caso de guerra ou de sua iminência e o Protocolo n. 4, que proíbe a expulsão coletiva de estrangeiros.
- Note que, quando a demanda for apresentada por uma suposta vítima de violação, é preciso indicar a existência de um prejuízo pessoal. - Quando a demanda é apresentada por um Estado contra outro, basta indicar uma violação da Convenção, que pode ter sido decorrente de uma lei ou ato administrativo (veja o art. 34 da Convenção Europeia).
- As sentenças são vinculantes e tem natureza declaratória. - O Estado considerado responsável tomar medidas legislativas para adequar a sua legislação às prescrições da Convenção, além de impedir que novas violações dessa natureza novamente ocorram. - A Corte pode impor ao Estado o pagamento de uma indenização para compensar danos morais ou materiais sofridos pelo indivíduo.
- Se o Estado condenado se recusar a cumprir a sentença da Corte, o art. 8º do Estatuto do Conselho da Europa permite que os direitos de representação deste Estado sejam suspensos e, em último caso, pode ser solicitado a se retirar do Conselho da Europa (a solicitação é feita pelo Comitê de Ministros). - Se o Estado não o fizer, poderá ser expulso.